Fanfic: After Love || Vondy | Tema: Vondy
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Ando um quarteirão e as ruas estão escuras e silenciosas. As fraternidades aqui perto ocupam casarões do mesmo tamanho que a de Christopher. Depois de uma hora e meia de caminhada, consultando o GPS a cada passo, finalmente chego ao campus. Totalmente sóbria e ciente de que é melhor nem dormir, passo no 7-Eleven e compro um café.
Quando a cafeína faz efeito, me dou conta de que tem um monte de coisas que não entendo em Christopher. Tipo: por que ele faz parte de uma fraternidade cheia de filhinhos de papai se diz que é punk? E por que foi de afetuoso a impassível em um piscar de olhos? Meu interesse, porém, é puramente acadêmico, já que não tenho motivo para perder tempo pensando nele, e depois do que aconteceu na madrugada desisti de vez de tentar estabelecer uma relação amigável.
Não consigo acreditar que o beijei. Foi o maior erro que poderia ter cometido, e assim que baixei a guarda ele me atacou com mais força do que nunca. Não sou burra a ponto de acreditar que não vai contar para ninguém porque pedi, mas espero que a vergonha de ter beijado “a virgem” seja suficiente para manter sua boca fechada. Se alguém me perguntar, nego até a morte.
Preciso inventar uma boa explicação para minha mãe e para Noah sobre meu comportamento ontem à noite. Não sobre a parte do beijo, que eles nunca vão saber, mas sobre ter saído. De novo. E preciso muito conversar sobre essa mania de Noah de contar tudo para minha mãe. Se quero ser tratada como uma adulta de agora em diante, ela não pode controlar tudo o que faço. Quando chego ao alojamento, minhas pernas e meus pés estão doendo, e solto um suspiro de alívio ao virar a maçaneta.
Mas então quase tenho um ataque do coração ao ver Christopher sentado na minha cama.
— Não acredito! — eu meio que grito quando finalmente me recupero do susto.
— Onde você estava? — ele pergunta sem se alterar. — Rodei quase duas horas de carro tentando te encontrar. — Quê?
— Como assim? Por quê? — Se era para fazer isso, por que não se ofereceu para me trazer enquanto eu ainda estava lá? Ou, melhor ainda, por que eu mesma não pedi uma carona assim que descobri que ele não bebia?
— Só achei que não era uma boa ideia você andar por aí sozinha de madrugada.
E, como nem tento mais ler suas expressões e Anahí está sabe-se lá onde e eu estou sozinha com ele, a pessoa mais perigosa do mundo para mim, só consigo rir, dar uma gargalhada enlouquecida, que não tem nada a ver comigo. E não porque vejo graça na situação, mas porque estou exausta demais para ter outra reação.
Christopher me olha com a testa franzida, o que me faz rir ainda mais.
— Sai daqui, Christopher… some da minha frente! — Ele me encara e passa as mãos pelos cabelos.
Pelo menos é uma reação que consigo entender. No pouco tempo que tive para descobrir que Christopher Uckermann é um sujeito enlouquecedor, aprendi que quando faz isso é porque está estressado ou sem jeito. No momento, espero de verdade que sejam as duas coisas.
— Dulce Maria, eu… — ele começa a dizer, mas suas palavras são interrompidas por batidas violentas na porta e uma voz gritando:
— Dulce Maria! Dulce Maria Saviñon, abra essa porta! — Minha mãe. É minha mãe. Às seis da manhã, e tem um garoto no meu quarto.
Imediatamente entro em ação, como sempre faço quando ela fica com raiva.
— Ai, meu Deus, Christopher, entra no armário — cochicho para ele e o seguro pelo braço, arrancando-o da cama e me surpreendendo com minha força. Ele me encara, quase rindo.
— Não vou me esconder no armário. Você tem dezoito anos. — Christopher diz isso — e com razão — porque não conhece minha mãe. Solto um grunhido de frustração, e ela esmurra a porta outra vez.
A maneira desafiadora como ele cruza os braços me diz que não vai sair dali, então me olho no espelho, dou uma esfregada nas olheiras, pego a pasta de dente e espalho um pouco sobre a língua para disfarçar o cheiro de álcool, que persiste mesmo depois do café. Talvez a mistura dos três odores confunda o nariz dela ou coisa do tipo.
Abro a porta com um sorriso simpático no rosto, mas então percebo que ela não está sozinha. Noah está ao seu lado, claro. Ela parece furiosa. E ele parece… preocupado? Magoado?
— Oi. O que estão fazendo aqui? — pergunto, mas minha mãe passa por mim e vai diretamente até onde está Christopher. Noah entra no quarto em silêncio, deixando que ela tome a dianteira da situação.
— Então é por isso que você não estava atendendo o telefone? Porque estava com esse… esse… — Ela agita os braços na direção dele. — Arruaceiro tatuado no seu quarto às seis da manhã!
Meu sangue ferve. Geralmente me intimido e fico com medo quando minha mãe age assim. Ela nunca me bateu nem nada do tipo, mas jamais demonstrou o menor pudor em apontar meus erros:
Você não vai querer sair vestida assim, certo, Dulce?
