Fanfic: After Love || Vondy | Tema: Vondy
28
POV CHRISTOPHER
Durante toda a manhã, fico dormindo em pé. Não me lembro de ter chegado à primeira aula e começo a me perguntar por que me dou ao trabalho.
Quando passo pelo prédio da administração, Eddy e Logan estão no fim da escada. Visto o capuz da blusa e passo por eles sem dizer nada. Preciso sair desse lugar.
Em uma decisão de última hora, eu volto e subo a escada na frente do prédio. A secretária do meu pai me recebe com o sorriso mais falso que vi ultimamente.
— Posso ajudar?
— Estou aqui para falar com Victor Uckermann.
— Você tem hora marcada? — a mulher pergunta de modo doce, sabendo muito bem que não tenho. Sabe muito bem quem eu sou.
— Claro que não. Meu pai está ou não? — Faço um gesto para a porta de madeira à minha frente. O vidro jateado no centro não me deixa ver direito se ele está lá dentro.
— Ele está na sala, mas está participando de uma reunião por telefone no momento. Se quiser esperar, eu…
Passo por ela e vou direto até a sala dele. Quando giro a maçaneta e empurro a porta, meu pai olha para mim e levanta um dedo com calma para pedir um momento.
Como sou um cara muito educado, reviro os olhos e me sento na cadeira à frente da mesa.
Depois de um minuto, mais ou menos, meu pai desliga o telefone e se levanta para me cumprimentar.
— Não estava esperando sua visita.
— Eu também não estava esperando vir aqui.
— Aconteceu alguma coisa? — Ele olha para a porta fechada atrás de mim e para o meu rosto.
— Tenho uma pergunta. — Apoio a mão na mesa de cerejeira e olho para ele.
Dá para ver manchas escuras de barba em seu rosto, o que mostra que ele não se barbeia há alguns dias, e sua camisa branca de botão está levemente amassada nas mangas.
Acho que desde que me mudei para os Estados Unidos nunca o vi usando uma camisa amassada. Esse é um homem que toma café da manhã de colete e calça social engomada.
— Estou ouvindo — ele diz.
A tensão entre nós é grande, mas mesmo assim tenho que me esforçar para me lembrar do ódio enorme que já senti dele. Não sei como me sinto em relação a ele agora. Acho que nunca serei capaz de perdoá-lo totalmente, mas cultivar essa raiva por ele toma muita energia.
Nunca teremos o relacionamento que ele tem com meu meio-irmão, mas é legal saber que quando preciso de alguma coisa, ele costuma fazer o melhor que pode para me ajudar. Na maior parte das vezes, sua ajuda não me leva a lugar nenhum, mas valorizo o esforço, de certo modo.
— Você acha que é muito difícil me transferir para o campus de Seattle? — Ele ergue as sobrancelhas de forma dramática.
— Sério?
— Sim. Não quero sua opinião, só quero uma resposta — Deixo claro que minha mudança repentina de decisão não está aberta a discussão.
Ele olha para mim pensativo e então responde:
— Bom, atrasaria sua formatura. Seria melhor para você ficar neste campus pelo resto do semestre. Pelo tempo que você ia levar para pedir transferência, fazer a matrícula e se mudar para Seattle, o esforço não valeria a pena… logisticamente falando.
Eu me recosto na cadeira de couro e olho para ele.
— Você não pode ajudar a acelerar o processo?
— Posso, mas ainda assim isso adiaria a sua formatura.
— Então, basicamente, tenho que ficar aqui.
— Você não é obrigado… — ele esfrega o rosto com a barba por fazer. — Mas faz mais sentido por enquanto. Você está tão perto de se formar.
— Não vou participar da cerimônia — digo a ele.
— Eu tinha esperanças de que você mudasse de ideia. — Meu pai sussurra, e eu desvio o olhar.
— Bom, não mudei, então…
— É um dia muito importante para você. Os últimos três anos da sua vida…
— Não estou nem aí. Não quero ir. Prefiro receber o diploma pelo correio. Não vou, fim de papo. — Olho para a parede marrom atrás dele e observo os quadros pendurados.
Os certificados e diplomas em molduras brancas marcam suas conquistas, e percebo pelo modo como ele olha para eles que significam mais para ele do que jamais significariam para mim.
— É uma pena. — Ele continua a olhar para os quadros. — Não vou perguntar de novo. — Meu pai franze o cenho.
