Fanfic: After Love || Vondy | Tema: Vondy
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POV DULCE
Vou ao banheiro para tirar a maquiagem e me recompor. A água quente lava todas as evidências da minha manhã agitada, e fico realmente satisfeita por estar aqui. Apesar de tudo por que Christopher e eu passamos, fico feliz em saber que ainda tenho um lugar seguro ao seu lado. Christopher é a única coisa constante na minha vida. Lembro dele dizendo o mesmo para mim uma vez.
Estava falando sério?
Mesmo que não estivesse, acho que hoje ele pensa assim. Só queria que me falasse mais sobre seus sentimentos. Vê-lo perder o controle ontem foi o máximo de emoção que já o vi expressar desde que nos conhecemos. Queria poder ouvir as palavras por trás das lágrimas.
Volto para o quarto e vejo Christopher colocando minhas malas no chão.
— Fui lá embaixo buscar suas coisas — ele explica.
— Obrigada, espero não estar incomodando — digo e me abaixo para pegar uma calça de moletom e uma camiseta. Preciso tirar este vestido.
— Quero você aqui. Você sabe disso, né? — ele diz em voz baixa. Dou de ombros, e ele franze a testa. — Você devia saber a esta altura, Dul.
— Eu sei… É que a sua mãe está aqui, e eu com todo esse drama e essa choradeira — argumento.
— Minha mãe está feliz que você esteja aqui, e eu também.
Sinto meu peito se inflamar, mas mudo de assunto.
— Vocês têm algum plano para hoje?
— Acho que ela queria fazer compras ou coisa do tipo, mas podemos ir amanhã.
— Podem ir, eu me entretenho sozinha. — Não quero que ele cancele os planos com sua mãe, que não vê há mais de um ano.
— Não, sem problema. Você não precisa ficar sozinha.
— Estou bem.
— Dulce, o que eu acabei de dizer? — ele rosna, e eu o encaro. Christopher parece ter esquecido que não decide mais as coisas por mim. Ninguém mais pode fazer isso. Ele suaviza o tom e se corrige. — Desculpa… pode ficar. Vou fazer compras com ela.
— Assim é bem melhor — digo e tento conter um sorriso.
Christopher tem sido tão gentil, tão… medroso nos últimos dias. Mesmo que estivesse errado em me pressionar a sair com eles, não deixa de ser bom saber que ele ainda é o mesmo.
Vou até o closet para trocar de roupa e, assim que tiro o vestido pela cabeça, ele bate na porta.
— Dul?
— O quê? — digo.
Depois de um instante, ele pergunta:
— Você vai estar aqui quando a gente voltar? — Solto um suspiro impaciente.
— Vou. Nem tenho outro lugar para ir.
— Certo. Se precisar de alguma coisa, me liga — ele pede, e a tristeza em sua voz é nítida.
Poucos minutos depois, ouço a porta da frente bater e saio do quarto. Talvez fosse melhor ter ido com eles, para não ficar aqui sozinha com meus pensamentos. Já me sinto solitária. Depois de ver TV por uma hora, estou mais que entediada. Meu telefone vibra de tempos em tempos, e o nome da minha mãe aparece na tela. Ignoro por completo e torço para que Christopher volte logo. Pego o e-reader e começo a ler para passar o tempo, mas não consigo parar de olhar para o relógio.
Quero mandar uma mensagem para Christopher e perguntar quanto eles ainda vão demorar, mas em vez disso resolvo preparar o jantar para passar o tempo. Vou até a cozinha para pensar no que fazer, algo bem demorado, mas fácil. Me decido por uma lasanha.
Logo são oito da noite, oito e meia e lá pelas nove já estou pensando de novo em mandar uma mensagem. O que eu tenho na cabeça? Basta uma briga com a minha mãe e volto a ser dependente de Christopher? Para ser sincera, sei que nunca deixei de depender dele. Mesmo que não queira admitir, sei que não estou pronta para uma vida sem Christopher. Não vou fazer as pazes de uma hora para outra, mas estou cansada de brigar o tempo todo. Por mais terrível que ele tenha sido para mim, fiquei muito mais triste sem ele do que quando fiquei sabendo da aposta. Parte de mim está irritada comigo mesma pela fraqueza, mas uma outra parte não consegue negar que me senti bem quando voltei para cá. Ainda preciso de um pouco de tempo para pensar, ver como as coisas ficam entre nós. Ainda estou confusa.