Você deveria ter penteado melhor os cabelos, Dulce.
Você poderia ter tirado notas melhores nas provas, Dulce.
Ela me pressiona demais para ser perfeita o tempo todo, e isso é exaustivo. Noah, por sua vez, se limita a ficar parado olhando feio para Christopher, e eu sinto vontade de gritar com os dois — na verdade, com os três. Com minha mãe por me tratar como uma criança. Com Noah por contar tudo para ela. E com Christopher por ser do jeito que é.
— É isso que você anda fazendo na faculdade, mocinha? Fica acordada a noite inteira e traz garotos para o quarto? O coitado do Noah estava morrendo de preocupação. Então viemos até aqui só para encontrar você com esse garoto — ela diz, e eu e Noah ficamos constrangidos.
— Na verdade, acabei de chegar. E ela não estava fazendo nada de errado — responde Christopher, deixando-me chocada.
Ele não faz ideia de quem está enfrentando. Pensando bem, ele é um teimoso irredutível, e ela, uma controladora irrefreável. Talvez saia uma boa briga. Meu subconsciente sugere que eu pegue um saco de pipoca e me sente na primeira fileira para ver. Minha mãe fecha a cara.
— Como é? Eu não estava nem falando com você. E não sei o que alguém como você está fazendo com minha filha, por falar nisso. — Christopher absorve o golpe em silêncio, mas não se move e continua olhando para ela.
— Mãe — eu digo por entre os dentes.
Não sei nem por que estou defendendo Christopher, mas é esse meu impulso. Talvez em parte porque a maneira como ela o está tratando seja parecida com o modo como Christopher me tratou quando o conheci. Noah olha para mim, para Christopher e de novo para mim. Será que sabe que nós nos beijamos? A lembrança ainda está fresca na minha mente e faz minha pele se arrepiar só de pensar.
— Dulce, você está fora de controle. Dá para sentir o cheiro da bebida daqui, e não venha me dizer que isso tudo não é influência da sua coleguinha de quarto e dele ali — ela diz, apontando para Christopher.
— Tenho dezoito anos, mãe. Nunca bebi antes e não fiz nada de errado. Sinto muito que a bateria do meu celular tenha acabado, e que por isso vocês tenham vindo até aqui, mas está tudo bem comigo. — De repente, o cansaço das últimas horas começa a bater. Eu me sento na cadeira diante de escrivaninha antes mesmo de terminar de falar. Ela solta um suspiro.
Depois de ouvir o que falei, minha mãe assume uma postura mais tranquila — afinal de contas, ela não é um monstro. Virando-se para Christopher, ela diz:
— Poderia nos dar licença um minutinho? — Christopher me olha como quem pergunta se vai ficar tudo bem. Faço um gesto afirmativo com a cabeça, e ele faz o mesmo antes de sair do quarto.
Noah fecha a porta logo em seguida, sem tirar os olhos de Christopher. É uma sensação estranha me posicionar ao lado de Christopher contra minha mãe e meu namorado. Por algum motivo, fico pensando que ele vai esperar no corredor até os dois irem embora.
Durante os vinte minutos seguintes, minha mãe fica sentada na minha cama explicando que só está preocupada, com medo de que eu estrague minhas chances de ter uma boa formação e diz que não me quer bebendo de novo. Ela também fala que não aprova minha amizade com Anahí, Christopher ou qualquer um do grupo, e me faz prometer que não vou mais andar com eles.
Depois da noite passada, não quero mesmo chegar perto de Christopher e não pretendo ir a nenhuma festa com Anahí, então minha mãe não tem como saber que tipo de relação vou ter com ela daqui para a frente. Por fim, ela se levanta e junta as duas mãos.
— Já que estamos aqui, vamos tomar café da manhã juntos e fazer umas comprinhas. — Faço que sim com a cabeça, e Noah abre um sorriso lá da porta.
Parece mesmo uma boa ideia, e estou morrendo de fome. Meus pensamentos ainda estão um pouco prejudicados por causa do álcool e do cansaço, mas a caminhada de volta, o café e o sermão da minha mãe serviram para me deixar sóbria de vez. Vou andando para a porta, porém detenho o passo ao ouvir minha mãe tossir atrás de mim.
— Você precisa dar uma ajeitada no visual e se trocar primeiro, claro. — Ela abre um sorrisinho condescendente. Pego roupas limpas na cômoda e me troco. Dou uma retocada na maquiagem da noite passada e estou pronta para ir. Noah abre a porta para nós, e os olhares dos três se voltam para a porta do quarto em frente, diante da qual Christopher está sentado. Noah segura minha mão com força, em um gesto protetor.
Ainda assim, sinto vontade de puxar minha mão para longe dele. Qual é o problema comigo?
— Vamos até a cidade — digo para Christopher.
Ele balança a cabeça várias vezes, como se estivesse respondendo alguma coisa para si mesmo. Pela primeira vez, Christopher me parece vulnerável e talvez até um pouco chateado.
