Fanfic: After Love || Vondy | Tema: Vondy
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Quando acordo, demoro alguns segundos para perceber que ainda estou no sofá.
— Christopher? — chamo, desvencilhando-me do cobertor. Vou andando para o quarto torcendo para que esteja lá. A cama está vazia. Cadê ele?
Volto para a sala e pego meu telefone no sofá. Nada de mensagens dele… e são sete da manhã. Eu ligo, mas a chamada cai na caixa postal, e não deixo recado. Vou pisando duro para a cozinha, ligo a cafeteira e vou tomar banho. Tive sorte de acordar na hora, porque esqueci de ligar o despertador. Nunca tinha esquecido antes.
— Cadê você? — digo em voz alta ao entrar no chuveiro.
Enquanto seco os cabelos, procuro encontrar explicações para sua ausência. Ontem à noite pensei que precisava botar o trabalho em dia, ou tinha encontrado alguém e perdido a noção da hora. Mas em uma biblioteca? Bibliotecas fecham cedo, e até bares fecham no fim da noite. A explicação mais provável é que tenha passado numa festa. Por algum motivo, sei que foi isso que aconteceu. Parte de mim ainda está preocupada com a possibilidade de um acidente ou coisa do tipo, mas é um pensamento assustador demais para ficar remoendo. Qualquer que seja a justificativa que encontre para mim mesma, uma coisa eu sei: ele está fazendo algo que não deveria. Ontem estava tudo tão bem, e de repente Christopher resolve passar a noite fora?
Sem vontade de me arrumar, ponho uma velha saia preta e uma camisa rosa. O céu está nublado, e quando chego à editora meu humor está tão ruim quanto o tempo. Quem ele pensa que é para passar a noite fora sem nem me avisar?
Emily ergue a sobrancelha para mim quando passo direto pela mesa de donuts sem pegar nenhum, mas abro o sorriso forçado mais sincero que consigo e vou para minha sala. A manhã é difícil. Leio e releio as mesmas páginas várias vezes sem conseguir registrar o significado das palavras.
Escuto uma batida na porta, e meu coração dispara. Desejo desesperadamente que seja Christopher, apesar de estar furiosa com ele. Mas é Emily.
— Quer ir almoçar comigo? — ela pergunta, toda gentil.
Quase recuso a oferta, mas ficar sentada ali surtando por causa do meu namorado não vai me ajudar em nada.
— Claro. — Abro um sorriso.
Vamos andando até o mexicano da esquina. Quando entramos, estamos ambas tremendo, e ela pede uma mesa perto do aquecedor. Nós nos sentamos e esfregamos as mãos para tentar nos esquentar.
— Esse tempo está de matar — ela comenta, reclamando do frio e lamentando o fato de não ser mais verão.
— Quase me esqueci de como faz frio no inverno — digo em resposta. A última estação passou voando para mim, e mal percebi que o outono está acabando.
— E então… como estão as coisas com seu namorado durão? — ela pergunta aos risos.
O garçom traz um prato de nachos e molho, e meu estômago ronca alto. Nunca mais vou deixar de comer meu donut matinal.
— Bom… — Fico em dúvida se falo ou não sobre minha vida com ela, mas não é como se eu tivesse muitas amigas. Nenhuma, na verdade, a não ser Anahí, que não vi mais. Emily é pelo menos dez anos mais velha que eu, e talvez tenha um entendimento melhor sobre a cabeça dos homens, que para mim é um completo mistério.
Olho para o teto decorado com lustres em forma de garrafas de cerveja e respiro fundo.
— Bom, na verdade nem sei como as coisas estão no momento. Ontem estava tudo bem, aí ele passou a noite fora. A noite toda. Foi nossa segunda noite no apartamento, e ele não voltou para casa — explico.
— Espera… espera… volta um pouco. Vocês estão morando juntos? — Ela está de queixo caído.
— É… desde terça-feira. — Tento abrir um sorriso.
— Certo, e aí ele não voltou para casa ontem à noite?
— Não, disse que precisava trabalhar e ia passar na biblioteca, mas não voltou mais.
— E você não acha que ele pode estar machucado ou coisa do tipo?
— Não. — Acho que de alguma forma eu saberia se tivesse acontecido alguma coisa. Sinto que nosso laço é tão forte que eu sentiria imediatamente se estivesse em apuros.
