Fanfics Brasil - 005 - Segunda Temporada. After Love || Vondy

Fanfic: After Love || Vondy | Tema: Vondy


Capítulo: 005 - Segunda Temporada.

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POV DULCE


Quando chego ao carro, não caio no choro como achei que cairia. Fico só olhando pela janela. A neve se acumula no para-brisa, me escondendo aqui dentro. O vento lá fora é caótico, apanhando os flocos de neve e fazendo-os girar no ar, me encobrindo por completo. Cada floco que cai no vidro complementa a barreira entre a dura realidade e o meu carro.


Não consigo acreditar que Christopher apareceu no apartamento enquanto eu estava lá. Estava torcendo para não encontrá-lo. Mas ajudou um pouco, não para aliviar a dor, mas a situação como um todo. Pelo menos agora posso tentar tocar a vida a partir desse desastre. Quero acreditar que ele me ama, mas isso tudo aconteceu justamente porque confiei em Christopher. Ele pode estar dizendo isso só porque sabe que não tem mais controle sobre mim. E, mesmo que seja verdade, que diferença faz? Não muda nada o que ele fez, não apaga as piadas, o fato de ter se gabado das coisas que vivemos, e muito menos as mentiras.


Queria ser capaz de bancar o apartamento sozinha, bem que eu ia gostar de ficar e fazer Christopher ir embora. Não quero voltar para o alojamento e ter que dividir o quarto com alguém… não quero voltar para os chuveiros comunitários. Por que tudo tinha que ter começado com uma mentira? Se tivéssemos nos conhecido de outro jeito, poderíamos estar dentro daquele apartamento agora, rindo no sofá ou dando beijos no quarto. Em vez disso, estou sozinha no meu carro, sem ter para onde ir.


Quando enfim ligo o motor, minhas mãos estão congeladas. Não dava para ter ficado sem casa no verão, pelo menos?


Me sinto uma Catherine de novo, só que dessa vez não é a Catherine de O morro dos ventos uivantes, e sim a de A Abadia de Northanger: atordoada e forçada a fazer uma longa viagem sozinha. Tudo bem, não estou fazendo uma viagem de mais de cem quilômetros de Northanger depois de ser dispensada e humilhada, mas entendo sua dor. Não sei que personagem Christopher seria nessa versão do livro. Por um lado, ele é parecido com Henry, inteligente e espirituoso, com um conhecimento sobre romances comparável ao meu. Só que Henry é muito mais gentil do que Christopher, e nesse sentido Christopher é mais parecido com John, arrogante e grosseiro.


Dirijo pela cidade sem ter para onde ir, e percebo que as palavras de Christopher tiveram um impacto ainda maior em mim do que gostaria de admitir. O modo como ele me implorou para que ficasse quase resolveu as coisas entre nós, mas ele acabaria estragando tudo de novo depois. Tenho certeza de que só queria que eu ficasse para provar que era capaz. Afinal, não me ligou nem me mandou mensagens desde que fui embora.


Eu me obrigo a dirigir até o campus para fazer a última prova antes do recesso de inverno. Me sinto desconectada durante a prova, não me parece possível que as pessoas na faculdade não percebam o que estou passando. Acho que um sorriso falso e um pouco de conversa fiada escondem a dor lancinante.


Ligo para minha mãe, para ver como estão indo suas tentativas de me pôr de volta no alojamento, mas ela murmura um “nada feito” e rapidamente desliga o telefone. Depois de dirigir sem rumo por um tempo, percebo que estou a um quarteirão da Vance e já são cinco da tarde. Não quero abusar de Christian, pedindo para dormir na casa de Vitor de novo. Sei que ele não se importaria, mas não seria justo envolver a família de Christopher na situação e, sinceramente, aquela casa me traz lembranças demais. Não iria aguentar. Passo por uma rua repleta de motéis e entro com o carro num dos mais arrumadinhos. De repente me dou conta de que nunca entrei num motel antes, mas não tenho outro lugar para ir.


O baixinho na recepção me parece simpático ao sorrir para mim e pedir minha carteira de motorista. Poucos minutos depois, me entrega um cartão para abrir a porta do quarto e um papel com a senha do Wi-Fi. Arrumar um quarto é muito mais fácil do que imaginei - um pouco caro, mas não quero ficar num lugar barato e arriscar minha segurança.


