Fanfics Brasil - 067 - Primeira Temporada. After Love || Vondy

Fanfic: After Love || Vondy | Tema: Vondy


Capítulo: 067 - Primeira Temporada.

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Olho pela janela do passageiro, não quero ser a primeira a falar. Depois de alguns quarteirões, Christopher liga o rádio e aumenta muito o volume. Reviro os olhos, mas ignoro - até onde dá. Odeio o gosto musical dele, fico com dor de cabeça na hora. Sem pedir, giro o botão do volume para abaixar e Christopher olha para mim.


— O que foi?


— Nossa! Tem alguém nervosinha — ele diz.


— Não, só não queria ouvir isso, e se tem alguém de mau humor é você. Foi super grosseiro comigo, e aí envia uma mensagem de texto pedindo para passar a noite com você. Não entendo.


— Fiquei pu/to porque você falou do casamento. Agora que está resolvido que não vamos, não tenho motivos para ficar assim. — Seu tom de voz é calmo e firme.


— Não está resolvido… nem conversamos a respeito.


— Conversamos, sim. Eu disse que não vou. Então esquece, Dulce Maria.


— Bom, talvez você não vá, mas eu vou. E vou à casa do seu pai para aprender a cozinhar com Karen no fim de semana — digo. Christopher range os dentes e olha para mim.


— Você não vai ao casamento. E o que está acontecendo? Você e Karen são melhores amigas agora? Você mal a conhece!


— E daí? Eu mal te conheço — digo. Ele parece triste, e eu me sinto mal por isso, mas é verdade.


— Por que você está sendo tão difícil? — ele pergunta, ainda com raiva.


— Porque você não vai mandar em mim, Christopher. Pode esquecer. Eu vou ao casamento, e gostaria muito que você fosse comigo, se quiser. Talvez você até se divirta. Seria muito importante para seu pai e Karen, não que você se importe com isso. — Ele não diz nada. Solta um longo suspiro e volto a olhar pela janela.


O restante do trajeto é feito em silêncio, nós dois estamos irritados demais para falar. Quando estacionamos na fraternidade, Christopher pega minha bolsa no banco de trás e a coloca no ombro.


— Por que você faz parte de uma fraternidade? — pergunto. Quero entender isso desde que descobri seu quarto.


Ele respira fundo enquanto sobe a escada.


— Porque, quando concordei em vir para cá, o dormitório estava cheio, e eu não queria morar com meu pai de jeito nenhum. Então foi a única opção que tive.


— E por que fica aqui?


— Porque não quero morar com meu pai, Dulce. E dá uma olhada nesta casa: é bonita, e meu quarto é o maior. — Ele sorri um pouco, e fico feliz ao ver que sua raiva está diminuindo.


— Por que não mora fora do campus? — pergunto, mas ele dá de ombros. Talvez não queira arrumar um emprego.


Eu o sigo em silêncio até seu quarto e espero enquanto destranca a porta. Por que essa obsessão com o próprio quarto?


— Por que você não deixa ninguém entrar no seu quarto? — pergunto. Ele revira os olhos e coloca minha mala no chão.


— Por que você faz tantas perguntas? — ele resmunga e se senta em uma cadeira.


— Sei lá. Por que você não responde? — pergunto, mas é claro que ele me ignora. — Posso pendurar minha roupa para amanhã? Não quero que fique amassada dentro da minha bolsa.


Ele parece pensar na pergunta por um segundo, mas logo assente e levanta para pegar um cabide no armário. Pego a saia e a blusa e penduro no cabide, ignorando a cara feia que ele faz para minha roupa.


— Preciso levantar mais cedo do que o normal amanhã para estar no ponto de ônibus às oito e quarenta e cinco. Vou pegar o ônibus três ruas acima, e descer a dois quarteirões da editora — digo.


— O quê? Você vai lá amanhã? Por que não me contou?


— Eu contei… Você estava ocupado demais fazendo birra — rebato.


— Levo você lá. Não precisa ficar uma hora dentro do ônibus.


Quero recusar a oferta só para irritá-lo, mas decido não fazer isso. Vai ser muito melhor ir para lá de carro do que em um ônibus lotado.


— Vou comprar um carro logo. Não posso ficar sem. Se eu conseguir o estágio, teria que ir para lá três vezes por semana.


— Eu levaria você — ele diz, a voz quase um sussurro.


— Vou comprar um carro. Não posso correr o risco de você não ir me buscar um dia porque está bravo comigo.


— Eu nunca faria isso. — Seu tom é sério.


— Faria, sim. E então eu teria que encontrar um ônibus de última hora. Não, obrigada — digo meio na brincadeira. Sinceramente, acho que poderia contar com ele, mas não quero correr riscos.


Christopher é instável demais.


Ele liga a televisão e levanta para trocar de roupa. Eu o observo. Por mais irritada que possa estar, nunca deixaria passar uma chance de vê-lo tirando a roupa. Christopher tira a camiseta primeiro, então observo seus músculos se contraírem sob a pele enquanto desabotoa e tira a calça jeans preta.


Quando penso que vai ficar só de cueca, ele pega uma calça de algodão da cômoda e veste. Fica sem camisa, para minha sorte.


