Fanfic: After Love || Vondy | Tema: Vondy
53
POV DULCE
Na manhã seguinte, acordo cedo, tomo um banho e, ainda enrolada na toalha, começo depressa a preparar meu elixir da vida: café. Enquanto espero o café sair, uma questão borbulha dentro de mim, estou um pouco nervosa de ver Emily. Não sei qual vai ser sua reação quando souber que Christopher e eu estamos juntos de novo.
Ela não é de julgar ninguém, mas, se fosse o contrário, não sei qual seria a minha reação se ela estivesse passando pela mesma coisa com Peter. Emy não conhece todos os detalhes, mas sabe que são ruins o suficiente para eu querer escondê-los.
Com uma caneca fumegante na mão, vou até a janela na sala de estar. A neve está caindo em flocos grossos; seria bom se parasse. Odeio dirigir na neve, e a maior parte do caminho para a Vance é pela via expressa.
— Bom dia. — A voz de Christopher no corredor me assusta.
— Bom dia. — Sorrio e dou mais um gole no café. — Você não devia estar dormindo? — pergunto, enquanto ele esfrega os olhos.
— Você não devia estar vestida? — rebate ele.
Sorrio e passo por ele para ir me vestir, mas ele puxa a toalha e a arranca do meu corpo, me fazendo gritar e correr para o quarto. Ao ouvir passos atrás de mim, tranco a porta. Deus sabe o que vai acontecer se o deixar entrar. Minha pele se inflama ao pensar na ideia, mas não tenho tempo para isso agora.
— Legal, muito madura — diz ele através da madeira.
— Nunca disse que era madura. — Sorrio e corro para o closet, onde escolho uma saia preta longa e uma blusa vermelha. Não é a minha roupa mais sedutora, mas é o primeiro dia de volta ao trabalho e está nevando. Depois de passar uma maquiagem leve no espelho de corpo inteiro do closet, só falta arrumar o cabelo.
Quando abro a porta, Christopher não está em lugar nenhum. Seco um pouco o cabelo antes de prendê-lo num coque.
— Christopher? — Pego minha bolsa e puxo o telefone para ligar para ele.
Nenhuma resposta. Cadê ele? Meu coração começa a bater forte enquanto corro pelo apartamento. Depois de um minuto, a porta da frente se abre e Christopher entra, coberto de neve.
— Onde você estava? Estava ficando preocupada.
— Preocupada? Por quê? — pergunta ele.
— Não sei. Você podia estar chateado ou coisa do tipo. — Sei que pareço ridícula.
— Estava só limpando seu para-brisa e ligando o carro para você, para ele estar quentinho quando você chegar lá. — Ele tira o casaco e as botas encharcadas, deixando uma poça de gelo semiderretido no piso.
Não consigo esconder a surpresa.
— Quem é você? — pergunto aos risos.
— Nem começa, ou eu vou lá rasgar os pneus — responde ele. Reviro os olhos e rio de sua ameaça vazia.
— Bem, obrigada.
— Eu… Eu posso levar você? — Seus olhos encontram os meus.
Agora não sei mesmo quem ele é. Christopher se comportou bem na maior parte do tempo ontem, e agora está aquecendo meu carro e se oferecendo para me levar ao trabalho — para não falar da forma como riu na noite passada até quase chorar. Honestidade realmente lhe cai bem.
— … ou não — acrescenta, quando demoro muito para responder.
— Eu adoraria — respondo, e ele calça as botas de novo.
Assim que começamos a sair da garagem, Christopher comenta:
— Ainda bem que o seu carro é uma merda, ou alguém poderia ter roubado enquanto ele estava aqui ligado.
— Meu carro não é uma merda! — me defendo, olhando a pequena rachadura na janela do passageiro. — De qualquer forma, estava pensando que, na semana que vem, quando as aulas começarem, a gente pode ir junto para a faculdade, o que você acha? As suas aulas são mais ou menos na mesma hora que as minhas, e nos dias em que eu for para a Vance pego meu carro e encontro você em casa.