— É só sair para a calçada e virar à esquerda — ele me informa com um sorriso.


Agradeço e atravesso o frio cortante de volta até o carro. Em seguida, estaciono numa vaga mais próxima do quarto, para não ter que carregar as malas.


A que ponto cheguei, tudo por causa de um menino egoísta e sem consideração: sozinha num quarto de motel, com todos os meus pertences enfiados de qualquer jeito dentro de algumas malas. Uma pessoa sem ninguém com quem contar, em vez de alguém que sempre tinha tudo planejado.


Pego algumas das malas e tranco o carro, que parece uma lata velha comparado com o BMW ao lado. E, justamente quando achava que meu dia não podia piorar, uma das malas escorrega da minha mão e cai na calçada coberta de neve, espalhando roupas e livros pelo chão molhado. Me esforço para catar tudo com a mão livre, mas tenho medo de ver quais livros caíram… Acho que não aguento ver minhas coisas preferidas serem arruinadas junto comigo, não hoje.


— Eu ajudo você — diz uma voz de homem, e vejo a mão de alguém se estender na minha direção. — Dulce? — Surpresa, ergo a cabeça e vejo dois olhos azuis e um rosto preocupado.


— Poyato? — pergunto, embora tenha certeza de que é ele. Fico de pé e olho ao redor. — O que você está fazendo aqui?


— Eu ia perguntar a mesma coisa. — Ele sorri.


— Bom… Eu… — Mordo o lábio inferior.


Mas Poyato me poupa de ter que me explicar.


— Estou com problema no encanamento de casa, por isso vim pra cá. — Em seguida, ele se abaixa, pega algumas das minhas coisas e me entrega um exemplar encharcado de morro dos ventos uivantes com a testa franzida. Em seguida me passa dois suéteres ensopados e o exemplar de Orgulho e preconceito, dizendo com tristeza: — Aqui… este molhou bem.


Só pode ser uma piada de mau gosto do universo para cima de mim.


— Sabia que você tinha uma queda pelos clássicos — ele me diz com um sorriso gentil. Então pega as minhas malas, e eu agradeço com um aceno de cabeça antes de abrir a porta com o cartão.


O quarto está gelado, e ligo o aquecedor no máximo assim que entro.


— Com o preço da diária, é de se imaginar que eles não precisem se preocupar com a conta de luz — diz Poyato, colocando minhas malas no chão.


Sorrio e balanço a cabeça. Penduro as roupas que caíram na neve na haste da cortina de chuveiro. Quando volto do banheiro, me vejo diante de uma pessoa que mal conheço num quarto que não é meu, e o silêncio é constrangedor.


— Seu apartamento fica aqui perto? — pergunto, tentando quebrar o gelo. 


— Moro numa casa. É bem perto daqui, menos de dois quilômetros. Gosto de morar perto do trabalho, para ter certeza de que não vou chegar atrasado.


— É uma boa ideia… — Exatamente o tipo de coisa que eu faria.


Poyato fica muito diferente vestido de forma mais casual. Nunca o tinha visto com outra coisa que não um terno, mas hoje ele está usando uma calça jeans apertada e um moletom vermelho. E o cabelo, sempre perfeitamente arrumado com gel, está todo bagunçado.


— Também acho. Então, você está sozinha? — ele pergunta e olha para o chão, obviamente desconfortável com a própria curiosidade.


— Estou. — Muito mais do que ele pode imaginar.


— Não queria me meter, só perguntei porque o seu namorado não parece gostar muito de mim. — Ele dá uma risadinha sem graça e afasta os cabelos negros da testa.


— Ah, o Christopher não gosta de ninguém, não é pessoal. — Fico remexendo minhas unhas. — Só que ele não é meu namorado.


— Ah, me desculpa. Pensei que fosse.


— Ele foi… mais ou menos.


Foi mesmo? Christopher disse que sim. Mas ele também disse um monte de outras coisas.


— Ah, me desculpa de novo. Eu não dou uma dentro. — Ele ri.


— Tudo bem. Não tem problema — digo a ele e começo a tirar minhas coisas das malas.


— Quer que eu saia? Não quero me intrometer. — Poyato se vira para a porta, para demonstrar que está falando sério.


— Não, pode ficar. Se quiser, é claro. Mas não precisa — acrescento, depressa.


O que é que eu tenho na cabeça?


