Fanfics Brasil - O concurso musical [parte 3] Estação dos Sonhos

Fanfic: Estação dos Sonhos | Tema: Originais


Capítulo: O concurso musical [parte 3]

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POR JÚLIA:


Meu sonho, mais uma vez, foi por água abaixo. Acho que tentei fazer ele transbordar e acabei me afogando. Continuarei unificada com o ar, invisível. E eu não imaginava me decepcionar com o Ruan desse jeito… Nunca pensei que ele beijaria outra garota estando comigo. Nunca mesmo. E ele nem ao menos veio tentar me consolar; ficou lá naquele palco sendo glorificado. Espero que a fama não suba a cabeça; caso isso aconteça, não quero nem imaginar o Ruan que surgirá. E eu, vou ter que encontrar uma distração para mim. Só sei de uma coisa: nunca mais quero usar minha voz para cantar. Nunca mais.


 


Uma semana depois da final do concurso, Ruan já estava com a agenda de show do restante do ano praticamente preenchida. Com o valor ganho do prêmio do concurso ele deu entrada na casa para sua mãe, que ainda morava de aluguel e tratou de contratar um manager para administrar sua carreira; João Paulo foi o grande beneficiado com isso, mas mal sabe Ruan que seu primo é um mal caráter de primeira. Mas tudo o que ele queria agora era uma nova vida. Uma vida regada pela fama, reconhecimento e sucesso. Uma vida que aos poucos iria se tornar a coisa mais vazia que ele já tinha presenciado. Um vazio maior que o de um coração solitário. O vazio que iria se instalar pela falta do sentir. Contudo, ele ainda tentou salvar seu destino ao mandar uma carta para Júlia para tentar fazer as pazes com a mesma, mas não obteve resposta…


A carta era a seguinte:


 









Isla Paradiso, 16 de agosto de 2017.


 


Querida Júlia, sei que nem ao menos me dei ao trabalho de ir ao seu camarim me desculpar, tentar lhe explicar novamente as coisas e lhe oferecer a mão – afinal, como um dia já tinha lhe dito, dar a mão para alguém é um ato de amor – por conta de teu sonho não ter se realizado. E eu queria tanto que você tivesse ganhado aquele concurso… Tanto… Já em relação ao beijo que a Aline me deu, eu juro por tudo que vivemos, que eu nunca a beijaria. Ela apenas se aproveitou de uma situação, igual você também se aproveitava às vezes para diminuir alguém que a diminuía também. As pessoas são assim; já que não sabemos o rumo que terá nossa vida, tratamos de aproveitar o momento para ver se ele transforma a nossa vida e a torna do jeito que imaginamos. Eu te amei profundamente enquanto durou nosso infinito, igual ressaltava seu livro favorito: “A culpa é das estrelas” do John Green; alguns infinitos são maiores que outros e o nosso durou dois anos. Dois lindos anos. Eu ainda te amo e não sei como vou superar isso, mas eu espero conseguir, pois tenho certeza que você não quer me ver nem pintado do mais atraente ouro. Você me tornou infinito. Queria muito olhar no fundo dos seus olhos e sentir aquela nossa sintonia, assim eu teria certeza que você me leria como sempre me leu e saberia que eu a amo, profundamente. Enfim, caso não voltemos a nos ver, saiba que eu estarei aqui de braços abertos esperando por você. Seja feliz e não desista de concretizar seu sonho.


 


Com amor, Ruan.



 


Quando Júlia recebeu a carta, a leu, chorou, pegou o celular e ainda discou o número de Ruan, mas não teve coragem de completar a ligação. Em vez disso, pegou a carta após ter gravado cada palavra escrita nela e a colocou no fogo. Ela selava assim o fim daquela história, o fim daquele sonho e uma nova etapa em sua vida. Ela estava decidida a sair da invisibilidade de uma outra maneira.


 


•••••••••••••••••••••••••••••••• UM ANO DEPOIS ••••••••••••••••••••••••••••••••••


 


Chega o tão esperado show de comemoração de aniversário dos vinte anos de Ruan. Ele chega ao local em sua limousine, acompanhado de seu manager, João Paulo. Sua mãe não anda com ele pelo motivo de ambos não mais se falarem. Ao descer da limousine, Ruan se depara com milhares de fãs gritando loucamente pelo seu nome, com diversos cartazes, faixas, blusas e a grande maioria emocionada com o fato de ver o ídolo pela primeira vez. Em um dado momento do trajeto que ele tinha que percorrer a pé, uma fã passa pelos seguranças e o agarra, beijando o na boca. Ele retribui. E a trata carinhosamente, além de dar um CD autografado para ela. Porém, ao chegar ao camarim, Ruan enaltece sua raiva.


— Caralho! Quem foram os idiotas que deixaram aquela sem noção vir tocar em mim? Quero algo que me deixe sem germes. Agora! E se isso voltar a acontecer, demito todos vocês, bando de incompetentes. —Fala Ruan, com raiva.


Ruan passou por uma grande mudança nesse curto tempo após a final do concurso. O sucesso mudou sua cabeça e ele se deixou levar pela fama. O dinheiro, as companhias, as circunstâncias transformaram a essência de Ruan. E mesmo cercado por várias pessoas, ele se sente a pessoa mais solitária do mundo. A solidão é a sua única companheira fixa e fiel. Não o abandona. E as vezes, ele ainda se pega olhando uma foto velha que guardou de Júlia e o amor quase que escapa nesses momentos…


 


Já Júlia está perdida. Aliás, se perdeu no tempo… Ela faz coisas para diminuir as pessoas na intenção de se sentir maior, superior; tentativas falhas no fim de cada dia, onde ela acaba desabando por conta do desprezo de sua mãe.


— Você nunca vai ser ninguém na vida, Júlia. Vai sempre viver debaixo da minha saia, às minhas custas. Vai ser sempre esse nada. Eu tenho vergonha de ser sua mãe. — Fala Antônia, que já está consumida pela bebida em vez de consumir ela.


Júlia escuta as afrontas da mãe, e quando ela sai, desaba e só se ergue no dia seguinte quando consegue diminuir alguém ao mesmo nada que ela se tornou.


 


A vida tem dessas coisas. Um dia somos aquele ser iluminado, cheio de sonhos, e no outro somos aquele ser sombrio, no qual teve seus sonhos destruídos pelas circunstâncias ou até mesmo por outras pessoas. E a morte de um sonho nos deixa mortos também… Afinal, são os tais sonhos que nos movem; nos dão aquele gás que precisamos para levantar em uma segunda-feira de manhã e ir ao colégio ou trabalhar. Sonhar… Esse é o grande segredo. 


 


NO PRÓXIMO CAPÍTULO...


POR MARIANA:


Estou cansada de não ser ouvida nessa casa. Minha mãe não conseguiu realizar o sonho dela de ir fazer faculdade e cursar medicina e agora quer que eu siga o sonho dela. Ela e meu pai vivem dizendo que o que mais querem é ver a minha felicidade, contudo eles não entendem que dessa forma quem será feliz são eles e não eu. Meu sonho é ser atriz e encantar o público. Transmitir sentimento e emoção e fazer com que em meio a esse caos que o mundo se encontra, eles ao assistirem algo que eu venha a fazer, mantenham viva a esperança de que o amor ainda pode existir. Eu me acostumei a viver na solidão e também vejo nesse meu sonho uma forma de me livrar dessa sina. 



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Autor(a): brubsx1

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