Fanfic: •●๋• Alguém para amar ●ღ•

Dulce esperou até que Raquel Bairón se afastasse para entrar rapidamente em ação, decidida a satisfazer sua curiosidade. Com a desculpa de precisar conversar com um escritor, ela voltou para dentro do salão. Apro­ximou-se de um dos displays, de onde pegou duas sa­colas com brindes. Armada com os presentes para ado­cicar sua apresentação à esposa de Christian e ao amigo do casal, caminhou direto para a mesa deles.

Christian a viu aproximar-se. O rosto dele se iluminou com um sorriso cordial. Falou algo à esposa, e Maite arregalou os olhos para a mulher que acompanharia seu marido na viagem promocional. A primeira reação foi de choque.

Dulce conhecia aquele tipo de reação. Nenhuma mulher gostava da idéia de ter Dulce cuidando dos interesses do marido. Dulce irradiava vida, vibra­ção. A pele alva contrastava quase espetacularmente com os cabelos vermelho-acobreados e os olhos azuis-violeta. Contudo, não se considerava rival para essas esposas desconfiadas. Normalmente, conseguia des­fazer essa falsa impressão após alguns minutos de conversa.

Depois que se separara de Guilhermo, enfrentara um período em que subestimara seus atributos físicos. Roupas fechadas, nada de maquilagem, cabelos presos na nuca. Odiava a idéia de que um homem a enxergaria apenas como um objeto de adorno.

Logo percebeu que estava prejudicando a si mesma, alimentando medos e reprimindo sua exuberância na­tural para a vida e suas alegrias. Seria mais simples manter o equilíbrio e deixar as coisas acontecerem.

Dulce notou que o estranho a observava. Além da conscientização da proximidade dele, ela percebeu to­dos seus sentidos se alertando, despertando, como se estivesse pisando num campo minado. De repente, sen­tiu-se cautelosa, relutante em admitir o interesse que vira brilhar nos olhos dele.

A medida que se aproximava, evitava olhar direta­mente para o estranho, numa atitude de autoproteção. Queria esquivar-se da influência que, involuntaria­mente, ele já exercia sobre ela. Sorriu para Christian Chavéz e sua esposa, mas não o incluiu nessa recepção calorosa. Afinal, ele era um estranho.

—Boa noite! — cumprimentou-os. — Trouxe estes brindes para vocês, antes que terminem.

—Nem reparei que já estavam terminando — Christian respondeu meio surpreso. — Obrigado, Dulce. — Voltou-se para a esposa, que fazia menção de levantar-se.

—     Esta é Maite. Dulce Saviñon, Maite.

—   Por favor, não se levante — Dulce protestou.

—     Que bom que encontraram um lugar para sentar. É muito cansativo ficar em pé.

—   Sim — Maite concordou, tornando a sentar-se. —Prazer em conhecê-la, Dulce.

—Igualmente. Christian fala muito de você. E do bebê também. Estou feliz pelos dois.

—Obrigada.

—E, por favor, não se preocupe com nada durante a viagem de Christian. Qualquer coisa, é só ligar para o meu celular e cancelaremos todos os compromissos. Você vem em primeiro lugar, Maite.

A preocupação dissipou-se nos olhos de Maite.

—Oh, tenho certeza de que tudo dará certo.

—Ótimo. Seu marido escreveu um livro de primeira linha, e espero que todos os australianos ouçam falar dele.

—Estou espantada com o número de entrevistas que você agendou para ele.

Dulce riu, colocando as camisetas de brinde sobre a mesa.

—Ele deve ter reclamado do cansaço, mas, quando os resultados das vendas começarem a aparecer, verá que valeu a pena tanto esforço.

—Quanto tempo acha que demorará para vermos se deu certo? — Maite perguntou, com autêntico interesse.

Percebendo que conseguira ganhar a confiança dela, Dulce relaxou.

—Digamos um mês. — Olhou para Christian. — Na época, você poderá contatar Pascoal Gandía, do departamento de marketing, e ele dará todas as infor­mações corretas.

—Que bom! — O rosto de Christian refletia alívio e satisfação. — Ah, Dulce, quero apresentar-lhe um amigo.

Ela cumprimentou-o. Embora empenhada em con­quistar a simpatia de Maite, todo o tempo estivera bem consciente da presença do homem parado a seu lado direito, esperando, ouvindo, observando.

Christian fez um gesto na direção de Christopher.

— Este é meu amigo e agente literário, Christopher Uckermann.

CONTINUO?!