Fanfic: After Love || Vondy | Tema: Vondy
50
Pego as roupas que Christopher trouxe para eu usar: uma de suas camisetas pretas lisas, uma calça xadrez vermelha e meias pretas enormes. Dou risada ao imaginar Christopher vestido daquele jeito, mas então me lembro de que ele deve tê-las tirado da cômoda que guarda as roupas que nunca usa.
Levanto a camiseta, que tem o cheiro dele. Essa Christopher com certeza vestiu, e há pouco tempo. É um aroma inebriante, indescritível, com um toque de menta, meu cheiro favorito no mundo. Eu me troco e sinto que a calça é grande demais, mas mesmo assim é confortável.
Deito na cama e me cubro até o peito, com os olhos colados no teto enquanto repasso mentalmente meu dia. Sinto que estou pegando no sono, certamente para sonhar com olhos pretos e camisetas pretas.
— NÃO! — A voz de Christopher me desperta abruptamente. Estou ouvindo coisas?
— Por favor! — ele grita outra vez. Saio da cama em um pulo e corro para o outro lado do corredor.
Minha mão encontra o metal frio da maçaneta do quarto de Christopher, que graças a Deus não está trancada.
— NÃO! Por favor… — ele berra. Na verdade nem pensei no que fazer. Se ele estiver sendo atacado, nem imagino qual vai ser minha reação. Saio tateando à procura de um abajur e acendo a lâmpada. Christopher está sem camisa, enroscado na colcha grossa, esperneando e se debatendo. Sem hesitar, eu me sento na cama e toco seu ombro.
Sua pele está quente, bem quente.
— Christopher! — chamo baixinho, tentando despertá-lo. Ele vira a cabeça para o lado e solta um resmungo, mas não acorda. — Christopher, acorda! — eu grito e o chacoalho com mais força, colocando-me ao seu lado. Levo as duas mãos aos seus ombros e dou mais uma sacudida nele.
Seus olhos se abrem, a princípio com uma expressão de terror, depois de atordoamento, e por fim de alívio. Sua testa está coberta de suor.
— Dul — ele fala, quase sem fôlego. A maneira como diz meu nome corta meu coração, mas a ferida se cura logo em seguida. Em questão de segundos ele está me abraçando, puxando-me para junto de seu peito. O suor em sua pele me deixa preocupada, porém não me movo. Consigo ouvir seu coração batendo com força contra meu rosto.
Pobre Christopher. Eu o abraço. Ele acaricia meus cabelos e repete meu nome sem parar, como se fosse uma espécie de talismã.
— Christopher, você está bem? — Minhas palavras são menos que um sussurro.
— Não — ele confessa. Seu peito está subindo e descendo mais lentamente do que antes, mas sua respiração ainda está ofegante. Não quero forçar a barra falando sobre o pesadelo.
Não preciso nem perguntar se ele quer que eu fique - disso tenho certeza. Quando me levanto para apagar o abajur, o corpo dele fica paralisado.
— Eu ia só desligar a luz, ou você prefere que deixe acesa? — pergunto. Quando se convence das minhas intenções, ele relaxa, permitindo que eu estenda o braço até o abajur.
— Desliga, por favor — ele pede. Quando o quarto está de novo às escuras, volto a apoiar a cabeça em seu peito. Pensei que ficar deitada dessa maneira, montada sobre ele, seria difícil, mas a posição é confortável para nós dois. Ouvir seu coração sob a superfície rígida de seu peito é tranquilizador, ainda mais com a chuva caindo sobre o telhado. Eu daria tudo, e faria qualquer coisa, para poder passar todas as noites assim com Christopher, deitada em cima dele, seus braços me envolvendo, ouvindo sua respiração no meu ouvido.
***
Acordo com Christopher se movendo sob mim. Ainda estou deitada sobre ele, com os joelhos apoiados ao lado de seu corpo. Desencosto a cabeça de seu peito e deparo com seus olhos pretos deslumbrantes. À luz do dia, não tenho certeza se me quer por perto tanto quanto durante a noite.
Não consigo ler a expressão em seu rosto, e a aflição toma conta de mim. Eu me mexo para sair de cima dele, sentindo meu pescoço dolorido e uma necessidade urgente de esticar as pernas.
— Bom dia. — Ele abre seu sorriso com covinhas, aplacando meu medo.
— Bom dia.
— Aonde você vai? — ele pergunta.