— Tá… — Ele mantém os olhos fixos na estrada.
— O que foi?
— Só queria que você tivesse me dito que aulas vai fazer.
— Por quê?
— Não sei… talvez a gente pudesse fazer uma aula juntos, em vez de você ficar só com o seu amiguinho Christian.
— Você já fez Literatura Francesa e Norte-Americana, e não acho que esteja interessado em Religiões do Mundo.
— Não estou — ele bufa.
Sei que essa conversa não vai a lugar nenhum, então fico feliz de ver o grande V no prédio da Vance. A neve diminuiu, mas Christopher para o carro perto da entrada, para eu ficar menos tempo no frio.
— Pego você as quatro — diz ele, e faço que sim antes de me aproximar para um beijo de despedida.
— Obrigada por me trazer — sussurro contra seus lábios, tocando-os mais uma vez.
— Mm-humm… — murmura ele, e eu me afasto.
Quando saio do carro, Poyato aparece a apenas alguns metros de distância, o terno preto salpicado de neve branca. Ele abre um sorriso caloroso, e sinto um frio na barriga.
— Ei, há quanto…
— Dul! — Christopher chama meu nome e bate a porta do motorista, dando a volta no carro para ficar ao meu lado.
Os olhos de Poyato vão de Christopher para mim, e seu sorriso desaparece.
— Você esqueceu uma coisa… — diz Christopher, me entregando uma caneta. Uma caneta? Levanto a sobrancelha.
Ele assente com a cabeça e me abraça pela cintura, apertando os lábios com força contra os meus. Se não estivéssemos num estacionamento — e eu não tivesse a impressão de que esse é o seu jeito doentio de marcar território —, estaria toda entregue à agressividade com que sua língua abre meus lábios. Quando me afasto, ele tem uma expressão presunçosa no rosto. Eu tremo e esfrego os braços. Devia ter vestido um casaco mais quente.
— Bom te ver. Potato, não é? — Christopher diz, todo fingido.
Sei muito bem que ele sabe o nome. Que grosseria.
— Hã… é. Bom te ver também — murmura Poyato e desaparece porta adentro.
— Que foi isso? — olho feio para Christopher.
— O quê? — Ele sorri.
Solto um gemido.
— Seu besta.
— Fica longe dele, Dul. Por favor — Christopher manda, me beijando na testa para suavizar suas palavras duras.
Reviro os olhos e entro no edifício pisando duro como uma criança contrariada.
— Como foi de Natal? — pergunta Emily enquanto pego um donut e um café. Talvez não devesse beber outra caneca, mas a postura de homem das cavernas de Christopher me irritou, e só o cheiro dos grãos de café já me acalma.
— Foi…
Ah, sabe como é, reatei com Christopher, descobri que ele filmou escondido enquanto fazia sexo com outras garotas, arruinando a vida de uma delas, mas acabei reatando de novo mesmo assim. Minha mãe apareceu no meu apartamento e fez uma cena, então agora a gente parou de se falar. A mãe de Christopher veio passar as festas com ele, por isso a gente teve que fingir que estava junto, mesmo quando não estava, o que basicamente fez a gente ficar junto, e foi tudo bem até a minha mãe contar à mãe dele sobre a minha virgindade roubada por causa de uma aposta. Ah, e o Natal? Para comemorar o Natal, Christopher meteu a mão no pai e quebrou uma porta de vidro com um soco. Você sabe, o de sempre.
— … foi ótimo. E o seu? — respondo, optando pela versão resumida.
Emily começa a descrever seu incrível Natal com Peter e o filho dele. O menino chorou quando viu a bicicleta nova que o “Papai Noel” trouxe. Ele até chamou Emily de “mamãe Emy”, o que inflou seu coração, mas a deixou um pouco desconfortável ao mesmo tempo.
— É estranho, sabe. — diz ela. — Pensar em mim como guardiã de alguém ou sei lá o quê. Não sou casada com Peter, não estamos nem noivos. Então não sei qual é o meu papel com Smith.
