Fanfic: After Love || Vondy | Tema: Vondy
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POV CHRISTOPHER
Quando bato na porta do escritório do meu pai, sinto meu estômago se embrulhar. Não acredito que cheguei a este ponto, pedindo conselhos para ele. Só preciso que alguém me escute, alguém que saiba como eu me sinto, ou que pelo menos possa imaginar.
— Entra, querida — ele responde lá de dentro. Eu hesito antes de entrar, sabendo que isso vai ser constrangedor, mas necessário. Sento na cadeira diante de sua mesa enquanto observo sua expressão mudar de expectativa para surpresa.
Ele solta uma risadinha.
— Desculpa, pensei que fosse a Karen — Mas então, percebendo meu estado de espírito, ele se interrompe e me olha atentamente.
Eu balanço a cabeça e desvio o olhar.
— Não sei por que estou aqui, mas não sabia para onde ir. — Apoio a cabeça nas mãos, e meu pai senta na borda de sua mesa de mogno.
— Fico feliz que você tenha me procurado — ele diz baixinho, esperando minha reação.
— Eu não diria exatamente que procurei você — lembro a ele. Não quero que ele pense que se trata de alguma revelação bombástica ou alguma merda desse tipo, apesar de, de certa forma, ser.
Vejo que ele engole em seco e balança a cabeça bem devagar, olhando para todos os cantos da sala menos para mim.
— Não precisa se preocupar. Eu não vou surtar nem quebrar nada. Não tenho forças para isso. — Fico olhando para os quadros na parede atrás dele. Como ele não diz nada, eu solto um suspiro.
E, claro, isso o incentiva a falar, esse sinal da minha derrota.
— Quer me contar o que aconteceu?
— Não, não quero — respondo, olhando para os livros nas prateleiras.
— Tudo bem…
Solto outro suspiro, me rendendo ao inevitável.
— Não quero, mas vou ter que falar, acho. — Meu pai parece confuso por um instante e seus olhos castanhos se arregalam, me observando com atenção, com certeza esperando alguma reviravolta. — Pode acreditar em mim — continuo. — Se eu tivesse algum outro lugar para ir, não estaria aqui, mas o Christian é um babaca que sempre fica do lado dela.
Sei que não é bem assim, mas não quero os conselhos de Christian agora. Mais do que isso, não quero admitir para ele quanto fui escro/to e o tanto de merdas que falei para Dulce nos últimos dias. A opinião dele não significa nada para mim, mas por algum motivo é mais importante que a das outras pessoas, a não ser Dulce, é claro.
Meu pai abre um sorriso triste.
— Eu sei disso, filho.
— Ótimo.
Não sei por onde começar e, sinceramente, ainda não sei por que vim até aqui. Minha intenção era ir até um bar, mas de alguma forma acabei embicando o carro na entrada da garagem do meu pai. Essa é mais uma influência de Dulce: ele tem sorte de eu me referir a ele como “pai”, e não como “Victor” ou “babaca”, como fiz a maior parte da vida.
— Bom, como você deve ter adivinhado, a Dulce finalmente me largou — admito e olho para ele, que se esforça para manter uma expressão neutra enquanto espera que eu continue, mas tudo o que digo é: — E eu não fiz nada para impedir.
— Tem certeza de que ela não vai voltar? — ele pergunta.
— Sim, tenho certeza. Ela me deu todas as oportunidades de fazer alguma coisa para impedir, e não tenta me ligar nem manda mensagem há… — olho para o relógio na parede — … há mais de vinte e oito horas, e não faço a menor ideia de onde ela esteja.
Pensei que fosse encontrar o carro dela parado na frente da casa de Victor e Karen. Tenho certeza de que esse foi um dos motivos que me trouxeram até aqui. Onde mais ela pode estar? Espero que não tenha ido para a casa da mãe dela.
— Você já fez isso antes — meu pai começa. — Vocês dois sempre dão um jeito de…
— Você não está ouvindo? Eu disse que ela não vai voltar — interrompo, bufando.
— Estou ouvindo, sim. Só queria saber por que essa vez é tão diferente de todas as outras. — Quando me viro para encará-lo, pu/to da vida, ele está me olhando com uma expressão impassível, e preciso me segurar para não me levantar e dar o fora de seu escritório cafona.
— Eu só sei que é. Não sei por quê, e você deve estar me achando um imbecil por ter vindo aqui, mas a verdade é que estou cansado, pai. Estou cansado de ser assim, cara/lho, e não sei o que fazer.
Po/rra. Eu estou parecendo desesperado e patético.
