Fanfic: After Love || Vondy | Tema: Vondy
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POV DULCE
Não consigo esconder o sorriso ridículo em meu rosto quando Emily e Peter me mostram minha sala nova. As paredes são de um branco perfeito, a porta e o batente são cinza-escuro, e as mesas e prateleiras são pretas, reluzentes e modernas. O escritório é do mesmo tamanho que o antigo, mas a vista é incrível, de tirar o fôlego. A nova sede da Vance fica bem no centro de Seattle: a cidade lá embaixo fervilha, e aqui estou eu, bem no meio de tudo isso.
— É incrível, muito obrigada! — eu digo, demonstrando um entusiasmo que a maioria das pessoas não acharia muito profissional.
— Aqui perto tem de tudo: cafés, restaurantes de todos os tipos, fica tudo nessa região. — Peter olha pela janela, todo orgulhoso, e abraça sua noiva pela cintura.
— Quer parar de se gabar? — Emily provoca, e ele dá um beijo na testa dela.
— Bom, nós vamos deixar você em paz. Ao trabalho — Peter me diz em um tom brincalhão. Emily o puxa pela gravata e praticamente o arrasta para fora da sala.
Arrumo as coisas na minha mesa até ficar do jeito que eu gosto e leio um pouco, mas quando chega a hora do almoço já mandei pelo menos dez fotos da minha sala nova para Christian… e para Christopher.
Sei que Christopher não vai responder, mas não consegui me segurar. Queria que ele visse a vista, quem sabe assim não muda de ideia sobre vir para cá? Sei que estou arrumando desculpas para o meu lapso de juízo momentâneo ao mandar fotos para ele. Mas estou com saudade de Christopher, pronto, falei. Estou morrendo de saudade dele e estava esperando uma resposta, mesmo que fosse um texto de uma linha. Qualquer coisa. Mas não recebi nada.
Christian mandou uma resposta toda empolgada para cada uma das fotos, mesmo quando eu enviei uma foto bem ridícula em que estou segurando uma caneca de café com o logotipo da editora.
Quanto mais eu penso na minha atitude impulsiva de mandar as fotos para Christopher, mais me arrependo. E se ele entender tudo do jeito errado? Ele tem uma tendência a fazer isso. Pode entender as fotos como um recado de que estou seguindo em frente; pode achar que estou querendo esfregar minha alegria na cara dele. Não era essa a minha intenção, e espero que ele não entenda assim.
Talvez eu devesse mandar mais uma mensagem me explicando. Ou dizer que mandei as fotos sem querer. Não sei qual opção seria a mais convincente.
Nenhuma das duas, com certeza. Estou pensando demais. Afinal de contas, são só fotos. Como ele vai interpretá-las não é problema meu. Não posso me responsabilizar pelos sentimentos dele.
Quando chego à sala do café do meu andar, encontro Poyato sentado a uma das mesas quadradas com um tablet.
— Bem-vinda a Seattle — ele diz, com seus olhos azuis brilhando.
— Oi. — Retribuo seu entusiasmo com um sorriso e passo meu cartão de débito na máquina de doces. Aperto um código numérico e pego um pacotinho de biscoitos de amendoim. Estou nervosa demais para comer. Posso sair para almoçar e explorar os arredores amanhã.
— O que está achando de Seattle? — Poyato pergunta.
Aguardo sua permissão e, depois que ele acena com a cabeça, sento na cadeira do outro lado da mesa.
— Ainda não vi muita coisa. Cheguei ontem, mas adorei o novo prédio.
Duas mulheres entram na sala e sorriem para Poyato. Uma delas se vira para mim, e faço um breve aceno para cumprimentá-la. Elas começam a conversar entre si, e a mais baixa, que tem cabelos pretos, tira um prato pronto da geladeira enquanto sua amiga mexe nas unhas.
— Você deveria dar um passeio por aí, então. Tem bastante coisa para fazer aqui. A cidade é bem bonita — Poyato vai dizendo enquanto eu mastigo um biscoito, distraída. — O Space Needle, o Pacific Science Center, museus de arte, o que você quiser.
