Fanfic: •●๋• Alguém para amar ●ღ•

Durante sua estada em Cozumel com Christian Chavéz, teria a chance de visitar sua mãe. Sorriu ao pensar na próxima viagem promocional. Alguns escritores eram afetados e temperamentais. Christian Chavéz, porém, era amável, gentil, grato, e aprovara todos os compro­missos que marcara para promover o lançamento de seu livro.

Era alto, forte, loiro, um pouco desajeitado. Não era bonito, mas sua simpatia era cativante. Sempre que o via, Dulce lembrava-se dos Ursinhos Carinhosos. Talvez fosse bom se um dia encontrasse alguém como Christian Chavéz para amá-la e protegê-la.

Dulce suspirou. Adorava seu trabalho. Fora um choque para Guilhermo quando ela comunicara que não pretendia deixar o emprego depois da lua-de-mel. Tal­vez ela até desistisse de sua carreira se aquele fosse o único problema que enfrentavam. Mas as atitudes autoritárias e radicais de Guilhermo acabaram por dete­riorar o casamento.

Imersa em tais lembranças, não percebeu que já estavam próximos à Nuevo Léon. Decidiu prender os ca­belos no toalete do restaurante, uma vez que chega­riam antes que os convidados.

—Quando você viaja com Christian Chavéz?

—Quarta-feira da semana que vem.

—Você investiu fundo nele, não?

—Valerá a pena.

—Ele é um bom rapaz.

—Adorável — Dulce concordou com entusiasmo. — Espero que você providencie um bom estoque dos livros dele nas lojas, Pascoal.

—Tratamento de best-seller.

—Ótimo!

Ele a fitou com curiosidade.

—Christian Chavéz é o seu tipo de homem, Dulce?

—Por que pergunta? — ela rebateu, ciente da es­peculação sobre sua vida sentimental entre o pessoal da Global.

Pascoal encolheu os ombros.

—Sei que você tem encontros ocasionais, mas não consegue firmar-se com ninguém.

—Devido à minha profissão é difícil manter um relacionamento.

—Percebi que você evita homens bonitos.

—Evito?

—Sim. Isso é muito estranho em se tratando de uma garota bonita como você.

—Talvez eu queira mais do que aparência.

—Por isso perguntei sobre Christian Chavéz. Ele não é o que as mulheres considerariam como um galã de novelas. Já ouvi algumas garotas da Global compará-lo a um urso.

Dulce riu, mas não revelou que também partilhava dessa opinião.

—Ele é casado, Pascoal.

—Parece que hoje em dia isso não significa um empecilho — ele observou num tom seco.

—A esposa dele está grávida. Você acha que eu não respeitaria um homem cuja esposa está esperando um filho?

—Bem, tem razão. Realmente, você tem a cabeça no lugar, Dulce.

Mas nem sempre fora assim. Ela perdera comple­tamente a cabeça por causa de Guilhermo. Ele era tão bonito que todas as mulheres se rendiam aos seus en­cantos. Corpo atlético, muito charme, conversa envol­vente. Pura fachada. Dulce não fora exceção. Não resistira e pagara caro por sua fraqueza. Por isso, aprendera a ser cautelosa. Pascoal era um homem perceptivo. Realmente, ela evitava homens bonitos. Não confiava neles.

Talvez estivesse na hora de mudar seu comporta­mento. Não deveria generalizar devido a uma expe­riência malsucedida. Decidiu dar chance ao primeiro homem bonito que se mostrasse interessado nela, para que ele pudesse mostrar que tinha um pouco de subs­tância, além da aparência.

Passaram pela marina de Nuevo Léon e atravessaram os portões do Salamander Restaurant, onde a festa promocional aconteceria em grande estilo.

Dulce sentiu um frisson por antecipação.

Talvez naquela noite conhecesse alguém interessan­te. Um estranho em meio à multidão.

Ela sorriu.

A esperança não morria nunca?

CONTINUA?!