Fanfic: → εïз۰•●Um bebê a caminho [Terminada] ●•۰εïз 

O movimento brusco, fez cair alguns papéis do bolso externo da sacola. Ao se abaixar para pegá-los, Christopher viu que se tratava dos itens para a certidão de nascimento. Qual não foi seu espanto ao ler o nome de sua filha: Fernanda Dulce Uckermann.

Olhou para Dul no mesmo instante.

—Eu já havia me convencido de que era tolice não querer admitir a verdade — explicou ela. — Poderá ter sua filha nas poucas vezes em que apa­recer em casa durante o ano.

—Dul...

Ele tentou tocá-la, mas Dul se afastou.

— Mas não terá a mim!

Durante o trajeto até em casa, Dul falou com Christopher apenas o estritamente necessário. Annie já havia chegado da última viagem e Dul deu graças por ela ficar sempre por perto, impedindo Christopher de voltar a tocar no assunto.

Enquanto isso, ele se manteve otimista, achando que Dul acabaria mudando de idéia. De fato, tinha tanta certeza disso que na manhã seguinte, quando estava tirando o carro da garagem para ir para o aeroporto, sentiu a aproximação de alguém e virou-se no mesmo instante, pensando que fosse Dul.

Entretanto, disfarçou o desapontamento ao ver que era Bianca.

— Olá, Christopher. Está de partida de novo?

Não havia nenhum tom de acusação na voz da moça, mas, por algum motivo, ele se colocou na defensiva.

—Estou em Lone Oak há quase um mês — ex­plicou. — O que está fazendo por aqui tão cedo?

—Gosto de acordar nesse horário e caminhar um pouco, enquanto as ruas estão vazias.

Christopher apenas assentiu, sem interesse pelas ati­vidades matutinas de Bianca. Arriscou um úl­timo olhar na direção da casa. Se Dul quisesse se despedir dele, essa seria sua última chance.

Como que lendo seus pensamentos, Bianca disse:

— Vi você chegando naquele dia do blackout.

Christopher olhou para ela.

—Sabia que eu estava aqui?

Ela assentiu.

—E também que Dul se encontrava em casa — acrescentou. — Imaginei que você fosse o pai da criança.

—Então por que não disse nada antes?

—Porque o assunto não é da minha conta. Assim como também não é o fato de você estar partindo novamente.

—Acha que estou sendo injusto com Dul, não é?

—Bem, acho que se você precisa partir é isso o que deve fazer. Dul ficará bem de qualquer maneira.

Era o que ele também achava, mas, de alguma maneira, Christopher não sentiu-se bem em ouvir aquilo vindo de outra pessoa.

— Anahi vai ajudá-la no que for preciso. E sei que você também fará isso.

Bianca assentiu.

—Gosto muito de Dul, aliás todos na cidade gos­tam dela. Não precisa se preocupar. Ela e sua filha ficarão bem.

—Ótimo. Vou continuar ajudando-as financeiramente.

—Isso é muito bom. Mas, para ser sincera, não acho que Dul esteja querendo apoio financeiro. Ela precisa de algo mais sentimental.

Christopher estava prestes a perguntar do que ela achava que Dul precisava, mas a moça olhou para mais adiante e continuou:

— A luz da cozinha lá de casa acabou de ser acesa. Mamãe deve estar preocupada comigo. Até logo, Christopher. Voltaremos a nos ver quando você voltar, qualquer dia desses.

Christopher ficou olhando-a se afastar, antes de voltar a observar sua própria casa. Não havia nenhuma luz acesa. Dul não pretendia mesmo se despedir. E ele não poderia esperar mais tempo, senão chegaria atrasado ao aeroporto.