— Acho que é muita sorte de Smith e Peter ter você na vida deles, não importa como eles te chamem — garanto a ela.
— Você tem uma cabeça muito boa para a sua idade, srta. Saviñon.
Ela sorri, e eu corro para a minha sala depois de olhar para o relógio. Na hora do almoço, Emy não está na mesa dela. O elevador para no terceiro andar, e eu grito por dentro quando Poyato entra nele.
— Oi — digo baixinho.
Não sei por que isso é tão desconfortável. Nunca fomos namorados nem nada do tipo. Saímos juntos uma vez e nos divertimos. Gosto da companhia dele, e ele gosta da minha. E pronto.
— Como foi o feriado? — pergunta ele, os olhos azuis brilhando sob a luz fluorescente.
Queria que as pessoas parassem de me perguntar isso hoje.
— Bom. E o seu?
— Foi bom… apareceu bastante gente no abrigo, servimos mais de trezentas pessoas. — Ele sorri com orgulho.
— Uau, trezentas pessoas? Que máximo. — Abro um sorriso. Poyato é muito gentil, e a tensão entre nós diminui um pouco.
— Foi ótimo. No ano que vem, com sorte, vamos ter ainda mais recursos para poder servir quinhentas pessoas. — Ao sairmos do elevador, ele pergunta: — Vai almoçar?
— Vou, ia andando até o Firehouse, já que não vim de carro — respondo, não querendo tocar no assunto Christopher por enquanto.
— Posso te dar uma carona, se quiser. Estou indo para o Panera, mas posso deixar você no Firehouse primeiro. Não é bom andar na neve — oferece ele educadamente.
— Sabe de uma coisa? O Panera é uma boa ideia. Vou com você. — Eu sorrio, e caminhamos até o carro.
Os bancos aquecidos do seu BMW me esquentam antes mesmo de sairmos do estacionamento. No restaurante, Poyato e eu ficamos em silêncio a maior parte do tempo, depois de fazermos o pedido e sentarmos em uma pequena mesa no fundo do salão.
— Estou pensando em me mudar para Seattle — conta Poyato, enquanto mergulho uma torrada na minha sopa de brócolis.
— Sério? Quando? — pergunto, elevando a voz para me fazer ouvir por sobre as muitas vozes das pessoas almoçando.
— Março. Peter me ofereceu um emprego lá, uma promoção para diretor de finanças da filial nova, e estou pensando em aceitar.
— Que bom! Parabéns, Poyato! — Ele limpa os cantos da boca com um guardanapo.
— Obrigado. Vai ser bom coordenar o departamento de finanças, e vou adorar me mudar para Seattle.
Falamos de Seattle pelo restante da refeição e, quando terminamos, tudo o que posso pensar é: Por que Christopher não pensa o mesmo sobre Seattle?
Quando voltamos para a Vance, a neve se transformou numa chuva gelada, e nós dois corremos para dentro do prédio. Estou tremendo ao chegar ao elevador. Poyato me oferece o paletó, mas recuso.
— Então, você e Christopher estão juntos de novo? — ele faz a já esperada pergunta.
— É… estamos resolvendo as coisas. — Mordo o interior da bochecha.
— Ah… e você está feliz? — Ele olha para mim. Levanto os olhos para ele.
— Estou.
— Bem, fico feliz por você. — Poyato ajeita o cabelo preto, e sei que está mentindo, mas agradeço silenciosamente por ele não fazer a situação ficar mais constrangedora do que já é. Isso só o torna ainda mais generoso aos meus olhos.
Quando saio do elevador, Emily está com uma expressão estranha no rosto. Fico confusa com o jeito como ela olha momentaneamente para Poyato, até que, seguindo seus olhos, vejo Christopher encostado na parede.
