Fanfic: A Stripper | Tema: Vondy, Strip-tease

Dulce saiu do quarto acompanhando a maca onde sua filha estava deitada, indo para a sala de cirurgia, por fim aquele pesadelo estava prestes a chegar ao fim, tudo iria ficar bem. No corredor ela observava os maqueiros que guiavam a maca a sala de cirurgia, por um lado Dulce estava aliviada, mas por outro lado tinha medo de que a operação não fosse um sucesso, que algo pudesse dar errado, parece que quando passamos por algo difícil é tão mais fácil acreditar que dará errado do que certo, mas ela não podia deixar que estes pensamentos tirassem sua positividade, tinha que acreditar, havia grandes chances de que daria certo e era nessas chances que ela iria se apegar.

Dulce então foi para a sala de espera, agora o único que podia ser feito era esperar, confiar em Deus e nos médicos. Ao chegar à sala de espera Dulce sentiu-se desconfortável, ela até imaginava que encontraria Victor, Belinda, Alexandra, Maite e Christian ali, mas não havia apenas eles, lá também estavam Anahí e Alfonso. Ela até chegou a pensar em voltar e esperar no quarto, ou no corredor, mas eles já haviam a visto, ela então resolveu encarar aquela situação, esquecer que eles estavam ali e focar no que realmente importava que era a pequena Luz. Ela se sentou um pouco afastada deles, se recostou na cadeira e ficou a pensar... a recordar tudo o que havia passado, os primeiros sintomas, a descoberta da doença, a trajetória de luta para tentar cura-la, as vezes em que a doença avançou e ela teve algum tipo de piora, estava tudo chegando ao fim... Lagrimas que só Dulce sabia quanto doía escorriam pelo seu rosto, com sua cabeça baixa para que ninguém notasse suas lagrimas ela chorava, esvaziava as gotas que restavam dentro de si, era um choro de tristeza por tudo que havia passado, de alivio por estar chegando ao fim, era um misto de sensações, de agradecimentos a Deus por ter lhe sustentado até aquele momento.

– Dulce? – Ao ouvir seu nome, ela levantou sua cabeça e olhou para frente, era de onde vinha a voz, enquanto limpava as lagrimas não conseguiu conter a expressão de surpresa ao ver que quem a chamara, quem estará ali na frente dela não era nada mais, nada menos que Alfonso, juntamente com sua esposa Anahí. A surpresa era tanta que Dulce nem ao menos respondeu. – Mesmo que nossa historia não seja das melhores, eu quero te desejar forças, imagino como deve ser difícil passar por isto, nenhuma mãe merece ver um filho doente desta maneira. – Dulce assentiu.

– Obrigada!

– Vai dar tudo certo, pode confiar. – Disse anahí um tanto sem jeito, o clima não era dos melhores.

– Eu confio! – Dulce respirou fundo. – Eu também agradeço por vocês terem vindo falar comigo, tentando me consolar de alguma maneira, sei como deve estar sendo difícil para vocês já que nunca me suportaram. – Dulce não precisava dizer aquelas coisas, os três sabiam disto, mas ela falou.

– Como o Alfonso disse independente do que você tenha feito, uma mãe não merece passar por isto. – Dulce assentiu.

– Obrigada. – Ela até poderia questionar o “que você tenha feito”, mas isto já não importava mais.

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Já havia se passado pouco mais de uma hora e ainda não tinham nenhum tipo de notícias, a cirurgia não havia terminado e o nervosismo só aumentava. Será que era normal toda aquela demora? Será que estava havendo algum tipo de complicação? Era horrível toda aquela falta de noticias, mas Dulce não podia fazer nada além de pedir muito a Deus para que desse tudo certo. Dulce deixou a sala de espera e foi até a capela do hospital, queria ficar mais próxima de Deus. Ao entrar na capela e encarar a Cruz no fim daquela sala ela respirou fundo, passo a passo ela se conduziu para dentro e se sentou no meio do segundo banco, inclinada para frente, debruçada sobre o banco a sua frente ela encarava aquela cruz fazia e em silêncio suplicava a provisão divina. Pedia pela sua filha e pelo pai dela, que a operação fosse um sucesso para ambos, não importava o tanto que Christopher a fez sofrer, Dulce não queria o mal dele, não desejaria isto por nada, ela não era assim, vingativa, ruim... Isto era contra a sua essência.

Enquanto pediu a Deus para cuidar e guarda-los, Maite aproximou-se e por incrível que pareça se sentou ao lado dela.

– Pelo visto tivemos a mesma idéia. – falou Maite puxando assunto com Dulce que assentiu. Ela referia-se ao fato de estarem ali na capela. – Vai dar tudo certo, confie em Deus!

– Eu confio, mas essa espera me da agonia, tenho medo, tenho ansiedade. – Dulce suspirou.

– Eu não tenho filhos ainda, mas posso imaginar o quanto deve ser horrível passar por uma situação assim.

– Eu não gosto de questionar a vontade de Deus, nem é momento para isto, mas eu não consigo entender porque isso se fosse para alguém sofrer que fosse eu, não ela. Ela é só uma criança. Eu realmente não sei o que fiz pra merecer uma vida de tantos sofrimentos.

– Eu não sei nem mesmo que te dizer. – Maite estava sendo sincera, estava tão compadecida do sofrimento dela.

– Mas agora tudo vai se ajeitar, graças a Deus o Christopher vai salva-la e eu serei feliz de novo! – Afirmou Dulce enquanto limpava qualquer vestígio de lagrimas de seus olhos.

– Por que você a escondeu da gente todo esse tempo? – a pergunta não soou como uma cobrança ou algo do tipo, havia sido um questionamento apenas.

– Eu não fiz por maldade. Eu tive medo, não queria correr o risco de ouvi-lo dizer que não era dele.

– Mas isto um teste de DNA resolveria. – Dulce assentiu.

– Mas eu tinha medo de que ele a tirasse de mim. Olha Maite, eu nunca estive com ele pelo dinheiro, eu o amei com toda a minha alma, com tudo que havia dentro de mim, eu me entreguei de verdade aquele conto de fadas, eu achei que seria perfeito, que era a vida me dando a melhor oportunidade de todas... Eu nunca me interessei pelo o que ele tinha e sim por como ele me tratava, acho que a maior prova de que eu não estava atrás do dinheiro foi o fato de eu não ter ido atrás dele pra pedir um centavo. – Alegou.

– Eu a entendo, mas não acha que tanto ele quanto nos gostaríamos de ter participado desses anos de vida dela?

– Sim, eu acredito que sim, mas seja sincera comigo, vocês não teriam dito no primeiro momento que se tratava de um golpe? Que a criança provavelmente era do meu suposto amante? Eu iria sofrer humilhações até ela nascer? Já não bastava o tanto que sofri na mão de vocês?  – Maite até pensou em dizer que tudo aquilo seria conseqüência da infidelidade dela, mas ela tinha total consciência que falar sobre aquilo naquele momento seria desumano, então preferiu se calar.