Nove e quinze. São apenas nove e quinze quando termino de arrumar a mesa e limpar a bagunça que fiz na cozinha. Vou mandar uma mensagem, só uma: “E aí, como estão as coisas? Está nevando, então só estou escrevendo para saber se está tudo bem. Razões de segurança, esse tipo de coisa.”
Assim que pego o telefone, a porta da frente se abre. Escondo o celular depressa, enquanto Christopher e Alexandra entram em casa.
— Então, como foram as compras? — pergunto no mesmo instante em que ele diz:
— Você fez o jantar?
— Você primeiro — dizemos ao mesmo tempo e rimos.
Ergo a mão e digo:
— Preparei um jantar. Se vocês já tiverem comido, tudo bem, não tem problema.
— O cheiro está bom! — comenta sua mãe, avaliando a mesa cheia de comida. Na mesma hora, ela coloca as sacolas no chão e senta à mesa. — Obrigada, Dulce, querida. Aquele shopping estava uma loucura, um monte de gente fazendo compras de Natal de última hora. Quem espera até dois dias antes do Natal para comprar presentes?
— Hã, você — responde Christopher e pega um copo d’água.
— Ah, não enche — repreende ela, pondo uma torrada na boca.
Christopher senta ao lado da mãe, e eu escolho o lugar em frente ao dela. Durante o jantar, Alexandra conta as confusões que viram no shopping, como a de um homem que foi derrubado pelos seguranças ao tentar roubar um vestido da Macy’s. Christopher jura que o vestido era para o próprio sujeito, mas Alexandra revira os olhos e continua a história.
Percebo que a comida que fiz até que está bem gostosa — melhor do que o habitual —, e quando terminamos vejo que demos conta de quase toda a travessa de lasanha. Eu mesma comi e repeti — é a última vez que fico o dia inteiro sem comer.
— Ah, compramos uma árvore — informa sua mãe, de repente. — É pequena, mas vocês precisam de uma árvore em casa, principalmente no seu primeiro Natal juntos! — Ela bate palmas, e eu dou risada.
Mesmo antes de tudo ir por água abaixo, Christopher e eu nunca cogitamos comprar uma árvore de Natal. Eu estava tão distraída com a mudança e com Christopher, que quase esqueci completamente o período de festas. Nenhum de nós liga para o dia de Ação de Graças — ele por ser estrangeiro, e eu porque não queria passar o feriado na igreja da minha mãe. Por isso pedimos pizza e passamos o dia no meu quarto no alojamento.
— Você não se importa, né? — pergunta Alexandra, me fazendo perceber que não respondi.
— Claro que não — digo a ela e olho para Christopher, que está encarando o prato vazio.
Alexandra retoma a conversa, e eu fico feliz. Depois de mais alguns minutos, ela anuncia:
— Bom, por mais que adore ficar acordada com vocês, criaturas da noite, preciso garantir meu sono de beleza.
Agradecendo mais uma vez e levando o prato até a pia, ela nos dá boa-noite antes de beijar Christopher na bochecha. Ele resmunga e se afasta, e seus lábios mal roçam a pele dele, mas Alexandra parece satisfeita com o breve contato. Ela me envolve pelos ombros, dando um beijo no alto da minha cabeça. Christopher revira os olhos, e eu o chuto por baixo da mesa. Depois que ela sai, levanto e começo a guardar as poucas sobras de comida.
— Obrigado por fazer o jantar. Não precisava — diz Christopher. Eu balanço a cabeça, e nós seguimos para o quarto.
— Posso dormir no chão hoje, você já fez isso na noite passada — ofereço, embora saiba que ele nunca vai deixar.