Ele humilhou você, meu subconsciente me lembra. Apesar de ser verdade, não consigo deixar de me sentir culpada quando Noah me puxa para longe de Christopher e minha mãe abre um sorrisinho triunfante para ele, obrigando-o a desviar o olhar.
— Não gosto nem um pouco desse cara — comenta Noah, e eu balanço a cabeça.
— Eu também não — respondo com um sussurro.
Mas sei muito bem que estou mentindo.
Hmmm, o que acharam do beijo? Acho que ninguém esperava que a iniciativa sairia da Dul kkk Mais a próxima vai ser do Christopher, e está muito breve de acontecer. Um beijo enorme e até a próxima meninas!
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21 O café da manhã com Noah e minha mãe é uma tortura. Ela não para de falar sobre minha “noite de loucura” e não perde a chance de perguntar se estou cansada ou de ressaca. É óbvio para mim que aquela foi uma noite incomum, e não preciso ser lembrada disso a cada momento. Se ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1969
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anyvondy23 Postado em 18/08/2021 - 14:55:32
Vindo ler de novo porque não concluí rsrs
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dayanerodrigues Postado em 09/08/2020 - 18:39:14
A música é a cara da música SÓ HOJE do Jota Quest Até parece que é o Christopher ta Cantando pra ela
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dmsavinom Postado em 09/09/2019 - 22:55:04
Esse livro e o muito bom, parece que já lançaram por filme, eu não assisti mais estou mega anciosa para assistir, mesmo eles tendo cortado um cado de coisas,, e terem deixado a história menos abusiva, para mais romântica.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:00:49
e em nenhum momento vi ela mencionar os créditos a Anna e mesmo que ela não esteja mais ATIVA nessa conta, eu precisava dizer isso aqui, a usuária estava repostando uma história, mundialmente famosa, que não era sua, ainda por cima não deu os devidos créditos a verdadeira autora, eu sou ESCRITORA e só eu sei o que passo para conseguir escrever cada capítulo das minhas fanfics, uma vez fui vítima de plágio e sinceramente não desejo isso a ninguém, então eu precisava vim aqui, como dever de cidadã falar que isso que essa usuária fez, de repostar uma história que não era SUA e ainda por cima fazer os leitores acharem que a história lhe pertencia, sem dar os devidos créditos a autora, isso é claramente PLÁGIO, me desculpem, não gosto de causar confusão, eu apenas precisava dizer isso, como fã da Anna e do belo trabalho dela, e EU se eu repostar uma fanfic, eu obviamente vou dar os créditos a autora original,, enfim, era só isso.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 21:54:06
Eu conheço essa história, na verdade é uma série de livros, nomeada After, Anna Todd começou a postar no wattpad, e alguns dias um escritor famoso a descobriu e hoje em dia ela é uma das maiores escritoras do mundo, conhecida mundialmente pelo sucesso avassalador de After, eu estava aqui olhando, para baixar o pdf de after, quando li a sinopse dessa fanfic, que é completamente igual a after, e para piorar TODOS os capítulos são iguaizinhos, foi ai que notei que a escritora repostou sim a história de after, no total são seis livros, ela parou na quinta temporada, eu sou leitora fiel da Anna a acompanhei no wattpad, lendo e me apaixonei pela história de after, foi então que vim aqui como leitora da Anna, avisa aos leitores, ou a escritora esqueceu de colocar os créditos ou ela queria que seus leitores acreditassem que essa fanfic maravilhosa era dela, eu olhei a sinopse, procurei no primeiro.
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bustamante Postado em 11/07/2017 - 18:27:14
Pelo amor, termina sério é muito foda essa Fic, juro ..
Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:13:11
Se você pesquisar assim " Série After" na internet vai aparecer todos os livros ;)
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Rebeca Postado em 03/12/2016 - 19:00:57
A conta que eu postava aqui foi excluida, por tanto não tem como eu finalizar mais essa fanfic. Mas estou com uma história nova, pra quem quiser o link: https://m.fanfics.com.br/fanfic/55473/justica-vondy-vondy
ludmilla Postado em 07/12/2016 - 04:56:10
mulherrr to nem acreditando nisso, foi uma história q eu fiquei envolvida desde o início e agr saber n vai ter mais um fim é mt difícil.
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stellabarcelos Postado em 06/11/2016 - 14:04:27
Vence fazendo o Christopher ver as coisas por uma outra perspectiva foi incrível! Esses dois estão cada vez mais quentes!! Noooossa, o Christopher transou com meio mundo em Caraca hahaha
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leticia Postado em 28/10/2016 - 18:05:09
A dulce bebada gica bem mais solta kkkk coragem de fazer isso dentro de um lugar cheio de pessoas kkkkk ri mt
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Natalya Andrade Postado em 23/10/2016 - 00:00:35
Esses dois sao o casal mais louco que eu ja vi ! Como assim transar numa balada kkkk coragem. E nao gostei muito desse professor da Dulce morando em seattle... Foi estranho !