Fanfic: After Love || Vondy | Tema: Vondy
26
A mão de Christopher ainda está sobre minha coxa, e eu desejo que ele nunca mais a tire dali. Aproveito para dar uma rápida examinada nas tatuagens que cobrem seus braços. O símbolo do infinito logo acima do pulso chama minha atenção outra vez, e me pergunto se aquilo tem um significado especial para ele. Parece uma coisa bem pessoal, tatuado ali, logo abaixo da mão. Procuro pelo mesmo desenho em sua outra mão, mas não encontro. O símbolo do infinito é uma tatuagem bastante comum, principalmente entre mulheres, mas o fato de o desenho no braço dele parecer dois corações entrelaçados me deixa intrigada.
— Então, de que tipo de comida você gosta? — ele pergunta.
Finalmente uma pergunta normal. Prendo meus cabelos bagunçados e quase secos em um coque, e penso um pouquinho sobre o que gostaria de comer.
— Bom, na verdade gosto de tudo, desde que saiba o que estou comendo… e que não tenha ketchup.
Ele dá risada.
— Você não gosta de ketchup? Vocês americanos não são todos apaixonados por ketchup? — ele provoca.
— Não faço ideia, mas acho nojento. — Damos risada, e eu olho para Christopher, que diz:
— Então podemos ir a uma lanchonete mesmo? — Faço que sim com a cabeça, e ele estende a mão para ligar o som, mas interrompe o gesto e volta a apoiar a mão sobre minha perna. — Quais são seus planos para depois da faculdade? — Christopher quer saber. Na verdade, ele já me perguntou isso antes, quando estávamos em seu quarto.
— Vou mudar para Seattle para procurar emprego em uma editora ou então começar a escrever. Sei que é bobagem — acrescento, sentindo-me envergonhada por isso. — Você já me perguntou isso antes, lembra?
— Não é bobagem. Conheço um cara na Editora Vance. É meio longe, mas de repente vale a pena se candidatar para um estágio. Posso falar com ele.
— Como é? Você faria isso por mim? — Minha voz sai em um gritinho agudo, porque fui pega de surpresa. Apesar de ele ter sido muito bonzinho na última hora, eu não esperava uma atitude como aquela.
— Claro, não é nada de mais. — Christopher fica um pouco sem graça, e tenho certeza de que é porque não está acostumado a ser gentil.
— Uau, obrigada. De verdade. Vou precisar de um emprego ou de um estágio em breve, e trabalhar numa editora seria um sonho virando realidade para mim — declaro, batendo as mãos uma na outra.
Ele dá uma risadinha e balança a cabeça.
— De nada.
Paramos no pequeno estacionamento de uma velha construção de tijolos.
— A comida daqui é boa demais — ele diz antes de descer do carro, ir até o porta-malas, abri-lo e tirar de lá outra camiseta preta lisa. Deve ter um estoque infinito delas. Estava gostando tanto de vê-lo sem camisa que quase esqueci que precisaria se vestir em algum momento.
Entramos e nos sentamos na lanchonete quase deserta. Uma senhora vem até a mesa para entregar os cardápios, mas ele diz que não precisa e pede um hambúrguer com fritas, indicando com um gesto que eu fizesse o mesmo. Aceito a sugestão e peço a mesma coisa, sem ketchup, claro.
Enquanto esperamos a comida, conto a Christopher sobre minha infância em Richland, um lugar de que ele nunca ouviu falar, já que vem da Inglaterra. Não perdeu grande coisa — é uma cidade pequena, onde a vida é sempre igual e ninguém nunca vai embora. Com exceção de mim: não vou voltar para lá. Christopher não diz muita coisa sobre seu passado, mas sou uma pessoa esperançosa e paciente. Ele parece bastante curioso a respeito da minha vida, e franze a testa quando conto sobre as bebedeiras do meu pai. Já tinha falado sobre isso para ele uma vez, no meio de uma briga, mas agora entro em mais detalhes.
Durante uma pausa na conversa, a garçonete chega com a comida, que parece estar deliciosa.
— Bom, né? — Christopher pergunta quando dou a primeira mordida. Respondo com um aceno de cabeça e limpo a boca. A comida está deliciosa, e nós dois limpamos o prato. Estava faminta como nunca tinha ficado na vida.
***
O clima é relaxado na viagem de volta para o campus. Os dedos compridos dele desenham círculos na minha perna, e sinto uma pontada de decepção ao ver o símbolo da WCU quando entramos no estacionamento dos estudantes.
— Você se divertiu? — pergunto. Sinto-me muito mais íntima dele do que há apenas algumas horas. Ele sabe muito bem ser legal quando quer.
