Fanfic: After Love || Vondy | Tema: Vondy

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POV DULCE

As bocas se abrem. Os lábios se mexem sem emitir som. A música reverbera nas paredes, sacudindo minha mente.

Quanto tempo faz que estou aqui? Quando foi que vim para a cozinha? Não consigo lembrar.

— Oi. — Dan aparece na minha frente, e estremeço um pouco, encostada no balcão. Seu rosto está meio fora de foco. Eu me concentro em suas feições, para vê-lo melhor.

— Oi… — Minha resposta sai lenta e arrastada. Ele sorri.

— Você está bem?

Faço que sim com a cabeça. Acho que estou.

— Só estou meio esquisita, mais ou menos — admito e percorro o ambiente com os olhos à procura de Pablo. Espero que ele volte logo.

— Como assim?

— Não sei, estou meio… estranha. Tipo bêbada, só que mais lerda, e ao mesmo tempo cheia de energia. — Passo a mão diante do meu rosto… Eu tenho três mãos. Dan dá risada.

— Você deve ter bebido muito.

Faço que sim com a cabeça de novo. Olho para o chão. Vejo uma menina passando na minha frente, bem devagar.

— O Pablo vai voltar? — pergunto a ele. Dan olha ao redor.

— Aonde ele foi?

— Procurar a Any para falar da minha bebida. — Eu me debruço ainda mais sobre o balcão. Metade do meu corpo deve estar apoiada sobre sua superfície no momento. Sinceramente, não sei.

— Ah, é? Bom, eu posso ajudar você a procurar. — Ele encolhe os ombros. — Acho que ele foi lá para cima.

— Tudo bem — respondo. Não sei se gosto de Dan, mas preciso encontrar Pablo, porque minha cabeça está ficando cada vez mais pesada.

Vou seguindo Dan enquanto ele abre caminho pela multidão na direção da escada. A música está absurdamente alta, e eu me pego balançando a cabeça lentamente para a frente e para trás, para a frente e para trás à medida que subo os degraus.

— Ele está aqui em cima? — pergunto a Dan.

— Sim. Acabou de entrar aqui, acho. — Ele aponta com o queixo para a porta do outro lado do corredor.

— Esse é o quarto do Christopher — aviso para ele, que dá de ombros. — Posso sentar aqui um minutinho? Acho que não consigo mais andar. — Meus pés estão pesados, mas minha mente parece estar ficando mais aguçada, o que não faz o menor sentido.

— Claro, pode sentar aqui. — Dan me pega pelo braço e me puxa para o antigo quarto de Christopher.

Vou cambaleando até a beirada da cama, e as lembranças parecem ganhar vida e preencher o ar ao meu redor: Christopher e eu sentados na cama, no mesmo lugar em que estou agora. Eu o beijei pela primeira vez aqui. Estava absolutamente atordoada e confusa com a minha necessidade cada vez maior de ficar perto dele. Meu menino sombrio. Aquela foi a primeira vez que vi o lado mais suave e carinhoso de Christopher. Não durou muito, mas foi interessante conhecê-lo.

— Cadê o Christopher? — pergunto, olhando para Dan.

Uma expressão estranha aparece em seu rosto, e desaparece quando ele dá um risinho.

— Ah, o Christopher não está aqui. Você mesma falou que ele não vinha, lembra? — Ele tranca a porta.

O que está acontecendo? Minha mente está a mil, mas meu corpo está pesado demais para se mover. Quero deitar, mas alguma coisa no fundo da minha cabeça me pede para resistir. Não deita! Fica de olho aberto!

— A-abre a porta — digo e tento ficar de pé, mas o quarto começa a girar.

Nesse exato momento, ouço uma batida na porta. O alívio toma conta de mim quando Dan destranca a fechadura e abre para Anahí.

— Any! — eu resmungo. — Ele… ele está aprontando alguma. — Não sei como explicar, mas sei que ele estava prestes a fazer alguma coisa.

Ela olha para Dan, que abre um sorriso sinistro. Virando de novo para mim, ela pergunta simplesmente:

— Aprontando o quê?

— Anahí… — Chamo o nome dela outra vez. Preciso que ela me ajude a sair deste quarto cheio de fantasmas.

— Para de choramingar! — ela esbraveja, e eu perco o fôlego.

— Quê? — consigo dizer.

Mas Anahí se limita a sorrir para Dan enquanto remexe na bolsa que trouxe para o quarto. Quando eu resmungo de novo, ela interrompe o que está fazendo e me dá uma encarada:

— Meu Deus, você nunca cala a boca? Estou cansada de ouvir você reclamar o tempo inteiro.

Meu cérebro não está funcionando direito, Anahí não pode estar dizendo essas coisas para mim.

Ela revira os olhos.

— Argh, e esse beicinho ridículo… Dá um tempo, po/rra. — Depois de procurar por mais alguns segundos, ela anuncia: — Encontrei… toma. — Ela entrega um pequeno objeto para Dan.

Eu quase apago, mas o som de um bipe me faz recuperar a consciência… pelo menos por mais alguns segundos.

Vejo uma luzinha vermelha, como uma minúscula cereja. Como a vodca com licor de cereja. Anahí, Dan, Demi, Pablo. A festa. Ai, não.

— O que foi que você fez? — pergunto, e ela dá risada outra vez.

— Já não falei para parar de resmungar? Você vai ficar bem — ela diz com um grunhido e vem andando na direção da cama. Tem uma câmera na mão de Dan. A luz vermelha indica que está ligada.

— S-sai de perto de mim — tento gritar, mas só consigo emitir um leve sussurro. Tento ficar de pé, mas caio de novo na cama. É macia… como areia movediça. — Pensei que você… — começo a dizer.

Mas Anahí põe as mãos nos meus ombros e me empurra contra o colchão. Não consigo levantar.

