Fanfic: After Love || Vondy | Tema: Vondy
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POV CHRISTOPHER
— Como foi o treino de kickboxing ontem? — Christian pergunta, com a voz tensa e o rosto contorcido em uma expressão idiota de esforço enquanto ergue mais um saco de terra. Quando ele o põe no lugar, leva as mãos à cintura e diz, revirando os olhos de forma dramática: — Você bem que podia me ajudar.
— Bem que eu podia — respondo da cadeira em que estou sentado, apoiando os pés em uma das prateleiras da estufa de Karen. — O kickboxing foi legal. A treinadora era mulher, então essa parte foi zoada.
— Por quê? Ela te deu uma canseira?
— Você quer dizer ela me encheu de porrada? Não, não foi nada disso.
— Por que você foi, aliás? Eu falei para a Dul não matricular você na academia, porque você não ia.
Sinto a irritação crescer dentro do meu peito quando o ouço chamá-la de Dul. Não gosto nem um pouco disso. É só o Christian, po/rra, preciso lembrar a mim mesmo. Tenho um monte de coisas na cabeça no momento e Christian é a última das minhas preocupações.
— Porque eu estava com raiva e senti que ia acabar quebrando tudo dentro do apartamento. Encontrei o voucher por acaso quando estava arrancando as gavetas da cômoda, então pus meus sapatos e saí.
— Você arrancou todas as gavetas? A Dulce vai matar você… — Ele sacode a cabeça e finalmente resolve sentar em cima da pilha de sacos de terra. Não sei por que ele concordou em ajudar sua mãe a carregar toda essa merda, para começo de conversa.
— Ela não vai nem saber… porque não mora mais lá — eu lembro, tentando disfarçar minha irritação.
Ele me olha com uma cara culpada.
— Desculpa.
— Pois é. — Solto um suspiro. Não consigo nem pensar em uma resposta engraçadinha.
— Não posso dizer que sinto pena, porque você poderia estar lá com ela — Christian diz depois de um instante em silêncio.
— Vai se fo/der. — Eu apoio a cabeça na parede, sentindo seus olhos sobre mim.
— Isso não faz sentido — ele acrescenta.
— Para você.
— Nem para ela. Nem para ninguém.
— Não preciso me explicar para ninguém — esbravejo.
— Então o que está fazendo aqui?
Em vez de responder, olho ao redor da estufa, sem saber que diabos estou fazendo aqui, para falar a verdade.
— Não tenho nenhum outro lugar para ir.
Ele pensa que eu não estou morrendo de saudade dela? Que eu não preferia mil vezes estar com ela em vez de conversando com ele?
Ele me lança um olhar atravessado.
— E os seus amigos?
— Qual deles? A desgraçada que drogou a Dulce? Ou a que armou uma emboscada para ela descobrir sobre a aposta? — Começo a contar cada um com os dedos, para acrescentar um efeito dramático. — Ou o que não perde a chance de dar em cima dela? Quer que eu continue?
— Acho que não. Mas estava na cara que os seus amigos não prestavam — ele diz em um tom de voz irritante. — E então, o que você vai fazer?
Como manter a paz é melhor que matá-lo, eu dou de ombros.
— Exatamente o que estou fazendo agora.
— Então você vai passar o tempo todo se lamentando no meu ouvido?
— Não estou me lamentando. Estou fazendo o que você me falou, me tornando uma pessoa melhor — eu ironizo, fazendo um sinal de aspas no ar. — Você já falou com ela depois da mudança? — pergunto.
— Já, ela me mandou uma mensagem hoje de manhã avisando que chegou bem.
— Ela está na casa do Vance, né?
— Por que não pergunta direto para ela?
Pu/ta merda, como Christian é irritante.
— Eu sei que está. Onde mais ela poderia estar?
— Com o tal do Poyato — Christian não perde tempo em sugerir. Seu sorrisinho presunçoso me faz pensar duas vezes em minha decisão de manter a paz. Se eu só o derrubasse no chão, não ia machucar tanto assim. Ele só está a mais ou menos um metro do chão. Não ia deixar nem um hematoma…
— Tinha esquecido do babaca do Poyato — resmungo, esfregando as têmporas. Poyato me tira do sério quase tanto quanto Pablo. A diferença é que acredito nas boas intenções de Poyato em relação a Dulce, o que me deixa ainda mais pu/to. Isso o torna ainda mais perigoso.
— Então, qual é o próximo passo do seu processo de se tornar uma pessoa melhor? — Christian sorri, mas logo em seguida fica todo sério. — Quer saber? Estou muito orgulhoso de você por estar fazendo isso. É bom ver você tentar de verdade, em vez de se esforçar por uma hora e voltar a ser o mesmo de sempre assim que ela te perdoa. Vai ser muito importante para ela ver você passar por todas essas mudanças.
