Fanfic: After Love || Vondy | Tema: Vondy
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POV DULCE
Meu peito dói ao observar Peter abraçar Emily e erguê-la do chão em um abraço amoroso. Estou feliz por ela, de verdade. Mas não é fácil ver alguém conseguir o que você queria, por mais feliz que possamos nos sentir pela pessoa. Eu jamais desejaria tirar nem um grama da felicidade dela, mas é difícil vê-lo beijar as faces dela e colocar um lindo anel de diamante em seu dedo.
Eu me levanto de onde estou sentada, torcendo para que ninguém perceba minha ausência. Chego à sala de estar antes de começar a soluçar. Sabia que isso aconteceria, que eu perderia o controle. Se ele não estivesse aqui, eu poderia dar conta, mas é surreal demais, doloroso demais, vê-lo aqui.
Ele veio aqui para me assombrar, claro. Por que mais viria e não conversaria comigo? Não faz sentido; ele me evitou nos últimos dez dias, e então aparece aqui, onde sabia que eu estaria. Eu não deveria ter vindo. Deveria, pelo menos, ter vindo com o meu carro, para poder ir embora agora. Pablo só vai chegar…
Pablo.
Pablo vem me buscar às oito. Olhando para um relógio, vejo que já são sete e meia. Christopher vai matá-lo, literalmente, se os dois se encontrarem aqui. Ou talvez não, talvez ele não se importe.
Encontro o banheiro e fecho a porta depois de entrar. Demoro um pouco para perceber que o interruptor da luz é um painel sensível ao toque na parede. Essa casa é high-tech demais para mim.
Eu me senti totalmente humilhada quando derrubei a taça de vinho. Christopher parece muito indiferente, como se não se importasse com o fato de eu estar aqui nem com meu embaraço em sua presença. Será que ele sofreu? Passou dias chorando e deitado na cama, como eu? Não tenho como saber, e ele não está transmitindo a impressão de estar triste.
Respira, Dulce. Você tem que respirar. Ignora a faca fincada em seu peito.
Seco os olhos e olho para meu reflexo. Minha maquiagem não está borrada, ainda bem, e meu cabelo ainda está perfeitamente enrolado. Estou levemente corada, mas de um modo que faz com que eu fique mais bonita, mais viva.
Quando abro a porta, Poyato está recostado na parede com a preocupação estampada no rosto.
— Você está bem? Você saiu correndo de lá. — Ele dá um passo na minha direção.
— Sim… só precisava de um pouco de ar — minto. Uma mentira idiota. Não faz o menor sentido correr para o banheiro para tomar ar.
Felizmente, Poyato é um cavalheiro e nunca apontaria minha mentira, como Christopher faria.
— Certo, eles estão servindo a sobremesa, se você ainda estiver com fome — ele diz e me acompanha pelo corredor.
— Não muita, mas vou comer um pouco — respondo.
Pratico o controle da respiração e percebo que isso me ajuda a me acalmar um pouco. Estou pensando no que fazer a respeito do encontro entre Pablo e Christopher quando ouço a vozinha de Smith na sala por onde passamos.
— Como você sabe? — ele pergunta de um jeito observador.
— Porque sei de tudo — Christopher responde.
Christopher? Com Smith?
Paro e faço um gesto para que Poyato continue.
— Poyato, por que não vai até lá… hã… vou conversar com o Smith. — Ele olha para mim, desconfiado.
— Tem certeza? Posso esperar — ele oferece.
— Não, estou bem. — E, educadamente, eu o dispenso.
Ele faz um breve meneio de cabeça e se afasta. E me deixa livre para ouvir a conversa, numa atitude mal educada. Smith diz algo que não entendo e Christopher responde:
— Sei, sim, sei de tudo. — Sua voz está mais calma do que nunca.
Eu me recosto na parede ao lado da porta quando Smith pergunta:
— Ela vai morrer?
— Não, cara. Por que você sempre acha que todo mundo vai morrer?
— Não sei — o garotinho diz a ele.
— Bom, não é verdade, nem todo mundo morre.
— Quem morre?
— Nem todo mundo.
— Mas quem, Christopher? — Smith pressiona.
— As pessoas, as pessoas más, acho. E as pessoas velhas. E as pessoas doentes… ah, e as pessoas tristes, às vezes.
— Como sua garota bonita? — Meu coração acelera.
— Não! Ela não. Ela não está triste — Christopher diz, e eu cubro os lábios com a mão.
— Está, sim.
— Não, não está. Ela está feliz, e não vai morrer. Nem a Emily.
— Como você sabe?
— Como disse antes, eu sei de tudo.
O tom de voz dele mudou desde que falou sobre mim.
Ouço uma risadinha de Smith.
