Fanfic: Vingança & Liberdade | Tema: Rebelde, Vondy.

– Não. Porque desta vez você sabe exatamente o que está fazendo. Não haverá desilusão de amor para nenhum de nós dois. Nem fingimentos. Só um dever cumprido com eficiência.
– Você pretende me exibir... como sua amante? O que irão pensar?
– Eu não me importo com o que os outros pensam. Acho que você também não.
Dulce estremeceu.
– Claro que me importo. O que o faz pensar que não?
– Você é a típica socialite do Rio. Existem várias garotas que mal podem esperar para serem iguais a você. – Christopher debochou. Ela corou intensamente.
– Isso é o que a mídia diz.
– Alimentada por você, para ajudar seu pai. Você é sempre vista com filhos de ministros e altos executivos. Sua função é atrair os votos dos mais jovens, não é?
Ela não podia negar nem queria perder tempo se desviando do assunto mais sério: a exigência que ela não iria, não podia aceitar. Mas ele tinha algo... uma confiança, uma segurança de que ela concordaria, que lhe arrepiava o cabelo.
– O que acontece se eu recusar sua proposta suja?
– Eu assino o contrato e faço o que quiser com a empresa. Posso desmontála e vendê-la com bom lucro. Ou posso fazer com que as ações caiam e testemunhar sua implosão. Mas isso tudo é um aborrecimento. Que lhe importa?
Ela cerrou os punhos.
– Eu me importo porque meu avô construiu a empresa a partir do nada.
– E agora seu pai está disposto a passá-la para um completo desconhecido, só para promover sua carreira política.
Ela apertou os lábios para não responder. Quando soubera como seu pai pretendia levantar fundos para a campanha, ficara preocupada, mas ele lhe garantira que o contrato tinha cláusulas rígidas e restritivas. Cláusulas em que Christopher facilmente detectara uma falha. Talvez não fosse tarde demais. Ela podia mandar Christopher para o inferno e avisar ao pai e ao irmão sobre o perigo representado pelo futuro sócio. Isso seria melhor que deixar o leão solto no meio deles, causando danos irreparáveis.
– Se está pensando em avisar sua família, pense na facilidade com que eu despachei Herrera.
Ela se recordou que ele despachara um dos investidores da campanha de seu pai apenas com um sussurro.
– Você não está falando sério. Ele levantou da cadeira. O instinto lhe dizia para recuar, mas Dulce ficou onde estava. Qualquer indicação de fraqueza seria impiedosamente aproveitada.
– Você está querendo me testar, anjo?
Ela sentiu um calafrio, relaxou os punhos e respirou fundo.
– O que você espera que eu faça?
Ele olhou para ela com um ar predatório.
– Amanhã, você vai dizer ao seu pai e ao seu irmão que estamos apaixonados... Que nosso encontro da noite passada desencadeou uma atração tão forte que não há como deixar de ficarmos juntos...
Ela sentiu uma pontada de alívio.
– Se é isso que você quer, posso convencê-los... – Ela se calou ao ver o olhar debochado de Christopher.
– Depois disso, você vai fazer as malas e se mudar para a minha casa.
– Está brincando? – perguntou ela, chocada. Ele a segurou pelo queixo.
– Nunca falei tão sério em minha vida.
– Mas... por quê?
– Os meus motivos são pessoais. Faça apenas o que eu lhe digo.
Fazer o que ele mandava.
Constantine tentara chantageá-la com as mesmas palavras. Quando ela se recusara, ele espalhara boatos a seu
respeito nos jornais. Dulce sabia que sua raiva era inútil porque nada podia fazer. Mais uma vez estava presa numa armadilha infernal por ter tentado ajudar sua família. Desta vez, pagaria com seu corpo, na cama de um estranho. Ela sentiu o coração falhar e recomeçar a bater desesperadamente. Olhou para o rosto de Christopher, para o seu corpo. Um corpo que logo conheceria intimamente. Mas o horror que ela esperava sentir não se manifestou.
– Por quanto tempo você espera que eu faça o que você mandar?
– Até depois das eleições.
Ela engasgou de susto e se soltou da mão dele.
– Mas... mas as eleições são daqui a três meses!
– Exato – disse ele simplesmente.
– Você espera que eu abra mão da minha vida por três meses?
Ele ergueu a sobrancelha.
– Você quer que eu repita que você não tem escolha?
Dulce olhou para ele, tentando encontrar algum sentido no que ele fazia.
– O que meu pai fez? Ele o enganou em algum negócio? Difamou-o junto a investidores? Eu não sei o que o levaria a querer se vingar dele.
Os olhos de Christopher escureceram, suas narinas se contraíram. Ele parecia ter deixado de enxergá-la. Endurecera o queixo. A lembrança que estava revivendo lhe causava uma fúria quase vulcânica, fazendo com que sua respiração se tornasse áspera. Desta vez, Dulce recuou por instinto de preservação. Ouviram-se vozes no deque inferior. Logo, Pietro e o comandante estariam de volta. Dulce não sabia se agradecia pela interrupção ou ficava frustrada por perder a chance de descobrir os motivos de Christopher.