Ele abre a boca para responder, mas muda de ideia e não fala nada.
— Eu acho que a culpa é sua — continuo. — De verdade, acho que a culpa é sua. Porque, se você estivesse por perto, talvez pudesse ter me ensinado como… Sei lá… como não tratar as pessoas que nem lixo. Se eu tivesse um homem em casa quando era criança, talvez não fosse tão escro/to. Se não conseguir me entender com a Dulce, vou terminar que nem você. Quer dizer, antes de você virar isso. — Faço um gesto apontando para seu colete de lã e sua calça social bem passada. — Se eu não encontrar um jeito de parar de odiar você, nunca vou conseguir…
Não quero terminar essa frase na frente dele. O que quero dizer é que se não conseguir deixar de odiá-lo, nunca vou ser capaz de demonstrar meu amor por ela e tratá-la como deveria, como ela merece.
Minhas palavras interrompidas pairam no ar do escritório com revestimento de madeira nas paredes como um espírito torturado que nenhum de nós dois sabe como exorcizar.
— Você tem razão — ele por fim concorda, me pegando de surpresa.
— Tenho?
— Tem. Se tivesse um pai para ensinar a você como ser um homem, saberia melhor como lidar com essas situações, e com a vida como um todo. Eu também me culpo pelo seu… — vejo que ele está procurando a palavra certa e me inclino um pouco para a frente — … comportamento. Você é assim por minha culpa. Tudo isso se deve a mim e aos erros que cometi. Vou carregar essa culpa pelo resto da vida e sinto muito pelos pecados que cometi, filho. — Sua voz fica embargada no fim, e de repente eu me sinto… eu me sinto… Extremamente enojado.
— Ah, que ótimo. Que bom que você pode ser perdoado, mas o resultado disso tudo é a pessoa que eu sou hoje! E eu, o que eu vou fazer? — Começo a puxar a pele ao redor das unhas e percebo que meus dedos não estão arrebentados pela primeira vez em um bom tempo. Por algum motivo, isso faz minha raiva diminuir um pouco. — Eu preciso fazer alguma coisa — digo baixinho.
— Acho que você deveria conversar com alguém — ele sugere.
Mas sua resposta não é satisfatória, e a raiva volta. Não brinca que eu preciso conversar com alguém? Não me diga, po/rra. Faço um gesto com o braço para nós dois.
— Não é isso que estamos fazendo aqui? Conversando?
— Estava me referindo a um profissional — ele responde sem se alterar. — Você vem guardando muita raiva desde a infância e, enquanto não conseguir se livrar disso, ou pelo menos conseguir lidar com esse sentimento de um jeito mais saudável, acho difícil fazer algum progresso. Eu não posso ajudar nesse caso. Fui eu que causei esse sofrimento todo e quando você estiver com raiva não vai querer ouvir o que eu tenho a dizer, mesmo que seja para ajudar.
— Então vir até aqui foi uma perda de tempo? Você não pode fazer nada por mim? — Sabia que era melhor ter ido para o bar. Eu já poderia estar no meu segundo uísque com Coca-Cola.
— Não foi perda de tempo. Foi um grande passo no seu esforço para melhorar. — Ele faz contato visual comigo outra vez, e literalmente consigo sentir o gosto do uísque que poderia estar tomando agora em vez de estar tendo esta conversa. — Ela vai ficar muito orgulhosa de você — ele acrescenta.
Orgulhosa? Por que diabos alguém teria orgulho de mim? Chocada por eu estar aqui talvez, mas orgulhosa… Ah, não.
— Ela me chamou de bêbado — confesso sem pensar no que estou dizendo.
— E é verdade? — ele pergunta, com a preocupação bem clara na voz.
— Não sei. Eu acho que não sou, mas sei lá.
— Se você não sabe se é alcoólatra, é melhor tentar descobrir antes que seja tarde demais. — Observo o rosto do meu pai e consigo ver claramente o medo em seus olhos. Ele está com o medo que eu deveria ter.
— Por que você começou a beber, aliás? — resolvo questionar. Sempre quis saber por que ele começou a beber, mas nunca consegui perguntar.
Ele solta um suspiro e passa a mão pelos cabelos curtos.
— Bom, eu e sua mãe não estávamos em um bom momento, e tudo começou a degringolar quando eu saí uma noite e enchi a cara. Eu não consegui nem voltar para casa. Mas acabei gostando da maneira como me senti, apesar de tudo. Beber anestesiava a dor que eu estava sentindo e depois desse dia virou um hábito. Eu passava mais tempo naquele maldito bar do outro lado da rua do que com você e com a sua mãe. Cheguei a um ponto em que não conseguia fazer mais nada sem beber, mas também não estava fazendo muita coisa com a ajuda da bebida. Era uma batalha perdida.
