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Capítulo: 19? Capítulo

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Enquanto guardava a peça no guarda-roupa. Foi ao banheiro, lavou o rosto e escovou os dentes. Desfez o coque elaborado que fizera no cabelo à tarde. Durante todo o tempo, soluçou, piscando forte, tentando controlar as lágrimas.


Ao apagar a luz e ajeitar-se sob as cobertas, porém, elas rolaram.


Devagar, foram brotando entre pálpebras. Tentou apla­cá-las. Engoliu em seco, sentindo dor. Mentalizou que devia desistir. Mas daquela vez não houve argumento.


Chorou.


Chorou pelo jantar perdido, pelo aniversário solitário, pela tola esperançosa que fora, pela idiota que era. Chorou pela menininha que sempre ficava do lado de fora, observando. Chorou pela moça a quem ninguém parecia dar importância.


Não sabia por quanto tempo chorara. Por fim, percebeu uma batida à porta.


Engoliu em seco, nervosa, tentando aplacar os soluços, tentando se recompor. A última coisa que desejava era um dos hóspedes reclamando de seus soluços! Não estava fazendo tanto barulho, estava?


Não, claro que não. O quarto a seu lado estava ocupado por Chris, mas ele não devia estar lá em pleno sábado à noite. Deviam ser os hóspedes da suíte, precisando de tra­vesseiros, de café ou do telefone sem fio. Quando eles se registraram, informara-os de que, se precisassem de qual­quer coisa, poderiam chamá-la a qualquer hora.


Dul enxugou as lágrimas no lençol. Vestiu o robe e ca­rimbou o sorriso de gerente de pousada no rosto ao abrir a porta.


Era Chris.


— Você está bem? — indagou ele.


A voz dele saiu tão suave quanto a batida na porta, e ele já não exibia a expressão irônica. Parecia meio desolado, com os cabelos meio desgrenhados, como se ele os houvesse penteado com a mão, e a camisa desabotoada, para fora da calça jeans.


Dul suprimiu um soluço e assentiu, piscando para lim­par os olhos.


 


— Claro, estou ótima.


— Eu ouvi você chorando.


Ela quis negar. Não queria que Chris conhecesse suas fraquezas. O problema era que ele já conhecia. Encolheu os ombros, desajeitada.


— Não é nada grave.


— Ele deu o bolo? — Não havia censura na declaração, nem mesmo o tantinho que Alma sempre usava. Ele parecia triste.


Dul encolheu os ombros novamente.


— Tenho certeza de que ele teve um bom motivo. -Chris não parecia tão crente.


— Espero que sim.


Dul tentou captar o sarcasmo que sempre permeava qualquer comentário de Chris com relação a Memo, mas não notou nada.


— Precisa de alguma coisa? — perguntou, finalmente. Ele ergueu a mão e ela notou a garrafa que ele trazia.


Uísque irlandês.


  Dizem que a miséria adora companhia — comentou ele. — Venha tomar uma bebida comigo.


Dul franziu o cenho.


— Uma bebida?


— É seu aniversário, não é? Vamos comemorar.


A voz dele estava meio arrastada e Dul olhou-o desconfiada.


— Você está bêbado, Chris?


— Ainda não. — Ele ergueu a garrafa mais uma vez. — Mas estou me esforçando.


  Por quê?


— Vamos, Dul. Vai ficar aí sentada sentindo pena de si mesma a noite toda? É só o seu aniversário, não a noite de seu casamento. Você não é a primeira nem vai ser a última a levar o cano, sabe.


Então, ela entendeu.


Perdida em sua própria miséria, esquecera-se completamente de que naquele sábado Anahi casava-se com outro homem. De repente, brotou em seu peito um sentimento de proteção por aquele homem parado em sua frente. Bonito, forte, inteligente, justo, Chris era perfeito. Chris, o homem a quem amava platonicamente desde os quinze anos. Como Anahi pudera preferir outro?


— Oh, Chris...


Ele franziu o cenho, interpretando as palavras como uma recusa.


— Não é bom beber sozinho. Não quer que eu faça isso, quer? — Ergueu o canto do lábio de forma triste. — E o melhor uísque de Franco — anunciou, erguendo a garrafa. — Peguei de uma reserva que o meu estimado tataravô deu a eles em seu casamento. Só restam cinco garrafas.


Dul arregalou os olhos. Aquelas garrafas eram pratica­mente sagradas.


— E você pegou uma?


— Alma não se importa. E pareceu apropriado. — Ele ergueu a garrafa mais uma vez. — Eu tinha que brindar à felicidade da noiva, não tinha?


— Oh, Chris —` repetiu Dul.


O tom triste na voz de Chris combinado ao amor reprimido de Dul levou por água abaixo os últimos vestígios de bom senso de ambos.


Dul saiu ao corredor, fechou a porta do quarto e acom­panhou Chris.


Ele abriu a porta do aposento dele, que deixara apenas encostada, e ficou de lado para que ela entrasse primeiro.


Dul ainda hesitou por um segundo. Mas foi só um segundo.


Não queria ficar só naquela noite. Não mais do que Chris.


Ambos tinham sido passados para trás. Poderiam conso­lar um ao outro. Sorrir um para o outro. Beber um pouco do uísque maravilhoso de Franco.


Que mal faria?


Chris entrou depois dela e fechou a porta.


Aquele aposento era um dos menores. Mas parecia menor do que nunca com o fogo crepitando na lareira e a cama de latão parecendo maior do que quando ela a arrumara naquela manhã.


Chris preparou duas doses de uísque. A garrafa já estava quase vazia. Ótimo, pensou. Assim, não perderia a cabeça.


— Sente-se — convidou ele



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Autor(a): dullinylarebeldevondy

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Dul olhou ao redor. A cadeira de balanço estava cheia de livros, papéis e convites para congressos. Não havia lugar, exceto... na cama. Passou a língua pelos lábios, olhou para a cadeira mais uma vez, esperançosa, desejando que houvesse ficado vaga. Ilusão. Chris observava-a, aguardando que se decidisse. Se ela ten­tasse ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 227



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  • kingston Postado em 20/11/2010 - 14:07:15

    abandonou a web ?? continua postando esta ficando legal

  • jessikavon Postado em 04/01/2010 - 19:26:16

    CONTINUA PLEASE!!!!!!!!!!!!

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  • jessikavon Postado em 04/01/2010 - 19:26:16

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  • jessikavon Postado em 04/01/2010 - 19:26:15

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  • jessikavon Postado em 04/01/2010 - 19:26:15

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  • jessikavon Postado em 04/01/2010 - 19:26:15

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  • jessikavon Postado em 04/01/2010 - 19:26:15

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  • jessikavon Postado em 04/01/2010 - 19:26:15

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  • jessikavon Postado em 04/01/2010 - 19:26:14

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  • jessikavon Postado em 04/01/2010 - 19:26:14

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