Fanfic: ≈ღ≈→••Núpcias De Uma Noite••←≈ღ≈

Sob o olhar atento da recepcionista, Dulce sentiu uma onda de pânico ameaçá-la. Precisava dizer algo que favorecesse sua entrada na sala de Chris. Não podia ser impedida de vê-lo.

— Sou a esposa dele.

A recepcionista arregalou os olhos.

— Esposa?

— Ex-esposa, para ser correta — Dulce explicou, corada.

No mesmo instante, a recepcionista pressionou um botão e se comunicou com a secretária.

— Annie, a ex-esposa do sr. Uckermann está aqui. -Sem disfarçar o interesse, a recepcionista ficou olhando e sorrindo para Dulce enquanto aguardava a resposta.

— Obrigada.

Dulce sentiu o coração bater mais rápido. Parecia ter passado uma eternidade até que a funcionária devolvesse o fone ao gancho.

—  Por favor, dirija-se àquela porta. O sr. Uckermann já irá recebê-la. Se quiser, pode deixar sua bagagem comigo.

Dulce agradeceu com um sorriso mecânico e se encaminhou para a porta. Não conseguia entender como estava conseguindo andar. O ar lhe faltava. Em nenhum outro momento de sua vida, sentira-se mais constrangida.

Obrigou-se a respirar fundo e a girar a maçaneta. Calma ou não, era preciso prosseguir e dizer a Chris tudo que viera para lhe dizer.

Uma jovem loira com um vestido azul-marinho a recebeu.

— Sra. Uckermann? Como vai? Sou Annie Portillo, a secretária de Chris. — A moça hesitou. — Desculpe a pergunta, mas a senhora é realmente a ex-esposa dele?

— Sou — Dulce respondeu em dúvida, agora, se a mulher era apenas a secretária de Chris. Não que isso fosse de seu interesse, é claro. — Meu nome é Dulce Saviñon. Muito prazer.

— Prazer em conhecê-la. Desculpe nossa surpresa. Chris nunca contou que tinha sido casado.

Parecia ser um comportamento padrão, Dulce pen­sou ao se lembrar de seu ex-noivo, Guillermo Ochoa que também havia se esquecido de sua existência.

—  Nosso casamento foi uma brincadeira. Uma aventura.

Annie a conduziu por vários corredores. Pelas por­tas abertas, Dulce pôde admirar a decoração da sala de conferências e de alguns escritórios. Sóbrias e ele­gantes. Exatamente o que ela esperava de Chris. A harmonia era perfeita desde o carpete verde-oliva até os móveis em cerejeira. Havia vasos com plantas por toda parte e belíssimas telas a óleo.

Chegaram diante de uma porta com o nome de Chris em letras douradas. A secretária abriu-a e pe­diu que Dulce se acomodasse.

— Por favor, fique à vontade. Chris está em uma reunião, mas não deve demorar. Posso lhe servir um café ou uma água?

— Não, obrigada.

— Se quiser algo, basta me chamar.

Quero minha vida de volta. Preciso de Chris, Dulce pensou ao mesmo tempo que se sentava em uma das cadeiras que havia junto à mesa. Queria que Chris não demorasse. Queria acabar logo com aquilo.

O escritório a surpreendeu. Não pela decoração, porque já esperava que fosse luxuosa, mas por estar na mais perfeita ordem. Não havia nem sequer uma página de jornal ou uma folha de papel fora do ali­nhamento. Impecável. Jamais imaginara que Chris fosse tão organizado. Não quando o vira deixar uma trilha de roupas no chão do motel ao caminhar em direção a ela e atirar seu vestido de noiva de qualquer jeito em uma cadeira.

Seu casamento durou apenas algumas horas. Fi­caram juntos uma noite. Uma única, mas gloriosa noite. Ao acordar, na manhã seguinte, ela sentiu falta do calor e da segurança dos braços de Chris. Um mo­mento de felicidade, porém, não alterava o fato de que eles continuavam a ser completos desconhecidos.

De que adiantava que Chris tivesse sido gentil e carinhoso? Que a tivesse mimado e feito com que ela se sentisse amada? Que ela o visse sorrindo todas as noites quando fechava os olhos? Sabia que nada do que acontecera significava algo à luz do dia.

Por mais que quisesse acreditar em romance e em amor à primeira vista, Dulce sabia que não bastava partilhar uma cama por algumas horas para duas pessoas, sem mais nada em comum, se apaixonarem.

Mesmo que aquelas horas tivessem sido as melho­res de sua vida.

Sua viagem ao Oregon não tinha nada a ver com o amor, o sexo ou a magia daquela única noite. Tinha a ver com o futuro. Chris Uckermann podia ser um estranho, mas era a única pessoa que poderia aju­dá-la nas atuais circunstâncias.

Os segundos estavam parecendo horas. Ela deve­ria ter trazido algo para comer.

Por fim, a porta foi aberta.

— Dulce?

CONTINUA?!