Fanfic: •●๋• Alguém para amar ●ღ•

—Você enlouqueceu, Dulce? — A voz de Belinda soou mal-humorada, estridente e autoritária.

—Não sei do que você está falando.

—Não acredito que tenha permitido que Christopher Uckermann a cortejasse depois de tudo o que lhe contei sobre ele — Belinda esbravejou.

—Desculpe, mas nunca a ouvi mencionar o nome de Christopher Uckermann, Belinda. — Isso era a mais pura expressão da verdade.

Silêncio. Ouviu-se a respiração ofegante de Belinda.

—Você não sabia que ele era meu ex-marido?

—Como poderia saber? Nunca tínhamos nos encon­trado antes da festa de ontem e você sempre se referiu a ele como Chris! — Dulce torceu o nariz ao pro­nunciar o inadequado apelido infantil.

—Oh, meu Deus! Ele sabia que você não sabia?

—Acho que sim. Para mim, ele era um completo estranho.

Talvez esse fato o tivesse influenciado, justamente por saber que ela não estava envenenada contra ele.

—Dulce, você não foi para a cama com ele, não é?

—Você não acha que está sendo extremamente indiscreta?

—Talvez. Mas sei muito bem o que estou fazendo. O assunto é muito mais sério do que imagina. — Belinda suspirou com impaciência. — Ele a odeia, Dulce. Nada lhe daria mais satisfação do que seduzi-la e vê-la humildemente aos pés dele.

Um calafrio percorreu a espinha de Dulce diante da veemente convicção na voz de Belinda.

—Por quê? Por que ele me odeia?

—Costumávamos brigar por causa das coisas que você dizia.

—O que você quer dizer com isso? Nunca disse nada a ele. Nem mesmo o conhecia!

—Refiro-me aos seus conselhos. Ele não suportava ouvir-me repetir os seus conselhos. Ele a chamava de sabotadora feminista, naquele horroroso tom de supe­rioridade. Acredite-me, Dulce. Christopher a odeia. Ah, se você pudesse ver o olhar selvagem dele cada vez que eu mencionava seu nome... Veneno puro.

Dulce sentiu-se nocauteada.

Feminista! Sabotadora!

Sentiu-se um trapo. Fora isso que passara pela men­te de Christopher durante a conversa que haviam mantido com Maite e Christian. O brilho feroz nos olhos dele fora dirigido a ela, não às lembranças do casamento des­feito. E, uma vez certificado que Belinda não iria à festa, ele tratara de impedir que sua condição de ex-marido fosse revelada. O acidente com o garçom fora uma artimanha para impedir que Raquel contasse sua ligação com Belinda, a fim de pôr seu plano em ação.

Não, seu coração gritava.

As peças se encaixavam.

—Olhe, entendo que tenha se impressionado — Belinda continuou. — Ele é um animal macho muito sexy quando decide ir à luta. Mas eu a estou preve­nindo, Dulce. Espero que não permita que ele cante vitória sobre você.

—Cantar vitória? — Dulce repetiu.

—Ele acha que você precisa é de um homem de verdade que acabe com essas suas idéias feministas e a transforme num ser humano. Ele fará o possível para conseguir e quando isso acontecer...

—Entendo. Obrigada pelo aviso, Belinda — Dulce agradeceu com voz firme e desligou, odiando pensar que Christopher poderia estar exultando de alegria por tê-la feito estremecer em seu braços. Várias vezes.

O estranho perfeito. Deveria ter imaginado que ele era perfeito demais para ser verdade. Christopher Uckermann era um homem inteligente. Ele a envolvera direta e inteiramente em sua mistura de sensualidade e sensibilidade para a realização dos desejos e neces­sidades físicas.

O telefone tocou novamente. Ela hesitou por um momento, mas decidiu atender. Poderia ser um cha­mado importante. Trabalho era trabalho, e não per­mitiria que seus problemas pessoais interferissem em suas responsabilidades.

—Dulce Saviñon. — Dessa vez, sua voz soou desa­nimada, trêmula.

—Dulce? É Christopher.