— Ele não ligou?
— Não. Nem mandou mensagem. — Fecho a cara.
— Eu cortaria o saco dele fora se fosse você. Isso é inaceitável — Emily afirma.
O garçom para na nossa mesa para dizer que a comida já vai sair e enche meu copo com água. Fico feliz pela interrupção, porque assim ganho um tempo para respirar depois de ouvir o comentário áspero de Emily.
Ela continua falando e, quando percebo que está me dando apoio e não me julgando, começo a me sentir melhor.
— Você precisa deixar claro que não aceita esse tipo de comportamento, caso contrário ele vai continuar fazendo isso. O problema dos homens é que eles são muito apegados aos hábitos, e se isso virar um hábito nunca mais vai parar. Ele precisa saber desde o começo que você não tolera isso. Que ele tem sorte de ter você por perto, e que precisa aprender a andar na linha.
O discurso dela me deixa mais segura em estar com raiva. Tenho todo o direito. Deveria mesmo “cortar o saco dele fora”, nas palavras nada sutis de Emily.
— Como eu faço isso? — pergunto, e ela dá risada.
— Briga com ele. A não ser que tenha uma boa desculpa, o que com certeza ele está inventando agora mesmo, você já tem que entrar pela porta falando um monte. Você merece ser respeitada, e, se ele é incapaz de fazer isso, pode ir para a rua.
— Falando assim parece tão fácil. — Dou risada.
— Ah, não é nada fácil. — Ela ri também, mas depois fica séria de novo. — Mas é isso que precisa fazer.
Falamos sobre sua época da faculdade e sobre sua cota de relacionamentos ruins. Seus cabelos loiros balançam o tempo todo enquanto ela sacode a cabeça ao contar suas histórias. Rio tanto que preciso até enxugar os olhos. A comida é ótima, e fico feliz por ter ido almoçar com ela em vez de ficar me torturando sozinha no escritório.
Quando estou voltando para minha sala, Poyato me vê perto do banheiro e vem até mim, sorrindo.
— Oi, Dulce.
— Oi, tudo bem? — respondo com toda a educação.
— Tudo. Está um frio terrível lá fora — ele comenta, e eu faço que sim com a cabeça. — Você está muito bonita hoje — Poyato acrescenta, e imediatamente vira o rosto. Fico com a impressão de que não queria dizer aquilo em voz alta. Abro um sorriso e agradeço. Ele sai andando na direção do banheiro, visivelmente sem graça.
Quando chega a hora de ir embora, sinto que não avancei no trabalho, então levo o manuscrito para casa na expectativa de compensar o dia perdido.
O carro de Christopher ainda não está no estacionamento quando chego. Minha raiva volta com toda a força, e pego o telefone e deixo uma mensagem furiosa na caixa postal, o que para minha surpresa faz com que me sinta um pouco melhor. Faço uma coisinha rápida para comer e deixo tudo pronto para amanhã.
Não acredito que só faltam dois dias para o casamento. E se ele não voltar antes disso? Mas ele vai voltar. Ou não? Dou uma olhada ao redor. Por mais charmoso que seja o apartamento, parece perder boa parte da graça na ausência de Christopher. De alguma forma, consigo trabalhar um pouco, e estou guardando as coisas quando a porta se abre.
Christopher entra cambaleando pela sala e vai para o quarto sem dizer uma palavra. Escuto quando joga as botas no chão e fala uns palavrões, provavelmente por ter caído. Repasso o que Emily me disse na hora do almoço, respiro fundo e deixo minha raiva vir à tona.
— Onde é que você estava? — grito quando entro no quarto. Ele está sem camisa, tirando a calça.
— Também estou feliz em ver você — ele diz.
— Você está bêbado? — pergunto, perplexa.
— Talvez — ele responde, e joga a calça no chão.
Dou uma bufada e a pego do chão, atirando em cima dele.
— Temos um cesto de roupa suja para isso. — Olho feio para ele, que dá risada.
Christopher está rindo. Está rindo da minha cara.
— Você é muito cara de pa/u! Passa a noite e quase o dia seguinte inteiro fora sem nem um telefonema e aparece aqui caindo de bêbado e tirando sarro da minha cara? — eu berro.
— Para de gritar. Estou morrendo de dor de cabeça — ele resmunga e deita na cama.
