Fanfic: ≈ღ≈→••Núpcias De Uma Noite••←≈ღ≈

— Sim, eu espero. — A voz calma não traduzia a raiva que a consumia. Sua vontade era sair daquela sala e nunca mais olhar para a cara dele. Mas a necessidade de sobrevivência falou mais alto. — Se eu quisesse caridade, teria permanecido em Chicago.

— Estou lhe oferecendo casamento, não caridade.

—  Já me casei uma vez por um motivo errado. Não repetirei o equívoco.

— Quero me casar com você porque o bebê precisa de um pai. Não é um motivo errado.

—  Sim, é — Dulce retrucou. — Ninguém mais casa por esse motivo hoje em dia. — O bebê era de Chris, mas ele não a amava. Ele nem sequer a esti­mava. Sua mãe havia se casado por dinheiro e por uma posição social, e nunca foi feliz. Bastava ela ter ficado noiva de um homem que não amava.

— As pessoas podem não se importar, mas eu que­ro ser o pai de meu filho. Casar com você é meu dever.

— Dever? — A palavra deixou um gosto amargo na boca de Dulce.

— O motivo não vem ao caso. Nós temos de nos casar pelo bebê.

—  Muitas mulheres criam seus filhos sozinhas. Eu também posso.

— Sem ajuda? Não disse que pretendia trabalhar? Quem cuidará do bebê enquanto você estiver fora? Quando resolver sair com os amigos?

— Meus dias de aventuras acabaram. — Dulce tocou o ventre. — Amo meu bebê mais do que tudo no mundo.

Uma veia começou a latejar na testa de Chris.

—  Por melhor mãe que você venha a ser, toda criança precisa de um pai.

— Você apenas ajudou a fazê-la.

—  Está enganada. — Chris abriu um armário e apanhou vários livros sobre gravidez, psicologia e educação infantil.

Dulce respirou fundo. Ok. Talvez Chris estivesse mais preparado do que ela para ter um filho, mas isso não era tudo.

— O que pretende? Que eu leia todos eles? — Dulce perguntou.

— Estão às ordens, se você quiser. Amanhã pode­remos providenciar o exame de DNA e eu pedirei que meus advogados preparem toda a documentação...

Advogados? Documentos? DNA? Chris estava ul­trapassando os limites. A vontade de Dulce era de­sistir do emprego e procurar outro caminho. Foi com esforço sobre-humano que manteve o controle.

— Não me submeterei a nenhum teste. — Ela es­tava cansada e faminta. A adrenalina que a levara até a presença de Chris estava esgotada. — Ou você acredita que o bebê é seu ou não acredita. Se pre­tende lutar para ter a custódia...

— Eu não faria isso com você. Dulce pestanejou.

— Esses papéis que você está tirando dessa pasta...? Chris franziu a testa.

— Isto é meu testamento.

— Eu...

— Nós seremos uma família, Dulce.

— Um pai não faz uma família — ela o desafiou. — Nem uma mãe.

Confusa, Dulce passou uma das mãos pelos ca­belos. Não viera a Portland para conseguir um pai para seu bebê e um marido para ela. Admitia que o encontro em Reno fora maravilhoso. Chris se mos­trara gentil e carinhoso. Mas jamais imaginara que ele fosse querer fazer parte de sua vida. Ao procu­rá-lo, sua idéia era simplesmente pedir ajuda.

— Preciso ir — Dulce disse, em pânico.

— Para onde?

— Preciso comer algo.

— Vou com você.

— Mas...

— Vou levá-la a um restaurante. Não pode passar fome em seu estado.

CONTINUO?!