Não me lembro de quando meu pai ainda não era um bêbado. Pensei que ele sempre tivesse sido assim, desde antes de eu nascer.
— E que coisa dolorosa era essa da qual você queria fugir?
— Isso não importa. O que importa é que eu finalmente acordei e nunca mais bebi.
— Depois de abandonar a gente — eu lembro.
— Sim, filho, depois que eu fui embora de casa. Vocês iam ficar melhor sem mim. Eu não estava em condições de ser o pai ou o marido de ninguém. Sua mãe fez um ótimo trabalho criando você, eu queria que ela não tivesse sido obrigada a fazer isso sozinha, mas foi melhor assim do que comigo por perto.
A raiva cresce dentro de mim, e aperto com força os braços da cadeira.
— Mas você está conseguindo ser um marido para a Karen, e um pai para o Christian.
Pronto, falei. Tenho um ressentimento do ca/ralho desse cara que foi um bêbado cretino a minha vida toda, que fo/deu a minha vida, mas que no fim conseguiu casar outra vez, arrumar outro filho e começar uma vida nova. Isso sem falar que ele é rico agora, e eu cresci na merda. Karen e Christian estão desfrutando daquilo que era para ser meu e da minha mãe.
— Sei que é isso que parece, Christopher, mas não é verdade. Conheci a Karen dois anos depois de parar de beber. Christian já tinha dezesseis anos, e eu nunca quis fazer o papel de pai dele, mas ele também cresceu sem nenhum homem em casa, então me aceitou prontamente. Não era minha intenção formar uma nova família e substituir você, isso nunca vai acontecer. Você nunca quis manter contato comigo, e eu entendo, mas eu passei a maior parte da minha vida nas trevas, filho, nas trevas mais profundas e terríveis. E a Karen foi minha luz no fim do túnel, assim como Dulce é para você.
Meu coração quase para de bater quando ele fala em Dulce. Eu estava tão envolvido nas lembranças da minha infância de merda que consegui parar de pensar nela por um momento.
— Sou muito grato por Karen ter aparecido na minha vida, e isso vale para Christian também — Victor continua. — Daria qualquer coisa para ter com você a relação que tenho com ele. Talvez um dia isso aconteça.
stellabarcelos: O pior que ele só se arrepende das coisas que faz e fala, depois que ela decide largar ele de vez 😰 kkkkkk Tudo bem que o Christopher é tudo de bom, o verdadeiro sonho de consumo, mas todo problemático assim… Eu não sei se aturaria ele também não 😡 jaushsus Leia e veja com os seus próprios olhos o que a Anahí faz 👀 Continuando Stellinha 💕
lovejelena: 😀😀 Também acho. Fica magoando as pessoas que mais se importam com ele nesse mundo 😡 Continuando linda 😍
Dulce Amargo: Pois é, mas eles mesmos que procuram isso. Esse sofrimento. Principalmente o Christopher 😰😤 Continuando linda 🙆❤ #AfterLove #Misteriosa
Melicia: Continuando mel 😚
gleyce_castro: kkkkk Lá vem outro heart attack chegando u.u 💔 jsushs É clarooo que vai, até parece que acompanhou eles dois até aqui e vai desistir agora 😀😀 Olha o lobo em pele de cordeiro foi revelado hoje. Então leia os capítulos e o ultimo… é a revelação 😵 Prontinho, mais cinco capítulos 😚😚
barken_vondy: Talvez faça sim, já que os dois juntos não está dando certo né 💔Os dois tem que aprender com os erros e repensar no que está pegando. Continuando ❤
leticia: kkkk Acho que alguém vai ser morto antes do fim da temporada hein 😵 Brinks, em breve temmais cenas Vondy. Realmente vai acontecer uma meeerda gigantesca. Ainda bem que vocês já sabem. Postado Leh ❤❤
Natalya Andrade: Postado Naty 💕
franzinhasiemprerbd: kkkk Tadinho do Ucker Fran 💔 Apesar de tudo ele ama muito a Dulce, só que o que complica é os fantasmas do passado dele. Ele cresceu muito… duro e babaca. Hahaha Mas até o final da fic ele muda sim e se transforma em gente ❤ Chega bate um orgulhooo do nosso menino *---* Ele só vai mudar de verdade quando perceber que ele não deve se curar dessas feridas pela Dulce ou por qualquer outra pessoa. E sim por ele mesmo. kkkkkkk Só o Ucker mesmo pra bater a porta na cara da Dul, quando na verdade queria implorar pra ela ficar com ele 🌚 Vai entender… 😂😂
Autor(a):
Este autor(a) escreve mais 10 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
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Dá para ver que meu pai está sem fôlego depois dessa longa confissão, e eu não sei o que dizer. Nunca tive esse tipo de conversa com ele, nem com ninguém na vida além de Dulce. Ela parece ser a exceção em tudo. Não sei o que falar para ele. Não o perdoo por ter fo/dido a minha vida e ter preferido a ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1969
