Fanfic: After Love || Vondy | Tema: Vondy
61
POV CHRISTOPHER
Eles não devem ter chegado há muito tempo, eu vim dirigindo acima do limite de velocidade o tempo todo. Assim que vejo a picape de Pablo estacionada na frente da casa de tijolos, quase passo mal. Quando ele aparece na varanda, toda a minha raiva vem à tona.
Pablo vai caminhando lentamente até sua picape enquanto estaciono na rua, um pouco mais à frente para não bloquear sua saída e ele poder sumir logo daqui. O que eu falo para ele? E para ela? Será que ela vai conseguir me ouvir?
— Eu sabia que você ia aparecer aqui — ele diz baixinho quando me vê.
— E por que eu não viria? — respondo com um grunhido, tentando conter minha raiva.
— Talvez porque tudo isso seja culpa sua.
— Está falando sério? É culpa minha a Anahí ser uma po/rra de uma psicopata, cara/lho? — Sim, é.
— Não, é culpa sua não ter ido com a Dulce àquela festa, para começo de conversa. Você precisava ver a cara dela quando eu arrom/bei a porta. — Ele sacode a cabeça para afastar a lembrança. Sinto um aperto no peito. Dulce não deve ter contado que não estamos mais juntos. Isso significa que ela ainda tem esperança, como eu?
— Eu… eu nem sabia que ela estava lá, então não enche o meu saco. Cadê a Dulce?
— Lá dentro. — Ele afirma o óbvio com ódio no olhar.
— Não olha assim para mim, cara/lho… Você nem deveria estar aqui, aliás — lembro a ele.
— Se não fosse por mim, ela teria sido estuprada e sabe Deus mais o quê…
Minhas mãos encontram a gola de sua jaqueta de couro, e eu o empurro contra a lateral de sua picape.
— Por mais que você tente, e que seja o ‘salvador da pátria’, ela nunca vai querer você. Não esquece disso.
Dou um último empurrão nele e me afasto. Quero bater nele, arrebentar seu nariz por ser um babaca presunçoso, mas Dulce está lá dentro, e vê-la é muito mais importante para mim agora. Quando passo ao lado da picape, vejo no assento a bolsa de Dulce e… o vestido dela.
Ela está sem roupa?
— Por que o vestido dela está aqui? — tomo coragem para perguntar. Abro a porta com violência e pego as coisas dela. Ele não fala nada, e eu o encaro, exigindo uma resposta.
— Eles tiraram — Pablo diz simplesmente, com a expressão bem séria.
— Pu/ta que pa/riu — eu murmuro e saio andando na direção da casa da mãe de Dulce.
Quando chego à varanda, Blanca aparece para bloquear a porta.
— Que diabos você está fazendo aqui? — Sua filha está péssima, mas sua principal preocupação é gritar comigo. Que beleza.
— Preciso ver a Dulce. — Eu seguro a maçaneta da porta. Ela sacode a cabeça, mas sai da frente. Eu tenho a impressão de que ela sabe que não vai conseguir me deter.
— Você não vai entrar na minha casa! — ela berra.
Eu ignoro e passo direto por ela.
— Você não me ouviu? Não finja que não está me escutando! — A porta bate atrás de mim, e percorro a sala pequena com os olhos à procura da minha garota.
Quando a vejo, fico paralisado por um momento. Ela está deitada no sofá com os joelhos ligeiramente flexionados, os cabelos caídos como uma aréola em torno de sua cabeça e os olhos estão fechados. Blanca continua me intimidando, ameaçando chamar a polícia, mas eu não estou nem aí.
Vou até Dulce e me ajoelho para ficar na altura de seu rosto. Sem pensar duas vezes, acaricio sua bochecha com o polegar e seguro sua face avermelhada com a mão.
— Meu Deus — digo baixinho, observando seu peito se mover para cima e para baixo. — Po/rra, Dul, me desculpa. Isso é tudo culpa minha — murmuro para ela, na esperança de que consiga me ouvir. Ela está tão linda, tranquila e imóvel, com os lábios ligeiramente afastados, com a inocência estampada em seu lindo rosto.
Blanca, obviamente, aproveita o momento e descarrega toda sua raiva sobre mim.
— Isso mesmo! A culpa é sua. Agora saia da minha casa se não quiser sair arrastado daqui pela polícia!
Sem me virar para ela, eu respondo:
— Para com isso, vai? Eu não vou sair daqui. Pode chamar a polícia. Faz eles virem aqui a esta hora da noite para você virar motivo de fofoca no bairro todo. E nós dois sabemos que não é isso que você quer. — Eu sei que ela está me fuzilando com os olhos, mas não consigo me concentrar em nada a não ser na menina deitada na minha frente.
— Tudo bem — Blanca resmunga por fim. — Você tem cinco minutos.