— Toma — ele murmura e me dá a camiseta que acabou de tirar. Não consigo controlar meu sorriso ao pegá-la. Vai ser assim agora. Ele deve gostar de me ver com a camiseta dele tanto quanto gosto de sentir seu cheiro no tecido.


Christopher se concentra na televisão enquanto visto a camiseta dele e uma legging. É justa, mas confortável. Christopher pigarreia e percorre meu corpo com os olhos.


— Hum… que sexy. — Fico corada.


— Obrigada.


— Bem melhor do que a calça larga — ele provoca, e dou risada enquanto me sento no chão. Eu me sinto estranhamente à vontade no quarto dele. Não tenho certeza se são os livros ou Christopher. — Você estava falando sério no carro quando disse que mal me conhece? — ele pergunta de modo contido. Eu não esperava por isso.


— Mais ou menos. Não é fácil conhecer você.


— Eu sinto que te conheço — ele diz, com os olhos fixos nos meus.


— Sim, porque eu deixo. Conto coisas sobre mim.


— Eu também conto. Pode não parecer, mas você me conhece mais do que qualquer outra pessoa. — Ele olha para o chão, e então para meus olhos de novo. Parece triste e vulnerável, muito diferente do garoto raivoso de sempre, mas igualmente atraente.


Não sei bem o que dizer a respeito dessa confissão. Sinto que conheço Christopher num nível muito pessoal, como se de algum modo estivéssemos ligados muito mais profundamente do que se tivéssemos mais informações um sobre o outro, mas não me parece nem de perto suficiente. Preciso saber mais.


— Você também me conhece melhor do que ninguém — digo. Christopher conhece a Dulce de verdade. Não a Dulce que finjo ser com minha mãe, nem mesmo com Noah. Conto a ele sobre a partida de meu pai, as críticas de minha mãe e meus medos, coisas que nunca contei a ninguém.


Christopher parece gostar muito do que eu disse: ele abre um sorriso e se aproxima de mim, pega minha mão e me puxa.


— O que você quer saber, Dulce? — ele pergunta, e meu coração se aquece. Christopher finalmente está pronto para me contar mais sobre si mesmo. Estou mais perto de compreender esse cara estourado, mas que sabe ser adorável de vez em quando.


Christopher e eu ficamos deitados na cama, olhando para o teto, e eu faço pelo menos cem perguntas. Ele fala sobre o lugar onde cresceu, Hampstead, e diz que era muito legal morar lá. Fala sobre a cicatriz no joelho, da primeira vez que subiu numa bicicleta sem rodinhas, e conta que sua mãe desmaiou ao ver o sangue. Seu pai estava no bar aquele dia - o dia todo -, e foi a mãe quem cuidou de tudo. Ele me conta sobre a escola e diz que passava a maior parte do tempo lendo. Nunca foi muito social, e conforme foi crescendo seu pai passou a beber cada vez mais, e seus pais brigavam cada vez mais. Christopher me conta que foi expulso do ensino médio por indisciplina, mas a mãe implorou para que a direção o deixasse voltar.


Começou a fazer tatuagens aos dezesseis anos, no porão de um amigo. A primeira foi uma estrela, e depois ele quis muitas outras. Diz que não tem um motivo especial para não tatuar as costas. Detesta pássaros, apesar dos dois que tem acima de sua clavícula, e adora carros clássicos. O melhor dia de sua vida foi quando seus pais se divorciaram. O pai parou de beber quando ele tinha catorze anos e está tentando compensar pelo passado terrível, mas Christopher nem quer saber.


Minha mente está confusa com tantas informações e acho que finalmente consigo entendê-lo. Ainda há muito mais coisas que eu adoraria saber sobre Christopher, mas ele adormece enquanto me conta sobre a casinha que ele, a mãe e um amigo fizeram com caixas de papelão quando tinha oito anos. Fico olhando para Christopher dormindo, e ele parece muito mais jovem agora que sei sobre sua infância, que foi feliz até o alcoolismo do pai envenenar tudo, culminando no Christopher furioso de hoje. Eu me inclino para a frente e dou um beijo no meu rebelde orgulhoso, então me deito e durmo também.


Não quero acordá-lo, só puxo um pouquinho o edredom para me cobrir. Nessa noite, meu sono é perturbado pelas imagens de um menininho de cabelos encaracolados caindo de uma bicicleta.


***


— Para!


Acordo com a voz cheia de dor de Christopher. Olho ao redor à procura dele, e então o vejo se debatendo no chão. Saio depressa da cama para me aproximar dele e o chacoalho com cuidado para despertá-lo. Lembro como foi difícil da última vez, então me abaixo e o seguro pelos ombros, embora ele tente se livrar de mim. Um gemido escapa dos seus lábios perfeitos e, então, seus olhos se abrem.


— Dul — Christopher diz e me abraça. Está ofegante, suado. Eu devia ter perguntado sobre os pesadelos, mas não quis abusar. Christopher me contou muito, muito mais do que eu esperava saber.


— Estou aqui, estou aqui — digo para consolá-lo.


