Fanfic: After Love || Vondy | Tema: Vondy

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POV DULCE

Abro a gaveta da cômoda e pego uma calcinha limpa e um sutiã combinando.

— Vou tomar um banho. Emily quer sair às oito, e já são sete — digo para Christopher, que está sentado na beira da minha cama com os cotovelos apoiados nos joelhos.

— Você vai mesmo? — ele pergunta.

— Vou, eu te disse antes, lembra? Foi por isso que você quis vir para cá, para eu não ter que ir sozinha.

— Não foi o único motivo — ele diz de modo defensivo. Ergo uma sobrancelha em dúvida para ele, que revira os olhos. — Eu não disse que não é um dos motivos, só disse que não é o único.

— Você ainda quer ir, certo? — pergunto, balançando minha lingerie de modo sugestivo. Ele retribui com um sorrisinho.

— Não, eu não queria ir, mas se você vai, eu também vou.

Abro um sorriso para ele, mas quando saio do quarto, ele não me segue. Isso me surpreende. E me pego desejando que ele viesse atrás de mim dessa vez. Não sei em que ponto estamos no momento. Sei que ele está irritado por causa de Pablo, e eu estou chateada por ele estar escondendo coisas de mim de novo, mas de modo geral, estou muito feliz por ele estar aqui e não quero desperdiçar nosso tempo brigando.

Enrolo uma toalha nos cabelos já que não tenho tempo para lavá-los e secá-los antes de sairmos. A água quente alivia um pouco da tensão em meus ombros e em minhas costas, mas não ajuda muito a clarear minha mente. Tenho uma hora para melhorar meu humor.

Christopher vai ficar de cara feia a noite toda, tenho certeza. Quero que a gente se divirta com Emily e Peter, não quero nenhum silêncio constrangedor nem discussões em público. Quero que a gente fique bem, e quero estar feliz, quero que ele esteja feliz.

Ainda não saí à noite em Seattle desde que me mudei para cá e quero que minha primeira experiência seja a mais divertida possível. A culpa que sinto em relação a Pablo se recusa a sumir, mas fico aliviada quando minha irritação e os pensamentos irracionais descem pelo ralo com a água quente e a espuma do sabonete.

Assim que desligo o chuveiro, Christopher bate à porta. Eu enrolo uma toalha no corpo e respiro fundo antes de responder.

— Fico pronta em dez minutos. Preciso tentar dar um jeito no meu cabelo — digo e, quando olho no espelho, Christopher está de pé atrás de mim.

Ele estreita os olhos ao olhar para meus cabelos.

— Qual é o problema com o seu cabelo?

— Está descontrolado — digo e dou risada. — Não vai demorar muito.

— Você vai vestir isso? — Ele olha para o vestido preto desconfortável que está pendurado na cortina do chuveiro, já que estou tentando tirar um pouco o amassado.

Na última vez que o usei, nas “férias em família”, ele levou a uma noite… ou melhor, a uma semana desastrosa.

— É, a Emily disse que não dá para ir com qualquer tipo de roupa.

— E que tipo de roupa é para vestir? — Christopher olha para a calça jeans manchada e para a camiseta preta.

Dou de ombros e sorrio sozinha, imaginando Emily mandando Christopher trocar de roupa.

— Não vou me trocar — ele diz, e dou de ombros de novo.

Os olhos de Christopher não desgrudam do meu reflexo no espelho durante todo o tempo enquanto aplico maquiagem, brigo com a chapinha e com meu cabelo.

O vapor do chuveiro fez com que ele se enrolasse de um jeito péssimo; não tem jeito. Acabo prendendo-o atrás em um coque baixo. Pelo menos, minha maquiagem ficou bem bonita. Uma troca justa para um dia tão ruim para o meu cabelo.

— Você vai ficar até domingo? — pergunto a ele enquanto visto a lingerie e o vestido. Quero ter certeza de que a tensão entre nós está sob controle, para não passarmos a noite toda discutindo.

— Vou, por quê? — Christopher responde com tranquilidade.

— Eu estava pensando que em vez de passar a sexta-feira aqui em Seattle a gente podia voltar para eu ver Christian e Karen. E o seu pai também.

— E o seu?

— Ah, é… — Eu tinha me esquecido momentaneamente de que meu pai está na casa de Christopher. — Tenho me esforçado muito para não pensar naquela situação até você poder me contar mais sobre ela.

— Não sei se é uma boa ideia…

— Por que não? — pergunto. Sinto muita falta de Christian.

Christopher esfrega a parte de trás do pescoço.

— Não sei… Toda essa merda com Anahí e Pablo…

— Christopher, não vou mais encontrar o Pablo, e a menos que ela apareça no apartamento ou na casa do seu pai, também não vou ver a Anahí.

— Ainda assim acho que você não deveria ir.

— Você precisa relaxar um pouco — digo, refazendo o coque.

— Relaxar? — ele diz de modo sarcástico, como se a ideia nunca tivesse lhe ocorrido.

— Sim, relaxar. Você não pode controlar tudo.

Ele olha para cima.

— Não posso ‘controlar tudo’? E quem está dizendo isso é logo você? — Dou risada.