— Por que é tão importante para você que eu vá? — pergunto.
A hostilidade entre nós aumentou, e o clima está mais pesado, mas os traços de meu pai se tornam mais suaves conforme o silêncio se estende.
— Porque — ele respira fundo, — durante um tempo, muito tempo, eu não tinha certeza… — mais uma vez, — de como você ficaria.
— O que isso quer dizer?
— Tem certeza de que tem tempo para conversar agora? — Ele olha para minhas mãos machucadas e para a calça jeans manchada de sangue. Sei que ele na verdade quer perguntar: Tem certeza de que está emocionalmente estável para conversar no momento?
Eu sabia que deveria ter trocado a calça jeans. Mas não senti vontade de fazer quase nada hoje cedo. Literalmente rolei para fora da cama e dirigi até o campus.
— Eu quero saber — respondo com seriedade. Ele assente.
— Houve uma época em que eu achava que você nem sequer ia terminar o colégio, já que estava sempre se metendo em encrenca.
Penso em brigas em bares, lojas de conveniência vandalizadas, meninas seminuas aos prantos, vizinhos bravos e numa mãe muito decepcionada.
— Eu sei — concordo. — Na verdade, ainda continuo me metendo em encrenca.
Meu pai lança para mim um olhar que mostra que ele não está muito contente por me ouvir tirando sarro do que foi uma bela dor de cabeça para ele.
— Não tanto quanto antes — ele diz. — Não desde… Dulce — ele diz suavemente.
— Ela causa a maioria das encrencas em que me meto. — Esfrego a nuca, sabendo que estou falando besteira.
— Eu não diria isso. — Seus olhos castanhos se estreitam, e ele mexe no primeiro botão da camisa, distraído.
Nós dois permanecemos em silêncio por um momento, sem saber o que dizer.
— Eu tenho grande parte da culpa, Christopher. Se você não tivesse terminado o colégio e ido para a faculdade, não sei o que eu teria feito.
— Nada… você estaria vivendo sua vidinha perfeita aqui — digo. Ele se retrai como se eu tivesse lhe dado um tapa.
— Isso não é verdade. Só quero o melhor para você. Nem sempre demonstrei, e sei disso, mas o seu futuro é muito importante para mim.
— Foi por isso que você me fez ser aceito na WCU? — Nunca discutimos o fato de que eu sei que ele usou sua posição para me colocar nessa maldita faculdade. Sei que usou. Eu não fazia merda nenhuma no colégio, e meu histórico escolar é prova disso.
— Por isso e porque sua mãe estava no limite da exaustão com você. Eu quis que você viesse para cá para podermos nos conhecer. Você não é o mesmo menino que era quando eu fui embora.
— Se queria me conhecer, deveria ter passado mais tempo por perto. E bebido menos. — Fragmentos de lembranças que tentei esquecer com todas as forças aparecem em minha mente. — Você foi embora, e eu nunca tive a chance de só ser um menino.
Eu costumava tentar imaginar como seria ser uma criança feliz com uma família unida e amorosa. Enquanto minha mãe trabalhava do nascer ao pôr do sol, eu ficava na sala de estar sozinho, olhando para o teto e para as paredes por horas.
Preparava uma refeição qualquer quase impossível de comer e me imaginava sentado a uma mesa cheia de pessoas que me amavam. Elas riam e perguntavam como tinha sido meu dia.
Quando eu me metia em alguma briga na escola, às vezes desejava ter um pai por perto para me apoiar ou para me dar uma bronca por ter me metido em encrenca.
As coisas foram ficando mais fáceis para mim conforme cresci. Quando me tornei adolescente e percebi que podia machucar as pessoas, tudo ficou mais fácil. Pude me vingar da minha mãe por me deixar sozinho enquanto trabalhava chamando-a pelo primeiro nome e negando a ela a alegria de ouvir seu único filho dizer “eu te amo”.
Pude me vingar do meu pai parando de falar com ele. Eu tinha um objetivo: deixar todas as pessoas do meu convívio tão tristes quanto eu me sentia; assim, eu finalmente me encaixaria.
Usava mentiras e sexo para machucar garotas, e fiz disso um jogo. O que acabou se virando contra mim quando a amiga da minha mãe passou muito tempo comigo; seu casamento foi arruinado, juntamente com sua dignidade, e minha mãe ficou arrasada por seu filho de catorze anos ter feito uma coisa daquelas.
