Fanfic: •●๋• Alguém para amar ●ღ•

Queria esse excitamento, essa sensação de estar na iminência de algo especial. Sentia-se viva. Queria olhar para Christopher Uckermann e pedir-lhe para não escon­der-se dela. Porém, não era suficientemente arrojada para tanto. Além do mais, se Christopher estivesse inte­ressado nela, a iniciativa aconteceria naturalmente, sem pressões.

E Dulce ansiava fervorosamente que ele estivesse interessado.

—  Christian... — A voz de Raquel Bairón, a editora de Christian, quebrou o clima de encantamento. — Já estão chamando os oradores. — Sorriu ao vê-lo segurando o copo de champanhe. — Já bebeu o bastante para criar coragem?

Raquel Bairón era seis anos mais velha do que Dulce, morena, independente, dinâmica. Vestia saia lon­ga cinza e blusa preta, com detalhes em cinza. Dulce considerou um traje elegante, moderno e sofisticado. Olhando de relance para Christopher, sentiu-o subitamen­te tenso.

Sua expressão tornou-se pesada, taciturna. A mesma expressão que exibira quando afastara-se dos amigos para reservar uma mesa para o casal Chávez. Talvez existisse alguma diferença entre ele e Raquel. Por que não? Afinal, com certeza, haviam tratado de negócios inúmeras vezes, uma vez que Raquel era editora da Glo­bal e Christopher agente de Christian.

—  Bem, sinto-me alegre e animado, mas definitivamente não alto — Christian declarou. — Para onde devo ir?

Raquel apontou para o bar.

—Ali, no fundo do salão. — Sorriu para Christopher. — Será melhor levar uma cadeira para Maite. Pro­vavelmente vai demorar um bocado.

—Fique tranqüilo que cuidaremos de Maite — Dulce assegurou a Christian, trocando um olhar de cumpli­cidade com Christopher.

Raquel lançou um olhar especulativo para Christopher e Dulce, depois ergueu as sobrancelhas, como se algo a preocupasse. Notou os pacotes com os brindes sobre a mesa.

—Vejo que já ganharam os brindes. Melhor não os deixarem aqui. Com certeza, desaparecerão.

—Eu os levarei comigo. — Maite apressou-se em segurá-los.

Raquel olhou direto para Dulce, com expressão es­tranhamente significativa.

—  Que pena Belinda ter machucado o tornozelo logo hoje. Você sabia...

Crashl Um copo de vinho voou de uma bandeja nas mãos de um garçom, esparramando cacos e líquido por todos os lados. Christopher gesticulou em direção ao garçom todo constrangido.

—Desculpe. Acho que bati em você.

—Não se preocupe, senhor. Essas coisas acontecem.

—Deixe-me ajudá-lo. — Abaixou-se para pegar a bandeja.

—Não, por favor, senhor. O pessoal da limpeza virá num instante.

—Droga! Vinho tinto na minha saia! — Raquel res­mungou. — Com licença. Vou ao toalete tentar lavar a mancha. Christian, não demore. Estamos em cima da hora. — Impaciente, ela se afastou sem esperá-lo.

Christopher forçou um sorriso.

—Realmente, não estou nos meus melhores dias.

—Foi um acidente. Você não teve culpa — Maite consolou-o. — Agora vá, Christian. Estarei bem com Christopher e Dulce.

— Estaremos na primeira fila para aplaudi-lo. — Christopher bateu no ombro do amigo. — Você poderá ficar no bar até chegar sua vez de discursar. — Sorriu com indisfarçável bom humor.

Dulce não pôde evitar de reparar na surpreendente mudança na expressão de Christopher Uckermann. Acha­ra-o um homem bonito, o suficiente para despertar seu interesse logo à primeira vista. Porém, a diferença era aterradora. Um sorriso daqueles era capaz de pro­vocar um rombo no coração de qualquer mulher. Dulce não representava uma exceção.

Vagamente, ouviu Maite e o marido trocarem algu­mas palavras, antes de Christian seguir em direção ao local indicado por Raquel. Christopher virou-se para ela ain­da com o sorriso iluminando seu rosto. Os olhos cinza-prateados refletiam uma certa satisfação atrevida e lânguida que envolveu-a de imediato.