Fanfic: ≈ღ≈→••Núpcias De Uma Noite••←≈ღ≈

Tudo que ela estava fazendo era em nome do bebê, e nada estava dando certo.

Chris estava apenas tentando fazer o que era cer­to. Por que nada era bom o bastante para Dulce? Não era membro de uma família tradicional. Seus pais não atravessaram o Atlântico no navio Mayflo-wer. Mas, afinal, quem estava sem dinheiro, sem tra­balho e sem um teto era ela! O que mais precisaria fazer para convencê-la a casar com ele?

A caminho do restaurante, o clima no interior do carro era tão frio quanto uma manhã de fevereiro e o ar-condicionado não estava ligado.

O perfume de Dulce continuava o mesmo. Nunca poderia esquecer a suave fragrância floral que a en­volvia na noite em que a teve nos braços.

Na manhã seguinte, pensando que ele ainda dor­mia, Dulce se vestiu em silêncio, colocou algumas gotas atrás das orelhas, nos pulsos e no vale entre os seios.

Mas ele estava acordado desde o romper do dia, pensando no que iria lhe dizer e que nunca foi dito porque a mágoa, ao vê-la escrever um bilhete de des­pedida e colocá-lo sobre o travesseiro, o impediu.

Ele o leu tantas vezes que memorizou o texto:

"Foi o sonho que toda garota acalenta sobre o dia de seu casamento com o príncipe encanta­do. A cerimônia na pequena capela talvez não tenha correspondido às expectativas, mas a noite de núpcias as excedeu. Obrigada por ter reali­zado minha fantasia, mesmo que ela tenha du­rado apenas algumas horas. Desejaria ter ficado mais tempo com você, mas problemas de ordem familiar exigem minha presença em Chicago.

P.S. Obrigada pelo presente que me deu. Ado­rei a caixinha de música."

Palavras enganosas. Em Reno, ele havia pensado que era o homem mais feliz do mundo. Que havia encontrado a esposa perfeita.

Ao mesmo tempo, não podia negar a atração que sentia por Dulce. Uma atração que aumentava mi­nuto a minuto, por mais difícil que fosse acreditar.

Quando chegaram ao restaurante e ele estendeu a mão para ajudá-la a descer do carro, Dulce se encolheu. Depois, quando a conduziu para o restau­rante, tocando-a de leve nas costas, sentiu-a enrije­cer. Não era agradável para um homem saber que provocava aquele tipo de reação na mulher por quem se sentia atraído por mais que lutasse contra essa situação.

De qualquer forma, ele não havia chegado onde chegara, em sua vida, aceitando não como resposta. A paciência sempre fora sua amiga.

— Sobre o que estávamos conversando a respeito de nos casarmos...

—  Não vamos repetir o erro — interrompeu-o Dulce.

— Errado ou não, eu estou preocupado com o fu­turo do bebê e com seu estado atual.

— Gravidez não é doença. — Chris não entendia. Ele tinha de entender seu ponto de vista. — Acha que foi fácil para mim vir para uma cidade que não conheço? Passar três dias dentro de um ônibus?

— Por falar nisso, por que não procurou um em­prego em Chicago? — Chris perguntou, subitamente curioso.

— Eu procurei e fui admitida, mas não deu certo. O relatório dizia que Dulce havia trabalhado em uma importante loja de departamentos, mas não ex­plicava o motivo de sua demissão.

— Tentei conseguir outra colocação, mas cada vez que me apresentava para uma entrevista, descobria que a fama de meu pai havia chegado antes de mim. Além disso, o máximo que me ofereceram como pa­gamento foi um salário mínimo. Diante de tantas dificuldades, pensei que você, talvez, pudesse me dar uma chance de construir uma nova vida aqui em Portland.

— Você realmente quer trabalhar?

— Quero.

Dulce falava com convicção. Parecia incrível que fosse a mesma mulher com quem ele esteve em Reno e que não sabia, sequer, o significado da palavra responsabilidade.

— Você tem alguma formação?

— Sou bacharel em história da arte.

— Outros cursos ou especialidades?

— Sou boa compradora.

— Gastar dinheiro é o que faz melhor? — Chris franziu o rosto.

CONTINUO?!

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