Fanfic: •●๋• Alguém para amar ●ღ•

Ela era mais velha, mais experiente, do que nos dias em que sucumbira às investidas ardentes de Guilhermo. Na noite anterior, com Christopher, não captara ne­nhuma nota falsa ou resposta suspeita que abalasse a harmonia entre eles. Nada! Fora isso que tornara tudo tão maravilhoso. Tantas horas juntos e cada mi­nuto perfeitamente agradável.

Não compreendia o motivo de Christopher ter omitido sua ligação com alguém da Global, além do que seu trabalho exigia. A Global era o território de Belinda. Admitia que certamente ela também relutaria em en­volver-se com alguém que trabalhasse com Guilhermo. Ca­samentos desfeitos sempre criam áreas de conflitos de interesses.

Não era à toa que ele preferisse assumir uma pos­tura distante com os colegas de Belinda. Sem dúvida, comparecera à festa somente em consideração aos amigos, para fazer companhia a Maite durante o discurso de Christian. Sua atitude merecia todo respeito. Ele não poderia saber de antemão que Belinda não estaria presente.

Dulce lembrou-se da mudança que ocorrera nele, depois que Raquel Bairón comentara sobre o acidente com Belinda. A partir daí, ele passara a demonstrar francamente seu interesse por ela, sem inibições. Tal­vez por saber que não havia a menor possibilidade de Belinda provocar uma cena desagradável.

Dulce começou a questionar a versão de Belinda sobre o comportamento do ex-marido. Quando Christopher mencionara um sabotador, ela presumira a existência de um amante na vida de Belinda. Se ela fora infiel, então, havia realmente razão para Christopher exigir ex­plicações sobre seus horários e atitudes. O que teria vindo primeiro? A opressão por parte de Christopher ou a traição de Belinda?

Dulce podia imaginar Belinda lançando toda a culpa em Christopher para justificar o próprio comporta­mento. Provavelmente, a única maneira de sentir-se bem consigo mesma, era conquistando a simpatia e o apoio das pessoas para suas ações. Seguindo esse ra­ciocínio, Dulce concluiu que Belinda não poderia ser qualificada como uma amiga íntima ao passo que Christopher poderia ser o homem certo para ela.

A esperança tomou o lugar da desolação que se se­guira à conversa com Pascoal, mas a sensação de fe­licidade desaparecera. A precaução começava a falar mais alto. A despeito do desejo intenso de ignorar as acusações de Belinda contra Christopher, Dulce não con­seguia esquecer. Os fantasmas da dúvida eram um campo fértil para alimentar as feridas e desilusões que culminaram com o fim de seu casamento.

Ela daria ao seu sentimento intrépido a chance de provar que estava correto. Depois da noite anterior, seria covardia negar essa chance. Pascoal tinha razão. Tinha que confiar em seu próprio julgamento. Do con­trário, não estaria sendo justa com Christopher. O telefone tocou.

— Dulce Saviñon — falou, esperando que fosse Christopher.