— Eu quero conhecer o Space Needle e o Pike Place Market — respondo. Mas estou começando a ficar sem graça, já que, toda vez que me viro para as duas mulheres, elas estão olhando para mim e cochichando. Estou bem paranoica hoje.
— Isso. Já decidiu onde vai morar? — ele pergunta, passando o dedo na tela para desligar o tablet e dedicar toda sua atenção a mim.
— Estou ficando na casa da Emily e do Peter por enquanto… só por uma semana ou duas, até eu conseguir um lugar para alugar. — A apreensão no meu tom de voz é embaraçosa. Detesto ter que ficar com eles porque Christopher arruinou minha chance de alugar o único apartamento que consegui encontrar. Quero morar sozinha, sem ter que me preocupar em ser um fardo.
— Eu posso perguntar se tem algum imóvel vago no meu prédio — Poyato oferece. Ele ajusta e alisa a gravata cinza antes de passar as mãos nas lapelas do paletó.
— Obrigada, mas não sei se o seu prédio cabe no meu orçamento — lembro a ele. Poyato é o diretor financeiro, e eu sou uma estagiária, uma estagiária remunerada, mas cujo salário não paga nem o aluguel de uma lixeira atrás do prédio dele.
Poyato fica vermelho.
— Certo — ele responde, dando-se conta do abismo entre nossas rendas. — Mas eu posso perguntar se alguém sabe de algum outro lugar.
— Obrigada. — Abro um sorriso sincero. — Tenho certeza de que vou me sentir mais em casa quando tiver o meu próprio apartamento.
— Claro. Pode demorar um pouco, mas sei que você vai gostar daqui. — Seu sorriso torto é caloroso e amigável.
— Vai fazer alguma coisa depois do trabalho? — eu pergunto sem me dar conta do que estou fazendo.
— Vou — ele responde, um tanto perplexo. — Mas posso cancelar.
— Não, não. Tudo bem. Eu só pensei que, como você já conhece os lugares, podia me mostrar a cidade. Mas, como você já tem planos, deixa pra lá. — Espero poder fazer amigos logo em Seattle.
— Eu adoraria mostrar a cidade para você. Ia sair para correr, só isso.
— Correr? — Eu torço o nariz. — Por quê?
— Por diversão.
— Isso não parece muito divertido para mim. — Eu dou risada, e ele sacode a cabeça em um gesto divertido de desaprovação.
— Eu corro todos os dias depois do trabalho. Ainda estou conhecendo a cidade também, e esse é um bom jeito de fazer isso. Você devia me acompanhar algum dia.
— Não sei… — A ideia não me parece muito atraente.
— Nós podemos andar em vez de correr. — Ele dá uma risadinha. — Eu moro em Ballard. É um bairro bem legal.
— Eu já ouvi falar de Ballard, na verdade — respondo, lembrando de quando pesquisei página após página de sites que mostravam as regiões de Seattle. — Certo, tudo bem. Vamos passear por Ballard, então. — Fecho as mãos diante do corpo e as apoio no colo.
Não consigo deixar de pensar em como Christopher se sentiria a respeito. Ele detesta Poyato, e já está sofrendo um bocado com nossa ideia de dar um “tempo”. Ele não admitiu isso, mas eu gosto de pensar que está. Apesar da distância entre mim e Christopher, literal e metafórica, eu vejo Poyato apenas como um amigo. A última coisa que passa pela minha cabeça é me envolver com alguém, principalmente com alguém que não seja Christopher.
— Combinado, então. — Ele sorri, claramente surpreso com a minha resposta positiva. — Minha hora de almoço já acabou, mas passo o meu endereço por mensagem, ou podemos ir direto daqui depois do trabalho.
— Vamos direto daqui então… estou usando sapatos confortáveis. — Aponto para as minhas sapatilhas, me parabenizando mentalmente por não estar de salto alto.
— Ótimo. Passo na sua sala às cinco — ele diz e fica de pé.
