Fanfics Brasil - Capítulo 8 - O outro lado da moeda Pelo o que eu sei da vida

Fanfic: Pelo o que eu sei da vida | Tema: Drama, Novela


Capítulo: Capítulo 8 - O outro lado da moeda

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Meu nome é Lameque, sou tão miserável que minha mãe não teve nem ao menos a decência de me dar um  sobrenome. Então adotei um: Soares. Pra quem não sabe, Lameque é um nome bíblico muito nobre, mas não vou passar o meu tempo falando sobre meu nome, e sim sobre minha história. Apesar de meu nome ser biblico, Deus me deu uma vida nada fácil, nada mole, meu corpo já está acostumado às adversidades da natureza, pois já morei 2 semanas num velho barco abandonado de uma praia, até ser resgatado por uma senhora evangélica que me acolheu em sua casa por 1 mês, depois que ela descobriu que eu usava crack, me expulsou e me denunciou e passei 3 meses no reformatório, pois na época eu tinha 15 anos.


Mas antes disso eu vivia com minha mãe, uma cafetina, vendedora de entorpecentes e nas horas livres, prostituta de luxo, não tive a melhor educação, uso maconhä desde os 10 anos de idade, nunca roubei, nunca matei, nunca tirei nada de ninguém e nunca ameaçei ninguém, apesar de não ter tido instrução alguma, sou uma pessoa com caráter e personalidade, a vida me fez assim. Uma casca dura e áspera pra resistir às pancadas que iria levar.


Vivi com minha mãe num prédio velho condenado ameaçado a cair no centro da cidade desde que nasci até os 12 anos, ela sempre mantendo a rotina dela de trabalhos ilícitos, para mim, era uma época de vacas gordas, eu estudava, lia, brincava, eu frequentava a escola nessa época, mas quando ela foi morta por uma gangue que tinha rixa com ela, abandonei a escola e fui morar numa favela próxima ao centro com minha avó, que vivia conosco, mas tive que trabalhar pra poder pagar o aluguel do barraco. Eu fazia bico como flanelinha, lavava vidros de carro no sinal, embalar compras no mercadinho, mas nunca fiz nada de ilícito, diferente da minha mãe, não segui esse caminho. A única coisa de ilícita que fazia era acender um baseado que tinha comprado com os trocados que eua ganhava e sobravam depois de pagar todas as minhas obrigações.


Sempre tive muita responsabilidade. Vivi com minha avó por cerca de 3 anos nessa rotina, quando ela teve um AVC e morreu logo em seguida porque não foi socorrida a tempo. Depois disso me vi sozinho no mundo. As únicas duas pessoas que eu tinha e que mais amava haviam partido, eu não tinha irmãos e nem sabia da existência do meu pai, e não tinha condições de bancar o barraco que vivia na favela sozinho. Pois o que eu ganhava era muito pouco e às vezes nem conseguia nada. Minha avó que ajudava com sua aposentadoria. Mas com sua morte, havia acabado.


Afastado da escola desde os 12 anos, estava com 15 e ainda na 5ª série. Decido retornar à escola, mas morando na rua, não conseguia me concentrar direito nas aulas por causa da fome, não tinha mais nada, roupas, não tomava banho, dormia debaixo de uma marquize numa rua perto da escola. Minha única refeição era a merenda que serviam às 12h e as 15h30 na escola.


Não aguentei e abandonei a escola, resolvi fugir da cidade e fui pro litoral. Aí começei a usar crack, e vender. A coisa que mais arrependo na vida, mas foi a única forma que encontrei na época de conseguir dinheiro. Mas foi um período negro e efêmero na minha vida. Saí do reformatório aos 16 e fui obrigado pelo governo a retornar à escola. Uma professora com seus 35-40 anos da nova escola gostou de mim e teve pena de minha situação e mel evou para morar com ela na casa dela, mantivemos um caso secreto, e com ela perdi minha virgindade.


Morei com a professora até o término do segundo ano do ensino médio (20 anos), me casei com ela e assumimos nosso romance que durou cerca de 3 anos e meio.


Aos 20 e com, decidi me separar dela e seguir minha vida. Mas nunca vou me esquecer dela e do quanto ela me ajudou, o quanto amei ela e o quanto ela foi importante para eu ser o que sou hoje.



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Autor(a): LucasC

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