Puxo o braço dele, fazendo um gesto para que me acompanhe até a cama. Quando Christopher me vê, a confusão e o medo desaparecem aos poucos.


— Pensei que você tivesse ido embora — ele sussurra. Nós nos deitamos e Christopher me puxa para perto dele, bem perto. Passo meus dedos por seus cabelos úmidos e desgrenhados, e ele fecha os olhos.


Não digo nada, só continuo os carinhos para acalmá-lo.


— Nunca me deixe, Dul — ele sussurra e volta a dormir. Meu coração quase explode com esse pedido, e sei que, enquanto me quiser, vou ficar aqui.



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57 Na manhã seguinte, acordo antes de Christopher e consigo empurrá-lo para o lado e desenrolar nossas pernas sem que ele acorde. Ao lembrar como ele disse meu nome aliviado e contou seus segredos, sinto um frio na barriga. Christopher se expôs totalmente ontem à noite, e isso me fez gostar ainda mais dele. A intensid ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1969



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  • anyvondy23 Postado em 18/08/2021 - 14:55:32

    Vindo ler de novo porque não concluí rsrs

  • dayanerodrigues Postado em 09/08/2020 - 18:39:14

    A música é a cara da música SÓ HOJE do Jota Quest Até parece que é o Christopher ta Cantando pra ela

  • dmsavinom Postado em 09/09/2019 - 22:55:04

    Esse livro e o muito bom, parece que já lançaram por filme, eu não assisti mais estou mega anciosa para assistir, mesmo eles tendo cortado um cado de coisas,, e terem deixado a história menos abusiva, para mais romântica.

  • Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:00:49

    e em nenhum momento vi ela mencionar os créditos a Anna e mesmo que ela não esteja mais ATIVA nessa conta, eu precisava dizer isso aqui, a usuária estava repostando uma história, mundialmente famosa, que não era sua, ainda por cima não deu os devidos créditos a verdadeira autora, eu sou ESCRITORA e só eu sei o que passo para conseguir escrever cada capítulo das minhas fanfics, uma vez fui vítima de plágio e sinceramente não desejo isso a ninguém, então eu precisava vim aqui, como dever de cidadã falar que isso que essa usuária fez, de repostar uma história que não era SUA e ainda por cima fazer os leitores acharem que a história lhe pertencia, sem dar os devidos créditos a autora, isso é claramente PLÁGIO, me desculpem, não gosto de causar confusão, eu apenas precisava dizer isso, como fã da Anna e do belo trabalho dela, e EU se eu repostar uma fanfic, eu obviamente vou dar os créditos a autora original,, enfim, era só isso.

  • Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 21:54:06

    Eu conheço essa história, na verdade é uma série de livros, nomeada After, Anna Todd começou a postar no wattpad, e alguns dias um escritor famoso a descobriu e hoje em dia ela é uma das maiores escritoras do mundo, conhecida mundialmente pelo sucesso avassalador de After, eu estava aqui olhando, para baixar o pdf de after, quando li a sinopse dessa fanfic, que é completamente igual a after, e para piorar TODOS os capítulos são iguaizinhos, foi ai que notei que a escritora repostou sim a história de after, no total são seis livros, ela parou na quinta temporada, eu sou leitora fiel da Anna a acompanhei no wattpad, lendo e me apaixonei pela história de after, foi então que vim aqui como leitora da Anna, avisa aos leitores, ou a escritora esqueceu de colocar os créditos ou ela queria que seus leitores acreditassem que essa fanfic maravilhosa era dela, eu olhei a sinopse, procurei no primeiro.

  • bustamante Postado em 11/07/2017 - 18:27:14

    Pelo amor, termina sério é muito foda essa Fic, juro ..

    • Tia_Olaf Grey♥ Postado em 20/02/2018 - 22:13:11

      Se você pesquisar assim " Série After" na internet vai aparecer todos os livros ;)

  • Rebeca Postado em 03/12/2016 - 19:00:57

    A conta que eu postava aqui foi excluida, por tanto não tem como eu finalizar mais essa fanfic. Mas estou com uma história nova, pra quem quiser o link: https://m.fanfics.com.br/fanfic/55473/justica-vondy-vondy

    • ludmilla Postado em 07/12/2016 - 04:56:10

      mulherrr to nem acreditando nisso, foi uma história q eu fiquei envolvida desde o início e agr saber n vai ter mais um fim é mt difícil.

  • stellabarcelos Postado em 06/11/2016 - 14:04:27

    Vence fazendo o Christopher ver as coisas por uma outra perspectiva foi incrível! Esses dois estão cada vez mais quentes!! Noooossa, o Christopher transou com meio mundo em Caraca hahaha

  • leticia Postado em 28/10/2016 - 18:05:09

    A dulce bebada gica bem mais solta kkkk coragem de fazer isso dentro de um lugar cheio de pessoas kkkkk ri mt

  • Natalya Andrade Postado em 23/10/2016 - 00:00:35

    Esses dois sao o casal mais louco que eu ja vi ! Como assim transar numa balada kkkk coragem. E nao gostei muito desse professor da Dulce morando em seattle... Foi estranho !


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