Fanfic: → εïз۰•●Um bebê a caminho [Terminada] ●•۰εïз 

Fitando-a com um olhar penetrante, indagou:

— O que Annie andou falando sobre mim exatamente?

— Bem, ela disse... — Dul hesitou, tentando en­contrar uma resposta coerente.

O que Annie lhe dissera mesmo?, perguntou-se. E o que ela própria sabia a respeito de Christopher? Quase nada.

— Está se sentindo bem, Dul? — perguntou Annie.

Ela pestanejou. Annie parecia preocupada enquan­to Christopher continuava a fitá-la com ar inquiridor. Ansiosa para distraí-lo, apressou-se em responder:

— Ela me falou sobre sua promoção e na grande responsabilidade que o novo cargo exige de você. Suponho que tenha de partir logo, não?

Christopher cruzou os braços, não parecendo muito satisfeito com o comentário.

— Na verdade, não. Pretendo passar alguns dias em Lone Oak. Quero conversar com uma pessoa que conheci da última vez em que estive aqui.

Dul conteve o fôlego.

— É mesmo?

— Sim. — Christopher não desviou os olhos dos dela. — A propósito... Annie não soube me dizer, mas quando o bebê nascerá?

Dul hesitou, tentando raciocinar rápido.

— Dentro de... de três meses.

Anahi arqueou as sobrancelhas, surpresa.

— Mas Dul, pensei que você houvesse dito que...

— Desculpe-me, Annie, mas acho que Maite está tentando chamar sua atenção, e a de Christopher tam­bém — Dul a interrompeu, aflita. Indicando o outro lado da sala, completou: — Ela deve estar querendo começar alguma brincadeira.

— As brincadeiras! — exclamou Annie. — Eu já estava esquecida delas.

Dizendo isso, encaminhou-se na direção de Maite. Dul estava prestes a respirar aliviada quando notou que Christopher não seguiu a irmã. Arqueando uma sobrancelha, com ar sardônico, ele disse:

  — Achou mesmo que iria se livrar de mim tão facilmente? Com licença — acrescentou, sentando-se ao lado dela.

Dul sentiu o estômago se contrair. A última coisa que desejava era ter Christopher por perto, fazendo-lhe mais perguntas do que ela queria responder.

— Quer dizer que o bebê nascerá daqui a três meses? Então, por que estão fazendo o chá-de-bebê tão cedo?

  — Anahi achou que seria uma boa idéia. As­sim, terei tempo para comprar as peças que ficarem faltando no enxoval.

  — É uma boa resposta — ironizou Christopher. — Tem certeza de que não está se equivocando na data?

Fingindo espanto diante da pergunta, Dul se es­forçou para encará-lo.

  — Claro que tenho certeza!

  Christopher estreitou os olhos.

  — Está querendo dizer que poucas semanas de­pois de ter um romance comigo foi para a cama com outro homem?

  — Não estou dizendo isso — relutou ela, tentando ignorar as batidas aceleradas de seu coração. Reu­nindo coragem, acrescentou: — Na verdade, esse assunto não lhe diz respeito.

  — Não?!

— Maite ainda não cortou o bolo. Ela disse a mamãe que vai esperar mais um pouco — anunciou Bianca, atrás deles.

Dul se sobressaltou, mas quando olhou para a moça não notou indícios de que ela tivesse ouvido a con­versa. Felizmente, Christopher mantivera um tom de voz baixo e o falatório das mulheres ao redor enco­brira a conversa dos dois. Dul se afastou um pouco dele, aproveitando a aproximação da sra. Salazar.

Continuou sentindo o olhar de Christopher sobre si, mas fingiu não se importar. Ele não iria conseguir intimidá-la, se era isso que pretendia. Christopher podia até suspeitar que ela não estivesse dizendo a ver­dade, porém, a menos que ela confirmasse, não havia como ele ter certeza de nada,

Tendo cuidado para não encará-lo, fingiu se con­centrar nas palavras da sra. Salazar, que instruía todos que quisessem, e também os que não quises­sem ouvir, sobre como preparar corretamente um bolo de chocolate recheado.