Ela arrasta os sapatos no carpete da maneira mais irritante do mundo. Por que ela está toda arrumada a esta hora, aliás?
— Espero que você esteja me ouvindo, Dulce — começo. Minhas palavras são abruptas, mas meu toque em sua pele macia é suave. As lágrimas se acumulam nos meus olhos e caem sobre ela. — Me perdoa. Pelo amor de Deus, me perdoa por tudo. Eu não deveria ter deixado você ir embora. Onde eu estava com a cabeça? Mas acho que você ficaria orgulhosa de mim, pelo menos um pouco. Eu não matei o Dan, só dei um chute na cara dele… e apertei um pouco a garganta dele, mas ele ainda está respirando. — Faço uma pausa antes de admitir: — Eu quase bebi hoje à noite, mas desisti. Não queria piorar ainda mais as coisas entre nós. Eu sei que você pensa que não estou nem aí, mas estou. Só não sei como demonstrar isso. — Dou uma parada para ver seus olhos fechados, que tentam se abrir ao ouvir minha voz. — Dul, você está me ouvindo? — pergunto, cheio de esperança.
— Pablo? — ela murmura baixinho, e por um momento chego a pensar que o diabo está me pregando uma peça.
— Não, linda, é o Christopher. É o Christopher, não o Pablo. — Não consigo disfarçar a irritação que sinto ao ouvir o nome dele saindo de forma tão carinhosa da boca dela.
— Christopher não. — Ela franze a testa, confusa, mas seus olhos permanecem fechados. — Pablo? — ela repete, e eu tiro a mão de seu rosto.
Quando fico de pé, percebo que a mãe dela não está por perto. Fico surpreso por ela não estar espiando por cima do meu ombro quando tento fazer as pazes com sua filha.
E então, como se meus pensamentos a tivessem invocado, ela aparece na sala.
— Já terminou? — Blanca questiona.
Ergo uma mão para afastá-la.
— Não, ainda não. — Mas deveria, afinal, Dulce está chamando Pablo.
E então, mais humilde, admitindo que não tem controle absoluto sobre o mundo inteiro, ela me pede:
— Você pode colocá-la no quarto para mim antes de ir? Ela não pode dormir no sofá.
— Então eu não posso entrar aqui, mas… — Eu me interrompo, ciente de que não vou ganhar nada entrando em conflito com essa mulher mais uma vez. Em vez disso, faço que sim com a cabeça. — Claro, onde fica o quarto?
— Última porta à esquerda — ela responde secamente e sai da sala de novo. Não sei de onde veio a gentileza de Dulce, mas com certeza não foi dessa mulher.
Soltando um suspiro, passo um braço sob os joelhos de Dulce e outro por baixo de seu pescoço, levantando-a com cuidado. Um grunhido suave escapa de seus lábios quando a trago mais para perto do peito. Mantenho a cabeça baixa enquanto a carrego pelo corredor. A casa é pequena, bem menor do que eu imaginava.
A última porta à esquerda está quase fechada, e quando a empurro com o pé fico surpreso pelos sentimentos nostálgicos que me invadem ao ver um quarto em que nunca estive antes.
A cama pequena fica encostada na parede, preenchendo quase metade do quarto. A escrivaninha no canto é quase do tamanho da cama. Uma Dulce adolescente surge na minha mente, como ela devia passar horas e horas sentada ali, ocupada com inúmeras tarefas escolares. Suas sobrancelhas franzidas, sua boca comprimida, seus cabelos caindo sobre os olhos e sua mão afastando-os com movimentos leves antes de pôr um lápis atrás da orelha.
Agora que a conheço melhor, não imaginava que ela teria lençóis cor-de-rosa e um edredom roxo. Devem ser resquícios de um tempo mais distante, quando Dulce brincava com sua Barbie, uma época que ela definiu como “a melhor e a pior de sua vida”. Lembro de Dulce contando que sempre perguntava para sua mãe onde a Barbie trabalhava, onde tinha estudado, se teria filhos um dia.
Olho para baixo e vejo a Dulce adulta no meu colo e sou obrigado a segurar o riso ao pensar em sua curiosidade incessante, uma das coisas de que mais gosto e que mais detesto nela agora. Puxo a coberta e a deito com cuidado na cama, colocando só um travesseiro sob sua cabeça, do jeito que ela dorme em casa.
Em casa… nosso apartamento não é mais a casa dela. Assim como essa pequena casa, foi apenas uma escala no caminho para seu sonho: Seattle.
A cômoda de madeira range quando abro a primeira gaveta, procurando por roupas para vestir seu corpo seminu. Ao pensar em Dan tirando sua roupa, cerro os punhos e agarro com força o tecido de uma velha camiseta.
