Fanfic: → εïз۰•●Um bebê a caminho [Terminada] ●•۰εïз 

CAPÍTULO II

O que ele estava fazendo ali?, Dul se perguntou, tentando levantar-se da cadeira. Christopher ainda não a tinha visto, já que Maite estava conversando com ele desde que entrara na sala, logo atrás da irmã. Se ela tivesse tempo de escapar para o corredor, talvez pudesse correr para o banheiro sem que ninguém a visse.

Porém, estava mais afundada na poltrona do que imaginara. Para seu maior desespero, ouviu a voz de Annie vinda da entrada:

  — E então? Onde está ela?

Dul conteve um gemido quando seu olhar encontrou o de Christopher, do outro lado da sala. Deu graças por já estar sentada porque sentiu uma espécie de vertigem. Todas as vezes em que imaginara um reencontro com Christopher, vira-se linda e com total controle das próprias emoções. Nunca imaginara se deparar com ele depois de um dia difícil de trabalho, com os cabelos molhados de chuva e a maquiagem praticamente desaparecida.

Como o irmão e as demais senhoras, Anahi olhou em sua direção.

  — Oh, aí está você! — exclamou ela. Segurando o braço de Christopher, conduziu-o até Dul, olhando em volta para cumprimentar as amigas. —      Olá, meninas! Imaginem só? Christopher está de volta! Terminou um trabalho em Seul e resolveu vir
me visitar. Insistiu em me acompanhar até aqui com a desculpa de ajudar na decoração, mas estou des­confiada de que ele quer mesmo é um pedaço de bolo.

Todas aceitaram a explicação de bom grado, segun­do a observação de Dul. Christopher veio em sua direção, sem desviar a atenção de seu rosto. Ela engoliu em seco, mais do que ciente do poder daquele olhar.

  — Desculpe-me pelo atraso, Dul — disse Annie. —       Na verdade, eu deveria culpar Christopher, mas du­vido que alguém acreditaria em mim. Christopher, esta é Dul, nossa forasteira. Fico feliz por vocês final­mente se conhecerem.

Para Dul, o silêncio que se seguiu pareceu durar uma eternidade. Por fim, Christopher falou:

  — Olá, Dul.

Ela assentiu, respirando mais aliviada ao perce­ber que ele não pretendia revelar que os dois já se conheciam. Talvez Christopher não estivesse tão furioso quanto imaginara a princípio.

Com cautela, fitou-o nos olhos, mas desviou a vista logo em seguida. O rosto atraente mantinha uma expressão inquiridora, enquanto os olhos incrivel­mente azuis pareciam acusá-la de algo.

Ao sentir o rosto esquentar, lembrou a si mesma que por mais que Christopher estivesse desconfiado, não tinha certeza sobre a paternidade de seu filho. Tudo que teria de fazer seria agir naturalmente.

Só que isso se mostrou mais difícil do que ela ima­ginara. Engoliu em seco, unindo as mãos sobre o colo.

  — Olá — conseguiu dizer, forçando um sorriso. —       Anahi me falou muito sobre você.

  Dul não tinha intenção de trocar um aperto de mãos com ele, mas Christopher estendeu a mão para ela.

— Oh, é mesmo? — perguntou ele. — Engraçado, mas ela não falou muito a seu respeito. Na ver­dade, até hoje eu nem sabia que nossa inquilina estava grávida.

— Não? — indagou Dul.

O toque da mão de Christopher lhe pareceu perturbadoramente familiar. Quando deu por si, Dul estava pensando na última vez que ele a tocara. Lembrou-se daquelas mãos carinhosas moldando seus seios, des­lizando sobre seu ventre... Num gesto quase defensivo, tentou afastar a mão da dele.

Entretanto, Christopher continuou segurando-a com firmeza, enquanto Dul tentava desviar o olhar. Quando ele finalmente soltou sua mão, ela disse:

— Talvez Anahi ache que você não se interessa por bebês.

Christopher se inclinou para a frente, fazendo Dul sen­tir vontade de se encolher na poltrona.

— Ela pode estar errada, não? — perguntou ele. — De fato, estou muito interessado no seu bebê.

Annie olhou de um para o outro.

— Eu sabia que vocês iriam se dar bem! — ex­clamou. — Esse meu dom de conhecer as pessoas chega a ser impressionante. Eu não lhe disse que meu irmão era incrível, Dul?

— Sim, você disse — confirmou ela.

— Christopher! — exclamou a sra. Salazar, puxando pelo braço a enrubescida Bianca.

Christopher deu um breve sorriso para a sra. Salazar.

— Como vai você? — perguntou ela, ampliando ainda mais o sorriso. — Deixe-me cumprimentá-lo, afinal...

As  outras  mulheres  se  agitaram ligeiramente, para  desespero  de   Dul,   que  só  respirou  aliviada quando a sra. Salazar completou a frase.

— ...você obteve mais uma promoção.

— Sim, é verdade — confirmou Christopher.

— Bianca e eu mal podemos esperar para ouvir todos os detalhes.

Dizendo isso, soltou o braço da filha e puxou uma cadeira mais para perto. Porém, antes de ela se sentar, Christopher olhou para o outro lado da sala e falou casualmente:

— Parece que Maite já está cortando o bolo.

— Oh, é mesmo? — A sra. Salazar olhou na mesma direção que ele, parecendo interessada. — Ela deve estar precisando de ajuda. Com licença, voltarei em um instante.

Christopher e Dul ficaram olhando ela se afastar, se­guida por Bianca. Annie se aproximou de Dul e lhe sussurrou:

— Ela decidiu encontrar um marido para a filha e acha que Christopher é o pretendente perfeito. Per­gunta sobre ele todas as vezes em que nos encon­tramos, por mais que eu já tenha repetido que meu irmão é casado com o trabalho.

— Annie... — Christopher a interrompeu, lançando-lhe um olhar de censura. — Eu já lhe pedi para não ficar falando do meu trabalho com todas as pessoas de Lone Oak.

— Mas eu não faço isso! — protestou ela, indig­nada. — Sou apenas educada quando a sra. Salazar pergunta sobre você. Não tenho culpa se ela acha que você seria o genro ideal.

Não parecendo muito convencido sobre o que a irmã dissera, Christopher se voltou para Dul.

CONTINUA?!