Fanfic: → εïз۰•●Um bebê a caminho [Terminada] ●•۰εïз 

—Dul, você está bem? Parece um pouco pálida.

—Estou apenas cansada.

Ela se arrependeu logo em seguida de haver dito aquilo.

— Posso entender o motivo — insinuou Annie, com um brilho malicioso nos olhos. — Depois de vê-la na cama com meu irmão...

— Foi exatamente sobre isso que vim lhe falar, Annie.

—Pois vá em frente. Mal posso esperar para saber os detalhes dessa história.

—Meu envolvimento com Christopher foi apenas um impulso de momento.

Anahi estreitou os olhos.

— Desculpe-me, mas não acredito nisso, Dul. Sei que meu irmão não é santo, mas ele nunca se apro­veitaria de você apenas por atração física.

—Na verdade, fui eu quem me aproveitei dele. Por favor, Annie, importa-se de não falarmos mais sobre isso por enquanto? Quero apenas sua promes­sa de que não contará a ninguém.

—Claro que eu não contaria a ninguém. Pelo menos, não de propósito — acrescentou. — Prometo que tentarei manter a boca fechada.

No entanto, Dul não se livrou das insinuações de Annie até a manhã seguinte.

—Christopher se preocupa muito com você — disse ela, enquanto as duas arrumavam a louça, após o jantar, naquela mesma noite.

—Ele quer é mandar em mim todo o tempo, Annie.

—Christopher é meio cabeça-dura às vezes, mas isso não chega a ser um defeito dele. Além do mais, ele disse que quer se casar, mas que você é a única que não aceita a idéia de casamento.

"Mas que traidor!", pensou Dul, indignada.

— E se ainda não se decidiu por achar que ele não a ama, saiba que está enganada — continuou Annie. — Se Christopher não a amasse, não estaria disposto a
assumir o filho de outro homem — acrescentou ela, fazendo Dul se lembrar das palavras de Bianca.

— Ele não me ama, Annie. Christopher nunca me disse isso. E mesmo que houvesse dito, eu não me casaria com seu irmão. Quero um pai de verdade para o meu filho. Alguém que possa estar sempre ao lado dele. Sei por experiência própria quanto é difícil para uma criança ver o pai apenas uma ou duas vezes por ano.

Ainda assim, Annie insistiu na idéia até sua par­tida, na manhã seguinte. Apesar das implicâncias e discussões, os Uckermann eram muito unidos e, pelo visto, Annie não conseguia entender como uma mu­lher poderia se negar a ficar com seu irmão.

Talvez fosse mais fácil lidar com a situação depois que ela partisse, pensou Dul. Só que ela se enganou. A princípio, pensara que Christopher tentaria retomar o relacionamento íntimo com ela, mas quando uma semana se passou sem que ele tentasse fazê-lo, Dul começou a ficar incomodada.

Certa manhã, desceu para o andar de baixo logo cedo, na esperança de tomar o desjejum com ele. Porém, Christopher já havia se trancado no escritório, apesar do horário. Talvez ele estivesse ocupado de­mais com o trabalho, e nada mais, pensou ela.

Quando deu por si, estava com o ouvido colado à porta. Ouviu vários termos técnicos enquanto Christopher conversava com alguém ao telefone. De súbito, ela se afastou dali como se houvesse levado um cho­que. Deus, por que fizera aquilo? Não era do feitio ficar ouvindo atrás das portas. E se Christopher saísse de repente e a flagrasse ali? Como iria se explicar?

Após um leve desjejum, subiu sentou-se em sua cadeira preferida e começou a tricotar, esperando que a ocupação ajudasse a fazer passar o tempo. O bebê chegaria em menos de um mês e Christopher pro­metera ajudá-la a pegar o moisés que Annie dissera haver na garagem. Pelo visto, ele se esquecera completamente. Como sempre, tinha coisas mais impor­tantes para se preocupar.

Porém, que mal faria lhe dar um pouco de atenção?, ela se perguntou. Bem que ele se interessara por ela logo que chegara, mas depois que entrara no último mês de gravidez e ficara com o corpo ainda mais mo­dificado, ele simplesmente a deixara de lado.

Sentiu os olhos se enchendo de lágrimas, e come­çou a tricotar quase com fúria. O que era para ser uma botinha virou um amontoado de nós, aumen­tando ainda mais sua vontade de chorar.

Quando Christopher a encontrou, meia hora depois, Dul continuava na cadeira. Estava com os olhos e o nariz vermelho de chorar, segurando um emara­nhado de lã sobre o colo.

Permaneceu de pé à porta, observando-a. Notara que Dul estava ficando muito sensível naquele último mês de gravidez, conforme os livros sobre gestantes avisavam. Teria de ser cauteloso.

— Há algo errado, Dul? Assistiu a algum comercial desagradável? — Ele olhou para a tevê. — Não, o aparelho está desligado. Já se alimentou? Sabe que fica irritada quando está com fome.