— Meu pescoço está doendo — digo, e ele me põe deitada ao seu lado. Tomo um susto quando sinto sua mão no meu pescoço e tenho um sobressalto, mas me acalmo assim que percebo que ele vai fazer uma massagem. Fecho os olhos e faço uma careta quando ele toca um ponto dolorido, mas a dor lentamente vai desaparecendo sob seus dedos.
— Obrigado — ele me fala.
Viro a cabeça para encará-lo.
— Pelo quê? — Talvez seja uma indireta para me fazer agradecer pela massagem.
— Por… ter vindo aqui. E ficado. — Seu rosto fica vermelho, e ele desvia o olhar. Christopher está sem jeito. Ele está sempre me surpreendendo e me deixando confusa.
— Não precisa me agradecer. Você quer conversar a respeito? — Fico torcendo para que ele queira. Preciso saber o que aconteceu.
— Não — ele responde sem hesitação, e eu concordo com um aceno de cabeça. Até sinto vontade de insistir no assunto, mas sei o que vai acontecer se fizer isso. — Mas posso conversar sobre como você está sexy usando minha camiseta — ele cochicha no meu ouvido, colando a cabeça à minha e tocando minha pele com os lábios.
Fecho os olhos quando ele prende o lóbulo da minha orelha com a boca e dá um puxão de leve. Sinto sua ereção se insinuando junto a mim, deixando-me sem fôlego de uma forma deliciosa. Desse tipo de mudança de humor eu gosto.
— Christopher — digo com um gritinho, e ele ri, encostando no meu pescoço. Suas mãos passeiam pelo meu corpo.
Seu polegar se enfia sob o elástico da calça de pijama xadrez. Meu pulso começa a acelerar, e fico sem fôlego quando sua mão entra pela calça. Ele sempre tem esse efeito sobre mim - em questão de segundos, minha calcinha fica toda molhada. Sua outra mão acaricia meus seios, e ele solta um sibilo ao passar o polegar sobre um dos mamilos. Fico feliz por ter dormido sem sutiã.
— Não me canso de você, Dul. — Sua voz rouca está mais profunda do que nunca, cheia de luxúria.
Ele me apalpa por cima da calcinha e me puxa para bem perto, o máximo possível. Sinto sua ereção contra mim. Seguro sua mão e a tiro da minha calcinha. Quando viro a cabeça para olhá-lo, vejo sua testa franzida.
— Eu… quero fazer uma coisa para você — murmuro lentamente, envergonhada.
Um sorriso surge em seu rosto, e ele segura meu queixo entre os dedos, forçando-me a encará-lo.
— O que você quer fazer? — ele pergunta. Na verdade não sei, só quero dar a Christopher o mesmo prazer que ele proporciona a mim. Quero fazê-lo perder o controle, como na semana passada neste mesmo quarto.
— Não sei… o que você quer que eu faça? — Minha falta de experiência fica bem clara no meu tom de voz.
Christopher pega minha mão e a leva até o volume sob suas calças.
— Queria muito essa sua boca gostosa em mim.
Fico sem fôlego ao ouvir aquelas palavras e sinto uma pontada no meio das pernas.
— É isso que você quer fazer? — ele pergunta, movendo minha mão em círculos sobre sua virilha. Seus olhos me observam atentamente, à espera de uma reação.
Faço que sim com a cabeça e engulo em seco, e em troca ganho um sorriso. Ele se senta e me puxa para cima. O nervosismo e o desejo tomam conta do meu corpo. O toque escandaloso do celular dele ecoa pelo quarto, e Christopher solta um grunhido antes de apanhá-lo na mesa. Ele olha para a tela e solta um suspiro.
— Já volto — ele anuncia antes de sair do quarto.
Quando retorna, alguns minutos depois, seu humor já mudou de novo.
— Karen está fazendo o café da manhã. Já está quase pronto. — Ele abre a gaveta da cômoda, pega uma camiseta e veste sem nem ao menos olhar para mim.
— Certo. — Eu me levanto e vou até a porta. Preciso pôr o sutiã antes de me juntar à família dele.
— A gente se vê lá embaixo. — Seu tom de voz é frio e impessoal.
Sinto um nó na garganta. O Christopher distante e cauteloso é a versão dele que mais detesto, mais até do que o Christopher furioso. Quem foi que ligou e por que ele ficou desse jeito? Por que seu bom humor nunca dura muito?
Balanço a cabeça e saio para o corredor, sentindo um cheiro de bacon que embrulha meu estômago.