Levanto Dulce com cuidado e visto nela a camiseta. Seus cabelos estão bagunçados e, quando tento ajeitá-los, só pioro as coisas. Ela resmunga outra vez, e seus dedos se retraem. Está tentando se mover, mas não consegue. Odeio isso. Engulo a bile que sobe pela minha garganta e tento afastar a imagem das mãos daquele merda sobre ela.
De forma respeitosa, viro para o outro lado enquanto passo seus braços pelas mangas da camiseta e só olho de novo quando ela está totalmente vestida. Blanca está parada na porta. Sua expressão é tensa e pensativa, e eu me pergunto há quanto tempo ela está ali.
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62 POV DULCE Parem com isso, sinto vontade de gritar com os dois. Não consigo entender o que estão falando enquanto brigam desse jeito. Não estou conseguindo acompanhar muita coisa: o tempo não faz sentido no estado em que estou. Está tudo confuso. Ouço portas batendo e minha mãe e Christopher discutindo, e é dif&ia ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1969
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anyvondy23 Postado em 18/08/2021 - 14:55:32
Vindo ler de novo porque não concluí rsrs
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dayanerodrigues Postado em 09/08/2020 - 18:39:14
A música é a cara da música SÓ HOJE do Jota Quest Até parece que é o Christopher ta Cantando pra ela
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dmsavinom Postado em 09/09/2019 - 22:55:04
Esse livro e o muito bom, parece que já lançaram por filme, eu não assisti mais estou mega anciosa para assistir, mesmo eles tendo cortado um cado de coisas,, e terem deixado a história menos abusiva, para mais romântica.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:00:49
e em nenhum momento vi ela mencionar os créditos a Anna e mesmo que ela não esteja mais ATIVA nessa conta, eu precisava dizer isso aqui, a usuária estava repostando uma história, mundialmente famosa, que não era sua, ainda por cima não deu os devidos créditos a verdadeira autora, eu sou ESCRITORA e só eu sei o que passo para conseguir escrever cada capítulo das minhas fanfics, uma vez fui vítima de plágio e sinceramente não desejo isso a ninguém, então eu precisava vim aqui, como dever de cidadã falar que isso que essa usuária fez, de repostar uma história que não era SUA e ainda por cima fazer os leitores acharem que a história lhe pertencia, sem dar os devidos créditos a autora, isso é claramente PLÁGIO, me desculpem, não gosto de causar confusão, eu apenas precisava dizer isso, como fã da Anna e do belo trabalho dela, e EU se eu repostar uma fanfic, eu obviamente vou dar os créditos a autora original,, enfim, era só isso.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 21:54:06
Eu conheço essa história, na verdade é uma série de livros, nomeada After, Anna Todd começou a postar no wattpad, e alguns dias um escritor famoso a descobriu e hoje em dia ela é uma das maiores escritoras do mundo, conhecida mundialmente pelo sucesso avassalador de After, eu estava aqui olhando, para baixar o pdf de after, quando li a sinopse dessa fanfic, que é completamente igual a after, e para piorar TODOS os capítulos são iguaizinhos, foi ai que notei que a escritora repostou sim a história de after, no total são seis livros, ela parou na quinta temporada, eu sou leitora fiel da Anna a acompanhei no wattpad, lendo e me apaixonei pela história de after, foi então que vim aqui como leitora da Anna, avisa aos leitores, ou a escritora esqueceu de colocar os créditos ou ela queria que seus leitores acreditassem que essa fanfic maravilhosa era dela, eu olhei a sinopse, procurei no primeiro.
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bustamante Postado em 11/07/2017 - 18:27:14
Pelo amor, termina sério é muito foda essa Fic, juro ..
Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:13:11
Se você pesquisar assim " Série After" na internet vai aparecer todos os livros ;)
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Rebeca Postado em 03/12/2016 - 19:00:57
A conta que eu postava aqui foi excluida, por tanto não tem como eu finalizar mais essa fanfic. Mas estou com uma história nova, pra quem quiser o link: https://m.fanfics.com.br/fanfic/55473/justica-vondy-vondy
ludmilla Postado em 07/12/2016 - 04:56:10
mulherrr to nem acreditando nisso, foi uma história q eu fiquei envolvida desde o início e agr saber n vai ter mais um fim é mt difícil.
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stellabarcelos Postado em 06/11/2016 - 14:04:27
Vence fazendo o Christopher ver as coisas por uma outra perspectiva foi incrível! Esses dois estão cada vez mais quentes!! Noooossa, o Christopher transou com meio mundo em Caraca hahaha
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leticia Postado em 28/10/2016 - 18:05:09
A dulce bebada gica bem mais solta kkkk coragem de fazer isso dentro de um lugar cheio de pessoas kkkkk ri mt
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Natalya Andrade Postado em 23/10/2016 - 00:00:35
Esses dois sao o casal mais louco que eu ja vi ! Como assim transar numa balada kkkk coragem. E nao gostei muito desse professor da Dulce morando em seattle... Foi estranho !