— Não, não sabe.
— Você está bem agora? Ou vai chorar mais? — Christopher pergunta.
— Não fala assim.
— Desculpa. Mas você parou de chorar?
— Sim.
— Legal.
— Legal.
— Não fica me imitando. É falta de educação — Christopher diz.
— Você é mal-educado.
— Você também é. Tem certeza de que só tem cinco anos? — Christopher pergunta.
Eu sempre quis perguntar isso para ele. Smith é muito maduro para a idade, mas acho que não poderia ser diferente, considerando as coisas por que passou.
— Certeza absoluta. Quer brincar? — Smith pergunta a ele.
— Não, não quero.
— Por quê?
— Por que você faz tantas perguntas? Você me lembra…
— Dulce? — A voz de Emily me assusta, e eu quase grito. Ela põe a mão em meu ombro para me acalmar. — Desculpa! Você viu o Smith? Ele saiu correndo, e Christopher, quem diria, foi atrás dele.
Ela parece confusa, mas, ao mesmo tempo, tocada com esse gesto.
— Hã, não. — Atravesso o corredor para evitar a humilhação de ser flagrada por Christopher. Sei que ele ouviu Emily dizer meu nome.
Quando volto para a sala de jantar, eu me aproximo do pequeno grupo com quem Peter está falando e agradeço muito pelo convite, além de parabenizá-lo pelo noivado.
Emily aparece instantes depois. Dou um abraço de despedida nela, e em seguida faço a mesma coisa com Karen e Vitor.
Confiro meu telefone: dez minutos para as oito. Christopher está ocupado com Smith e claramente não pretende falar comigo, então tudo bem. É disso mesmo que preciso, não que ele se desculpe e me diga que andou arrasado sem mim. Não preciso que ele me abrace e diga que vamos encontrar uma saída, que vamos consertar tudo que ele destruiu. Não preciso disso. Ele não vai fazer isso, de qualquer modo, então é inútil desejar.
Dói menos quando eu não preciso.
Quando chego ao fim da rua, estou congelando. Deveria ter vestido um casaco. Estamos no fim de janeiro, e começou a nevar. Não sei onde estava com a cabeça. Espero que o Pablo chegue logo.
O vento gelado é inclemente, sopra meus cabelos e me faz tremer. Eu envolvo o corpo com os braços numa tentativa de me manter aquecida.
— Dul? — Viro a cabeça e, por um momento, penso que estou imaginando um cara todo de preto caminhando na minha direção no meio da neve. — O que você está fazendo? — Christopher pergunta, chegando mais perto.
— Estou indo embora.
— Ah… — Ele passa a mão na nuca como sempre faz. Fico calada. — Como você está? — ele pergunta, e me surpreendo.
— Como estou? — Eu me viro para encará-lo.
Tento manter a calma enquanto ele olha para mim com uma expressão totalmente neutra.
— É… tipo, você… está bem?
Eu deveria dizer a verdade ou mentir…?
— Como você está? — pergunto, batendo os dentes.
— Perguntei primeiro — ele responde.
Não foi assim que imaginei que seria nosso reencontro. Não sei exatamente o que pensei que aconteceria, mas não foi isso. Pensei que ele me xingaria e que começaríamos a gritar. A última coisa que poderia imaginar é que estaríamos em uma calçada coberta de neve, perguntando um ao outro como estão as coisas.
As lanternas penduradas nas árvores da rua fazem Christopher brilhar como um anjo. Obviamente, uma ilusão.
— Estou bem — minto.
Ele me olha de cima a baixo lentamente, provocando um frio na minha barriga, e fazendo meu coração se acelerar.
— Estou vendo. — Ele fala mais alto do que o sopro do vento.
— E você, como está?
Quero que ele diga que está péssimo. Mas ele não diz.
— Mesma coisa. Bem. — Rapidamente, eu pergunto:
— Por que não me ligou? — Talvez isso cause alguma reação nele.
— Eu… — Ele olha para mim e então para as mãos antes de passá-las pelos cabelos cobertos de neve. — Eu… estava ocupado. — Sua resposta é a marreta que faz desabar o resto do meu muro.
A ira se sobrepõe à mágoa avassaladora que está ameaçando me dominar a qualquer momento.
— Você estava ‘ocupado’?
— É… eu estava ocupado.
— Uau.
— Uau o quê? — ele questiona.
— Você estava ocupado? Sabe pelo que eu passei nos últimos onze dias? Foi um inferno, e senti uma dor que não sabia ser capaz de encarar, e em alguns momentos pensei que não ia aguentar. Fiquei esperando… esperando como uma idiota! — grito.
— Você também não sabe como eu fiquei! Você sempre acha que sabe de tudo… mas não sabe de merda nenhuma! — ele responde aos gritos, e eu saio andando pela rua.