Ponho o sutiã e rearranjo a calça xadrez da melhor maneira possível. Até penso em pôr meu vestido de volta, mas não quero usar uma roupa desconfortável a essa hora da manhã. Olhando-me no espelho da parede, ajeito os cabelos despenteados com os dedos e esfrego os olhos.
Quando me aproximo da porta, Christopher a abre de repente. Em vez de olhar para ele, concentro-me no papel da parede do corredor e passo direto. Ouço seus passos atrás de mim, e quando chego à escada ele me segura e me puxa de leve pelo cotovelo.
— Que foi? — Christopher pergunta, com a preocupação estampada no rosto.
— Nada — respondo. Meus nervos estão à flor da pele, e ainda estou de barriga vazia.
— Conta — ele pede, inclinando a cabeça e fazendo seu rosto dominar meu campo de visão.
Acabo cedendo.
— Quem ligou para você?
— Ninguém.
Mentira.
— Foi Demi? — Não quero nem ouvir a resposta.
Ele não diz nada, mas sua expressão mostra que eu estava certa. Christopher saiu do quarto quando eu estava prestes a… fazer aquilo nele… para atender um telefonema de Demi? Estou absolutamente perplexa.
— Dulce, não é o que… — ele começa, mas liberto meu braço com um puxão, e ele cerra os dentes.
— Oi. — Christian aparece no corredor, e eu abro um sorriso. Seus cabelos estão meio espetados, e ele está usando uma calça xadrez parecida com a minha. Está uma gracinha assim, todo sonolento.
Passo por Christopher e vou andando até Christian. Recuso-me a admitir que estou chateada por ele ter atendido um telefonema de Demi em um momento como aquele.
— Dormiu bem à noite? — Christian pergunta, e eu vou descendo com ele a escada, deixando o carrancudo Christopher sozinho.
***
Como eu já imaginava, Karen caprichou no café da manhã. Quando Christopher aparece, alguns minutos depois, já fiz um prato com ovos, bacon, uma torrada, um waffle e algumas uvas.
— Obrigada por fazer o café da manhã para nós — agradeço a Karen por mim e por Christopher. Sei que ele não faz a menor questão de agradecer pessoalmente.
— É um prazer, querida… Você dormiu bem? Espero que a chuva não tenha atrapalhado seu sono. — Ela sorri.
Christopher fica todo tenso do meu lado, provavelmente com medo de que eu mencione seu pesadelo. A essa altura, ele já devia saber que jamais faria isso, e essa falta de confiança me incomoda.
— Dormi muito bem, na verdade. Muito melhor do que lá na minha caminha no dormitório! — Dou risada, e todo mundo faz o mesmo - menos Christopher, claro. Ele dá um gole no suco de laranja e mantém os olhos voltados para a parede.
O restante da refeição é preenchido com conversas amenas, como Vitor e Christian conversando sobre um jogo de futebol americano.
Depois de comer, ajudo Karen a arrumar a cozinha. Christopher fica parado na porta, olhando, mas não oferece ajuda.
— Por acaso lá no quintal tem uma estufa? — pergunto para Karen.
— Tem, sim. Este ano não consegui fazer muita coisa, mas adoro jardinagem. Precisava ver no último verão — ela responde. — Você gosta?
— Ah, sim, minha mãe também tem uma estufa no quintal, e foi onde eu passei boa parte do meu tempo livre quando era criança.
— Sério? Bom, se você vier mais vezes, podemos fazer algumas coisas juntas — ela sugere. Karen é extremamente gentil e amável. Tudo o que eu gostaria que minha mãe fosse.
Abro um sorriso.
— Seria ótimo.
Christopher desaparece por um instante, e quando volta limpa a garganta ruidosamente. Nós duas nos viramos para ele.
— Temos que ir — ele diz, e eu fecho a cara.
Minhas roupas e minha bolsa estão em suas mãos, assim como minhas sapatilhas. Acho estranho Christopher não me dar tempo nem para tirar o pijama, e fico incomodada por ele ter mexido nas minhas coisas, mas relevo tudo isso. Nós nos despedimos e, enquanto dou um abraço em Karen e Vitor, Christopher fica me esperando na porta, impaciente.
Prometo a eles que voltarei em breve e espero poder cumprir a promessa. Sabia que em algum momento teria que ir embora, mas foi tão bom passar um tempo longe da rotina, com minhas listas, meus alarmes e minhas obrigações… Ainda não estava pronta para voltar.
