Fanfic: → εïз۰•●Um bebê a caminho [Terminada] ●•۰εïз 

— Isso não é da sua conta — respondeu Dul, dando um passo atrás.

Christopher enrijeceu o maxilar.

— Depois que fizemos amor, tudo a seu respeito passou a ser da minha conta.

— Só porque estou grávida? Fez amor com outras mulheres e não se importou mais com elas. O que me torna tão especial?

Christopher não sabia o motivo, mas tinha certeza de que Dul era especial. A chuva fina continuou a cair, molhando os cabelos castanhos e o lindo rosto de Dul, enquanto ele tentava encontrar uma respos­ta. A lembrança da noite que haviam passado juntos sempre o acompanhara, despertando-lhe um desejo difícil de ser ignorado.

A distância e o ritmo intenso do trabalho haviam servido para atenuar os ânimos, mas bastara revê-la para o desejo voltar a se acender em seu corpo. E, para seu maior espanto, ele parecia ainda mais in­tenso do que antes.

Enquanto a fitava, sentiu uma onda de possessividade tomar conta de seu ser. A sensação era forte demais para ser negada e muito nova para conseguir ser explicada.

— Não tive muitas mulheres no passado — res­pondeu. — E aquelas que passaram pela minha vida não queriam ter nenhum compromisso, como eu.

  — Ótimo, porque eu também não quero.

  Antes que Christopher pudesse detê-la, Dul seguiu em frente. Seus ombros estavam tensos, denunciando quanto a presença de Christopher a afetava.

Christopher entrou no carro e alcançou-a pouco depois. Ao vê-lo, Dul entrou no veículo sem protestar. Du­rante o trajeto, Christopher preferiu se manter em si­lêncio, esperando para continuar a conversa depois que chegassem em casa.

Arriscando um olhar de soslaio, achou o perfil daquele rosto delicado mais lindo do que nunca. Sim, Dul era mesmo especial... Mas por que estava relu­tando tanto em admitir que o filho era dele? Talvez ela estivesse preocupada com sua reação. Com certeza, enfrentar tudo aquilo sozinha, nos últimos me­ses, não fora nada fácil para ela.

Franziu o cenho ao pensar no fato. Esperava que Dul soubesse que ele cuidaria de tudo dali em diante.

Quando chegaram à velha casa em estilo vitoria­no, a chuva continuava a cair preguiçosamente. Ain­da em silêncio, saíram do carro e encaminharam-se para a entrada principal.

Quando Dul fez menção de subir direto para o terceiro andar, Christopher se adiantou e a deteve.

  — Ainda não terminamos nossa conversa, Dul.

  Ela não protestou quando ele a acompanhou até seus aposentos. Chegando no cômodo que fora trans­formado em uma sala, Dul se acomodou em uma poltrona próxima à lareira.

Christopher hesitou um instante, distraído em observar um novelo de lã e duas peças tricotadas, deixados em um cestinho com agulhas de tricô, ao lado do sofá.

— O que é isso? — perguntou, curioso.

— Sapatinhos de tricô.

— Não imaginei que você soubesse tricotar — dis­se ele, surpreso.

— Há muitas coisas que não sabe a meu respeito, Christopher.

— Pode ser, mas tenho certeza de que o filho que você está carregando é meu.

— Não pode ter certeza disso — contestou ela.

— Claro que tenho certeza! — insistiu Christopher, impaciente. — Você não é do tipo de mulher que sairia da minha cama direto para a cama de outro homem. E mesmo que fosse desse tipo, o fato não passaria despercebido em Lone Oak. Não com minha irmã habitando a mesma casa que você, e todos esses vizinhos bisbilhoteiros.

— Ninguém viu você — Dul lembrou.

  — Aquilo foi pura sorte. Qual a freqüência de blecautes nesta cidade? Provavelmente, um a cada cinqüenta anos. Se eu não houvesse chegado tão tarde da noite, por certo alguém teria me visto. É até surpreendente que eu não tenha me deparado com a sra. Salazar debruçada à janela, com o binóculo a postos. Nada passa despercebido àquela mulher!

Após uma breve pausa, Dul resolveu falar:

  — Ok, talvez não tenha havido ninguém depois de você, mas quem pode garantir que não estive com outro homem antes de vir para Lone Oak?

  — Não houve outro antes de mim, Dul.

  — Como sabe?

Christopher estreitou os olhos.

  — Esqueceu-se de que era virgem quando fize­mos amor?

  — Oh, então você percebeu...

  — Claro que percebi! Acha que sou algum idiota? —   Dul fez menção de falar, mas ele apontou o dedo em riste para ela. — Não ouse responder!

Dul fechou a boca e pegou as agulhas de tricô, tentando fazer algo que a impedisse de encará-lo.

Christopher continuou a olhá-la, notando suas faces enrubescidas. Dul não estava acostumada a dormir com homens, ou a falar sobre isso, pensou ele. Ao se dar conta disso, sua impaciência desapareceu como que por encanto. Respirando fundo, prosseguiu:

  — Dul, claro que percebi que era sua primeira vez.

  Ela enrubesceu.

  — Como eu poderia saber? Você nunca disse nada.

  — Nem você. Também, mal tive chance, não é? O telefone tocou antes de nós acordarmos e tive de partir menos de uma hora depois. Mas eu lhe disse que voltaria. — Sem se importar com a atitude in­diferente de Dul, ele sentou-se no sofá e deitou a cabeça dela em seu ombro. — Desculpe-me, Dul. Eu deveria ter ligado, mas tive de...

Christopher se interrompeu, pensando em uma ma­neira de se explicar.

  — Teve de resolver assuntos mais importantes? — Dul completou por ele.

  — Assuntos mais urgentes — corrigiu Christopher. — Tentei resolvê-los o mais rápido possível, para que pudéssemos...

—Recomeçar de onde havíamos parado?

—Conversar — completou Christopher, num tom de voz firme. — Agora pare de pôr palavras na minha boca e admita que esse filho é meu.

Dul não respondeu de imediato. Fitou-o nos olhos durante um longo tempo, antes de falar:

— Sim, o filho é seu.

comentem!

plix!