Fanfic: ≈ღ≈→••Núpcias De Uma Noite••←≈ღ≈

Longe dos olhos, longe do coração. Chris gostaria que o velho ditado fosse verdadeiro. Por mais que quisesse se concentrar em seu trabalho, os pensa­mentos teimavam em enfocar Dulce. Ele queria vê-la, saber como estava se sentindo.

Às quatro e trinta, embora ele normalmente encerrasse o expediente às seis, vestiu o paletó e se dirigiu à sala de Annie.

Ela estava em sua mesa, digitando algo no com­putador, mas Dulce não se encontrava ali.

— Onde ela está?

— Na sala de café.

Chris apoiou-se no canto da mesa de sua assisten­te e aproveitou para saciar sua curiosidade.

— Como foi?

— Ok — Annie respondeu sem tirar os olhos do monitor. Ela não costumava ter aquele tipo de com­portamento.

— Poderia ser mais específica?

— Foi... terrível.

— Otimo.

— Só se for para você. — Annie franziu o rosto. — Esqueça o aumento que me prometeu ontem à noite. Não posso aceitar.

— Não pode aceitar o quê?

—A incumbência de fazer Dulce passar por maus bocados.

— Por que não?

— Porque não quero ser uma chefe odiosa. Porque não gosto de fazer as pessoas chorarem.

— Dulce chorou?

— Quase — Por um momento, Chris pensou que a própria Annie fosse chorar. — Quando soube quanto iria ganhar... Eu não soube o que dizer. Céus, ela estava usando uma echarpe Hermes! Só quem tem dinheiro, pode comprar as roupas que ela veste. Não dá para entender o que Dulce está fazendo aqui.

Chris deu uma risada.

— Não é engraçado. Ela é sua ex-esposa, não minha. E está precisando de um abraço, não de um emprego.

— Exatamente — Chris concordou. — É sua res­ponsabilidade fazer com que Dulce enxergue isso. O que mandou que ela fizesse hoje?

— Ler as regras e condições para os funcionários, preencher formulários e separar e abrir a correspon­dência da tarde.

— Fácil demais.

— Ela não sabe fazer nada.

— Não estou pedindo que lhe dê serviços difíceis nem extenuantes, mas aqueles que ninguém gosta de fazer.

— Recuso-me.

— Ela poderá, por exemplo, se encarregar de man­ter limpas a geladeira, a máquina de café, as xícaras e os copos.

Annie fez uma careta.

— Não sabia que você era do tipo vingativo.

— Estou fazendo um favor a ela. — Chris se de­fendeu. — Dou-lhe uma semana. Duas, no máximo, para que peça a conta.

— E se você estiver enganado?

— Quando foi a última vez que eu me enganei?

— Quando afirmou que o comércio online não atrai­ria o investidor comum.

—  Todos nós erramos uma vez ou outra — Chris admitiu. — Mas não estou enganado sobre Dulce.

— Espero que não.

— Confie em mim. Annie estreitou os olhos.

— Você está gostando dessa história, não?

— Ainda não. Em breve, sim. — Ele tinha certeza de que seu plano não falharia. — Muito em breve.