— Pensou o quê? Que eu fosse sua amiga? — Ela se ajoelha sobre mim em cima da cama. Os dedos de Anahí agarram a barra do meu vestido e começam a puxá-lo para cima. — Você estava ocupada demais se oferecendo para o Pablo e o Christopher como uma pira/nha para perceber que na verdade só o que sinto por você é desprezo. Você não acha que se eu realmente me importasse com você eu não teria contado que o Christopher só estava com você por causa de uma aposta? Você não acha que uma amiga de verdade teria te alertado?

Ela tem razão, e mais uma vez a minha burrice é esfregada na minha cara. A dor da traição é multiplicada pela confusão na minha mente, e quando olho para Anahí agora, seu rosto está distorcido da forma mais maligna imaginável, como um demônio de cabelos castanhos, e seus olhos azuis provocam um arrepio que percorre todo o meu corpo.

— Ah, e aliás… — Ela dá risada. — Espero que você tenha se divertido esperando Christopher no aniversário dele. É incrível o que dá para fazer com uma simples mensagem de texto. Então uma câmera de vídeo pode causar ainda mais estragos, hein?

Tento me livrar dela, mas é impossível. Ela afasta com facilidade meus dedos de onde eu agarrei seus braços e continua levantando meu vestido. Fecho os olhos e imagino Christopher arrom/bando a porta para me salvar, meu cavaleiro em sua armadura negra.

— O Christopher vai… descobrir — eu ameaço com a voz fraca.

— Ha, ha. Pois é… é essa a ideia. Agora para de falar. — Ouço outra batida na porta, e outra vez faço uma tentativa inútil de me livrar dela.

— Fecha a porta… rápido — Dan pede, e quando viro o pescoço em sua direção vejo que Demi agora está aqui, o que não me surpreende nem um pouco.

— Me ajuda a tirar esse vestido — diz Anahí.

Meus olhos estão embaçados, e tento sacudir a cabeça, mas não consigo. Nada funciona. Dan vai me estuprar, eu sei disso. Era esse o plano de Anahí para a festa. Não era uma festa de despedida para mim. Era uma armadilha para me destruir. Nem imagino por que eu acreditava que ela era minha amiga.

Os cabelos de Demi caem sobre o meu rosto quando ela sobe na cama ao meu lado, e Anahí me puxa para cima e me vira para conseguir ter acesso à parte das costas do meu vestido.

— P-por quê? — Minha voz está embargada, e percebo que meu rosto está coberto de lágrimas, que molham o lençol da cama.

— Por quê? — Dan repete, aproximando o rosto do meu. — Por quê? O escro/to do seu namorado fez um vídeo dele comendo a minha irmã, é por isso. — Seu hálito morno é como lama contra o meu rosto.

— Opa! — Demi diz bem alto. — Você falou que a gente só ia tirar umas fotos dela!

— É isso aí… e talvez um videozinho — Anahí responde.

— Sem chance! Nem fo/dendo… estupro não! — Demi grita.

— Não é nada disso… Meu Deus. Eu não sou uma psicopata. Ele só vai encostar nela e fingir que eles estão trepando, pro Christopher ficar louco da vida quando receber o vídeo. Imagina a cara dele quando vir sua pi/ranha inocente sendo comida pelo Dan. — Anahí dá risada. — Pensei que você tivesse topado — ela esbraveja com Demi. — Você disse que estava dentro.

— Eu topei sacanear o Christopher, mas você não pode filmar essa merda — Demi sussurra, mas eu consigo ouvir claramente.

— Você está parecendo ela falando. — Anahí me vira de novo de barriga para cima depois de tirar meu vestido.

— Para — eu resmungo. Anahí revira os olhos, e Demi parece prestes a vomitar a qualquer momento.

— Não sei mais se estou a fim de fazer isso — diz Demi, entrando em pânico.

Anahí aperta o ombro dela com força e aponta para a porta.

— Bom, então se manda. Se é para dar uma de covarde, vai lá para baixo que daqui a pouco a gente desce.

Ouço outra batida na porta, e a voz de Poncho.

— Any, você está aí? — ele pergunta do corredor. Ele também não.

— Merda — Anahí resmunga. — Sim, hã, eu estou conversando com a Demi. Já estou saindo! — Abro a boca para gritar, mas suas mãos no meu rosto me impedem. Estão suadas e cheiram a álcool.

Tento olhar para Demi em busca de ajuda, mas ela vira para o outro lado. Covarde.

— Vai lá para baixo, gato. Eu já vou. Ela… Ela está chateada. Coisas de mulher, sabe? — ela mente. Apesar da situação, não consigo deixar de ficar aliviada por Poncho não saber sobre as intenções cruéis de sua namorada.

— Tá bom! — ele grita.

— Vem aqui — Anahí chama Dan com a voz baixa, e em seguida toca meu rosto. — Abre os olhos.

Eu consigo abrir, mas não muito, e sinto a mão de Dan subindo pela minha coxa. O medo toma conta de mim e fecho os olhos outra vez.

— Eu vou lá para baixo — Demi diz por fim, quando Dan põe a câmera na frente de seu rosto.

E ai gente, surpresas ou não? A Anahí que é a famosa lobo em pele de cordeiro kauahs 😪 Primeira vez que li fiquei tão… decepcionada 😂😂

Ainda mais quando algumas meninas comentavam que a Dulce tinha que perdoar a Anahí pelo lance da aposta, e que elas tinha que ser amigas… 😤 Eu ficava louca pra contar!

E agora? Será que a Dul vai sofrer esse tipo de abuso? 😱😱 O Christopher nem foi pra essa festa, meu Deus… 😰😰

Volto em breve! #EstruproNaoÉCulpaDaVitima⛔

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