— Ah, sim, foi divertido. — Christopher parece surpreso com isso. — Escuta só, eu até queria acompanhar você até o quarto, mas não quero ficar sendo interrogado pela Any… — Ele sorri e se vira de lado no assento para olhar para mim.
— Tudo bem. A gente se vê amanhã — respondo.
Não sei se devo dar um beijo de despedida ou não, por isso fico aliviada quando ele põe a mão nos meus cabelos e prende uma mecha mais rebelde atrás da minha orelha. Encosto o rosto em sua mão, e ele se inclina para a frente e cola sua boca à minha. O beijo a princípio é carinhoso e suave, mas sinto meu corpo se acender. Preciso de mais.
Christopher segura meu braço e me puxa, para que eu fique em cima dele. Obedeço e fico em seu colo, batendo as costas no volante. Sinto o assento se reclinar um pouco, proporcionando mais espaço enquanto levanto sua camiseta para pôr as mãos por baixo dela. Sua barriga é durinha, e sua pele está quente. Passo os dedos por suas tatuagens.
Sua língua acaricia a minha e ele me aperta com força. É uma sensação quase dolorosa, mas uma dor que estou disposta a suportar para tê-lo junto a mim. Christopher geme quando minhas mãos sobem mais um pouco. Adoro saber que consigo fazê-lo gemer também, que posso ter esse efeito sobre ele.
Estou a ponto de me perder de novo nessa sensação quando o toque do meu telefone nos interrompe.
— Outro alarme? — ele provoca.
Com um sorriso, abro a boca para responder, mas me interrompo quando vejo o nome de Noah na tela do celular. Olho para Christopher e vejo que ele percebe o que está acontecendo. Sua expressão muda e, temendo estragar o momento e seu bom humor, aperto o botão de ignorar a chamada e jogo o aparelho sobre o banco do passageiro. Nesse momento, não quero nem pensar em Noah.
Tranco sua imagem em um canto remoto da minha mente e jogo a chave fora. Eu me inclino para a frente para continuar beijando Christopher, mas ele me detém e afasta o rosto.
— Acho melhor eu ir embora. — O tom de voz dele é bem sério e me deixa preocupada. Quando recuo um pouco para encará-lo, seu olhar está distante, e o gelo imediatamente apaga o fogo do meu corpo.
— Christopher, eu ignorei a chamada. Vou conversar com ele sobre tudo isso. Só não sei como, nem quando… mas vai ser em breve, prometo. — Em algum lugar no fundo da minha mente, eu sabia que precisaria terminar com Noah assim que beijei Christopher pela primeira vez. Não posso continuar nosso namoro depois de traí-lo. Essa nuvem negra de culpa ficaria pairando sobre minha cabeça pelo resto da vida, e nenhum de nós dois ia querer isso.
O que sinto por Christopher é outro motivo para não ficar mais com Noah. Não amo meu namorado quanto ele merece, caso contrário não teria esse tipo de sentimento por Christopher. Não gostaria de magoar Noah, mas agora não tem mais volta.
— Conversar com ele sobre o quê? — Christopher esbraveja.
— Sobre tudo isso. — Faço um gesto apontando para nós dois. — Sobre nós.
— Nós? Você não está me dizendo que vai terminar com ele… por minha causa, né? — Minha cabeça começa a girar. Sei que preciso sair do colo dele naquele momento, mas fico paralisada.
— Você não… não quer que eu faça isso? — Minha voz sai em um sussurro.
— Não, por que ia querer? Quer dizer, se você está a fim de dar um pé na bun/da dele, vá em frente, mas não vem me dizer que é por minha causa.
— É que… eu pensei que… — Começo a me embananar com minhas próprias palavras.
— Já disse pra você que não namoro, Dulce Maria — ele fala. Sinto meu corpo paralisar como o de uma vaca diante dos faróis de um carro. A única coisa que me motiva a sair de seu colo é que não quero que me veja chorando — de novo.
— Você é um es/croto — digo com amargura e pego minhas coisas do chão do carro. Christopher parece querer dizer alguma coisa, mas fica em silêncio. — Fica longe de mim de hoje em diante… Estou falando sério! — grito, e ele fecha os olhos.
Vou caminhando o mais depressa que consigo até o alojamento e depois até meu quarto, e de alguma forma consigo segurar as lágrimas até entrar e fechar a porta. Ainda bem que Anahí não está, porque assim posso deixar o choro rolar solto.
Como pude ser tão burra? Sabia como Christopher era, e mesmo assim topei ficar sozinha com ele — na verdade agarrei a oportunidade com unhas e dentes. Só porque ele foi legal comigo, fui logo pondo na minha cabeça que… que ele poderia ser meu namorado? Solto uma risada em meio aos soluços ao pensar em como sou idiota e ingênua.
