Fanfics Brasil - Capitulo Sete - Parte II Vingança & Liberdade

Fanfic: Vingança & Liberdade | Tema: Rebelde, Vondy.


Capítulo: Capitulo Sete - Parte II

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– Porque você se cansa facilmente?
Ele abaixou os olhos por alguns segundos e voltou a olhar para ela.
– Porque, quando enfrentam a estreiteza dos relacionamentos normais, meus demônios sempre vencem.
– Demônios?
– Sim, anjo. Demônios. Eu tenho vários, e eles são muito possessivos. – A angústia cruzou o rosto dele e desapareceu. Christopher fez sinal para o sommelier e escolheu o vinho.
Dulce ficou surpresa ao ver que era seu vinho favorito, o mesmo que ela servira no evento beneficente.
– Desisti de queimar os shorts. Você pode ficar com eles, mas, pelo bem da minha sanidade, podemos combinar que não vai usá-los fora de casa?
Ela fingiu pensar um pouco.
– O que me importa a sua sanidade?
– Você acha que está em posição de barganhar, Dulce? – perguntou ele em tom macio.
– Eu nunca perco uma oportunidade de barganhar.
Ele ficou olhando para ela e deu de ombros.
– Contanto que eu consiga o que quero, não vejo por que o caminho não possa ter pequenos obstáculos. Diga-me o que você quer.
– É isso que eu sou? Um pequeno obstáculo?
– Não perca sua chance com perguntas tolas.
– Eu quero saber exatamente o que você quer de mim – retorquiu Dulce;
– Desculpe, mas isso eu não posso responder.
Ela franziu as sobrancelhas.
– Por que não?
– Porque o meu querer é volátil. – Ele deu um sorriso, e ela sentiu um calafrio.
– Então, vou viver na incerteza durante três meses?
– O desconhecido é estimulante. Também pode ser excitante.
– Você veio até o Rio para procurar estímulo e excitação?
Ele olhou para ela por longo tempo e, depois, sacudiu a cabeça.
– Não. O meu motivo para estar no Rio é específico e muito bem planejado. – Sua resposta me assusta. – Dulce estremeceu. – Eu tenho a sensação de que tem a ver com minha família.
Pietro tem seus defeitos, mas nunca fez nada sem que meu pai aprovasse. Como você é muito mais velho que Pietro, não deve estar aqui por causa dele. Você está aqui por causa do meu pai, não está?





