Fanfic: ≈ღ≈→••Núpcias De Uma Noite••←≈ღ≈

As consequências não tardaram a despertá-la pa­ra uma nova responsabilidade. De repente, além de perder sua fortuna e sua posição social, ela descobriu que estava grávida. Seria preciso encontrar um meio de se sustentar e ao pequeno ser que estava gerando.

Como ele seria? Nasceria com seus olhos azuis ou com os olhos castanhos de Chris? Seria um menino ou uma menina? O sexo não importava desde que o sorriso fosse de Chris. Adorava o sorriso dele.

Chris colocou a bagagem no chão e destrancou a porta.

— Há um sistema de alarme — ele avisou. — Vou lhe dar o código.

— Não creio que será necessário — Dulce se apres­sou a dizer. — Pretendo começar a procurar um apar­tamento amanhã mesmo.

—- Talvez fosse melhor esperar até sábado. Ren­deria mais se tivéssemos um dia inteiro para visitar os imóveis. Portanto, a menos que você planeje pas­sar todo o tempo comigo, aconselho-a a aprender o código de segurança.

Dito daquele modo, Dulce assentiu com um gesto de cabeça. Memorizar o código seria o primeiro item de sua lista de prioridades.

Chris entrou na casa e acendeu a luz. O piso era de madeira e havia uma escada ao fundo que con­duzia ao segundo andar. Dulce respirou fundo e sen­tiu um agradável perfume cítrico no ambiente.

Ao olhar para sua direita, contudo, ela deu um pequeno grito.

— O que foi? — Assustado, Chris largou a mala.

— Você está se sentindo mal?

— Não. A casa foi assaltada. Levaram tudo.

Só havia uma lareira na sala. Ao se lembrar dos móveis e objetos que ela foi forçada a vender para pagar os credores, Dulce sentiu os olhos marejarem.

— Não levaram nada — Chris se apressou a dizer.

— Eu ainda não comprei móveis para a casa. Dulce fitou-o, incrédula.

— Você está brincando!

— Não. Apenas ainda não me animei a decorar os ambientes.

Dulce tornou a olhar para a sala vazia a não ser por algumas pilhas de livros junto a uma parede e soube exàtamente onde a árvore de Natal deveria ser colocada. Viu as luzínhas coloridas e o anjo no topo. Também viu os enfeites e as velas sobre o con­sole da lareira e sentiu os aromas de baunilha e de canela no ar. — Não costumo receber visitas.

— Há quanto tempo mora aqui?

— Fará um ano no mês que vem.

A sala de jantar também estava vazia. Não havia mesa, nem cadeiras, nem aparadores. Nada além de um bonito lustre e de mais pilhas de livros no chão.

Dulce balançou a cabeça ao pensar no contraste entre o interior e o exterior. No jardim, tudo estava perfeito. Ninguém que o visse conseguiria imaginar que a casa parecia desabitada. Como Chris podia vi­ver sem conforto? Como podia chamar aquele imóvel vazio de casa?

— Mandei trocar o piso e pintar as paredes antes de me mudar para cá — Chris contou. — Quis trocar algumas idéias com um decorador. Mas quando me indicaram um, não consegui marcar um horário para conversarmos. Um dia desses, farei isso.

Ocorreu a Dulce, naquele momento, que talvez valesse a pena trocar algumas ideias com o decora­dor responsável por aquele escritório luxuoso.