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Victor parece entender, como se soubesse exatamente o que estou pensando. — Sei disso, e sinto muito por todas as coisas pelas quais você passou por minha causa. — Não quero mais falar sobre isso. — Empurro a cadeira e me levanto. Meu pai permanece sentado, e sinto uma onda de poder tomar conta de mim por estar diante dele nessa posiç ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1969
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anyvondy23 Postado em 18/08/2021 - 14:55:32
Vindo ler de novo porque não concluí rsrs
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dayanerodrigues Postado em 09/08/2020 - 18:39:14
A música é a cara da música SÓ HOJE do Jota Quest Até parece que é o Christopher ta Cantando pra ela
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dmsavinom Postado em 09/09/2019 - 22:55:04
Esse livro e o muito bom, parece que já lançaram por filme, eu não assisti mais estou mega anciosa para assistir, mesmo eles tendo cortado um cado de coisas,, e terem deixado a história menos abusiva, para mais romântica.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:00:49
e em nenhum momento vi ela mencionar os créditos a Anna e mesmo que ela não esteja mais ATIVA nessa conta, eu precisava dizer isso aqui, a usuária estava repostando uma história, mundialmente famosa, que não era sua, ainda por cima não deu os devidos créditos a verdadeira autora, eu sou ESCRITORA e só eu sei o que passo para conseguir escrever cada capítulo das minhas fanfics, uma vez fui vítima de plágio e sinceramente não desejo isso a ninguém, então eu precisava vim aqui, como dever de cidadã falar que isso que essa usuária fez, de repostar uma história que não era SUA e ainda por cima fazer os leitores acharem que a história lhe pertencia, sem dar os devidos créditos a autora, isso é claramente PLÁGIO, me desculpem, não gosto de causar confusão, eu apenas precisava dizer isso, como fã da Anna e do belo trabalho dela, e EU se eu repostar uma fanfic, eu obviamente vou dar os créditos a autora original,, enfim, era só isso.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 21:54:06
Eu conheço essa história, na verdade é uma série de livros, nomeada After, Anna Todd começou a postar no wattpad, e alguns dias um escritor famoso a descobriu e hoje em dia ela é uma das maiores escritoras do mundo, conhecida mundialmente pelo sucesso avassalador de After, eu estava aqui olhando, para baixar o pdf de after, quando li a sinopse dessa fanfic, que é completamente igual a after, e para piorar TODOS os capítulos são iguaizinhos, foi ai que notei que a escritora repostou sim a história de after, no total são seis livros, ela parou na quinta temporada, eu sou leitora fiel da Anna a acompanhei no wattpad, lendo e me apaixonei pela história de after, foi então que vim aqui como leitora da Anna, avisa aos leitores, ou a escritora esqueceu de colocar os créditos ou ela queria que seus leitores acreditassem que essa fanfic maravilhosa era dela, eu olhei a sinopse, procurei no primeiro.
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bustamante Postado em 11/07/2017 - 18:27:14
Pelo amor, termina sério é muito foda essa Fic, juro ..
Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:13:11
Se você pesquisar assim " Série After" na internet vai aparecer todos os livros ;)
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Rebeca Postado em 03/12/2016 - 19:00:57
A conta que eu postava aqui foi excluida, por tanto não tem como eu finalizar mais essa fanfic. Mas estou com uma história nova, pra quem quiser o link: https://m.fanfics.com.br/fanfic/55473/justica-vondy-vondy
ludmilla Postado em 07/12/2016 - 04:56:10
mulherrr to nem acreditando nisso, foi uma história q eu fiquei envolvida desde o início e agr saber n vai ter mais um fim é mt difícil.
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stellabarcelos Postado em 06/11/2016 - 14:04:27
Vence fazendo o Christopher ver as coisas por uma outra perspectiva foi incrível! Esses dois estão cada vez mais quentes!! Noooossa, o Christopher transou com meio mundo em Caraca hahaha
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leticia Postado em 28/10/2016 - 18:05:09
A dulce bebada gica bem mais solta kkkk coragem de fazer isso dentro de um lugar cheio de pessoas kkkkk ri mt
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Natalya Andrade Postado em 23/10/2016 - 00:00:35
Esses dois sao o casal mais louco que eu ja vi ! Como assim transar numa balada kkkk coragem. E nao gostei muito desse professor da Dulce morando em seattle... Foi estranho !