Christopher precisou se esforçar para não reagir ao resumo simples, mas acurado, da questão que o consumia há mais de uma década, mas reconheceu que lhe dera várias pistas para chegar àquela conclusão. Em apenas 48 horas, Dulce conseguira fazê-lo abaixar a guarda e ameaçava descobrir o verdadeiro motivo para ele estar no Rio. Ele também lhe dera mais corda do que pretendia. Concordar em lhe fazer uma concessão? Perguntar o que ela queria, sabendo que pensava em atendê-la? Depois que saíra naquela manhã, percebera que os hematomas que vira em seu braço o tinham amolecido. Talvez não quisesse que ela o considerasse um monstro como o pai.Fernando sequer perguntara por Dulce durante a reunião para assinar o contrato. Seus olhos tinham brilhado de cobiça e de triunfo antes que a tinta dos documentos secasse. Não, ele não era como Fernando Saviñón. Não perderia nem um pouco do seu precioso sono pensando nisso. O mais importante é que não deixasse que a filha do seu inimigo descobrisse seu objetivo. Estava tão perto de colocar Fernando onde queria que, por mais que estivesse excitado, não se deixaria abalar por uma carinha bonita, nem pelos shorts mais sensuais que já vira.
– Pode me dizer por que está interessado em meu pai? – perguntou Dulce preocupada.
Christopher percebeu que, apesar da maneira como o pai a tratava, ela gostava dele. Sentiu uma onda de amargura. Também já acreditara que o pai que tanto adorava se importasse realmente com ele e que não fosse o fraudador e o mulherengo que os jornais diziam. Ele sentia vontade de rasgar o véu que cobria os olhos de Dulce e fazê-la ver o monstro que Benedicto realmente era, de lhe mostrar que o amor que ela sentia pelo pai não passava de um instrumento de manipulação que poderia ser usado contra ela. Mas ele tinha a impressão de que ela já sabia e que preferira ignorar. Isso fazia seu sangue ferver.
– Por que você se dispõe a se sacrificar para salvá-lo? – perguntou Christopher.
Dulce engasgou, parou de brincar nervosamente com o garfo e soltou-o.
– Ele é meu pai!
– Se você lhe disser alguma coisa, vai se arrepender pelo resto da vida.
Ela empalideceu.
– Você espera que eu fique quieta enquanto você o destrói?
– Espero que cumpra a sua parte do trato. Fique comigo e eu esqueço a falha do contrato. Está disposta a fazer isso, ou eu devo recorrer a outro plano de ação? – perguntou ele em tom ameaçador.
Ela se assustou, mas ergueu o queixo e lhe lançou um olhar fulminante.
– Vou cumprir o nosso acordo. – Dulce bebeu um grande gole de vinho.
Christopher também bebeu um gole de vinho para se acalmar. Ainda não dera o primeiro passo, e as coisas já estavam saindo de controle. Por que lhe falara a respeito de seus demônios? Por que lhe dissera que ela era mais que uma namorada? O jantar prosseguiu em silêncio. Christopher precisou se lembrar de que não a trouxera até ali para conversar. Logo que Dulce recusou a sobremesa, ele pagou a conta e ajudou-a a levantar da cadeira. Assim que viu novamente os shorts, sentiu uma onda de calor na virilha. Ela caminhava na frente dele, oferecendo-lhe uma visão apetitosa a cada vez que balançava os quadris, deixando-o extremamente excitado. Quando chegaram ao carro, em vez de abrir a porta para ela, ele apoiou as mãos no capô, prendendo-a entre os braços e pressionando o corpo contra suas costas. Dulce não pôde deixar de sentir o volume da sua ereção contra as nádegas. Sentiu o pulso acelerar, mas não se mexeu.
– O que está fazendo?
– Dando-lhe o castigo que prometi. Você me chamou de senhor durante o jantar.
Ela tentou se virar, mas não conseguiu.
– Eu não me lembro.
– Claro que lembra. Você achou que eu não cumpriria a promessa na frente dos outros, não achou? Talvez tivesse razão, ou talvez nós dois soubéssemos que eu iria querer mais que simplesmente beijá-la.
– Você está enganado...
– Então você prefere que eu deixe passar desta vez? – Ele remexeu os quadris sobre os dela, e Dulce ficou ofegante. – Você não vai me achar fraco?
Dulce deu uma risada nervosa.
– Só um idiota o acharia fraco.
– Eu não sei se isso foi um elogio. Foi?
Ela abaixou a cabeça, expondo sua bela nuca.
– Eu também preciso inflar o seu ego, Christopher?
Ele riu.
– Como você consegue parecer submissa e petulante ao mesmo tempo?
Ela virou a cabeça para encará-lo e o que viu em seus olhos levou-a a tremer. Christopher fitou-lhe a boca e não conseguiu mais resistir. Segurou-a pelo cabelo e beijou-a. Todas as emoções que ele sentira desde a manhã estavam contidas naquele beijo: paixão, desejo, confusão, ansiedade e raiva. Felizmente, como estava presa, Dulce não podia se mexer, porque, se ela se movesse, ele perderia a razão que lhe restava.
Christopher percebeu as luzes dos flashes, mas não parou de beijá-la e desconfiou que Dulce nada percebia e, se estivesse percebendo, jamais desconfiaria o motivo da presença dos paparazzi, porque ela sempre fora a queridinha da imprensa.
Ela teria um difícil despertar... Dulce começou a corresponder ao beijo, mas Christopher afastou os lábios. Ela gemeu, reclamando e tentando beijá-lo.
Ele recuou: conseguira atingir uma parte do seu objetivo. A segunda estava a pouca distância. Ele a abraçou pela cintura, puxou-a, abriu a porta e colocou-a dentro do carro, tentando não olhar para suas pernas. Christopher se sentou ao volante, viu que ela o olhava e conteve um gemido.
– Vamos para a boate antes que eu ceda à vontade de castigá-la mais um pouco.
– Como recompensa pela sua compaixão, vou ensiná-lo a sambar como um verdadeiro brasileiro – respondeu ela em voz rouca.