– Está na hora de me responder.
Você concorda com os meus termos?
– Não, até você me dizer... O que está fazendo? – exclamou ela, quando ele lhe passou a mão pela cintura e, com a outra mão, segurou-a pelo cabelo. Dulce não conseguia se mexer. Ela ainda via a fúria nos seus olhos e no seu rosto.
– Você acha que pode sair dessa, anjo. Não pode. Talvez tenha sido um erro esperar uma concordância verbal. Talvez seja melhor uma demonstração física?
– Não...
– Sim! – murmurou ele, esmagando
os lábios contra os dela. Dulce já fora beijada antes, por namoradinhos da escola com quem se sentira confiante. Por Constantine, antes que ele mostrasse suas garras. Nada a preparara para o beijo de Christopher. Ela perdeu o chão quando ele enfiou a língua entre seus lábios e invadiu sua boca com sofreguidão, tocando-lhe a língua.
O som chocado que ela emitiu foi um misto de surpresa e do resultado da intensa reação do próprio corpo. Christopher puxou-a pela cintura com mais força. Dulce sentiu a força de seus músculos e seu perfume. O calor se espalhou por seu corpo e se concentrou entre suas coxas. Seus seios se avolumaram, seus mamilos despontaram, deixando-a estonteada. Sentindo o mundo girar cada vez mais rápido, ela apoiou as mãos em seu peito e, sem pensar, subiu-as por seus ombros e abraçou-o pelo pescoço. Christopher estremeceu sob seu toque e recuou. Respirando pesadamente, olhou para ela por alguns segundos. O desejo deixara seus olhos mais escuros, num tom fascinante de dourado, que a deixou sem fôlego. Ele fitou os lábios de Dulce, soltou um rugido rouco e voltou a beijá-la. Com maior sofreguidão, de uma maneira possessiva. Ela nunca se sentira tão excitada. Agarrou-o pelo cabelo e, desta vez, quando ele deslizou a língua para dentro de sua boca, ela movimentou a sua, dando tudo que podia, apesar de saber que não tinha muita experiência. Christopher segurou-a pela cintura, ergueua do chão e sentou-a sobre um dos bancos altos do bar, colocando-se entre suas coxas. Dulce se apoiou no balcão, enquanto ele subia as mãos até seus seios, acariciando-os com tamanha habilidade que ela gemeu e arqueou o corpo, na expectativa de que ele lhe tocasse os mamilos. Seu estremecimento de prazer fez com que ele gemesse e repetisse a carícia.
– Dulce!
O grito cortante foi um banho de água fria. Ela tentou se desvencilhar de Christopher, mas ele a segurou.
– O que pensa estar fazendo? – exclamou Pietro, parecendo ter se recuperado da bebedeira.
– Se é preciso que lhe digam, Saviñón, eu me pergunto com quem estou fazendo negócios.
Pietro ficou vermelho de raiva.
– Eu não estava falando com você, Uckermann, mas talvez deva lhe perguntar por que está enfiando as garras na minha irmã, como um animal.
Dulce tentava descer a saia do vestido, mas Christopher estava entre suas coxas. Ela deu um gemido consternado. Ele olhou para Dulce e deixou que ela fechasse as pernas e descesse a saia, mas não a soltou. Apertou ainda mais as mãos em volta de sua cintura.
– Dulce ia lhe contar amanhã, mas creio que esta noite dá no mesmo.
O olhar de Pietro passou de um para o outro.
– Contar o quê?
– Você quer ter a honra, anjo? Ou eu falo? – perguntou Christopher amavelmente.
Dulce percebeu o tom de advertência. Qualquer coisa a menos do que ele exigira implicaria na ruína de sua família. Pietro parecia amedrontado. Apesar do relacionamento difícil dos dois, eles já tinham sido muito ligados e ela sabia o quanto a carreira política do pai representava para ele, que desejava seguir a mesma trilha. Dulce tentou, mas não conseguiu falar.
– Alguém pode me dizer o que está acontecendo? – insistiu Pietro.
Christopher olhou para Dulce com um ar tão possessivo que a fez perder o fôlego; passou o braço sobre seus ombros e lhe beijou a têmpora com tanto ardor que ela odiou a sua facilidade para mentir e imaginou o quanto do seu beijo tinha sido um simples exercício de sedução.
– Sua irmã e eu nos apaixonamos.
Nós só nos conhecemos ontem à noite, mas eu já não posso viver sem ela. – A voz de Christopher perdera o tom de deboche, realçando mais uma de suas habilidades. Ele olhou para ela com um olhar determinado antes de se voltar para Pietro. E ela viu, fascinada, como seu rosto ficara tenso.
– Amanhã ela vai se mudar para a minha casa.

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