Em meio à conversa, notou quando Christopher esticou as pernas, exibindo as botas pratas de couro. Ela nun­ca as vira antes, pensou, contendo um riso histérico. Era mesmo irônico pensar que ela se lembrava dos pés de Christopher mais descalços do que calçados.

Quando deu por si, estava agitando a mão diante do rosto. Estava ficando quente ali. Mesmo com Christopher sentado a certa distância, conseguia sentir o calor ema­nado por aquele corpo viril. Para piorar ainda mais sua situação, ele se mexeu ligeiramente, fazendo um delicioso perfume masculino chegar até suas narinas.

Aquela fragrância familiar a fez suspirar incons­cientemente. Depois que Christopher partira, ela passara dias sentindo esse mesmo perfume em seus traves­seiros e sentindo-se a mais solitária das criaturas.

Como pudera ir para a cama com um homem a quem mal conhecia? Forçando um sorriso para a sra. Salazar, que pelo visto terminara o discurso, pousou a mão sobre o ventre. Desde alguns meses antes, não se sentia mais sozinha. Tinha seu bebê, bons amigos e um lugar para ficar. Não precisava de mais nada. Christopher havia decidido sair de sua vida, e era assim que a situação permaneceria.

Esforçou-se para ignorar a presença dele, rindo e respondendo aos comentários de Anahi, que passou distribuindo blocos de anotação e canetas para a primeira brincadeira.

Assim que o jogo terminou, sem nenhum incidente desagradável, Dul suspirou, aliviada. Talvez Christopher houvesse finalmente entendido que ela não iria re­velar nada sobre a paternidade do bebê.

Arriscou-se a olhá-lo pelo canto dos olhos, dando graças por ele estar distraído, conversando com Maite. Não podia negar que a presença dele mimara muito a reunião. As mulheres solteiras pareciam encantadas com todo aquele charme e até as casadas o estavam olhando por mais tempo do que deviam.

A sra. Salazar insistiu tanto em puxar Bianca para perto dele que a certa altura a moça quase caiu sentada no colo de Christopher, para seu total em­baraço. Apesar de toda a agitação e da troca de olhares, Christopher não saiu de perto de Dul.

  — Não acha que deveríamos partir o bolo agora? —   sugeriu a sra. Salazar, aparentemente frustrada com a falta de progresso de Bianca.

Maite deu um sorriso de desculpa para Christopher e retirou-se, concordando com a sra. Salazar.

Depois que o bolo foi servido, Dul provou dois pe­daços e deixou o pratinho de lado. O bolo estava delicioso, mas seu apetite não andava muito bom.

  — Não me diga que está de regime, Dulce? —     perguntou a sra. Salazar, com ar de desaprovação.

  — Quando uma mulher carrega um filho no ventre, tem de esquecer a vaidade.

Dul percebeu que o olhar de Christopher se voltou para ela no mesmo instante. Sentindo o rosto es­quentar, levou as mãos ao ventre ao responder:

— Não estou de regime, sra. Salazar.

  — Ótimo. Acho que está até abaixo do peso nor­mal. Tem de se esforçar para não adoecer.

  — Não estou doente.

  — O que será? Menino ou menina? — indagou a sra. Salazar, ignorando o comentário de Dul.

  — Menino, acho.

  — Você acha — A mulher franziu o cenho. — Ainda não sabe? Pensei que já houvesse feito um... Como é mesmo o nome, Bianca? Ultra-som?

Ciente do olhar curioso de Christopher, Dul se apres­sou em responder:

  — Eu preferi não saber o sexo do bebê. Aceita outro pedaço de bolo, sra. Salazar? — perguntou, mudando de assunto.

— Não, obrigada. Esse tipo de cobertura me dá gases.

— Mamãe! — sussurrou Bianca, enrubescida.

— Ora, Bia, não há nada de errado em ser sin­cera. — Olhando para a barriga de Dul, continuou: —     Pelo formato, está parecendo que será menina.

         — Concordo — anuiu Christopher, sorrindo para a sra. Salazar, que assentiu, satisfeita.

CONTINUA?!