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51 No caminho de volta, o clima fica bem esquisito. Com minhas roupas no colo, fico olhando pela janela, à espera de que Christopher quebre o silêncio. Ele não faz nem menção disso, então pego meu celular na bolsa. Está desligado. A bateria deve ter acabado durante a noite. Tento ligar mesmo assim ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1969
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anyvondy23 Postado em 18/08/2021 - 14:55:32
Vindo ler de novo porque não concluí rsrs
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dayanerodrigues Postado em 09/08/2020 - 18:39:14
A música é a cara da música SÓ HOJE do Jota Quest Até parece que é o Christopher ta Cantando pra ela
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dmsavinom Postado em 09/09/2019 - 22:55:04
Esse livro e o muito bom, parece que já lançaram por filme, eu não assisti mais estou mega anciosa para assistir, mesmo eles tendo cortado um cado de coisas,, e terem deixado a história menos abusiva, para mais romântica.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:00:49
e em nenhum momento vi ela mencionar os créditos a Anna e mesmo que ela não esteja mais ATIVA nessa conta, eu precisava dizer isso aqui, a usuária estava repostando uma história, mundialmente famosa, que não era sua, ainda por cima não deu os devidos créditos a verdadeira autora, eu sou ESCRITORA e só eu sei o que passo para conseguir escrever cada capítulo das minhas fanfics, uma vez fui vítima de plágio e sinceramente não desejo isso a ninguém, então eu precisava vim aqui, como dever de cidadã falar que isso que essa usuária fez, de repostar uma história que não era SUA e ainda por cima fazer os leitores acharem que a história lhe pertencia, sem dar os devidos créditos a autora, isso é claramente PLÁGIO, me desculpem, não gosto de causar confusão, eu apenas precisava dizer isso, como fã da Anna e do belo trabalho dela, e EU se eu repostar uma fanfic, eu obviamente vou dar os créditos a autora original,, enfim, era só isso.
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Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 21:54:06
Eu conheço essa história, na verdade é uma série de livros, nomeada After, Anna Todd começou a postar no wattpad, e alguns dias um escritor famoso a descobriu e hoje em dia ela é uma das maiores escritoras do mundo, conhecida mundialmente pelo sucesso avassalador de After, eu estava aqui olhando, para baixar o pdf de after, quando li a sinopse dessa fanfic, que é completamente igual a after, e para piorar TODOS os capítulos são iguaizinhos, foi ai que notei que a escritora repostou sim a história de after, no total são seis livros, ela parou na quinta temporada, eu sou leitora fiel da Anna a acompanhei no wattpad, lendo e me apaixonei pela história de after, foi então que vim aqui como leitora da Anna, avisa aos leitores, ou a escritora esqueceu de colocar os créditos ou ela queria que seus leitores acreditassem que essa fanfic maravilhosa era dela, eu olhei a sinopse, procurei no primeiro.
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bustamante Postado em 11/07/2017 - 18:27:14
Pelo amor, termina sério é muito foda essa Fic, juro ..
Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:13:11
Se você pesquisar assim " Série After" na internet vai aparecer todos os livros ;)
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Rebeca Postado em 03/12/2016 - 19:00:57
A conta que eu postava aqui foi excluida, por tanto não tem como eu finalizar mais essa fanfic. Mas estou com uma história nova, pra quem quiser o link: https://m.fanfics.com.br/fanfic/55473/justica-vondy-vondy
ludmilla Postado em 07/12/2016 - 04:56:10
mulherrr to nem acreditando nisso, foi uma história q eu fiquei envolvida desde o início e agr saber n vai ter mais um fim é mt difícil.
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stellabarcelos Postado em 06/11/2016 - 14:04:27
Vence fazendo o Christopher ver as coisas por uma outra perspectiva foi incrível! Esses dois estão cada vez mais quentes!! Noooossa, o Christopher transou com meio mundo em Caraca hahaha
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leticia Postado em 28/10/2016 - 18:05:09
A dulce bebada gica bem mais solta kkkk coragem de fazer isso dentro de um lugar cheio de pessoas kkkkk ri mt
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Natalya Andrade Postado em 23/10/2016 - 00:00:35
Esses dois sao o casal mais louco que eu ja vi ! Como assim transar numa balada kkkk coragem. E nao gostei muito desse professor da Dulce morando em seattle... Foi estranho !