— Certo, então eu fico — ele diz e se senta na cadeira ao lado da mesa. Procuro um lugar para sentar e acabo escolhendo a beirada da cama. Estou bem longe dele, o que me faz perceber que o quarto é espaçoso. — E aí, está gostando da Vance? — ele pergunta, deslizando os dedos no tampo de madeira da mesa.


— Estou adorando. É muito mais do que eu esperava. É literalmente o emprego dos meus sonhos. Espero ser contratada depois de me formar.


— Ah, acho que vão oferecer um emprego para você lá muito antes disso. Peter gosta muito de você. Num almoço um dia desses só se falava naquele manuscrito que você entregou na semana passada. Ele diz que você tem um bom olho e, vindo dele, é um elogio e tanto.


— Sério? Ele disse isso? — Não consigo parar de sorrir. É uma sensação estranha e inconveniente, mas ao mesmo tempo reconfortante.


— Sim, por que acha que ele chamou você para a conferência? Só vamos nós quatro.


— Nós quatro? — pergunto.


— É. Eu, você, Peter e Emy.


— Ah, não sabia que Emy também ia. — Espero de verdade que o sr. Vance não tenha me convidado só porque se sente obrigado, por causa do meu relacionamento com Christopher, filho do melhor amigo dele.


— Ele não ia conseguir passar um fim de semana longe dela — brinca Poyato. — Digo, por causa de suas habilidades de gerenciamento.


Eu abro um sorrisinho.


— Claro. E você, por que vai? — pergunto, e me arrependo logo em seguida. — Tipo, você trabalha com finanças, não é? Por que está indo para a conferência? — tento esclarecer.


— Já entendi, o pessoal do editorial não precisa da calculadora humana. — Ele revira os olhos, e eu dou risada, um riso sincero. — Peter vai abrir uma nova sede em Seattle em breve, e vamos fazer uma reunião com um potencial investidor. Além disso, temos que procurar um imóvel para alugar, então ele precisa de mim para fechar um bom negócio, e de Emily para verificar se o imóvel que escolhermos é adequado para o nosso fluxo de trabalho.


— Você também entende de mercado imobiliário? — O quarto finalmente está quente, então tiro os sapatos e cruzo as pernas.


— Não, nem um pouco, mas sou bom com números — ele se gaba. — Vai ser divertido. Seattle é uma cidade bonita. Já foi?


— Já, é a minha cidade preferida. Não que eu tenha muitas para escolher…


— Também é a minha preferida. Sou de Ohio, então não vi muita coisa. Comparada com Ohio, Seattle é tipo Nova York. — De repente, fico genuinamente interessada em saber mais sobre Poyato.


— Por que você veio para Washington?


— Bom, minha mãe morreu no meu último ano do colégio, e eu tive que sair de casa. O mundo é bem grande, né? Então, pouco antes de ela morrer, prometi que não iria passar o resto da vida naquela cidade horrível em que a gente morava. O dia em que fui aceito na WCU foi o melhor e o pior da minha vida.


— Pior? — pergunto.


— Ela morreu no mesmo dia. Que ironia, não? — Ele abre um sorriso amarelo. Apenas metade de sua boca se curva, um charme.


— Sinto muito.


— Não… não se preocupe. O lugar dela não era aqui com o restante de nós. Era uma pessoa muito boa, sabe? Minha família teve mais tempo com ela do que merecia, e eu não mudaria nada na maneira como as coisas aconteceram — diz ele. Então abre um sorriso sincero e gesticula na minha direção. — E você? Vai ficar aqui para sempre?


— Não, sempre quis me mudar para Seattle. Mas ultimamente tenho pensado em ir ainda mais longe — admito.


— Pois vá. Você tem que viajar e ver tudo o que puder. Uma mulher como você não pode ficar presa numa caixa. — Poyato provavelmente notou alguma coisa estranha em meu rosto, pois se apressa em acrescentar: — Desculpa… Só quis dizer que você é capaz de muita coisa. Tem talento, sei disso.


Mas não estou incomodada com o que ele disse. Ser descrita como uma mulher me deixou feliz. Sempre me senti como uma criança por causa do jeito como sou tratada. Poyato é só um amigo, um novo amigo, mas estou muito contente por ter sua companhia neste dia terrível.


— Já jantou? — pergunto.


