Fanfic: After Love || Vondy | Tema: Vondy
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POV CHRISTOPHER
Fernando, meu improvável companheiro de copo, foi ao banheiro pela quinta vez desde que chegamos. Tenho a impressão de que Betsy, a mulher do bar, meio que tem uma queda pelo cara, o que me deixa bem desconfortável.
— Mais um? — ela pergunta.
Respondo com um aceno de cabeça, sem querer muita conversa. São quase duas da tarde e já tomei quatro doses, o que não seria tão ruim se não fosse uísque puro com uma pedrinha miserável de gelo.
Meus pensamentos estão turvos e minha raiva ainda não passou. Não sei nem com quem estou mais bravo, nem por que, então desisto de pensar e simplesmente entro no modo pu/to da vida com tudo.
— Aqui está. — A mulher do bar desliza a bebida pelo balcão até mim enquanto Fernando se acomoda no banquinho ao meu lado. Pensei que ele tivesse entendido a importância do lugar vazio entre nós, mas pelo jeito não.
Ele se vira para mim, passando as unhas na barba comprida. O barulho que ele faz é enervante.
— Você pediu outro para mim?
— Você devia raspar essa coisa — ofereço minha opinião alcoolizada.
— Isso aqui? — Ele faz o mesmo movimento outra vez com a mão.
— É, isso aí. Não é nem um pouco bonito — respondo.
— Eu não ligo… me mantém aquecido. — Ele dá risada, e eu dou um gole na minha bebida para não rir também. — Betsy! — ele grita. Ela balança a cabeça e pega o copo vazio no balcão. Ele olha para mim. — Vai me contar por que está bebendo?
— Não. — Balanço meu copo de uísque em um movimento giratório, fazendo a única pedra de gelo tilintar.
— Beleza. Nada de perguntas, então. Só bebida — ele diz com um sorriso.
A maior parte da minha raiva por ele se dissipou. Quer dizer, até eu imaginar uma moreninha de dez anos se escondendo na estufa de sua mãe. Seus olhos amêndoa acinzentados estão arregalados, com medo… e então um menino loiro usando uma por/ra de um cardigã aparece para salvar o dia.
— Só uma pergunta — ele insiste, interrompendo meus pensamentos.
Respiro fundo e tomo um longo gole de uísque para não fazer nenhuma idiotice. Quer dizer, nenhuma idiotice maior que beber com o pai alcoólatra da minha namorada. Essa família e suas malditas perguntas.
— Só uma — respondo.
— Você foi mesmo expulso da faculdade hoje?
Olho para o letreiro de neon de um anúncio de cerveja enquanto penso a respeito, me arrependendo de ter tomado quatro… não, cinco doses.
— Não. Mas ela acha que eu fui — confesso.
— E por que ela acha isso? — Intrometido do cara/lho.
— Porque foi isso que eu falei. — Eu me viro para ele e digo com os olhos sem expressão: — Já chega de confissões por hoje.
— Você que sabe. — Ele sorri e levanta o copo para brindar com o meu, mas eu o afasto, balançando a cabeça. Pela maneira como dá risada, dá para perceber que não esperava mesmo que eu brindasse com ele. Pelo jeito, ele me considera divertido na mesma medida em que eu o considero irritante.
Uma mulher mais ou menos da idade dele aparece e se senta no banquinho ao lado. Ela passa o braço fino sobre os ombros de Fernando e ele a cumprimenta de forma efusiva. Não parece ser uma sem-teto, mas os dois obviamente se conhecem. Ele provavelmente passa a maior parte do tempo nesse bar horrível. Aproveito a distração para ver se recebi alguma mensagem de texto ou ligação de Dulce. Nada.
Fico aliviado mas ao mesmo tempo irritado por ela não ter tentado falar comigo. Aliviado porque estou bêbado, e irritado porque já estou com saudade. Cada copo de uísque que desce pela minha garganta faz com que eu sinta mais falta dela, torna o vazio de sua ausência ainda maior.