— Você acha isso engraçado? Pensa que estou de brincadeira? Se não está disposto a levar nosso relacionamento a sério, então por que me pediu para morar com você?
— Não quero falar sobre isso agora. Você está exagerando. Vem cá que eu deixo você felizinha. — Seus olhos estão vermelhos de tanta bebida. Ele estica o braço para mim e um sorriso idiota de bêbado estraga seu lindo rosto.
— Não, Christopher — respondo em um tom grave. — Estou falando sério. Você não pode passar a noite toda fora sem me dar nenhuma satisfação.
— Minha nossa. Relaxa, por/ra. Você não é minha mãe. Para com esse papo e vem aqui — ele repete.
— Fora — eu esbravejo.
— Como é? — Ele se senta na cama. Agora consegui sua atenção.
— Você ouviu o que eu disse, fora daqui. Eu me recuso a ser o tipo de menina que fica plantada a noite inteira esperando o namorado chegar. Pensei que pelo menos você ia inventar uma boa desculpa… mas nem se deu ao trabalho! Dessa vez não vou ceder, Christopher. Sempre te perdoo com a maior facilidade. Mas dessa vez não. Trate de se explicar, ou suma daqui. — Cruzo os braços diante dele, orgulhosa de mim mesma por não ter cedido.
— Caso tenha esquecido, sou eu que pago as contas aqui. Então, se alguém tem que ir embora, é você — ele responde com um olhar vazio.
Olho para suas mãos, apoiadas nos joelhos - suas juntas estão machucadas de novo, cobertas de sangue seco. Minha mente ainda está buscando uma resposta para sua última afirmação quando pergunto:
— Você andou brigando de novo?
— Isso faz diferença?
— Faz, sim, Christopher. Claro que faz. Foi isso que ficou fazendo a noite toda? Brigando? Você não precisava trabalhar coisa nenhuma, né? Ou seu trabalho é bater nos outros?
— Quê? Não, esse não é meu trabalho. Você sabe qual é meu trabalho. E eu trabalhei, sim, mas então acabei me distraindo — ele diz, passando a mão no rosto.
— Com o quê?
— Com nada. Minha nossa — ele resmunga. — Você não larga do meu pé.
— Eu não largo do seu pé? O que esperava que ia acontecer quando aparecesse aqui trançando as pernas depois de passar uma noite e um dia inteiro fora? Preciso de uma explicação, Christopher… Estou cansada de não ter isso de você. — Ele me ignora e tira a camisa. — Fiquei aflita o dia todo. Você podia pelo menos ter me ligado. Tive um dia horroroso e você estava por aí bebendo e fazendo sei lá mais o quê. Atrapalhou meu trabalho, e isso não pode mais acontecer.
— Seu trabalho? Aquele que meu pai conseguiu para você? — ele diz, com seu hálito de álcool.
— Você é inacreditável.
— Foi só um comentário. — Ele dá de ombros.
Essa é a mesma pessoa que duas noites atrás disse que me amava no meu ouvido achando que eu estava dormindo?
— Não vou nem responder, porque sei que é isso que você quer. Quer brigar, e não vou dar motivo para isso. — Pego uma camiseta minha e saio do quarto. Antes de fechar a porta, eu me viro para ele. — Mas já vou avisando: se não andar na linha… a partir de agora… vou embora daqui.
Eu me deito no sofá, feliz por ter um espaço para ficar longe dele. Deixo algumas lágrimas caírem antes de enxugar o rosto e pegar seu exemplar de O morro dos ventos uivantes. Por mais que queira voltar lá para dentro e fazer com que explique tudo para mim - onde estava e com quem, por que brigou e com quem -, obrigo a mim mesma a ficar no sofá, porque sei que isso vai incomodá-lo muito mais.
Mas provavelmente nem metade do que me incomoda o fato de ele ter esse poder sobre minha vida e meus sentimentos.