Não tenho o direito nem de estar brava. Christopher me disse que não namora, mas hoje foi tão gostoso, e ele foi tão agradável, que pensei que estivéssemos construindo algum tipo de relação. No fim era tudo uma encenação para me levar para a cama. E eu deixei isso acontecer.
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27 As lágrimas secam, e eu já estou de banho tomado e mais estável mentalmente quando Anahí chega do cinema. — E aí, como foi seu… passeio com Ucker? — ela pergunta enquanto pega o pijama na cômoda. — Foi tudo bem, ele voltou a ser o mesmo de sempre… com aquela gentileza ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1969
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anyvondy23 Postado em 18/08/2021 - 14:55:32
Vindo ler de novo porque não concluí rsrs
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dayanerodrigues Postado em 09/08/2020 - 18:39:14
A música é a cara da música SÓ HOJE do Jota Quest Até parece que é o Christopher ta Cantando pra ela
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dmsavinom Postado em 09/09/2019 - 22:55:04
Esse livro e o muito bom, parece que já lançaram por filme, eu não assisti mais estou mega anciosa para assistir, mesmo eles tendo cortado um cado de coisas,, e terem deixado a história menos abusiva, para mais romântica.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:00:49
e em nenhum momento vi ela mencionar os créditos a Anna e mesmo que ela não esteja mais ATIVA nessa conta, eu precisava dizer isso aqui, a usuária estava repostando uma história, mundialmente famosa, que não era sua, ainda por cima não deu os devidos créditos a verdadeira autora, eu sou ESCRITORA e só eu sei o que passo para conseguir escrever cada capítulo das minhas fanfics, uma vez fui vítima de plágio e sinceramente não desejo isso a ninguém, então eu precisava vim aqui, como dever de cidadã falar que isso que essa usuária fez, de repostar uma história que não era SUA e ainda por cima fazer os leitores acharem que a história lhe pertencia, sem dar os devidos créditos a autora, isso é claramente PLÁGIO, me desculpem, não gosto de causar confusão, eu apenas precisava dizer isso, como fã da Anna e do belo trabalho dela, e EU se eu repostar uma fanfic, eu obviamente vou dar os créditos a autora original,, enfim, era só isso.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 21:54:06
Eu conheço essa história, na verdade é uma série de livros, nomeada After, Anna Todd começou a postar no wattpad, e alguns dias um escritor famoso a descobriu e hoje em dia ela é uma das maiores escritoras do mundo, conhecida mundialmente pelo sucesso avassalador de After, eu estava aqui olhando, para baixar o pdf de after, quando li a sinopse dessa fanfic, que é completamente igual a after, e para piorar TODOS os capítulos são iguaizinhos, foi ai que notei que a escritora repostou sim a história de after, no total são seis livros, ela parou na quinta temporada, eu sou leitora fiel da Anna a acompanhei no wattpad, lendo e me apaixonei pela história de after, foi então que vim aqui como leitora da Anna, avisa aos leitores, ou a escritora esqueceu de colocar os créditos ou ela queria que seus leitores acreditassem que essa fanfic maravilhosa era dela, eu olhei a sinopse, procurei no primeiro.
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bustamante Postado em 11/07/2017 - 18:27:14
Pelo amor, termina sério é muito foda essa Fic, juro ..
Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:13:11
Se você pesquisar assim " Série After" na internet vai aparecer todos os livros ;)
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Rebeca Postado em 03/12/2016 - 19:00:57
A conta que eu postava aqui foi excluida, por tanto não tem como eu finalizar mais essa fanfic. Mas estou com uma história nova, pra quem quiser o link: https://m.fanfics.com.br/fanfic/55473/justica-vondy-vondy
ludmilla Postado em 07/12/2016 - 04:56:10
mulherrr to nem acreditando nisso, foi uma história q eu fiquei envolvida desde o início e agr saber n vai ter mais um fim é mt difícil.
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stellabarcelos Postado em 06/11/2016 - 14:04:27
Vence fazendo o Christopher ver as coisas por uma outra perspectiva foi incrível! Esses dois estão cada vez mais quentes!! Noooossa, o Christopher transou com meio mundo em Caraca hahaha
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leticia Postado em 28/10/2016 - 18:05:09
A dulce bebada gica bem mais solta kkkk coragem de fazer isso dentro de um lugar cheio de pessoas kkkkk ri mt
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Natalya Andrade Postado em 23/10/2016 - 00:00:35
Esses dois sao o casal mais louco que eu ja vi ! Como assim transar numa balada kkkk coragem. E nao gostei muito desse professor da Dulce morando em seattle... Foi estranho !