— Ainda não. Estava pensando em pedir uma pizza, para não ter que voltar para aquela nevasca. — Ele ri.


— Podemos rachar uma? — ofereço.


— Fechado — diz ele, com o olhar mais gentil que vejo em muito tempo.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1969



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  • anyvondy23 Postado em 18/08/2021 - 14:55:32

    Vindo ler de novo porque não concluí rsrs

  • dayanerodrigues Postado em 09/08/2020 - 18:39:14

    A música é a cara da música SÓ HOJE do Jota Quest Até parece que é o Christopher ta Cantando pra ela

  • dmsavinom Postado em 09/09/2019 - 22:55:04

    Esse livro e o muito bom, parece que já lançaram por filme, eu não assisti mais estou mega anciosa para assistir, mesmo eles tendo cortado um cado de coisas,, e terem deixado a história menos abusiva, para mais romântica.

  • Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:00:49

    e em nenhum momento vi ela mencionar os créditos a Anna e mesmo que ela não esteja mais ATIVA nessa conta, eu precisava dizer isso aqui, a usuária estava repostando uma história, mundialmente famosa, que não era sua, ainda por cima não deu os devidos créditos a verdadeira autora, eu sou ESCRITORA e só eu sei o que passo para conseguir escrever cada capítulo das minhas fanfics, uma vez fui vítima de plágio e sinceramente não desejo isso a ninguém, então eu precisava vim aqui, como dever de cidadã falar que isso que essa usuária fez, de repostar uma história que não era SUA e ainda por cima fazer os leitores acharem que a história lhe pertencia, sem dar os devidos créditos a autora, isso é claramente PLÁGIO, me desculpem, não gosto de causar confusão, eu apenas precisava dizer isso, como fã da Anna e do belo trabalho dela, e EU se eu repostar uma fanfic, eu obviamente vou dar os créditos a autora original,, enfim, era só isso.

  • Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 21:54:06

    Eu conheço essa história, na verdade é uma série de livros, nomeada After, Anna Todd começou a postar no wattpad, e alguns dias um escritor famoso a descobriu e hoje em dia ela é uma das maiores escritoras do mundo, conhecida mundialmente pelo sucesso avassalador de After, eu estava aqui olhando, para baixar o pdf de after, quando li a sinopse dessa fanfic, que é completamente igual a after, e para piorar TODOS os capítulos são iguaizinhos, foi ai que notei que a escritora repostou sim a história de after, no total são seis livros, ela parou na quinta temporada, eu sou leitora fiel da Anna a acompanhei no wattpad, lendo e me apaixonei pela história de after, foi então que vim aqui como leitora da Anna, avisa aos leitores, ou a escritora esqueceu de colocar os créditos ou ela queria que seus leitores acreditassem que essa fanfic maravilhosa era dela, eu olhei a sinopse, procurei no primeiro.

  • bustamante Postado em 11/07/2017 - 18:27:14

    Pelo amor, termina sério é muito foda essa Fic, juro ..

    • Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:13:11

      Se você pesquisar assim " Série After" na internet vai aparecer todos os livros ;)

  • Rebeca Postado em 03/12/2016 - 19:00:57

    A conta que eu postava aqui foi excluida, por tanto não tem como eu finalizar mais essa fanfic. Mas estou com uma história nova, pra quem quiser o link: https://m.fanfics.com.br/fanfic/55473/justica-vondy-vondy

    • ludmilla Postado em 07/12/2016 - 04:56:10

      mulherrr to nem acreditando nisso, foi uma história q eu fiquei envolvida desde o início e agr saber n vai ter mais um fim é mt difícil.

  • stellabarcelos Postado em 06/11/2016 - 14:04:27

    Vence fazendo o Christopher ver as coisas por uma outra perspectiva foi incrível! Esses dois estão cada vez mais quentes!! Noooossa, o Christopher transou com meio mundo em Caraca hahaha

  • leticia Postado em 28/10/2016 - 18:05:09

    A dulce bebada gica bem mais solta kkkk coragem de fazer isso dentro de um lugar cheio de pessoas kkkkk ri mt

  • Natalya Andrade Postado em 23/10/2016 - 00:00:35

    Esses dois sao o casal mais louco que eu ja vi ! Como assim transar numa balada kkkk coragem. E nao gostei muito desse professor da Dulce morando em seattle... Foi estranho !


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