Por/ra, o que foi que ela fez comigo?
Ela é enfurecedora, e está sempre me provocando. É como se ela literalmente ficasse tramando novas formas de me deixar furioso. Na verdade, deve ser exatamente isso que ela está fazendo. Deve estar sentada na cama de pernas cruzadas com aquela agenda idiota no colo, uma caneta presa nos dentes e outra atrás da orelha, pensando em mais coisas para me tirar do sério.
Faz seis meses que estamos juntos — seis meses. Não é pouco, nunca aguentei passar tanto tempo assim com uma pessoa. É verdade que não estamos namorando há esse tempo todo, e muitos meses foram gastos — não, desperdiçados — com as minhas tentativas de ficar longe dela.
A voz de Fernando interrompe meus pensamentos.
— Essa é a Nancy.
Faço um aceno de cabeça para a mulher e volto a olhar para o balcão de madeira escura.
— Nancy, esse rapaz bem-educado aqui é o Christopher. Ele é o namorado da Docinho — ele anuncia com orgulho.
Por que ele teria orgulho de alguém como eu ser namorado de sua filha?
— Docinho tem um namorado! Ela está aqui? Eu adoraria conhecê-la! O Fernando fala tanto nela!
— Ela não está aqui — eu resmungo.
— Que pena. Como foi a festa de aniversário dela? Foi no fim de semana passado, não foi? — ela pergunta.
Quê? Fernando olha para mim, claramente implorando para eu confirmar alguma mentira que ele contou.
— É, foi legal — ele responde por mim antes de engolir o restante da bebida.
— Que bom — diz Nancy, e em seguida aponta para a porta. — Ah, aí está ela! — Meus olhos se voltam para a porta, e por um momento chego a pensar que ela está falando de Dulce, o que não faz o menor sentido. Elas nem se conhecem. Em vez dela, quem atravessa o pequeno recinto na nossa direção é uma loirinha magricela. Esse bar está ficando cheio demais.
Ergo meu copo vazio no ar.
— Mais um.
Depois de uma revirada de olhos e de um xingamento baixinho — cretino —, ela me serve mais uma dose.
— Essa é minha filha, Natalie — Nancy me explica.
Natalie me olha de cima a baixo com olhos escondidos por trás de cílios enormes que mais parecem duas aranhas. Essa menina usa maquiagem demais.
— Natalie, esse é o Christopher — Fernando apresenta, mas não faço nenhuma menção de cumprimentá-la.
Alguns meses atrás, eu provavelmente teria dado pelo menos alguma atenção para essa menina desesperada. Talvez tivesse até deixado ela me chu/par no banheiro imundo daqui. Mas agora só quero que ela pare de me olhar.
— Acho que, se você puxar mais um pouco, vai pular tudo para fora — comento diante de sua maneira irritante de puxar a camiseta para baixo para escancarar o pouco de decote que consegue ter.
— Como é? — ela retruca, bufando e pondo as mãos na cintura estreita.
— É isso mesmo que você ouviu.
— Ei, ei. Vamos manter a calma — diz Fernando, levantando as mãos.
Depois disso, Nancy e sua filha pira/nha vão procurar uma mesa para sentar.
— De nada — eu digo para ele, que balança a cabeça.
— Você é um filho da pu/ta desagradável. — Antes que eu possa dizer alguma coisa, ele acrescenta: — É assim mesmo que eu gosto.
