Fanfic: → εïз۰•●Um bebê a caminho [Terminada] ●•۰εïз 

Antes de virar a esquina, deu uma última olhada para a casa. Nunca ficara tão relutante em partir. No passado, preocupava-se apenas com os problemas do trabalho, sem pensar muito no que estava deixando para trás. No momento, porém, não conseguia parar de pensar em Dul e em Nanda. Mas, como Bianca dissera, ele não precisava Se preocupar. Todos gostavam de Dul na cidade, Annie, a sra. Salazar, Maite... o tal médico. Christopher enrijeceu o maxilar. Não era possível que aquele sujeito fosse procurá-la. Por outro lado, o que impediria de fazê-lo? Afinal, Dul não era casada. Quando chegou ao aeroporto, foi direto para o setor de embarque, pensando em tudo que Bianca lhe dissera.

Já estava em pleno vôo quando o choro de bebê chamou sua atenção. Do outro lado do corredor, uma jovem mãe tentava acalmar o filhinho recém-nascido. A cena o fez se lembrar de Nanda, e seu coração pareceu se apertar. Como estaria sua filha?

Sem dúvida, devia estar muito bem com a mãe. Mas e quando Dul ficasse cansada? Ele era o único que sabia fazer Nanda dormir. Ela adorava quando ele lhe acariciava as têmporas e o queixo... Foi então que se deu conta de que não havia dado a dica para Dul. Deus, como pudera se esquecer disso?

Olhou para o bebê da outra passageira, que continuava chorando a plenos pulmões. Num impulso, foi até a mulher para oferecer ajuda. Ao notar sua aproximação, ela o fitou com tanta desconfiança que Christopher quase se arrependeu pela atitude que tomara.

— Desculpe-me se a assustei, mas é que acabei de deixar minha filhinha em casa e sei bem como é isso. Nanda também é assim, temperamental.

A mulher sorriu para ele, ajeitando melhor o bebê no colo.

—Deve estar com saudade dela.

—Sim — admitiu Christopher, percebendo quanto aquilo era verdade.

Encontrava-se longe de Nanda e de Dul havia ape­nas uma hora e já estava morrendo de saudade.

— Aposto que sua esposa também deve estar sen­tindo sua falta.

Christopher lembrou-se de como Dul nem aparecera para se despedir dele.

—Acho que as duas devem estar bem sem mim.

—Oh, não acredito nisso — falou a mulher. — É tão difícil para uma mãe cuidar de um bebê so­zinha que a presença do pai é sempre um alívio.

O bebê finalmente parou de chorar, ao mesmo tempo em que Christopher experimentou um frio na barriga. Só então entendeu o que Bianca ten­tara lhe dizer. Do ponto de vista físico e financeiro, Dul podia cuidar sozinha de Nanda. Portanto, não era isso o que ela queria dele.

Como Bianca e aquela mulher haviam dei­xado claro, Dul precisava de alguém para lhe oferecer apoio emocional, nos altos e baixos da vida. Alguém para ajudá-la nas pequenas e nas grandes decisões que afetariam a vida de Nanda.