Ponho os pés no chão e balanço a cadeira de leve. Essa conversa está mexendo com alguma coisa dentro de mim.
— Não vem com esse papo furado. Eu ainda não fiz po/rra nenhuma. Só faz um dia. — Um dia longo, infeliz e solitário.
Christian arregala os olhos em uma expressão de compaixão.
— Não, é sério. Você não apelou para a bebida, não arrumou briga, não foi preso, e eu sei que foi até conversar com o seu pai.
Fico de boca aberta.
— Ele contou para você? — Desgraçado.
— Não, ele não falou nada. Mas eu moro aqui, e vi seu carro aí fora.
— Ah…
— Acho que Dulce ia gostar de saber que você veio falar com ele — Christian continua.
— Quer parar com isso? — eu digo, encolhendo os braços. — Você não é meu analista, ca/ralho. Para de agir como se fosse melhor que eu e eu fosse uma po/rra de um imprestável que você precisa…
— Por que você não pode simplesmente aceitar um elogio? — Christian me interrompe. — Eu nunca disse que me acho melhor que você. Só estou tentando ser seu amigo. Você não tem ninguém, acabou de admitir isso, e agora que Dulce foi embora para Seattle está precisando de alguém para te dar apoio moral. — Ele me encara, mas eu desvio o olhar. — Você precisa parar de afastar as pessoas, Christopher. Eu sei que você não gosta de mim, que me odeia porque acha que eu tenho alguma coisa a ver com os problemas que você tem com o seu pai, mas eu gosto muito da Dulce e de você, e não me importo se está ou não a fim de me ouvir.
— Eu não estou a fim de ouvir — rebato. Por que ele sempre precisa falar esse tipo de merda? Eu vim aqui para… sei lá, conversar com ele. Mas não esse papo cabeça… Não vim aqui para ouvir ele ficar dizendo que gosta de mim.
E por que ele gosta de mim, aliás? Tenho me comportado como um perfeito babaca desde que a gente se conheceu, mas isso não significa que eu odeio ele. Ele acha mesmo isso?
— Bom, essa é uma das coisas que você precisa melhorar. — Ele fica de pé e sai da estufa, me deixando sozinho.
— Po/rra. — Eu dou um chute e acerto sem querer uma prateleira de madeira. Um estalo reverbera no ar, e eu fico de pé em um pulo. — Não, não, não!
Tento apanhar os vasos, as floreiras e o resto das coisas antes que caiam. Em questão de segundos está tudo no chão, em pedaços. Isso não pode estar acontecendo. Eu não queria quebrar essa merda toda, e agora estou com uma pilha de terra, flores e vasos de barro quebrados aos meus pés.
De repente consigo limpar toda essa bagunça antes que Karen…
— Meu Deus — ouço quando ela exclama, me viro para a porta e a vejo parada, com uma pá de jardinagem na mão. Ca/raaalho.
— Foi sem querer, eu juro. Estiquei o pé e quebrei a prateleira sem querer… e essa po/rra toda começou a cair, e eu tentei pegar! — explico freneticamente enquanto Karen corre até a pilha de cerâmica quebrada.
Ela remexe nos detritos, tentando juntar os pedaços de um vasinho azul que na verdade não tem como ser consertado. Karen não diz nada, mas vejo que está fungando e ergue os braços para limpar as lágrimas com as mãos sujas de terra.
Depois de alguns segundos, ela diz:
— Eu tenho esse vaso desde criança. Foi o primeiro que usei para transplantar uma muda.
— Eu… — Não sei o que dizer para ela. De todas as coisas que quebrei na vida, essa foi a primeira vez que aconteceu por acidente. Estou me sentindo um merda.
— Isso e a minha porcelana foram as únicas coisas que minha avó me deixou — ela diz, às lágrimas.
A porcelana. A porcelana que eu quebrei em um milhão de pedaços.
— Me desculpa, Karen. Eu…
— Tudo bem, Christopher. — Ela suspira, e joga os pedaços do vaso de volta na pilha de terra.
Mas não está tudo bem, dá para ver isso em seus olhos castanhos. Fico surpreso com o sentimento de culpa que comprime meu peito quando vejo o quanto ela está magoada, a tristeza estampada em seus olhos.