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Três doses depois, eu mal consigo me equilibrar no banquinho. Fernando, que obviamente não faz nada na vida além de beber, parece estar com o mesmo problema, porque está chegando perto demais de mim. — Então, quando saí no dia seguinte, tive que andar mais de três quilômetros! E, para piorar, começou a chover ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1969
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anyvondy23 Postado em 18/08/2021 - 14:55:32
Vindo ler de novo porque não concluí rsrs
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dayanerodrigues Postado em 09/08/2020 - 18:39:14
A música é a cara da música SÓ HOJE do Jota Quest Até parece que é o Christopher ta Cantando pra ela
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dmsavinom Postado em 09/09/2019 - 22:55:04
Esse livro e o muito bom, parece que já lançaram por filme, eu não assisti mais estou mega anciosa para assistir, mesmo eles tendo cortado um cado de coisas,, e terem deixado a história menos abusiva, para mais romântica.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:00:49
e em nenhum momento vi ela mencionar os créditos a Anna e mesmo que ela não esteja mais ATIVA nessa conta, eu precisava dizer isso aqui, a usuária estava repostando uma história, mundialmente famosa, que não era sua, ainda por cima não deu os devidos créditos a verdadeira autora, eu sou ESCRITORA e só eu sei o que passo para conseguir escrever cada capítulo das minhas fanfics, uma vez fui vítima de plágio e sinceramente não desejo isso a ninguém, então eu precisava vim aqui, como dever de cidadã falar que isso que essa usuária fez, de repostar uma história que não era SUA e ainda por cima fazer os leitores acharem que a história lhe pertencia, sem dar os devidos créditos a autora, isso é claramente PLÁGIO, me desculpem, não gosto de causar confusão, eu apenas precisava dizer isso, como fã da Anna e do belo trabalho dela, e EU se eu repostar uma fanfic, eu obviamente vou dar os créditos a autora original,, enfim, era só isso.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 21:54:06
Eu conheço essa história, na verdade é uma série de livros, nomeada After, Anna Todd começou a postar no wattpad, e alguns dias um escritor famoso a descobriu e hoje em dia ela é uma das maiores escritoras do mundo, conhecida mundialmente pelo sucesso avassalador de After, eu estava aqui olhando, para baixar o pdf de after, quando li a sinopse dessa fanfic, que é completamente igual a after, e para piorar TODOS os capítulos são iguaizinhos, foi ai que notei que a escritora repostou sim a história de after, no total são seis livros, ela parou na quinta temporada, eu sou leitora fiel da Anna a acompanhei no wattpad, lendo e me apaixonei pela história de after, foi então que vim aqui como leitora da Anna, avisa aos leitores, ou a escritora esqueceu de colocar os créditos ou ela queria que seus leitores acreditassem que essa fanfic maravilhosa era dela, eu olhei a sinopse, procurei no primeiro.
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bustamante Postado em 11/07/2017 - 18:27:14
Pelo amor, termina sério é muito foda essa Fic, juro ..
Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:13:11
Se você pesquisar assim " Série After" na internet vai aparecer todos os livros ;)
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Rebeca Postado em 03/12/2016 - 19:00:57
A conta que eu postava aqui foi excluida, por tanto não tem como eu finalizar mais essa fanfic. Mas estou com uma história nova, pra quem quiser o link: https://m.fanfics.com.br/fanfic/55473/justica-vondy-vondy
ludmilla Postado em 07/12/2016 - 04:56:10
mulherrr to nem acreditando nisso, foi uma história q eu fiquei envolvida desde o início e agr saber n vai ter mais um fim é mt difícil.
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stellabarcelos Postado em 06/11/2016 - 14:04:27
Vence fazendo o Christopher ver as coisas por uma outra perspectiva foi incrível! Esses dois estão cada vez mais quentes!! Noooossa, o Christopher transou com meio mundo em Caraca hahaha
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leticia Postado em 28/10/2016 - 18:05:09
A dulce bebada gica bem mais solta kkkk coragem de fazer isso dentro de um lugar cheio de pessoas kkkkk ri mt
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Natalya Andrade Postado em 23/10/2016 - 00:00:35
Esses dois sao o casal mais louco que eu ja vi ! Como assim transar numa balada kkkk coragem. E nao gostei muito desse professor da Dulce morando em seattle... Foi estranho !