Na manha seguinte, deitada entre os lençóis, Dulce tentava esquecer os eventos da noite anterior, mas era inútil. Tinham saído da boate às 2 horas. Ela, toda corada e suada por ter ficado quase três horas colada ao maravilhoso corpo de Theo. Mas o ritmo acelerado do seu coração não fora provocado pela dança, e sim pelo homem que a tratara como se fosse a única mulher na boate. E como ele dançava bem! Ela esquecera a lição de samba e simplesmente acompanhara seus passos na pista de dança. Quando ele a abraçara por trás como fizera antes, mas, desta vez, ao som da música, ela receara que seu coração fosse parar de bater, esquecera que ele admitira querer se vingar de seu pai e imaginara como deveria ser pertencer realmente a um homem como ele. Felizmente, o trajeto de volta para casa colocara um pouco de juízo em sua cabeça. Ao chegarem em casa, ela lhe desejara boa noite e o deixara parado no corredor, e pretendia continuar fazendo isso. Não sabia qual era o jogo de Christopher, mas se recusava a ser conivente com seus planos. Ela estava ali porque não tivera escolha, mas não perderia tempo: se Christopher estabelecera uma estada de três meses, seu plano de vingança não seria executado imediatamente, e ela poderia descobrir o que ele pretendia e tentar fazê-lo mudar de ideia. Dulce se virou na cama, olhou para o relógio e se espantou ao ver que já eram 10 horas. Levantou-se, tomou um banho, vestiu um vestido leve e calçou sandálias. Passou protetor solar, saiu do quarto e desceu. Ao chegar no andar de baixo, ela cruzou com Teresa, que carregava uma bandeja e que fez um sinal para que a seguisse até o terraço que dava para uma enorme piscina infinita. Christopher estava sentado diante de uma mesa de ferro oval. A camiseta polo branca realçava seus olhos e sua pele morena. O short largo expunha suas pernas musculosas, fazendo com que Dulce salivasse e quase se engasgasse.
– Bom dia, anjo. Você vai ficar parada aí a manhã inteira?
Dulce se aproximou e sentou na cadeira que ele indicara, à sua direita.
– Café? – perguntou ele.
Ela concordou com a cabeça. Teresa serviu o café e foi embora. Até aquele momento, Inez só o vira completamente vestido e, mesmo assim, ficara perturbada. Vê-lo mostrando grande parte do corpo era demais. Tomou um gole de café, engasgou e a boca com o guardanapo porque não queria parecer uma idiota que babava.
Christopher fitou-a com ironia.
– É melhor queimar a boca do que falar comigo?
– Claro que não. Eu estava apreciando a vista. – Ela indicou o jardim e, mais além, a praia.
– Se é isso que você diz... – Ele duvidou, pegando o jornal e abrindo-o.
Inez soltou um gemido horrorizado,e ele abaixou o jornal.
– O que houve?
– Esta é uma foto nossa? – perguntou ela, sentindo a garganta se estreitar. A pergunta fora redundante porque a fotografia ocupava quase toda a primeira página. Evidentemente ele já vira, porque não se deu o trabalho de olhar.
– Sim, em primeira mão.
– Meu Deus! – Ela arrancou o jornal das mãos dele. De perto, era ainda pior.
– Parece que... É como se... – ela perdeu a fala.
– Como se eu estivesse possuindo você por trás? – falou ele para ajudá-la. Ela corou de vergonha e de humilhação.
– Com o seu paletó me cobrindo desse jeito, parece que eu estou despida da cintura para baixo! É... repugnante!
Ele tirou o jornal da mão dela e observou a foto.
– Hum, realmente é... interessante.
– Como pode se mostrar tão indiferente? A fotografia foi tirada com uma câmera de alta resolução, no escuro, e pode sugerir várias coisas.
Nenhuma delas elogiosa.
– Relaxe. Nós não estávamos exatamente fazendo sexo, estávamos?
– A questão não é esta. – Dulce agarrou o jornal e deu uma olhada no que estava escrito. Faziam insinuações maldosas sobre sua vida e questionavam o impacto na campanha de seu pai. Se eles agem assim em público, o que devem fazer em particular?
– Pensei que este jornal fosse sério...
– As mãos dela tremiam.
– E é.
– Então, por que publicaria algo tão ofensivo?
– Talvez porque seja verdade. Nós estávamos nos beijando no estacionamento. Você estava pressionando suas deliciosas nádegas contra mim, como se mal pudesse esperar para chegarmos em casa.