Stellinha é teu aniversário *-* Parabéns linda, muitas felicidades e que Deus te ilumine sempre
Quanto a fic, esses dois são dementes, eu sei kkkk! E o Ucker... Se fosse eu, nossa, ia descer o pa/u nele! E passem na fic da Lalis:
When Happens: http://fanfics.com.br/fanfic/48260/when-happens-rbd-vondy-ponny-e-chaverroni
Autor(a):
Este autor(a) escreve mais 10 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
90 Deixo de lado o livro e vejo as horas no telefone. É pouco mais de meia-noite, então acho melhor dormir. Christopher tentou me atrair para a cama um pouco mais cedo, dizendo que não conseguia dormir sem mim, mas me mantive firme e o ignorei até ele desistir. Estou quase pegando no sono quando o ouço gritar ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1969
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anyvondy23 Postado em 18/08/2021 - 14:55:32
Vindo ler de novo porque não concluí rsrs
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dayanerodrigues Postado em 09/08/2020 - 18:39:14
A música é a cara da música SÓ HOJE do Jota Quest Até parece que é o Christopher ta Cantando pra ela
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dmsavinom Postado em 09/09/2019 - 22:55:04
Esse livro e o muito bom, parece que já lançaram por filme, eu não assisti mais estou mega anciosa para assistir, mesmo eles tendo cortado um cado de coisas,, e terem deixado a história menos abusiva, para mais romântica.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:00:49
e em nenhum momento vi ela mencionar os créditos a Anna e mesmo que ela não esteja mais ATIVA nessa conta, eu precisava dizer isso aqui, a usuária estava repostando uma história, mundialmente famosa, que não era sua, ainda por cima não deu os devidos créditos a verdadeira autora, eu sou ESCRITORA e só eu sei o que passo para conseguir escrever cada capítulo das minhas fanfics, uma vez fui vítima de plágio e sinceramente não desejo isso a ninguém, então eu precisava vim aqui, como dever de cidadã falar que isso que essa usuária fez, de repostar uma história que não era SUA e ainda por cima fazer os leitores acharem que a história lhe pertencia, sem dar os devidos créditos a autora, isso é claramente PLÁGIO, me desculpem, não gosto de causar confusão, eu apenas precisava dizer isso, como fã da Anna e do belo trabalho dela, e EU se eu repostar uma fanfic, eu obviamente vou dar os créditos a autora original,, enfim, era só isso.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 21:54:06
Eu conheço essa história, na verdade é uma série de livros, nomeada After, Anna Todd começou a postar no wattpad, e alguns dias um escritor famoso a descobriu e hoje em dia ela é uma das maiores escritoras do mundo, conhecida mundialmente pelo sucesso avassalador de After, eu estava aqui olhando, para baixar o pdf de after, quando li a sinopse dessa fanfic, que é completamente igual a after, e para piorar TODOS os capítulos são iguaizinhos, foi ai que notei que a escritora repostou sim a história de after, no total são seis livros, ela parou na quinta temporada, eu sou leitora fiel da Anna a acompanhei no wattpad, lendo e me apaixonei pela história de after, foi então que vim aqui como leitora da Anna, avisa aos leitores, ou a escritora esqueceu de colocar os créditos ou ela queria que seus leitores acreditassem que essa fanfic maravilhosa era dela, eu olhei a sinopse, procurei no primeiro.
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bustamante Postado em 11/07/2017 - 18:27:14
Pelo amor, termina sério é muito foda essa Fic, juro ..
Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:13:11
Se você pesquisar assim " Série After" na internet vai aparecer todos os livros ;)
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Rebeca Postado em 03/12/2016 - 19:00:57
A conta que eu postava aqui foi excluida, por tanto não tem como eu finalizar mais essa fanfic. Mas estou com uma história nova, pra quem quiser o link: https://m.fanfics.com.br/fanfic/55473/justica-vondy-vondy
ludmilla Postado em 07/12/2016 - 04:56:10
mulherrr to nem acreditando nisso, foi uma história q eu fiquei envolvida desde o início e agr saber n vai ter mais um fim é mt difícil.
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stellabarcelos Postado em 06/11/2016 - 14:04:27
Vence fazendo o Christopher ver as coisas por uma outra perspectiva foi incrível! Esses dois estão cada vez mais quentes!! Noooossa, o Christopher transou com meio mundo em Caraca hahaha
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leticia Postado em 28/10/2016 - 18:05:09
A dulce bebada gica bem mais solta kkkk coragem de fazer isso dentro de um lugar cheio de pessoas kkkkk ri mt
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Natalya Andrade Postado em 23/10/2016 - 00:00:35
Esses dois sao o casal mais louco que eu ja vi ! Como assim transar numa balada kkkk coragem. E nao gostei muito desse professor da Dulce morando em seattle... Foi estranho !