Fanfic: •●๋• Alguém para amar ●ღ•

—Você não sabia que ele era o sr. Autoridade Su­prema? — Pascoal não escondia a surpresa.

—Christopher Uckermann é Chris, o Monstro? — Dulce perguntou num fio de voz, enquanto lutava para relacionar o homem que conhecera na noite anterior com o marido que transformara Belinda numa mulher infeliz. As duas imagens simplesmente não se encai­xavam no mesmo molde.

—Sim, o Grande Ditador em pessoa — Pascoal confirmou num tom grave.

—Por que ela o chamava de Chris? — A pergunta soou como um grito de protesto contra algo que não queria aceitar.

—A necessidade de diminuí-lo. O cara é formidável. Belinda não tinha nada de concreto contra ele. O apelido foi uma pressão psicológica — ele filosofou em grande estilo.

—Mas... O sobrenome dela é Shull.

—Nome de solteira. Ainda é Shull, mesmo depois do novo casamento. Belinda não mudou de nome por­que Shull representa status. Sendo de Cozumel, você ainda não sabe que há muitas gerações os Shull ocupam altos cargos no governo da Nova Gales do Sul. Shull significa poder.

—  Pelo que sei, a família Uckermann também é mui­to rica — Dulce ponderou.

— Claro, a família Uckermann também é antiga e tradicional, mas quase todos os seus membros já mor­reram. Fato não muito útil para Belinda, que conse­guiu este emprego na Global porque alguém que co­nhece alguém, que conhece alguém...

Dulce resmungou, preocupada com os possíveis co­mentários que correriam pela editora sobre seu envol­vimento social com o ex-marido de Belinda. Aterro­rizava-a a idéia de ter-se apaixonado por um homem que, segundo Belinda, era uma cópia do famigerado Guilhermo.

—Sinto muito — Pascoal Gandía lamentou. — Pen­sei que você estivesse sendo arrojada.

—Estupidamente descuidada, você quer dizer.

—Não necessariamente. Você tem mais tempera do que Belinda.

Os olhos de Dulce brilharam com determinação.

—Não sou de ferro. Apenas estou lutando para ser eu mesma. E não preciso de outro round, obrigada.

—Na verdade, nunca dei muita atenção aos ataques de Belinda contra Christopher — ele admitiu. — Ela não quer um homem. Ela quer um super pai. E é precisa­mente com quem se casou agora.

A explicação não consolou Dulce. A confiança que depositara em Christopher Uckermann estava em farrapos. Dissipara-se seu estado de graça. Dissiparam-se as grandes esperanças. Era seu destino sentir-se atraída pelo homem errado. Talvez Belinda estivesse certa por escolher um super pai. Jack considerava-se feliz por dar-lhe tudo o que ela queria, em troca de sim­plesmente tê-la ao seu lado.

Pascoal levantou-se, abrindo os braços num pedido de desculpas.

—Eu não queria largar a bomba em suas mãos, Dulce.

—Está tudo bem. Melhor mesmo que eu saiba da verdade.

—O que é bom para uma pessoa, é veneno para outra. Esqueça Belinda e vá em frente com esse seu intrépido sentimento — Pascoal aconselhou. — Pode­rei enfrentar a tempestade no meu departamento.

—Obrigada, Pascoal. — Seu sorriso era desanima­do. — Infelizmente, acho que esse meu intrépido sen­timento não é digno de confiança.

—Boa sorte! — Encolhendo os ombros, ele saiu da sala, deixando-a refletindo sobre a loucura que a con­sumira na noite anterior.

Teria sido mesmo loucura?