— Combinado. — Eu levanto também e jogo a embalagem dos biscoitos no lixo.
— Todo mundo sabe como ela conseguiu o emprego, para começo de conversa — ouço uma das mulheres dizer.
Quando olho para trás, por curiosidade, elas ficam em silêncio, olhando para a mesa. Não consigo evitar a sensação de que estavam falando de mim. Minha tentativa de fazer amigos em Seattle já começou mal.
— Essas daí são duas fofoqueiras, ignora — Poyato me diz, colocando as mãos nas minhas costas e me tirando da sala.
Quando volto para o meu escritório, pego meu celular na gaveta da mesa. Duas chamadas perdidas, ambas de Christopher.
Será que eu ligo de volta agora mesmo? Ele ligou duas vezes, então talvez tenha acontecido alguma coisa, eu penso, me justificando para mim mesma.
Ele atende no primeiro toque e vai logo perguntando:
— Por que não atendeu quando eu liguei?
— Aconteceu alguma coisa? — Eu levanto da cadeira, entrando em pânico.
— Não, nada. — Ele solta o ar com força. Consigo imaginar a maneira exata como seus lábios rosados se movem ao me perguntar: — Por que você me mandou essas fotos?
Olho ao redor da sala, com medo de tê-lo deixado chateado.
— Eu fiquei empolgada com a minha sala nova e queria que você visse. Fiquei torcendo para você não ficar bravo, pensando que eu estava me exibindo. Desculpa…
— Não, eu só fiquei confuso — ele responde friamente e fica em silêncio.
Depois de alguns segundos, eu digo:
— Não vou mandar mais. Não deveria nem ter mandado essas. — Encosto a testa na janela e olho para as ruas da cidade.
— Não esquenta, está tudo bem… Como estão as coisas por aí? Está gostando? — O tom de voz de Christopher é bem sério, e sinto vontade de alisar a ruga de preocupação que sei que está marcando sua testa agora.
— É muito bonito aqui.
Ele insiste no assunto, como eu esperava:
— Você não respondeu à minha pergunta.
— Estou gostando, sim — respondo baixinho.
— Você não está soando muito empolgada.
— Estou gostando de verdade, é que ainda estou… me acostumando. Só isso. E por aí, como estão as coisas? — pergunto para continuar a conversa. Ainda não estou a fim de desligar.
— Tudo na mesma — ele responde secamente.
— Isso é esquisito demais para você? Sei que você falou que não queria conversar comigo pelo telefone, mas como me ligou…
— Não, não é esquisito — ele me interrompe. — Nada do que a gente faz é esquisito. Eu só disse que, se não estamos mais juntos, não quero passar horas no telefone com você todos os dias, porque isso não faz sentido, e só ia servir para me torturar.
— Você gosta de falar comigo, então? — pergunto porque sou patética e preciso ouvir ele dizer.
— Claro que gosto.
Um carro buzina ao fundo, e acho que ele deve estar no trânsito.
— Então é isso? Vamos conversar pelo telefone, como dois amigos? — ele pergunta sem nenhuma raiva na voz, só curiosidade.
— Não sei, que tal a gente tentar? — Nossa separação está bem diferente da outra vez. Estamos separados de comum acordo, mas não foi um rompimento definitivo. Não sei se um rompimento definitivo com Christopher é o que quero, então deixo esse pensamento de lado, prometendo a mim mesma voltar a analisá-lo mais tarde.
— Não vai dar certo.
— Não quero que a gente passe a se ignorar e nunca mais se fale, mas ainda não mudei de ideia sobre dar um tempo — digo a ele.
— Tá bom, então me conta sobre Seattle — ele finalmente diz.
