Fanfic: Vingança & Liberdade | Tema: Rebelde, Vondy.

CAPÍTULO 5
Christopher percebeu que ela se esforçava para entender. Dulce sacudiu a cabeça, confusa.
– Você pretende ficar comigo?
Sua pele macia implorava para ser acariciada. Ele cedeu à tentação e desceu os dedos por seu pescoço. Quando ela recuou, ele a acompanhou e tocou-lhe a nuca, onde sentia vontade de beijá-la, mas se conteve.
Na noite anterior, Christopher aprendera duas coisas.
Primeira: apesar da camada de sofisticação, Fernando Saviñón ainda era uma cobra venenosa, que pensava poder tirar milhões de dólares de um idiota como ele.
Segunda: que Dulce Maria Saviñón poderia ser uma peça-chave na vingança lenta e dolorosa que ele pretendia perpetrar contra aqueles que o tinham ferido.
Não fazia diferença que a atração entre ele e ela incendiasse o ar... Ele já tomara decisões mudando de tática no último minuto e conseguindo tirar vantagem da situação. Com as novas informações que tinha, encontrara um jeito não apenas de acabar com os Saviñón  de uma vez, mas também de obter um benefício considerável.
Ao olhar para Dulce, Chistopher mal conseguia conter um sorriso. Ela era realmente linda e tinha uma boca que implorava para ser beijada.
– Sr.Uckermann?
– Christopher – murmurou ele, esperando que ela se recusasse a chamá-lo pelo nome. Ela soltou um suspiro exasperado.
– Christopher. Explique-se, por favor.
Ao ouvi-la dizer seu nome, sentiu o calor se espalhar pelo corpo, seguido por uma sensação de satisfação. Ele a soltou e praguejou mentalmente. O prazer não se encaixava em sua missão. E nem ficar embasbacado com o rosto que lhe lembrava a imagem de um
anjo, que ele vira pendurada na casa de seu pai.
Dor. Reparação. Humilhação impiedosa. Estes eram os seus objetivos.
– Não é nenhuma insinuação, meu anjo. Durante a minha estada no Rio, espero que você esteja, dia e noite, à minha disposição.
Dulce soltou uma sonora gargalhada, mas, ao ver que ele não ria, ficou séria. – Ah, sinto muito. Creio que você me
confundiu com o tipo de mulher que costuma encontrar durante suas viagens.
Christopher ignorou a ofensa. Mandara o comandante prolongar o tour, mas ele não conseguiria manter Pietro longe
para sempre. Precisaria dispensar aquela parte de sua estratégia e avançar na direção de seu objetivo.
– Hoje eu deveria ter assinado documentos que garantem fundos para a campanha de seu pai, mas não apareci. Você não está curiosa para saber por quê?
Ela ficou confusa, mas sacudiu os ombros.
– Eu não tenho nada a ver com os negócios entre vocês.
Ele ficou irritado.
– Não importa de onde o dinheiro venha, contanto que você possa manter seu estilo de vida. É isso?
Ela arregalou os olhos ao ouvir seu tom cortante.
– Você pensa que me conhece, mas garanto que entendeu tudo errado...
– Entendi? Do meu ponto de vista, é evidente que seu pai a usa como isca para levar os tolos fracos e patéticos a abrirem suas carteiras.
Dulce engasgou de raiva e lhe lançou um olhar tão ofendido que, se não a tivesse visto em ação com Herrera, Christopher teria acreditado em sua reação.
– Se você foi ofensivo para mostrar seu machismo, parabéns: conseguiu. – Ela tentou se afastar, mas ele a segurou pelo pulso. – Solte-me.
– Eu preciso lhe explicar meus planos, anjo.
– Você já explicou o suficiente. Não vou ficar aqui ouvindo insultos infundados. Vou procurar Pietro e nós vamos embora. – Ela tentou soltar o braço, e ele sentiu seu pulso sob os dedos. Batendo forte. Furiosamente.
Christopher se arrepiou e dominou o latejar de excitação.
– Você não vai embora até acabarmos de conversar.
– Isso não é uma conversa, senhor. O senhor está me mantendo presa e me torturando com...
Ela se calou, reagindo ao assobio de cólera que ele dera. Uma lembrança paralisante o levara a enrijecer todo o corpo.
Christopher soltou-a, virou-se e passou as mãos sobre a cabeça, percebeu que elas tremiam e tentou controlar o tremor.
– Christopher? – a voz dela parecia vir de muito longe e tinha um tom preocupado.
Ele dominou o efeito que as palavras tinham desencadeado e respirou fundo, mas elas continuavam a martelar dentro de sua cabeça: prisioneiro, cativo, tortura, escuridão...
Dulce tocou-lhe o ombro, e ele se voltou bruscamente.
– Não me toque!