Ela fica olhando para o vaso despedaçado por mais algum tempo, e eu a observo em silêncio. Tento imaginar Karen como uma garotinha, com seus olhos castanhos enormes e seu jeito gentil. Aposto que ela era uma daquelas meninas que eram legais com todo mundo, mesmo com imbecis como eu. Sua avó devia ser tão amável quanto ela, para Karen guardar suas coisas por todos esses anos. Eu nunca tive nada na vida que não tenha sido destruído.
— Vou terminar de fazer o jantar. Fica pronto daqui a pouco — ela diz por fim.
Então, limpando os olhos, ela sai da estufa da mesma forma que seu filho alguns minutos atrás.
gente estou passando rapidinho aqui, preciso estudar pra prova amanhã haha vish. Última semana de aula pelo menos u.u ❤
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1969
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anyvondy23 Postado em 18/08/2021 - 14:55:32
Vindo ler de novo porque não concluí rsrs
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dayanerodrigues Postado em 09/08/2020 - 18:39:14
A música é a cara da música SÓ HOJE do Jota Quest Até parece que é o Christopher ta Cantando pra ela
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dmsavinom Postado em 09/09/2019 - 22:55:04
Esse livro e o muito bom, parece que já lançaram por filme, eu não assisti mais estou mega anciosa para assistir, mesmo eles tendo cortado um cado de coisas,, e terem deixado a história menos abusiva, para mais romântica.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:00:49
e em nenhum momento vi ela mencionar os créditos a Anna e mesmo que ela não esteja mais ATIVA nessa conta, eu precisava dizer isso aqui, a usuária estava repostando uma história, mundialmente famosa, que não era sua, ainda por cima não deu os devidos créditos a verdadeira autora, eu sou ESCRITORA e só eu sei o que passo para conseguir escrever cada capítulo das minhas fanfics, uma vez fui vítima de plágio e sinceramente não desejo isso a ninguém, então eu precisava vim aqui, como dever de cidadã falar que isso que essa usuária fez, de repostar uma história que não era SUA e ainda por cima fazer os leitores acharem que a história lhe pertencia, sem dar os devidos créditos a autora, isso é claramente PLÁGIO, me desculpem, não gosto de causar confusão, eu apenas precisava dizer isso, como fã da Anna e do belo trabalho dela, e EU se eu repostar uma fanfic, eu obviamente vou dar os créditos a autora original,, enfim, era só isso.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 21:54:06
Eu conheço essa história, na verdade é uma série de livros, nomeada After, Anna Todd começou a postar no wattpad, e alguns dias um escritor famoso a descobriu e hoje em dia ela é uma das maiores escritoras do mundo, conhecida mundialmente pelo sucesso avassalador de After, eu estava aqui olhando, para baixar o pdf de after, quando li a sinopse dessa fanfic, que é completamente igual a after, e para piorar TODOS os capítulos são iguaizinhos, foi ai que notei que a escritora repostou sim a história de after, no total são seis livros, ela parou na quinta temporada, eu sou leitora fiel da Anna a acompanhei no wattpad, lendo e me apaixonei pela história de after, foi então que vim aqui como leitora da Anna, avisa aos leitores, ou a escritora esqueceu de colocar os créditos ou ela queria que seus leitores acreditassem que essa fanfic maravilhosa era dela, eu olhei a sinopse, procurei no primeiro.
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bustamante Postado em 11/07/2017 - 18:27:14
Pelo amor, termina sério é muito foda essa Fic, juro ..
Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:13:11
Se você pesquisar assim " Série After" na internet vai aparecer todos os livros ;)
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Rebeca Postado em 03/12/2016 - 19:00:57
A conta que eu postava aqui foi excluida, por tanto não tem como eu finalizar mais essa fanfic. Mas estou com uma história nova, pra quem quiser o link: https://m.fanfics.com.br/fanfic/55473/justica-vondy-vondy
ludmilla Postado em 07/12/2016 - 04:56:10
mulherrr to nem acreditando nisso, foi uma história q eu fiquei envolvida desde o início e agr saber n vai ter mais um fim é mt difícil.
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stellabarcelos Postado em 06/11/2016 - 14:04:27
Vence fazendo o Christopher ver as coisas por uma outra perspectiva foi incrível! Esses dois estão cada vez mais quentes!! Noooossa, o Christopher transou com meio mundo em Caraca hahaha
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leticia Postado em 28/10/2016 - 18:05:09
A dulce bebada gica bem mais solta kkkk coragem de fazer isso dentro de um lugar cheio de pessoas kkkkk ri mt
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Natalya Andrade Postado em 23/10/2016 - 00:00:35
Esses dois sao o casal mais louco que eu ja vi ! Como assim transar numa balada kkkk coragem. E nao gostei muito desse professor da Dulce morando em seattle... Foi estranho !