VOLTO EM BREVE 😚
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75 POV DULCE Depois de passar metade da tarde ao telefone com Christopher quase sem fazer nada do trabalho, meu primeiro dia no escritório novo termina e espero pacientemente por Poyato na frente da minha porta. Christopher estava bem calmo mais cedo, e parecia tão claro, como se estivesse concentrado em alguma coisa. Parada no corredor, não consigo c ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1969
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anyvondy23 Postado em 18/08/2021 - 14:55:32
Vindo ler de novo porque não concluí rsrs
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dayanerodrigues Postado em 09/08/2020 - 18:39:14
A música é a cara da música SÓ HOJE do Jota Quest Até parece que é o Christopher ta Cantando pra ela
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dmsavinom Postado em 09/09/2019 - 22:55:04
Esse livro e o muito bom, parece que já lançaram por filme, eu não assisti mais estou mega anciosa para assistir, mesmo eles tendo cortado um cado de coisas,, e terem deixado a história menos abusiva, para mais romântica.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:00:49
e em nenhum momento vi ela mencionar os créditos a Anna e mesmo que ela não esteja mais ATIVA nessa conta, eu precisava dizer isso aqui, a usuária estava repostando uma história, mundialmente famosa, que não era sua, ainda por cima não deu os devidos créditos a verdadeira autora, eu sou ESCRITORA e só eu sei o que passo para conseguir escrever cada capítulo das minhas fanfics, uma vez fui vítima de plágio e sinceramente não desejo isso a ninguém, então eu precisava vim aqui, como dever de cidadã falar que isso que essa usuária fez, de repostar uma história que não era SUA e ainda por cima fazer os leitores acharem que a história lhe pertencia, sem dar os devidos créditos a autora, isso é claramente PLÁGIO, me desculpem, não gosto de causar confusão, eu apenas precisava dizer isso, como fã da Anna e do belo trabalho dela, e EU se eu repostar uma fanfic, eu obviamente vou dar os créditos a autora original,, enfim, era só isso.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 21:54:06
Eu conheço essa história, na verdade é uma série de livros, nomeada After, Anna Todd começou a postar no wattpad, e alguns dias um escritor famoso a descobriu e hoje em dia ela é uma das maiores escritoras do mundo, conhecida mundialmente pelo sucesso avassalador de After, eu estava aqui olhando, para baixar o pdf de after, quando li a sinopse dessa fanfic, que é completamente igual a after, e para piorar TODOS os capítulos são iguaizinhos, foi ai que notei que a escritora repostou sim a história de after, no total são seis livros, ela parou na quinta temporada, eu sou leitora fiel da Anna a acompanhei no wattpad, lendo e me apaixonei pela história de after, foi então que vim aqui como leitora da Anna, avisa aos leitores, ou a escritora esqueceu de colocar os créditos ou ela queria que seus leitores acreditassem que essa fanfic maravilhosa era dela, eu olhei a sinopse, procurei no primeiro.
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bustamante Postado em 11/07/2017 - 18:27:14
Pelo amor, termina sério é muito foda essa Fic, juro ..
Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:13:11
Se você pesquisar assim " Série After" na internet vai aparecer todos os livros ;)
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Rebeca Postado em 03/12/2016 - 19:00:57
A conta que eu postava aqui foi excluida, por tanto não tem como eu finalizar mais essa fanfic. Mas estou com uma história nova, pra quem quiser o link: https://m.fanfics.com.br/fanfic/55473/justica-vondy-vondy
ludmilla Postado em 07/12/2016 - 04:56:10
mulherrr to nem acreditando nisso, foi uma história q eu fiquei envolvida desde o início e agr saber n vai ter mais um fim é mt difícil.
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stellabarcelos Postado em 06/11/2016 - 14:04:27
Vence fazendo o Christopher ver as coisas por uma outra perspectiva foi incrível! Esses dois estão cada vez mais quentes!! Noooossa, o Christopher transou com meio mundo em Caraca hahaha
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leticia Postado em 28/10/2016 - 18:05:09
A dulce bebada gica bem mais solta kkkk coragem de fazer isso dentro de um lugar cheio de pessoas kkkkk ri mt
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Natalya Andrade Postado em 23/10/2016 - 00:00:35
Esses dois sao o casal mais louco que eu ja vi ! Como assim transar numa balada kkkk coragem. E nao gostei muito desse professor da Dulce morando em seattle... Foi estranho !