Fanfic: Slife of Life | Tema: Drama
Ok pra quem não sabe, Ijime ou igime = Bullying
Aquelas palavras, mesmo que ditas com ar de raiva, me fizeram corar automaticamente e eu nem me importei se dava pra perceber ou não.
– Vamos, Kajimoto-kun! Temos algo a discutir. – ela diz puxando-me pela mão, enquanto íamos em direção ao terraço.
Enquanto ela segurava minha mão, eu meio que me senti como uma donzela sendo resgatada por um príncipe encantado e pra ser sincero, apesar de ser bem constrangedor, até que aquilo não foi tão mau.
Chegando ao terraço ela finalmente soltou a minha mão e tomando espaço, se manteve de costas sem olhar para mim.
Alguns segundos depois, eu começo a escutar algo parecido com soluços, como de quem está prestes a chorar.
– Kague... hara-san...? está tudo bem? – eu perguntei ainda temendo pela possível reação que ela pudesse tomar.
– Claro que não! – ela se vira, mostrando que ainda estava zangada, mas lágrimas começavam a brotar de seus olhos – Que história foi aquela que somos apenas amigos?! Por quê disse aquilo pra elas?! Achei que nós estávamos namorando! – seu tom de voz vai mudando, de enfurecido, para um tom comovente e choroso.
Eu não conseguia entender, ela estava furiosa como ninguém nunca viu antes e agora está aos prantos bem a minha frente.
– Me desculpe, eu só não queria que você virasse alvo de fofocas da escola, ou que isso pudesse te prejudicar de algum jeito...
– Como assim, me prejudicar?! Você acha que eu ligo para o que eles dizem ou pensam de mim?! Não, eu não dou a mínima pra isso! – ela grita expondo suas emoções, enquanto mais lagrimas percorrem o seu rosto.
– Mas eu ligo! Eu ligo... – levanto um pouco meu tom de voz, mas volto ao normal e continuo falando – Você é a presidente do conselho estudantil, a melhor aluna de toda a escola... A garota mais linda, na qual todos os garotos sonham em falar com você. Mas eu, eu não sou ninguém! Dentre mais de 3.000 estudantes dessa escola, eu sou apenas mais um na multidão. Se eu parasse de vir as aulas, ninguém iria notar. Olha só pra você, é perfeita! E eu, não sou nada... Você nunca teve que escutar coisas como o Shouta ou a Kaori dizem pra gente como eu todo o tempo. Cochichos, fofocas, zoações e perseguições o tempo todo. Não é fácil encarar o igime todos os dias.
Ela se aproxima, chegando a ficar apoiada em mim, enquanto me olha nos olhos.
– Você não consegue entender mesmo, não é Kajimoto-kun? Eu não sou perfeita e provavelmente estou bem longe disso... Achei que com você seria diferente, achei que você não me veria apenas como um troféu ou algo do gênero... Será que não percebe?! Você não e um Zé ninguém, ou um entre 3.000 estudantes dessa escola, você é aquele que tomou coragem e se confessou pra mim de todo o coração... Você é o meu namorado, meu amante, meu bem de valor inestimável, talvez a única coisa que eu possa dizer que realmente me pertence... Não consigo acreditar que aquele cara, tenha virado um covarde e pior, tenha ignorado minha existência como sua namorada! Isso me deixa com tanta raiva que faz algo doer aqui dentro! – ela diz aos prantos, chorando mais e mais, enquanto pôs sua mão no peito.
Em seguida, ela abaixa a cabeça e sai correndo ainda chorado, deixando-me a sós. Antes que desse por mim, lágrimas também escorriam pelo meu rosto, o que impressionou, pois eu não chorava de verdade há um bom tempo.
Ao contrário de um filme ou alguma obra de ficção, aonde o tempo muda em reflexo ao humor do personagem principal, o dia continuou ensolarado. Sem chuva, neblina ou nuvens para deixar o dia nublado, apenas o sol forte sobre a mina cabeça e aquele sentimento de vazio sufocante.
Peguei minhas coisas e fui embora antes mesmo da quarta aula. Acredito que devido as circunstâncias, matar aula é completamente compreensível.
Chegando em casa, subi pro quarto e me tranquei lá. Não tinha ninguém em casa, como de costume, foi até bom porque eu não estava afim de falar com ninguém mesmo.
Desabei na cama, nem me dei o trabalho de trocar de roupa, fiquei com o uniforme mesmo.