Ela levantou abruptamente e derrubou a cadeira. Seu corpo tremia violentamente de raiva.
– Nós dois sabemos que eu não estava!
– Sabemos? Eu lhe disse que aquele short não era uma boa ideia. Você me culpa por não ter resistido?
– Você é desprezível!
– E você fica deliciosa quando se zanga. – Ele pegou o jornal e continuou a ler calmamente.
Dulce sentiu vontade de socá-lo, mas recuou. Odiava violência. Ou melhor, odiava, antes de conhecer Christopher Uckermann. Agora, não tinha tanta certeza do que seria capaz de fazer...
– Você não vai comer, anjo? – perguntou ele sem olhar para ela.
– Não. Perdi o apetite – retrucou ela.
Ainda ouvindo a gargalhada debochada de Christopher, ela fugiu do terraço e foi para o quarto, vermelha de raiva e de humilhação. Uma hora mais tarde, ele a encontrou na praia. Ela o ouviu chegar, mas evitou olhar para ele. Continuou a desenhar o barco ancorado a pouco mais de 1km e não se voltou quando ele sentou ao lado dela. Depois de alguns minutos, ele soltou um suspiro irritado.
– O tratamento do silêncio não funciona comigo, Dulce.
Ela fechou o caderno e se virou para ele. Ele comprimira os lábios, mas parecia esperar por sua resposta, como se importasse.
– Ter a minha vida sexual questionada no jornal também não funciona para mim. Concordo que talvez os shorts não tenham sido uma boa ideia. No restaurante havia gente mais famosa do que eu, mas, ainda assim, os paparazzi nos seguiram até o estacionamento e nos fotografaram.
Ela achou que Christopher ficara tenso, mas também podia ter sido o fato de ele ter movimentado o braço que estivera às suas costas e lhe oferecer um sanduíche e uma maçã embrulhados num guardanapo. Dulce bem que queria manter a pose, mas, na noite anterior, falara demais e comera de menos, e estava morrendo de fome.
– Esqueça e coma. Vamos seguir em frente. – Ele pegou o caderno de desenho e folheou-o. – Você tem uma hora até que o estilista chegue para resolver o problema do seu guardaroupa.
– Eu não preciso de estilista – retrucou Dulce secamente. – Posso ir até em casa e pegar mais roupas.
– Você não voltará à casa do seu pai durante três meses. Além disso, se tudo que você tem são shorts e vestidos de baile, não acha que está na hora de usar algo diferente?
Ela pensou um pouco e admitiu que ele tinha razão.
– Realmente, não há necessidade... – Ela tentou dizer.
– Agora é tarde para mudar os planos, Dulce.
O assunto foi sumariamente encerrado. Ela devorou o sanduíche de carne e estava comendo a maçã quando o viu parar na página em que desenhara o barco.
– Isso está ótimo.
– Obrigada.
– Você gosta de barcos?
– Muito. Minha mãe sempre me levava para velejar. Era o que eu mais gostava de fazer com ela.
Christopher fechou o bloco.
– Vocês eram muito ligadas?
– Ela era a minha melhor amiga. – A voz de Inez tremia de emoção. – Não passo um dia sem pensar nela.
Ele contraiu as mãos e voltou a relaxar.
– As mães sempre nos evocam esse tipo de afeto. O que torna a ausência delas mais difícil de suportar.  – Quando você perdeu a sua? – perguntou Dulce
– A minha mãe ainda está viva.
– Mas você disse que...
– Ausência não significa morte. Existem várias maneiras de se ausentar da vida de uma criança...
– Você está falando de abandono?
Christopher olhou para ela, e IDulce viu um sofrimento intenso em seus olhos.
– Abandono, indiferença, egoísmo, retraimento. Todos são maneiras de dar o mesmo golpe – falou ele em voz áspera.
– Eu sei. Mas tive sorte. Minha mãe foi a melhor mãe do mundo.
– É por isso que você tenta ser a melhor filha do mundo para o seu pai, apesar de saber quem ele é?
– Desculpe, o que disse?
– Não se dê o trabalho de negar. Você sabe exatamente quem ele é, mas sempre ficou ao seu lado. Por quê? Porque quer que ele lhe afague a cabeça e lhe diga que é uma boa filha?
A verdade do que ele dizia atingiu-a profundamente. Até recentemente, ela fazia de tudo para obter a aprovação do pai e compensar o fato de ter nascido mulher. Não que ela quisesse se esconder da verdade, mas a maneira como Christopher a condenara exigia que ela tentasse se justificar.