Ele vai ficar louco quando descobrir quem vem me buscar.
Onde está o Pablo, afinal? Já são oito e cinco.
— Então, conta! Conta o que foi mais importante do que lutar por mim, Christopher. — Seco as lágrimas dos olhos e imploro a mim mesma para parar de chorar.
Estou cansada de chorar o tempo todo.
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90 POV CHRISTOPHER Quando ela começa a chorar, fica bem mais difícil manter uma expressão neutra. Não sei o que aconteceria se eu contasse a ela que para mim também foi um inferno, que também senti uma dor que não sabia se aguentaria. Acho que ela se jogaria nos meus braços e diria que est&aac ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1969
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anyvondy23 Postado em 18/08/2021 - 14:55:32
Vindo ler de novo porque não concluí rsrs
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dayanerodrigues Postado em 09/08/2020 - 18:39:14
A música é a cara da música SÓ HOJE do Jota Quest Até parece que é o Christopher ta Cantando pra ela
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dmsavinom Postado em 09/09/2019 - 22:55:04
Esse livro e o muito bom, parece que já lançaram por filme, eu não assisti mais estou mega anciosa para assistir, mesmo eles tendo cortado um cado de coisas,, e terem deixado a história menos abusiva, para mais romântica.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:00:49
e em nenhum momento vi ela mencionar os créditos a Anna e mesmo que ela não esteja mais ATIVA nessa conta, eu precisava dizer isso aqui, a usuária estava repostando uma história, mundialmente famosa, que não era sua, ainda por cima não deu os devidos créditos a verdadeira autora, eu sou ESCRITORA e só eu sei o que passo para conseguir escrever cada capítulo das minhas fanfics, uma vez fui vítima de plágio e sinceramente não desejo isso a ninguém, então eu precisava vim aqui, como dever de cidadã falar que isso que essa usuária fez, de repostar uma história que não era SUA e ainda por cima fazer os leitores acharem que a história lhe pertencia, sem dar os devidos créditos a autora, isso é claramente PLÁGIO, me desculpem, não gosto de causar confusão, eu apenas precisava dizer isso, como fã da Anna e do belo trabalho dela, e EU se eu repostar uma fanfic, eu obviamente vou dar os créditos a autora original,, enfim, era só isso.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 21:54:06
Eu conheço essa história, na verdade é uma série de livros, nomeada After, Anna Todd começou a postar no wattpad, e alguns dias um escritor famoso a descobriu e hoje em dia ela é uma das maiores escritoras do mundo, conhecida mundialmente pelo sucesso avassalador de After, eu estava aqui olhando, para baixar o pdf de after, quando li a sinopse dessa fanfic, que é completamente igual a after, e para piorar TODOS os capítulos são iguaizinhos, foi ai que notei que a escritora repostou sim a história de after, no total são seis livros, ela parou na quinta temporada, eu sou leitora fiel da Anna a acompanhei no wattpad, lendo e me apaixonei pela história de after, foi então que vim aqui como leitora da Anna, avisa aos leitores, ou a escritora esqueceu de colocar os créditos ou ela queria que seus leitores acreditassem que essa fanfic maravilhosa era dela, eu olhei a sinopse, procurei no primeiro.
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bustamante Postado em 11/07/2017 - 18:27:14
Pelo amor, termina sério é muito foda essa Fic, juro ..
Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:13:11
Se você pesquisar assim " Série After" na internet vai aparecer todos os livros ;)
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Rebeca Postado em 03/12/2016 - 19:00:57
A conta que eu postava aqui foi excluida, por tanto não tem como eu finalizar mais essa fanfic. Mas estou com uma história nova, pra quem quiser o link: https://m.fanfics.com.br/fanfic/55473/justica-vondy-vondy
ludmilla Postado em 07/12/2016 - 04:56:10
mulherrr to nem acreditando nisso, foi uma história q eu fiquei envolvida desde o início e agr saber n vai ter mais um fim é mt difícil.
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stellabarcelos Postado em 06/11/2016 - 14:04:27
Vence fazendo o Christopher ver as coisas por uma outra perspectiva foi incrível! Esses dois estão cada vez mais quentes!! Noooossa, o Christopher transou com meio mundo em Caraca hahaha
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leticia Postado em 28/10/2016 - 18:05:09
A dulce bebada gica bem mais solta kkkk coragem de fazer isso dentro de um lugar cheio de pessoas kkkkk ri mt
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Natalya Andrade Postado em 23/10/2016 - 00:00:35
Esses dois sao o casal mais louco que eu ja vi ! Como assim transar numa balada kkkk coragem. E nao gostei muito desse professor da Dulce morando em seattle... Foi estranho !