— Não, tudo bem. Na verdade não é tão ruim — diz.
Sento na cama, e Christopher pega a manta no closet e a estende no chão. Jogo dois travesseiros, e ele abre um sorrisinho antes de desabotoar a calça jeans. Ai, é melhor olhar para o outro lado. Não quero desviar o olhar, mas sei que deveria. Ele baixa a calça jeans preta e tira uma perna. A forma como seus músculos se contraem em sua barriga tatuada quando ele se abaixa me impede de desviar os olhos, me fazendo lembrar da atração que sinto por ele, apesar da raiva. Sua cueca preta se agarra à pele. E ele ergue os olhos para me olhar. Seu rosto, duro e concentrado no meu, só faz aumentar meu transe. Sua mandíbula é tão proeminente, tão intrigante.
Ele ainda está olhando.
— Desculpa — digo e viro o rosto, queimando de vergonha.
— Não, eu que peço desculpas. Força do hábito, acho. — Ele encolhe os ombros e pega uma calça de algodão na cômoda.
Mantenho os olhos fixos na parede até ele dizer:
— Boa noite, Dul — e apagar a luz. Consigo praticamente ouvir o sorriso em sua voz.
***
Sou acordada por um ruído agudo e olho para o teto, mal posso ver as pás do ventilador em movimento na escuridão.
Então ouço novamente a voz de Christopher.
— Não! Por favor! — ele choraminga.
Merda, está tendo um pesadelo de novo. Pulo para fora da cama e me ajoelho ao lado de seu corpo, que está se debatendo.
— Não! — repete ele, muito mais alto dessa vez.
— Christopher! Christopher, acorda! — digo em seu ouvido, sacudindo seus ombros.
A camisa está encharcada de suor, e o rosto se contorceu na mesma hora em que ele abriu os olhos e sentou.
— Dul... — Ele respira e me puxa para seus braços.
Passo os dedos por seu cabelo e desço a mão pelas suas costas, acariciando-as de leve, minhas unhas mal tocando a pele.
— Está tudo bem — digo várias vezes, e ele me abraça apertado. — Venha, vamos para a cama — digo e me levanto.
Agarrando-se à minha camiseta, ele sobe na cama comigo.
— Você está bem? — pergunto quando ele se deita.
Ele faz que sim com a cabeça, e o puxo para perto de mim.
— Pode trazer um copo d’água? — pergunta.
— Claro. Já volto.
Ligo o abajur antes de sair da cama e tento caminhar no maior silêncio possível, para não acordar Alexandra. Mas, quando chego à cozinha, ela já está lá.
— Ele está bem? — pergunta.
— Agora está. Só vim buscar um pouco d’água — digo e encho um copo na pia. Quando me viro, ela me puxa num abraço e beija minha bochecha.
— A gente pode conversar amanhã? — pergunta.
De repente, fico nervosa demais para falar, portanto apenas concordo com a cabeça, o que a faz sorrir. Mas, enquanto deixo a cozinha, ouço-a fungar.
De volta ao quarto, Christopher parece um pouco aliviado de me ver e agradece ao pegar o copo da minha mão. Ele bebe tudo num único gole, e eu volto para a cama. Sei que está inquieto, provavelmente por causa do pesadelo, mas também sei que em parte é por minha causa.
— Vem aqui — digo a ele, e vejo o alívio em seus olhos enquanto arrasta o corpo para perto de mim. Envolvo-o num abraço e apoio a cabeça em seu peito. A sensação é tão reconfortante para mim como imagino que seja para ele. Apesar de tudo que fez, me sinto em casa quando estou em seus braços.
— Não desiste de mim, Dul — ele sussurra e fecha os olhos.
