Fanfic: Pelo o que eu sei da vida | Tema: Drama, Novela

Minha mãe era linda, puxei minhas características a ela: tanto na aparência, como na personalidade. Ela era um amor, angelical, uma mulher ditamente abençoada, não teve sempre a vida fácil como eu, ela viveu até os 18 anos trabalhando no campo onde vivia numa fazenda simples com meus avós no interior do estado, os dois já faleceram. Sua vida só mudou quando ela casou com meu pai, que sempre teve envolvimentos políticos e tirou ela da pobreza.

Minha mãe sempre me deu os melhores conselhos, os mais construtivos de um caráter, acho que foram essas lições de moral que fizeram eu ser bastante pé no chão e humilde como sou hoje. Eu poderia ser a menina mais metida da minha escola, mas eu sempre preferi fazer o bem sem ver a quem, adorava a natureza, o canto dos pássaros, apesar de mal ver algum, pois morava no 40° andar perto do mar, meu sonho era conhecer a fazenda na qual minha mãe morou e se criou humildemente por 18 anos em Poção, um interior muito distante, a fazenda que está abandonada desde que meus avós maternos morreram, que já fazem 2 anos. Como a morte ainda é recente minha mãe de vez em quando a pego chorando, pois meu avô morreu primeiro de velhice e minha avó morreu 1 mês depois de tristeza. Minha mãe entrou em depressão na época, mas graças aos melhores tratamentos médicos, nem nota-se muito hoje em dia, apenas às vezes uma tristeza profunda e escura reflete-se em seus olhos negros.

A fazenda é de herdeiros e apesar de ser pequena e simples, é disputada pellos vários irmãos da minha mãe, minha mãe como não precisa, desistiu da briga pela casa, anulando todas as minhas possibilidades de um dia visitar ela, sentir o cheiro, a energia boa e humana daquele lugar, tomar banho no rio que tinha atrás da fazenda era o meu sonho de infância. Mas eu já tinha em mente que não iria realizar, pois da capital para Poção eram 5 horas de viajem.

O meu sonho de criança era aquele. Mas quando cresci, expandi ele. Meu sonho era conhecer a fazenda onde minha mãe se criou no interior e de lá conhecer o resto do Brasil, andando de mochileira com alguém me acompanhando, ou não.

Queria sentir o cheiro da liberdade, queria sentir como é viver sem ser servido, queria caçar, correr, suar, amar, sofrer, me arriscar, me desafiar. Queria saber algo da vida que não fosse protegida ou escondida atrás de muros e vidros blindados.