– Não ignoro os defeitos do meu pai. Mas também não vou me desculpar pelas minhas atitudes. Eu não me envergonho da lealdade que tenho para com a minha família.
– Mesmo quando essa lealdade significa se recusar a ver o sofrimento dos outros? – perguntou Christopher acidamente.
– Que outros?
– Para começar, das pessoas que ele deixou nas favelas. Sabe que menos de dois por cento dos fundos arrecadados nos eventos de caridade que você organiza chega às pessoas que mais precisam de ajuda? – Ele a viu corar. – Claro que sabe.
– Admito que isso já aconteceu, mas só concordei em organizar o último evento se tudo que sobrasse das despesas fosse dado às favelas. – Ela viu que ele não acreditara. – Eu participo de várias obras beneficentes. Sei do que estou falando.
– Você verificou se isso tinha sido feito?
– Verifiquei. A instituição confirmou que recebeu os fundos ontem.
Christopher fez uma expressão surpresa, levantou e colocou as mãos nos bolsos.
– Pelo menos, isso é um progresso.
– Obrigada. Eu não vivo no mundo da fantasia. Acredite, eu tento fazer a minha parte para ajudar as favelas.
– Como?
Ela hesitou por alguns instantes.
– Trabalho em um Centro de Convivência algumas vezes por semana.
– Você estava indo para lá quando nos encontramos naquela cafeteria?
– Estava.
– O que seu pai acha disso?
Ela mordeu o lábio.
– Ele não sabe.
Christopher sorriu com sarcasmo.
– Porque isso chamaria atenção para o lugar onde ele cresceu? Todos sabem que ele nasceu e cresceu nas favelas.
– Em parte, foi por isso que não contei a ele. Meu pai não admite que morava na favela porque tem vergonha.
– Mas não se importa que saibam de onde veio a mãe dele?
– Ele acha que estar indiretamente ligado às favelas atrai a simpatia das pessoas mais simples.
– Ou seja, ele prefere reescrever a história como lhe convém?
– Talvez. Não me iludo achando que meu pai não distorce a verdade ou as regras ocasionalmente.
Christopher soltou uma gargalhada assustadora.
– Certo. Você está falando de talvez ultrapassar a velocidade permitida na estrada, ou de algo um pouco mais... digamos, violento?
Ela já o ouvira falar naquele tom que lhe causava calafrios e que sugeria que havia algo mais acontecendo. Algo do qual ela deveria fugir o mais rápido possível...
– Não sei o que você está insinuando.
– Então, deixe-me esclarecer. Estamos falando de piadas inofensivas ou de feitos concretos? Você sabe... Joelhos quebrados? Rupturas de baços? Sequestro e resgate?
Dulce cobriu a boca com a mão.
– Do que você está falando?
– Ora, vamos, você sabe do que seu pai é capaz. Preciso lembrá-la do que ele lhe fez, quando você o aborreceu? – ele olhou para o braço dela.
Dulce sacudiu a cabeça.
– Eu não desculpo isso, mas me recuso a acreditar que ele seja o monstro que você está descrevendo.
– Vou deixá-la com sua visão cor-derosa, querida. Eu já pensei o mesmo do meu pai.
– É isso que você vai fazer com o meu pai? Fazê-lo pagar pelas coisas que ele fez? – Ela tinha certeza de que ele não responderia ou que mudaria de assunto. Demorou, mas, por fim, ele disse:
– Sim. Pretendo fazê-lo pagar pelo que ele me tirou há 12 anos.
Ela conteve a respiração.
– O que ele te tirou?
Christopher se voltou e fitou o mar com um olhar ameaçador. Levada por um impulso incontrolável, Dulce lhe tocou o ombro.
– Christopher?
– Não gosto que toquem as minhas costas, anjo.
– Por quê?
– Faz parte dos meus demônios.
Ela ficou muito tensa.
– Foi o meu pai que fez isso com você?
– Não pessoalmente. Afinal, ele é um cidadão honrado, não é? Um homem em quem as pessoas deveriam confiar.
– Mas ele teve algo a ver com sua claustrofobia. E com isso?
– Teve.
– Christopher...
– Chega de perguntas! Você está esquecendo por que está aqui. Preciso lembrá-la?
Dulce engoliu em seco. Todos os sinais de sofrimento e vulnerabilidade que ela vira há alguns segundos tinham desaparecido. Christopher Uckermann voltara a ser o homem controlado e movido pelo desejo de vingança.
– Não, não precisa.



