Fanfic: •●๋• Alguém para amar ●ღ•

CAPÍTULO VIII

O táxi seguia em direção a Mascot. Dulce verificou as horas no relógio de pul­so. O vôo para Cozumel estava marcado para às cin­co. Os vôos domésticos raramente saíam no horário. Ainda teriam uns vinte e cinco minutos para entre­garem as passagens, verificarem as bagagens e toma­rem um drinque no Golden Wing.

O dia fora exaustivo, dividido entre os estúdios da ABC, da Ultimo e outras entrevistas para revistas e jornais. Christian Chavéz saíra-se muito bem, ganhando autoconfiança e mais know-how .para lidar com os re­pórteres e suas perguntas. Ele exultava de alegria. Dulce, entretanto, sentia-se desolada.

Era como se o encontro com Christopher Uckermann tivesse arrancado alguma parte vital de seu ser. Não dormia bem. Mal se alimentava. Até mesmo fazer nada custava-lhe um grande esforço. Obrigava-se a cumprir os compromissos de trabalho, mas nada conseguia aca­bar com a tristeza, com o desânimo. Às vezes chegava a pensar que morrera.

O táxi corria em alta velocidade. O motorista parecia não ter notado os carros parados no farol vermelho. Os nervos de Dulce se alertaram.

— O farol... — Christian começou.

Dulce gritou.

O motorista pisou no breque e os pneus rangeram no asfalto, parando a centímetros do carro parado à frente. Ouviram ruído de outras freadas bruscas, evi­tando um engarrafamento.

—  Desculpem — o motorista disse, meio que entorpecido.

Christian voltou-se para Dulce.

—Você está bem?

—Sim. — Lançando um olhar furioso para o mo­torista, acrescentou: — Espero chegar inteira ao aeroporto.

—Acho que preciso de um gim duplo — Christian res­mungou.

Não era uma má idéia para Dulce também, apesar de o quase acidente ter lhe provado algo muito impor­tante. Definitivamente ela não queria morrer. Havia muita vida além de motoristas imprudentes e Christopher Uckermann. Era primordial que vivesse sua vida da melhor maneira possível. E conseguiria. Não sabia como, mas conseguiria.

Fazia uma semana que descobrira que Christopher Uckermann era o famigerado ex-marido de Belinda. Tal­vez, inconscientemente, estivesse lamentando um so­nho perdido. A viagem a Cozumel levantaria seu astral. Naquela mesma noite visitaria a mãe e, com um pouco de sorte, encontraria algum outro parente na casa dela. Era sempre muito aconchegante estar entre pessoas da família, pessoas a quem amava e que a amavam também. Não gostava de acalentar ódio ou rancor. Eram emoções destrutivas.

Foi com muito alívio que desceu do táxi e entrou no terminal do aeroporto. Lá, centenas de pessoas se movimentavam, indo para algum lugar, vindo de al­gum lugar, fazendo alguma coisa. Excitamento, aven­tura, mudança... Dulce amava a atmosfera dos aero­portos. Depois das providências rotineiras, dirigiu-se para a área de espera pela escada rolante. A sensação de alegria antecipada começava a tomar conta dela. Estava voltando para casa.

Golden Wing estava repleto quando chegaram.

—Vou procurar um lugar enquanto você pega os drinques, Christian — ela sugeriu.

—Não se preocupe. Christopher já deve estar em alguma mesa por aí.

—Christopher? — O coração dela se contraiu.

—Ah! Lá esta ele! — Christian disse com satisfação, apontando para uma mesa junto à janela, do outro lado do salão.