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54 POV CHRISTOPHER — Sério? Sério mesmo? — pergunto, erguendo as mãos de forma dramática. Dulce abre a boca, mas as palavras não saem, e ela olha para o idiota do Poyato e de volta para mim. Que merda, Dulce. A raiva flui pelo meu corpo, e começo a imaginar várias maneiras de arrebe ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1969
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anyvondy23 Postado em 18/08/2021 - 14:55:32
Vindo ler de novo porque não concluí rsrs
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dayanerodrigues Postado em 09/08/2020 - 18:39:14
A música é a cara da música SÓ HOJE do Jota Quest Até parece que é o Christopher ta Cantando pra ela
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dmsavinom Postado em 09/09/2019 - 22:55:04
Esse livro e o muito bom, parece que já lançaram por filme, eu não assisti mais estou mega anciosa para assistir, mesmo eles tendo cortado um cado de coisas,, e terem deixado a história menos abusiva, para mais romântica.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:00:49
e em nenhum momento vi ela mencionar os créditos a Anna e mesmo que ela não esteja mais ATIVA nessa conta, eu precisava dizer isso aqui, a usuária estava repostando uma história, mundialmente famosa, que não era sua, ainda por cima não deu os devidos créditos a verdadeira autora, eu sou ESCRITORA e só eu sei o que passo para conseguir escrever cada capítulo das minhas fanfics, uma vez fui vítima de plágio e sinceramente não desejo isso a ninguém, então eu precisava vim aqui, como dever de cidadã falar que isso que essa usuária fez, de repostar uma história que não era SUA e ainda por cima fazer os leitores acharem que a história lhe pertencia, sem dar os devidos créditos a autora, isso é claramente PLÁGIO, me desculpem, não gosto de causar confusão, eu apenas precisava dizer isso, como fã da Anna e do belo trabalho dela, e EU se eu repostar uma fanfic, eu obviamente vou dar os créditos a autora original,, enfim, era só isso.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 21:54:06
Eu conheço essa história, na verdade é uma série de livros, nomeada After, Anna Todd começou a postar no wattpad, e alguns dias um escritor famoso a descobriu e hoje em dia ela é uma das maiores escritoras do mundo, conhecida mundialmente pelo sucesso avassalador de After, eu estava aqui olhando, para baixar o pdf de after, quando li a sinopse dessa fanfic, que é completamente igual a after, e para piorar TODOS os capítulos são iguaizinhos, foi ai que notei que a escritora repostou sim a história de after, no total são seis livros, ela parou na quinta temporada, eu sou leitora fiel da Anna a acompanhei no wattpad, lendo e me apaixonei pela história de after, foi então que vim aqui como leitora da Anna, avisa aos leitores, ou a escritora esqueceu de colocar os créditos ou ela queria que seus leitores acreditassem que essa fanfic maravilhosa era dela, eu olhei a sinopse, procurei no primeiro.
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bustamante Postado em 11/07/2017 - 18:27:14
Pelo amor, termina sério é muito foda essa Fic, juro ..
Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:13:11
Se você pesquisar assim " Série After" na internet vai aparecer todos os livros ;)
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Rebeca Postado em 03/12/2016 - 19:00:57
A conta que eu postava aqui foi excluida, por tanto não tem como eu finalizar mais essa fanfic. Mas estou com uma história nova, pra quem quiser o link: https://m.fanfics.com.br/fanfic/55473/justica-vondy-vondy
ludmilla Postado em 07/12/2016 - 04:56:10
mulherrr to nem acreditando nisso, foi uma história q eu fiquei envolvida desde o início e agr saber n vai ter mais um fim é mt difícil.
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stellabarcelos Postado em 06/11/2016 - 14:04:27
Vence fazendo o Christopher ver as coisas por uma outra perspectiva foi incrível! Esses dois estão cada vez mais quentes!! Noooossa, o Christopher transou com meio mundo em Caraca hahaha
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leticia Postado em 28/10/2016 - 18:05:09
A dulce bebada gica bem mais solta kkkk coragem de fazer isso dentro de um lugar cheio de pessoas kkkkk ri mt
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Natalya Andrade Postado em 23/10/2016 - 00:00:35
Esses dois sao o casal mais louco que eu ja vi ! Como assim transar numa balada kkkk coragem. E nao gostei muito desse professor da Dulce morando em seattle... Foi estranho !