Fanfic: After Love || Vondy | Tema: Vondy

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POV DULCE

— Sinto muito que ele tenha empurrado você daquele jeito — Pablo me diz quando passo o pano quente no rosto ferido dele. A pele abriu e não para de sangrar.

— Não foi culpa sua. Peço desculpas por ter envolvido você nisso tudo. — Suspiro e volto a mergulhar o pano na água.

Ele havia se oferecido para me levar de volta a casa de Christian em vez de seguir com nosso plano de ver um filme, mas eu não quis ir para lá. Não queria que Christopher aparecesse e fizesse um escândalo.

Ele provavelmente está destruindo a casa de Vitor e Karen no momento. Meu Deus, espero que não.

— Tudo bem. Sei como ele é, só estou feliz por ele não ter machucado você. Bom, mais do que já machucou. — Ele suspira. 

— Vou apertar com o pano, então pode ser que doa — aviso. Ele fecha os olhos e eu pressiono o pano contra sua pele. O corte é fundo, pode até deixar uma cicatriz. Espero que não; o rosto de Pablo é perfeito demais para ficar com uma cicatriz assim, e não quero ser a causa disso. — Pronto — digo, e ele sorri apesar de seus lábios também estarem inchados. Por que estou sempre limpando ferimentos?(Pq você atrai confusão kkk vaca)

— Obrigado. — Ele sorri de novo enquanto enxáguo a toalha manchada de sangue.

— Vou mandar a conta para você — digo brincando.

— Mas você tem certeza de que está bem? Caiu no chão com força.

— Sim, estou um pouco dolorida, mas bem. — Os acontecimentos da noite se tornaram dramáticos quando Christopher saiu da casa atrás de mim.

Fiquei com a sensação de que ele não estava muito triste por eu tê-lo deixado, pensei que ficaria mais abalado do que pareceu. Ele disse que estava ocupado e que por isso não me ligou. Apesar de eu achar que ele não se importaria tanto quanto eu, pensei que me amasse o suficiente para se importar um pouco. Mas ele agiu como se nada tivesse acontecido, como se fôssemos amigos conversando casualmente. Isto é, até Pablo aparecer e ele perder a cabeça. No mínimo, pensei que ver Poyato o irritaria, e ele tentaria começar uma briga na frente de todo mundo, mas Christopher não deu a mínima. Isso foi meio estranho.

Apesar de eu estar muito magoada, sei que Christopher não me machucaria de propósito, mas é a segunda vez que algo assim acontece. Na primeira, eu logo perdoei seu comportamento. Eu o convenci a passar o Natal na casa do pai, e ele não conseguiu lidar com a situação.

Hoje, foi culpa dele… ele não deveria estar aqui.

— Está com fome? — Pablo pergunta quando saímos do lavabo da sala de estar.

— Não, já comi na festa — digo. Minha voz ainda está rouca por ter chorado muito, de modo embaraçoso, a caminho do apartamento de Pablo.

— Certo, não tenho nada de comer aqui, mas posso pedir alguma coisa para você se quiser, então é só dizer se mudar de ideia.

— Obrigada. — Pablo é sempre tão incrivelmente fofo comigo.

— Meu colega vai chegar daqui a pouco, mas ele não vai incomodar. Provavelmente vai cair no sono assim que entrar.

— Desculpa pelo que está acontecendo, Pablo. 

— Não precisa se desculpar. Como eu disse, estou contente por estar por perto. O Christopher parecia bem irritado quando cheguei lá.

— Nós já estávamos brigando. — Reviro os olhos e me sento no sofá, fazendo uma careta de dor. — Grande surpresa!

Todos os hematomas e cortes causados pelo acidente de carro cicatrizaram, e agora vou ter mais um, por culpa de Christopher. A parte de trás de meu vestido está suja e estragada, e meus sapatos estão arranhados nas laterais. Christopher sempre consegue estragar tudo.

— Você precisa de roupas para dormir? — Pablo pergunta e me dá o cobertor com que dormi há algumas noites. Fico um pouco apreensiva em pegar as roupas de Pablo emprestadas. Uso as roupas de Christopher, mas nunca usei as peças de mais ninguém. — Acho que a Demi deixou umas coisas aqui… no quarto do meu colega. Sei que isso provavelmente é estranho… — Ele esboça um sorriso. — Mas tenho certeza de que é melhor do que dormir com esse vestido.

A Demi é muito mais magra do que eu, e quase dou risada.

— Não entro nas roupas dela, mas obrigada por achar que me serviriam.

Pablo parece confuso com a minha resposta; ele não faz ideia, e isso é muito adorável.

— Bom, tenho umas roupas que você pode vestir — ele oferece e aceito sem pensar muito. Posso usar a roupa de quem for, Christopher não é meu dono… ele nem se deu ao trabalho de tentar se explicar.