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Autor(a): Thaaaay

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 32



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  • stellabarcelos Postado em 21/09/2015 - 17:57:45

    Que fanfic linda! Amei muito! Parabéns

  • kelly Postado em 18/08/2015 - 16:07:06

    ai que ódio desse fernando!! e fiquei muito p da vida com a dul por ela ter ido embora! como pôde? Ainda bem que ee persistiu e foi atras dela!!!! amei essa história tanto qnt amei noite com o inimigo!

  • kelly Postado em 18/08/2015 - 15:07:02

    Thaaaay, minha amada! foi pura coincidência! Eu nem sabia que vc estava postando esse livro. Eu conheço essa história desde o inicio do ano passado. Tenho ele no meu pc. E uma leitora minha - Yasmim - me pediu pra postar quando eu terminasse de postar where i need to be-wanted-anything like me. Eu não entro lá no yoble desde que você encerrou 'noite com inimigo'! Eu já vinha adaptando desde que a yasmim me pediu, e já tenho a obra toda adaptada, apenas a formatação do capítulo é que faço quando vou postar. E só comecei a postar agora, pq eu só queria postar depois que encerrasse a outra. Então, só posso dizer que todas nós temos mentes brilhantes! por pensar nessa história e postá-la ao mesmo tempo. Seu banner ficou muito lindo! Parabéns! - sei fazer isso não! kkkkkkkkkkkkkkkkkk! beijos amada, sucesso!

  • kelly Postado em 06/08/2015 - 11:01:19

    AI MEU DEUSS!!! como ela diz que não h´futuro pra eles? ainda bem que ele não vai acatar a decisão dela! continua logo flor!!!!

  • kelly Postado em 24/07/2015 - 09:01:59

    Ai meu Deus!!!! Ai que ódio desse fernando! A vontade que to de dar umas facadas nesse pai monstro da dul!!!! Quando ele vai perceber que a ama meu Deus! Ele precisa dela, só se sente bem com ela, quer estar com ela!!!! E a Dul? Como vai ficar qnd essa história toda terminar? Ai ai ai.... continua logo thayyyyy

  • kelly Postado em 24/07/2015 - 08:56:35

    Ai minina eu terminei de ler!!!!!! Amei!!!!!! Muito lindaaaaaa - só não consegui comentar! Lesadinha eu..... o link da que eu posto aqui é: http://fanfics.com.br/fanfic/45380/where-i-need-to-be-wanted-anything-like-me-vo ndy

  • Thaaaay Postado em 22/07/2015 - 19:43:12

    Kelly: Eu acabei aquela lá já, comecei outra. Tu posta web né? me manda o link para poder ler. Se tu quiser tbm, cria um tópico lá na WNV e faz parte da familia também, se precisa de ajuda em algo as meninas são umas fofas elas te ajudam. Até fazer banner se você quiser. Vou postar mais tarde pra ti.

  • kelly Postado em 20/07/2015 - 16:41:17

    Ai meu Deus!!!!!!!!!!!!!!! eles ficaram juntos!!!!! agora eu quero ver como ela vai se sentir quando souber o q o pai dela fez a ele! eu to meio perdida lá na movimentação na outra. mas to lendo e amando! esse fds nem li, mas vou voltar a ler agora. bj

  • Thaaaay Postado em 17/07/2015 - 14:49:26

    kelly: kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk bem assim mesmo, jamais desistira dele. Ta louca kkkkkkkkkkkkkkkk Kelly te pedir uma coisa, lá no yoble aquela comunidade é a dos perdidos, ai só posto lá os comentarios e no topico mesmo lá na vondy. Pode deixar que eu vou continuar postando aqui pra você, fico feliz que esteja gostando amo essa historia demais. Obrigadaaaa!!!

  • kelly Postado em 16/07/2015 - 22:45:21

    Ai meu Deus!!!!! Ele realmente acha que em meia hora ela vai desistir de ficar com ele? Só se for muito burra!!!!! Kkkkkkkkk continua flor!!!!


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