Fanfic: ≈ღ≈→••Núpcias De Uma Noite••←≈ღ≈

— Não caçoe. Ao menos, por conhecer todos os shop­ping centers, consegui me empregar em uma loja.

— O que houve com ele?

— Para ser franca, não gostei do que estava fazendo e não me empenhei em conservá-lo.

—  O que acha que poderia fazer bem? — Chris estava cogitando sobre o departamento onde poderia colocá-la. Na verdade, não acreditava que Dulce fos­se capaz de se adaptar à nova vida com facilidade quando sua única ocupação até alguns meses antes era se divertir e fazer compras com os cartões de crédito do pai.

Dulce baixou os olhos.

— Não sei. Talvez organizar festas. Em casa, era eu quem me responsabilizava por quase todos os pre­parativos.

Chris demorou alguns instantes para prosseguir.

— Quanto dinheiro você ainda tem? Dulce hesitou.

— O suficiente.

— Objetos pessoais?

— Uma mala e uma bolsa.

— Com jóias e objetos de arte? Relíquias de família?

— Não, apenas algumas roupas e objetos de esti­mação. — Uma sombra passou pelos olhos de Dulce. — Vendi tudo para pagar os credores.

— Por que não pediu sua própria falência? Os dé­bitos seriam perdoados. Talvez você pudesse ter con­servado a casa e o carro.

— Não sou meu pai — Dulce respondeu e seus lábios tremeram. —Assumo minhas responsabilida-des em vez de tomar o primeiro avião para uma ilha no Caribe. Não quero que meu filho pense que todos os Saviñon são iguais.

O bebê também levaria o nome dele, Chris pensou. Dulce ainda não havia se dado conta disso.

— E sua mãe?

— Está vivendo à custa da generosidade dos amigos enquanto não encontra um marido que a susten­te e a seus luxos.

— Você poderia tentar seguir o exemplo dela.

— Eu aprendi a lição e nunca irei esquecê-la — Dulce declarou de cabeça erguida.

Talvez Dulce tivesse aprendido muito mais com sua mãe do que desejaria admitir. Seu autocontrole diante de Chris, por exemplo, era o mesmo demons­trado por sua mãe quando seu pai as abandonou.

Quando entraram no restaurante, Dulce se obrigou a colocar as preocupações de lado. Não frequentava bons restaurantes havia meses e sua fome era grande demais para permitir que a tensão atrapalhasse.

Luz de velas, perfume de flores, música suave. Nada daquilo combinava com o que estava acontecendo en­tre ela e Chris. Não era um encontro romântico, mas uma simples refeição. Apesar de ela estar esperando um filho dele, não passavam de dois estranhos.

— Está ficando tarde. — Saciada a fome, era pre­ciso ser prática. — Você irá ou não me arrumar um emprego? — Dulce insistiu.

— Sinto muito, mas...

— Mas o quê?

— Você não entende. Não posso...

— Claro que pode! A empresa é sua!

— Exatamente. Eu tenho negócios para adminis­trar. Há dezenas de instituições que podem ajudá-la.

Chris estava se referindo a instituições de carida­de. Era isso que ele pensava. Todos que ela conhecia pensavam como Chris. Preencher um cheque ou com­prar um convite de quinhentos dólares para um even­to beneficente era fácil. Mas quando se tratava de ajudar uma pessoa que batia a sua porta...

— Obviamente eu cometi um erro ao procurá-lo, mas agradeço pelo seu tempo. — Se tudo que possuía não estivesse no carro de Chris, ela teria se levan­tado e ido embora do restaurante. — Se puder me deixar na casa de Jack a caminho da sua, vou ficar agradecida.

— Jack está na França.

Dulce forçou um sorriso. Como pudera esquecer esse fato?

— Sim, é claro. Eu me distraí.

O garçom chegou com a conta e Dulce foi assal­tada pelo pânico porque não tinha onde dormir aque­la noite. Não sabia nem sequer se o dinheiro que restara seria suficiente para comprar uma passagem de ônibus de volta para Chicago.

Ela e Chris estenderam a mão para a conta ao mesmo tempo.

— Não vou permitir que você pague — disse Chris.

— Nem eu que você pague. — Eles se entreolha­ram. — Por que você torna tudo difícil?

— Eu? — Chris ergueu uma sobrancelha.

— Solte, por favor.

— Solte você.

CONTINUO?!

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