Pablo entra em seu quarto e volta alguns instantes depois com os braços cheios de peças.

— Peguei várias coisas diferentes, não sei do que você gosta. — Algo em seu tom de voz me faz pensar que ele gostaria de chegar a um nível em que soubesse do que gosto. O nível em que estou com Christopher. Ou estava. Sei lá.

Pego uma camiseta azul e uma calça xadrez de pijama.

— Não sou fresca. — Sorrio agradecida e entro no banheiro para me trocar.

Para meu horror, a peça xadrez que pensei que fosse uma calça é, na verdade, uma cueca. A cueca de Pablo. Ai, meu Deus. Tiro o vestido e ponho a camiseta antes de pensar o que fazer com a cueca.

A camiseta é menor do que as de Christopher; mal chega ao topo das minhas coxas, e não tem o cheiro dele. É claro que não tem, não é dele. Tem cheiro de sabão em pó com um toque bem fraco de fumaça de cigarro. O cheiro é até bom, de certo modo, mas não tanto quanto o cheiro familiar do cara de quem sinto falta.

Visto a cueca e olho para baixo. Não é curto demais. Na verdade, é até meio soltinho, mais justo do que a de Christopher seria, mas não demais. Minha intenção é correr até o sofá e me esconder com o cobertor o mais rápido possível.

Estou com muita vergonha por estar usando essas roupas, mas seria ainda mais vergonhoso fazer uma cena por causa disso depois de tudo por que Pablo passou essa noite por minha causa. Em seu rosto está a prova da ira de Christopher, um grande e sangrento lembrete do motivo por que Christopher e eu não damos certo. Christopher só se importa com ele mesmo, e só perdeu as estribeiras quando viu Pablo pelo orgulho ferido.

Ele não me quer, mas não quer que eu fique com ninguém.

Deixo meu vestido dobrado no chão do banheiro; já está sujo e estragado, mesmo. Vou tentar dar um jeito na lavanderia, mas não sei se pode ser salvo. Adorei esse vestido, e paguei um preço razoável por ele… um dinheiro de que vou precisar quando encontrar um apartamento para alugar.

Caminho o mais rápido que consigo, mas, quando chego à sala de estar, Pablo está de pé ao lado da televisão.

Ele arregala os olhos ao me medir de cima a baixo.

— Eu… é… estava procurando algo… estava procurando, tentando encontrar um filme… para assistir. Ou algo para você ver — ele gagueja e eu me sento no sofá e me cubro.

As palavras confusas e sua expressão fazem com que ele pareça ainda mais novo e vulnerável do que o normal.

Ele ri com nervosismo.

— Desculpa, eu estava tentando dizer que estava ligando a TV para você poder assistir.

— Obrigada — digo e sorrio quando ele senta na outra ponta do sofá, apoia os cotovelos nos joelhos e olha para a frente. — Se não quiser continuar andando comigo, eu compreendo — digo para romper o silêncio.

Ele se vira para me olhar.

— O quê? Não, não penso isso. — Ele olha em meus olhos. — Não se preocupa comigo, eu sei lidar com essas coisas. Não vou me afastar de você só por causa de alguns socos. Só vou fazer isso se você pedir. Se quiser que eu me afaste, vou me afastar. Mas, se não quiser, estou sempre por perto.

— Não quero. Não quero que se afaste, quer dizer. Só não sei o que fazer em relação ao Christopher. Não quero que ele volte a machucar você — respondo.

— Ele é um cara bem violento. Acho que sei o que esperar. Mas não se preocupa comigo. Só espero que, depois de ter visto quem ele realmente é, você mantenha a distância.

Sinto tristeza ao pensar nisso, mas digo:

— Vou fazer isso, com certeza. Ele não se importa, então por que eu me importaria?

— Não deveria se importar mesmo. Você é boa demais para ele; sempre foi — ele diz. Eu me aproximo dele no sofá, e Pablo levanta o cobertor e entra embaixo dele também, e pressiona um botão para ligar a televisão.

Adoro essa tranquilidade entre nós; ele não diz as coisas só para me irritar, e não fere meus sentimentos de propósito.

— Está cansado? — pergunto depois de um tempo.

— Não, e você?

— Um pouco.

— Vai dormir, então. Posso ir para o meu quarto.

— Não. Você pode ficar aqui até eu dormir? — Meu tom é mais de pergunta do que de afirmação.

Ele olha para mim com alívio e felicidade no olhar.

— Sim, claro. Posso, sim.

Talarico filho da mãe kkkk Odeio ele gente :] E meninas, acalmem-se, no final tudo isso terá valido a pena :* E vocês sentiram saudades dessas confusões :*