Fanfic: Slife of Life | Tema: Drama

As seis horas minha net caiu, o que me tirou do sério, afinal isso quase nunca acontece, mas quando acontece demora muito pra voltar.

Nove da noite e nada de internet. Aquilo já estava m tirando do sério, afinal nunca havia demorado tanto.

Me deitei na cama, eu já estava cansado de pensar em algo para me livrar do tédio. Peguei meu caderno de dentro da pasta e acredite ou não, eu comecei a estudar só pra passar o tempo. Por volta da meia noite eu já havia acabado toda a lição e estudado tudo que provavelmente cairia nas provas.

Ao ouvir apenas o inicio do toque do meu celular, foi o bastante pra me fazer saltar da cama para procura-lo. Finalmente achando-o, abri o flip e li a mensagem que havia chegado.

”Essa é uma mensagem automática, favor não responder.

SAN, por motivos adversos comunico que pelo tempo determinado de 1 mês, as funções do site serão desativadas.”

– Um mês! Como assim?!

Confuso eu ainda tentei acessar o site através do aplicativo em meu celular, mas realmente ele estava fora do ar.

– Como assim um mês?!

Realmente aquilo foi bem inusitado. Bem, o que foi mais inusitado foi a minha reação agora. Por que eu estava tão frustrado por algo que até tempo atrás eu cheguei a odiar? Talvez pelas conversas com os outros, saber de suas histórias, afinal nós estamos no mesmo barco, ou talvez simplesmente eu fique com saudades de conversar com a... Sakihiko... É, acho que disso eu iria sentir mais falta eu acho...

Meu celular começou a tocar do nada em minha mão. Aquele barulho monofônico era totalmente diferente do som de quando eu recebo uma mensagem. Me toquei em seguida que já se fazia tanto tempo que eu não recebia uma ligação que eu me esqueci completamente de como era meu próprio toque.

Abri novamente o flip, constatando que não era a Kaguehara, mas um número desconhecido. O prefixo era o mesmo que o meu, então possivelmente era uma ligação local e bem provável que fosse um engano.

A ligação estava prestes a cair, então finalmente atendi, com o pensamento que com certeza era engano.

– Alô...

– A-ah... Alô... – diz com o som de uma voz feminina.

– Alô... – eu respondo, sem saber o que dizer.

– Ah, eu sou a Sakihiko... Sakihiko Tolka! Ahn... me desculpa por ligar tão tarde é que... enfim... Desculpa eu estou um pouc-

– Sakihiko! – eu digo interrompendo-a – É você mesmo?! Sou eu, Kajimoto Uehara!

– Kajimoto-kun?!

– Hay! Que bom que você ligou, nossa eu estava pensando em você agora nesse instante... – eu só percebi o quão constrangedor foi aquilo depois que eu acabei de falar – Quer dizer, você recebeu não é, a mensagem de agora apouco?

–S-sim, eu recebi.

– Caramba, aquilo me chocou.

– A mim também, eu estava esperando uma boa hora pra entrar, mas então veio a mensagem dizendo que ficaria fora do ar...

– É, aposto que pegou todos de surpresa. Você já falou com os outros?

– N-não... logo após o comunicado veio outra mensagem com uns números, então você foi o primeiro que eu acabei ligando...

– Ah... foi mesmo? – eu tentei rir um pouco pra tentar disfarçar que eu estava um pouco embaraçado.

– Pra ser sincera eu fiquei com um pouco de medo de ligar, afinal é a primeira vez que eu ligo pra alguém que não é algum parente... fiquei feliz que foi você que atendeu...

– Ah... foi mesmo? – cara eu não sei o porque, mas eu meio que tava feliz em ouvir aquilo – Pra ser sincero também, essa é a primeira vez que eu recebo uma ligação de alguém que não é minha mãe ou meu pai... ainda mais sendo garota... meio que me deixou um pouco nervoso. – um pouco? Eu estava tão nervoso que meu coração parecia querer explodir.