— Não é por nada. Concordo com você em relação ao Pablo porque sei que é errado, mas você não pode me impedir de ver todas as pessoas da cidade porque tem medo que eu encontre Pablo ou alguma garota desagradável.

— Terminou? — Christopher pergunta, recostando-se na pia.

— Com a discussão ou com meu cabelo? — Sorrio para ele.

— Você é irritante. — Ele sorri para mim e dá um tapa na minha bun/da quando me viro para sair do banheiro.

Fico feliz por ele estar sendo brincalhão. Isso vai ser bom hoje à noite.

Quando atravessamos o corredor na direção do meu quarto, Peter nos chama da sala de estar.

— Christopher, você continua aí? Vai ouvir um pouco de jazz? Não é heavy metal nem nada assim, mas…

Não ouço o resto do que ele diz porque estou ocupada rindo da imitação improvisada que Christopher está fazendo de Peter Vance. Com um empurrão de leve em seu peito, eu digo:

— Vai lá falar com ele. Já vou.

No quarto, pego minha bolsa e confiro meu celular. Preciso ligar para a minha mãe logo; fico adiando, e ela não para de ligar. Também recebi uma mensagem de Pablo.

“Por favor, não fica brava comigo por causa de hoje. Fui um idiota e não queria ser. Desculpa.”

Apago a mensagem e enfio o telefone de novo na bolsa. Minha amizade com Pablo tem que terminar agora. Tenho dado falsas esperanças a ele há muito tempo, e todas as vezes que me despeço, acabo voltando atrás e torno tudo pior quando me encontro com ele de novo.

Não é justo com ele nem com Christopher. Christopher e eu já temos problemas demais. Fico incomodada como mulher com o fato de Christopher tentar me proibir de ver Pablo, mas não posso negar que estarei sendo muito hipócrita se continuar me encontrando com ele.

Eu não ia gostar que Christopher fosse amigo de Demi e andasse com ela, só de pensar, fico enjoada. Pablo deixou claro o que sente por mim, e não é justo com ninguém que eu deixe a situação com ele se prolongar e o encoraje, ainda que sem querer. Pablo é legal comigo e sempre esteve do meu lado, mas detesto ter que me explicar para ele e defender meu relacionamento o tempo todo.

Ansiosa com a expectativa de uma noite bacana com meu homem, desço a escada… e me surpreendo ao entrar na sala de estar e ver Christopher de pé com as mãos nos cabelos, parecendo irritado.

— Nem pensar! — ele diz, afastando-se de Peter.

— Jeans manchado de sangue e essa camiseta suja não são uma roupa adequada para a casa de jazz, independente da sua relação com o proprietário — Peter diz, empurrando um tipo de tecido preto para  Christopher.

— Então, não vou. — Christopber fecha a cara, deixando a peça cair no chão aos pés de Peter.

— Não seja um crianção, veste logo essa maldita camisa.

— Se eu vestir a camisa, vou ficar com essa calça — Christopher diz, negociando e olhando para mim em busca de apoio.

— Você não trouxe nenhuma roupa que não esteja manchada de sangue? — Peter sorri e então se abaixa para pegar a camisa.

— Você pode vestir a calça preta, Christopher — eu sugiro num esforço para mediar a discussão entre os dois.

— Tudo bem, me dá essa merda de camisa, então. — Christopher pega a camisa das mãos de Peter e levanta o dedo do meio para ele quando atravessa o corredor.

— Talvez você também possa cortar os cabelos — Peter grita, provocando, e eu dou risada.

— Ah, deixa ele em paz. Não vou impedir se ele quiser te deixar com um olho roxo — Emily diz, brincando.

— Sei… sei… — Peter a puxa para seus braços e a beija. Eu me viro quando a campainha toca.

— Deve ser a Kristen! — Emy diz enquanto se afasta de Peter.

Christopher entra na sala de estar quando Kristen entra pela porta da frente.

— Por que ela está aqui? — ele resmunga. Ele vestiu a camisa preta de botões, que não fica feia nele.

— Não seja mau. Ela cuida do Smith e é sua amiga, lembra? — pergunto.

Minha primeira impressão de Kristen não foi boa, mas eu aprendi a gostar dela, apesar de não nos vermos desde que voltamos das Férias no Inferno.

— Não, ela não é.

— Dulce! Christopher! — Kristen exclama, os olhos azuis brilhando e o sorriso amplo.

Ainda bem que ela não está usando o mesmo vestido que eu, como na primeira vez em que a vi, no restaurante em Sand Point.

barken_vondy: Simmm, mas acho que dessa vez ela se tocou que é impossível ser amiga daquele idiota 😑 Assim nós esperamos, pelo menos u.u  Ucker está dando o seu máximo para ser diferente, será que vai durar por muito tempo? 😯😕 Postado linda 💕

Melicia: Continuando minha gatinha ❤

ludmilla: Olha só quem está aqui eeeeh ❤Sinta-se avontade Lud u.u E me perdoe a demora, as vezes eu esqueço que já faz tempo que postei, na verdade parece que foi ontem 😑 Continuando linda 💕

leticia: Simm, ele é muito antipático e provocador, não se toca que está sobrando nesse meio… 😡 Mas tudo bem, esperamos que a Dulce cumpra com a promessa u.u Postado Leh ❤❤😄