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30 POV DULCE Acordo suando. A cabeça de Christopher está na minha barriga, e seus braços me envolvem num abraço apertado. Sem dúvida está com os braços dormentes pelo peso do meu corpo. Suas pernas estão entrelaçadas nas minhas, e ele está roncando baixo. Prendendo a respiraç& ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1969
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anyvondy23 Postado em 18/08/2021 - 14:55:32
Vindo ler de novo porque não concluí rsrs
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dayanerodrigues Postado em 09/08/2020 - 18:39:14
A música é a cara da música SÓ HOJE do Jota Quest Até parece que é o Christopher ta Cantando pra ela
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dmsavinom Postado em 09/09/2019 - 22:55:04
Esse livro e o muito bom, parece que já lançaram por filme, eu não assisti mais estou mega anciosa para assistir, mesmo eles tendo cortado um cado de coisas,, e terem deixado a história menos abusiva, para mais romântica.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:00:49
e em nenhum momento vi ela mencionar os créditos a Anna e mesmo que ela não esteja mais ATIVA nessa conta, eu precisava dizer isso aqui, a usuária estava repostando uma história, mundialmente famosa, que não era sua, ainda por cima não deu os devidos créditos a verdadeira autora, eu sou ESCRITORA e só eu sei o que passo para conseguir escrever cada capítulo das minhas fanfics, uma vez fui vítima de plágio e sinceramente não desejo isso a ninguém, então eu precisava vim aqui, como dever de cidadã falar que isso que essa usuária fez, de repostar uma história que não era SUA e ainda por cima fazer os leitores acharem que a história lhe pertencia, sem dar os devidos créditos a autora, isso é claramente PLÁGIO, me desculpem, não gosto de causar confusão, eu apenas precisava dizer isso, como fã da Anna e do belo trabalho dela, e EU se eu repostar uma fanfic, eu obviamente vou dar os créditos a autora original,, enfim, era só isso.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 21:54:06
Eu conheço essa história, na verdade é uma série de livros, nomeada After, Anna Todd começou a postar no wattpad, e alguns dias um escritor famoso a descobriu e hoje em dia ela é uma das maiores escritoras do mundo, conhecida mundialmente pelo sucesso avassalador de After, eu estava aqui olhando, para baixar o pdf de after, quando li a sinopse dessa fanfic, que é completamente igual a after, e para piorar TODOS os capítulos são iguaizinhos, foi ai que notei que a escritora repostou sim a história de after, no total são seis livros, ela parou na quinta temporada, eu sou leitora fiel da Anna a acompanhei no wattpad, lendo e me apaixonei pela história de after, foi então que vim aqui como leitora da Anna, avisa aos leitores, ou a escritora esqueceu de colocar os créditos ou ela queria que seus leitores acreditassem que essa fanfic maravilhosa era dela, eu olhei a sinopse, procurei no primeiro.
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bustamante Postado em 11/07/2017 - 18:27:14
Pelo amor, termina sério é muito foda essa Fic, juro ..
Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:13:11
Se você pesquisar assim " Série After" na internet vai aparecer todos os livros ;)
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Rebeca Postado em 03/12/2016 - 19:00:57
A conta que eu postava aqui foi excluida, por tanto não tem como eu finalizar mais essa fanfic. Mas estou com uma história nova, pra quem quiser o link: https://m.fanfics.com.br/fanfic/55473/justica-vondy-vondy
ludmilla Postado em 07/12/2016 - 04:56:10
mulherrr to nem acreditando nisso, foi uma história q eu fiquei envolvida desde o início e agr saber n vai ter mais um fim é mt difícil.
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stellabarcelos Postado em 06/11/2016 - 14:04:27
Vence fazendo o Christopher ver as coisas por uma outra perspectiva foi incrível! Esses dois estão cada vez mais quentes!! Noooossa, o Christopher transou com meio mundo em Caraca hahaha
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leticia Postado em 28/10/2016 - 18:05:09
A dulce bebada gica bem mais solta kkkk coragem de fazer isso dentro de um lugar cheio de pessoas kkkkk ri mt
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Natalya Andrade Postado em 23/10/2016 - 00:00:35
Esses dois sao o casal mais louco que eu ja vi ! Como assim transar numa balada kkkk coragem. E nao gostei muito desse professor da Dulce morando em seattle... Foi estranho !