Apesar daquele inicio meio constrangedor para ambas as partes, após eu deitar na cama e apoiar a cabeça no travesseiro, a conversa foi se desenrolando. Conversamos sobre um monte de coisas. Não sei explicar bem, mas por alguma razão eu conseguia falar normalmente com a Sakihiko, sei lá, as coisas foram fluindo tão bem que já parecia algo natural.

Quando dei por mim, já era quase duas horas da manhã. Eu não queria, mas tinha que desligar. Essa parte foi meio chata, porque por mim, a conversa ia até de manhã. Após finalmente desligar, comecei a sentir aquele silencio noturno esmagador. Eu estava sozinho em meu quarto, com as luzes apagadas, havia somente escuridão ao meu redor. Me peguei sorrindo, o que era estranho pois eu não tinha motivo algum. Virei-me de lado e cai no sono.

De manhã, o som do alarme do celular me acordou. Me levanto, cansado, talvez pela hora em que fui dormir, caminho até o espelho, constatando meu estado deplorável. Eu ainda vestia a calça da escola e a mesma camisa social amarrotada.

– Droga...!

Tirei toda roupa, tomei um banho extremamente gelado, o que me fez despertar completamente, voltei rapidamente pro quarto. Não me dou muito bem com tarefas domesticas, mas me esforcei pra tentar passar o meu uniforme e tentar tirar aquele amarrotado. Bom, até que não ficou tão ruim, eu tirei ao menos uns 90%, mas isso me custou um pouco de tempo.

Comi o mais rápido que pude e sai correndo pra pegar o metrô. 07:10 e finalmente acabo de subir aquela maldita ladeira. Atrás dos portões da escola estava ela linda como sempre. Me aproximo, olhando fixamente em seus olhos. Ela sorri ao me ver.

– Bom dia Kaji-

Eu chego o mais perto possível, agarrando-a e em seguida dando-lhe um beijo. Diferente de outrora, eu é quem tomei a frente, eu é quem estava no controle, era a minha língua que adentrava em sua boca, eram os meus lábios que iam de encontro os dela, era eu que comandava o ritmo em nossas línguas dançavam. Tão intenso, lentamente, enquanto nossos olhos estavam fechados, eu conseguia senti-la em meus braços, o mundo desacelerava aos poucos e eu me viciava com o gosto de sua boca, de sua saliva e a macies de sua língua lasciva.

Afastando-me aos poucos, conseguia ver a expressão sensual que ela insistia em esconder. Envergonhada ela baixa a cabeça, escondendo o seu rosto completamente avermelhado.

– O-o-o-o que foi isso?! – ela pergunta ainda em meus braços.

– Um beijo, ora...

– Isso eu sei... baka...

– Eu só fiz algo normal... entre namorados...

– É, mas isso é proibido na escola! E-esse tipo de coisa, ainda mais na frente de todo mundo...

– Tem razão, mas você ainda está me abraçando, não está? – eu digo brincando e ela se afasta de mim rapidamente.

– V-vamos entrar! Já está na hora mesmo. – ela diz nervosa, então cada um foi pra um lado.

Quem diria, a tão prestigiada Kaguehara Miami envergonhada de receber um beijo... pensei comigo mesmo.

Logo em seguida eu comecei a sentir o resultado do que eu tinha feito a pouco. Desde que eu fui no armário, andando pelos corredores até enfim chegar a entrar na sala, sempre que alguém me via começava aos murmúrios sobre mim. Bom, eu já estava esperando por isso, pois eu que assumi essa responsabilidade ao beija-la na frente da escola.

Peguei meu celular na pasta pra ver as horas, mas percebi que havia uma mensagem.

“Missão cumprida!”, era o que dizia. Demorei um pouco pra ligar com a outra mensagem que eu tinha recebido, que se tratava da “kiss mission”. Aparentemente, como foi ela que me beijou anteriormente, não valeu, então hoje finalmente eu consegui conclui-la.

Ainda com o celular na mão, adicionei o número da Sakihiko aos contatos e o guardei no bolso, pois a aula estava prestes a começar.