Mais uma vez, minha cabeça fervia como nunca. Mas afinal de contas, o que é que eu estava esperando? É claro que isso ia acabar assim! Tava fácil demais, eu devia ter desconfiado, mesmo assim... mesmo assim, eu cai de novo como um patinho... Como eu foi ser tão estupido?! Eu sabia que mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer, eu ia acabar fazendo alguma merda e ela iria ficar magoada, e então tudo iria acabar... Mesmo sabendo disso, ainda sim continuei com aquilo... Eu deveria ter me desculpado quando tive chances, dito que era apenas uma brincadeira, sei lá... Meus deus, o que é que eu tava pensando?! Ela sempre foi muita areia pro meu caminhãozinho. Não temos nada em comum e ainda sim somos namorados... Pensando bem, será que somos namorados mesmo? Certo que faz pouco tempo que estamos saindo, mas me sinto como se algo estivesse errado. Não andamos de mão dadas, nunca nos abraçamos, beijar nem se fala, apenas nos sentamos no intervalo, comemos e conversamos um pouco... nada mais... me pergunto se isso é mesmo algo que se diga ser namorar de verdade. Acho que eu deveria pôr um fim nisso o quanto antes...
Encosto minha cabeça no travesseiro. Não é que eu estava cansado, mas acho que dormir é meio que minha válvula de escape quando surgem essas ocasiões, então fique lá a tarde toda, deitado entre dormir e acordar, até mais ou menos umas cinco da tarde.
A campainha toca, me despertando por completo. Dei um pulo da cama e desci as escadas correndo, pois eu sabia muito bem quem estava atrás daquela porta. Parei frente a ela, não sabia que reação tomar, apenas fiquei ali parado por alguns segundos.
“Você é um homem, então para de enrolação!”, pensei comigo mesmo enquanto girava a maçaneta.
Abri a porta de uma vez, como que tira uma fita adesiva da boca. Sou puxado bruscamente pela gola da camisa, fazendo-me abaixar o corpo. Tudo aconteceu rápido demais. Confirmando o que eu já tinha certeza, lá estava a Kaguehara, mas o que eu menos esperava aconteceu.
Mal pude acreditar que meus lábios estavam encostando nos dela enquanto sua língua lasciva vinha de encontro a minha, muito menos que ela é que tinha me beijado. Seus lábios eram doces como se estivessem cobertos de açúcar, bem surreal, mas foi isso que senti. Acho que nunca vou me esquecer da sensação de sua língua entrando em minha boca e daquele ritmo em que nossas línguas se movimentavam como se estivéssemos dançando e ela conduzindo. Meu coração disparou, meu corpo não respondia e aos poucos fui perdendo o fôlego. Aquele foi o meu primeiro beijo, o primeiro beijo de língua que eu dei em minha vida.
Acho que ambos perdemos o folego, então ela recuou finalmente soltando a gola da minha camisa.
– Ka-Kaguehara-san?! O-o-o que foi isso tão de repente?! – perguntei tão sem jeito que nem gosto de me lembrar da cena.
– F-Foi só um beijo. – ela responde com um tom meio irritado – Isso é normal sendo que somos namorados afinal de contas! – seus esforços de agir normalmente, só faziam destacar que ela estava mais nervosa do que eu.
O jeito tsundere da Kaguehara enquanto seu rosto ficava cada vez mais vermelho, me fez querer abraça-la e nunca mais solta-la.
– Aham! Eu vim pra te dizer que a partir de amanhã terá revisão das matérias porque semana que vem serão realizadas as provas, então faltar está fora de cogitação. – ela então cruza os braços – Além do mais... nem pense em querer terminar comigo, ouviu bem?! Hã?! Eu não ouvi uma resposta!
– Hay! Eu não ia...
– Ótimo! Isso é tudo...
– Isso é tudo...? você veio aqui só por isso?
– É, algum problema?
– ...não. É que você poderia ter apenas ligado, sabe, nós trocamos nossos números.
– Bom... isso é verdade, mas... se eu te ligasse, eu não ia poder vir aqui e de dar um... você sabe... – ela diz virando o rosto ainda mais corado.
Aquela cena foi tão forte que eu mal tive chances de me conter e acabei deixando escapar um “Kawaii”, mas em não muito audível.
Por fim ela foi embora e eu entrei em cada, ainda atônito com tudo aquilo, fechei a porta e fui direto pro quarto.
Eu e a Kaguehara fizemos tivemos a nossa primeira briga... e então tivemos nosso primeiro beijo...
Autor(a): dkseven
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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