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anyvondy23 Postado em 18/08/2021 - 14:55:32
Vindo ler de novo porque não concluí rsrs
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dayanerodrigues Postado em 09/08/2020 - 18:39:14
A música é a cara da música SÓ HOJE do Jota Quest Até parece que é o Christopher ta Cantando pra ela
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dmsavinom Postado em 09/09/2019 - 22:55:04
Esse livro e o muito bom, parece que já lançaram por filme, eu não assisti mais estou mega anciosa para assistir, mesmo eles tendo cortado um cado de coisas,, e terem deixado a história menos abusiva, para mais romântica.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:00:49
e em nenhum momento vi ela mencionar os créditos a Anna e mesmo que ela não esteja mais ATIVA nessa conta, eu precisava dizer isso aqui, a usuária estava repostando uma história, mundialmente famosa, que não era sua, ainda por cima não deu os devidos créditos a verdadeira autora, eu sou ESCRITORA e só eu sei o que passo para conseguir escrever cada capítulo das minhas fanfics, uma vez fui vítima de plágio e sinceramente não desejo isso a ninguém, então eu precisava vim aqui, como dever de cidadã falar que isso que essa usuária fez, de repostar uma história que não era SUA e ainda por cima fazer os leitores acharem que a história lhe pertencia, sem dar os devidos créditos a autora, isso é claramente PLÁGIO, me desculpem, não gosto de causar confusão, eu apenas precisava dizer isso, como fã da Anna e do belo trabalho dela, e EU se eu repostar uma fanfic, eu obviamente vou dar os créditos a autora original,, enfim, era só isso.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 21:54:06
Eu conheço essa história, na verdade é uma série de livros, nomeada After, Anna Todd começou a postar no wattpad, e alguns dias um escritor famoso a descobriu e hoje em dia ela é uma das maiores escritoras do mundo, conhecida mundialmente pelo sucesso avassalador de After, eu estava aqui olhando, para baixar o pdf de after, quando li a sinopse dessa fanfic, que é completamente igual a after, e para piorar TODOS os capítulos são iguaizinhos, foi ai que notei que a escritora repostou sim a história de after, no total são seis livros, ela parou na quinta temporada, eu sou leitora fiel da Anna a acompanhei no wattpad, lendo e me apaixonei pela história de after, foi então que vim aqui como leitora da Anna, avisa aos leitores, ou a escritora esqueceu de colocar os créditos ou ela queria que seus leitores acreditassem que essa fanfic maravilhosa era dela, eu olhei a sinopse, procurei no primeiro.
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bustamante Postado em 11/07/2017 - 18:27:14
Pelo amor, termina sério é muito foda essa Fic, juro ..
Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:13:11
Se você pesquisar assim " Série After" na internet vai aparecer todos os livros ;)
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Rebeca Postado em 03/12/2016 - 19:00:57
A conta que eu postava aqui foi excluida, por tanto não tem como eu finalizar mais essa fanfic. Mas estou com uma história nova, pra quem quiser o link: https://m.fanfics.com.br/fanfic/55473/justica-vondy-vondy
ludmilla Postado em 07/12/2016 - 04:56:10
mulherrr to nem acreditando nisso, foi uma história q eu fiquei envolvida desde o início e agr saber n vai ter mais um fim é mt difícil.
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stellabarcelos Postado em 06/11/2016 - 14:04:27
Vence fazendo o Christopher ver as coisas por uma outra perspectiva foi incrível! Esses dois estão cada vez mais quentes!! Noooossa, o Christopher transou com meio mundo em Caraca hahaha
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leticia Postado em 28/10/2016 - 18:05:09
A dulce bebada gica bem mais solta kkkk coragem de fazer isso dentro de um lugar cheio de pessoas kkkkk ri mt
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Natalya Andrade Postado em 23/10/2016 - 00:00:35
Esses dois sao o casal mais louco que eu ja vi ! Como assim transar numa balada kkkk coragem. E nao gostei muito desse professor da Dulce morando em seattle... Foi estranho !