Fanfic: After Love || Vondy | Tema: Vondy

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POV CHRISTOPHER

Consigo sentir o gosto de minhas lágrimas e a hesitação nos lábios dela quando aproximo seu corpo do meu. Pressiono a mão na parte inferior de suas costas e a beijo com mais intensidade — é um beijo quente e cheio de emoção, e eu poderia desmaiar de alívio de sentir os lábios dela nos meus.

Sei que não vai demorar para ela me afastar, então aproveito todos os movimentos de sua língua, cada gemido audível que ela emite.

Toda a dor dos últimos onze dias quase desaparece quando ela passa os braços pela minha cintura, e nesse momento, mais do que nunca, sei que, por mais que as brigas ocorram, sempre vamos encontrar uma maneira de ficar juntos. Sempre.

Depois de observá-la entrar na casa, fiquei sentado no carro por um tempo e finalmente reuni coragem para ir atrás dela. Já a deixei ir embora muitas vezes, e não posso correr o risco de fazer com que esta seja a última vez. Perdi o controle. Chorei quando Christian fechou a porta. Sabia que precisava ir atrás dela, tinha que lutar por ela antes que outra pessoa a tire de mim.

Vou mostrar que posso ser quem ela quer. Não totalmente, mas posso mostrar o quanto eu a amo e que não vou abrir mão dela tão facilmente, não mais.

— Christopher… — ela diz e cuidadosamente me empurra com a mão no meu peito, interrompendo nosso beijo.

— Não, Dulce — imploro. Não estou pronto para terminar o momento ainda.

— Christopher, você não pode simplesmente me beijar e esperar que tudo se resolva com isso. Não dessa vez — ela sussurra, e eu caio de joelhos na frente dela. 

— Eu sei, não sei por que deixei você se afastar de novo, mas sinto muito. Desculpa, linda — digo a ela, esperando que o uso dessa palavra me ajude. Passo as mãos pelas pernas dela, e ela acaricia meus cabelos, passando os dedos por eles. — Sei que sempre estrago tudo, e que não posso tratar você como venho tratando. Eu te amo demais e perco o controle, não sei o que fazer na maior parte do tempo, então digo as coisas por impulso e não penso em como minhas palavras vão afetar você. Sei que sempre acabo fazendo você sofrer, mas por favor… por favor, vou dar um jeito de fazer tudo ficar bem. Vou consertar tudo para nunca mais estragar de novo. Me desculpa. Sei que estou sempre pedindo desculpas. Vou procurar um psicólogo ou coisa do tipo, não me importo, mas… — Eu soluço agarrado às pernas dela.

Levo as mãos ao elástico da cueca e a escorrego para baixo.

— O que você está… — Ela segura minhas mãos.

— Por favor, tira isso. Não suporto ver você com isso, por favor… Não vou tocar em você, mas me deixa tirar isso — imploro, e ela tira as mãos das minhas, levando-as de volta aos cabelos enquanto deslizo a cueca até o chão.

Ela leva a mão ao meu queixo para levantar minha cabeça. Seus dedos pequenos acariciam meu rosto, e afastam as lágrimas de meus olhos. Em seu rosto, vejo uma expressão confusa, e ela me observa com atenção, como se me estudasse.

— Não entendo você — ela diz, ainda passando o polegar por meu rosto molhado.

— Nem eu — respondo, e ela franze a testa.

Permaneço nessa posição, ajoelhado à frente dela, implorando para que me dê a última chance, apesar de eu ter estragado mais oportunidades do que mereço.

Percebo que o banheiro está cheio de vapor, e que os cabelos dela estão grudados no rosto, e que a umidade começa a se acumular em sua pele. Nossa, como ela é linda.

— Não podemos continuar nesse vai e volta, Christopher. Não faz bem pra nenhum dos dois.

— Não vai mais ser assim; podemos superar isso. Já passamos por coisa pior, e sei que posso perder você a qualquer momento. Não valorizei o que tenho, e sei disso. Só estou pedindo mais uma chance. — Seguro o rosto dela com as duas mãos.

— Não é tão simples assim — ela diz; seu lábio inferior começa a tremer, e eu ainda estou tentando controlar minhas lágrimas.

— Não precisa ser simples.

— Mas também não precisa ser tão complicado. — Ela começa a chorar comigo.

— Pois é. Nunca vai ser fácil para nós. Somos quem somos, mas nem sempre vai ser tão difícil. Só precisamos aprender a conversar sem brigar todas as vezes. Se a gente tivesse conversado sobre o futuro, não teria acontecido essa pu/ta confusão.

— Eu tentei, mas você não quis — ela lembra.

— Eu sei. — Solto um suspiro. — E isso é uma coisa que preciso aprender. Fico perdido sem você, Dulce. Viro um nada. Não consigo comer, dormir nem respirar. Estou chorando há dias, e você sabe que não sou disso. Eu… preciso de você. — Minha voz está embargada, e pareço um grande idiota.

— Levanta daí. — Ela passa o braço por baixo do meu para tentar me puxar.

Quando levanto, fico bem na frente dela. Minha respiração está ofegante, e é difícil respirar aqui, com o vapor enchendo cada centímetro do banheiro.

Ela olha em meus olhos enquanto ouve minha confissão. Se eu não estivesse chorando, ela não acreditaria em mim. Eu sei que ela está em dúvida. Consigo ver em seu olhar. Já vi essa expressão antes.

— Não sei se consigo; fazemos isso sem parar. Não sei se vou aguentar de novo. — Ela olha para o chão. — Desculpa.

— Ei, olha para mim. — Eu peço e ergo sua cabeça para que ela me olhe nos olhos.

Mas ela desvia o olhar.

— Não, Christopher. Preciso entrar no banho, vou me atrasar. — Pego uma única lágrima que cai de seu olho e concordo.

Sei que tornei sua vida um inferno, e que ninguém em sã consciência me aceitaria depois da aposta, das mentiras e da minha constante necessidade de estragar tudo. Mas ela não é como as outras pessoas; ela me ama incondicionalmente, e se dedica totalmente a mim.

Mesmo agora, enquanto me recusa, sei que ela me ama.

— Só pensa no assunto, tá bom? — peço a ela. 

Vou dar um tempo para ela pensar, mas não vou desistir. Preciso demais dela.

— Por favor? — peço quando não obtenho resposta.