Fanfic: A Stripper | Tema: Vondy, Strip-tease

Em um determinado momento a enfermeira adentrou o quarto para trocar o soro da menina e aproveitou para dar a mesma um sedativo, o melhor era que ela descansasse o máximo que pudesse, evitando fazer esforços, até mesmo para falar. O sedativo foi fazendo efeito lentamente e a pequena luz logo voltou a dormir tranquilamente deixando aquele quarto de hospital mesmo que cheio em um silêncio total.

– Agora que ela dormiu o melhor a se fazer é irmos para casa, descansarmos e voltarmos amanhã. – Sugeriu Christian.

– Concordo.  – Disse Victor.

– Não, eu não irei sair daqui! – Afirmou Christopher. Não tinha a menor chance de alguém o tirar daquele quarto de hospital, não naquele momento.

– Amor, ficarmos aqui não vai ajudá-la em absolutamente nada. – Alegou Belinda.

– Nem irmos para casa vai ajudá-la. Vão vocês eu ficarei. – Afirmou.

– Tudo em você fica. Nos iremos, mas pela manhã estaremos aqui. – Falou Victor com o filho.

– Sendo assim eu fico com você. – disse Belinda. Parecia um pesadelo ouvir aquilo, não poderia ser serio, Dulce não podia acreditar.

– Não, vá com eles. – Disse Christopher o que Dulce agradeceu mentalmente.

– Mas... – ela até tentou argumentar mas foi interrompida.

– Belinda por favor, vá. – Ela não estava nem um pouco contente, mas arrumar uma briga naquele momento não era uma boa e ela tinha total certeza disto. Não lhe agradava a idéia de deixar seu marido a sós com aquela mulher, mas não tinha outra opção.

– Tudo bem. – ela respondeu com o semblante totalmente insatisfeito.

            Quando eles se foram e restou apenas a pequena luz que dormia tranquilamente, Christopher e Dulce naquele quarto, Christopher caminhou até o outro lado da cama, segurou a mão da pequena e então olhou para a mulher a sua frente e seus olhos se encontraram com os dela.

– Por que me escondeu ela? Por que não me contou que estava grávida? Por quê?

– Você ainda me pergunta? – Ela deu uma risada irônica. – Você acha que eu iria mesmo te procurar depois de tudo? Queria que eu ouvisse o que mais? Você dizer que a filha não era sua? Não Christopher, eu não iria passar por isto.

– Como pode achar isto de mim? Pensei que me conhecesse. – Ela assentiu.

– Eu também pensei. Mas quando eu vi aquele cheque na cabeceira da cama eu vi que não, não te conhecia mais. – Dulce sentiu seus olhos arderem ao lembrar do que havia ocorrido, aquilo ainda lhe doía tanto.

– Eu estava tão machucado. – Alegou a sua defesa.

– E eu também estava.

– Mas ao contrario de você eu não tive culpa de nada o que aconteceu, eu te amei com todo o meu coração, com tudo que havia em mim, com desespero, com intensidade, eu fui contra tudo e contra todos pra defender esse amor e no fim você me traiu, acabou com tudo que construímos... – Ela o cortou.

– Estamos fugindo do assunto principal não acha? Já não importa se trai, se seu amor era o maior do mundo, isto tudo é passado, prova disto é que você esta casado com a mulher ideal para você. – Por mais que não tivesse traído para que se defender agora? Ele não acreditaria e mesmo que acreditasse já não mudaria nada, o estrago já estava feito.

– Você tem razão enquanto a isto, mas você não tinha o direito de me privar de conhece-la, de vê-la crescer, de estar com ela. Meu Deus Dulce, se ela não estivesse precisando tanto assim de mim algum dia você me contaria sobre ela? Não vê o quanto você foi injusta? Eu não merecia isto.

– Eu já te disse não queria ouvir você dizer que não era sua... – Ele a interrompeu.

– E eu disse agora? – A pergunta dele a deixou em silêncio. – Você presumiu algo, não tinha a certeza de que eu faria isto, decidiu em cima de algo que você achava e não privou só a mim de ter uma filha, mas a privou de ter um pai, de ter tudo do bom e do melhor.

– Eu nunca deixei faltar nada para minha filha!

– Tem certeza? E o amor de pai? E o “feliz dia dos pais” ? E a figura masculina? Não duvido que você foi uma excelente mãe e que fez tudo dobrado para ela assim como fez pro Miguel, mas mesmo dando tudo de si para ser mãe e pai, você era apenas mãe e ela não teve um pai. – Era duro ter que admitir que ele tinha razão, mas será que se pudesse voltar atrás Dulce faria diferente? Nem ela sabia ao certo responder.

– Você não vai tira-la de mim não é? Esse sempre foi o meu maior medo. – Dulce sentiu uma lagrima molhar o seu rosto, ela então a limpou com rapidez. – Não a tire de mim, eu não suportaria perde-la. – Christopher a observava enquanto falava e então abriu um leve sorriso.

– Eu não sou um monstro Dulce, eu jamais lhe faria algo do tipo, lugar dos filhos são nos braços da mãe. – Escutar aquilo saindo dos lábios dele tirou um peso enorme de suas costas e então um sorriso surgiu no meio daquele semblante de dor. – Ela é tão linda. – Disse ele olhando para a pequena. – Eu mal a conheço e já sinto um amor tão grande, eu nem mesmo sei explicar isto tudo que estou sentindo. – ele então novamente olhou para Dulce.

– Ela é adorável, sapeca, esperta... – Dulce acariciou a cabeçinha de sua filha.

– E como esta o Miguel? Deve estar um rapazinho. – Dulce assentiu.

– Esta enorme. Preocupado com a irmã. – Christopher então tocou a mão dela que estará sobre os cabelos da pequena.

– Ela vai ficar boa, vai dar tudo certo! – Afirmou ele.