Fanfic: Vingança & Liberdade | Tema: Rebelde, Vondy.

       O sorriso caloroso e o jeito acolhedor da   senhora  alegravam  a  atmosfera

       Quando Dulce acabou de tomar o primeiro gole de vinho tinto, o breve constrangimento acabara.

Dulce cumprimentou-a pela escolha dos pratos e comeu o peixe com gosto. A conversa voltou a assuntos inócuos e acabou girando em torno da antiga carreira dele, que lhe dera o título de campeão de remo.

–   Por que você parou de competir?

–  Depois que Ari e Sakis se retiraram, eu tentei achar outros parceiros,  mas não havia sintonia. No esporte,  a sintonia é a chave.

–   Você teve sorte de poder fazer algo que amava – falou ela, tristemente.

–   A sorte é um luxo que geralmente acompanha o trabalho duro.

–   Mas, às vezes, por mais que você tente, o destino lhe reserva algo diferente.

Ele franziu os olhos.

–   Concordo, mas a solução é usar isso em seu benefício.

–    Ou você pode desistir, encontrar uma opção diferente?

Ele deu um sorriso irônico

–   Desistir nunca foi do meu estilo.

–    Se você fosse do tipo que desiste, nunca teria sido campeão.

Ele fez uma expressão agradecida. Dulce não sabia tudo, mas começava a entender o que movia Christopher. Se ele tinha um problema, não sossegava até resolvê-lo. Era por isso que trabalhava como gestor de riscos corporativos da Uckermann Inc.

–    Mas também é preciso coragem para desistir. Você preferiu desistir de remar a arriscar se juntar  com  as pessoas erradas.

–    Dulce... – advertiu ele. Mas ela combateu a vontade de recuar.

–   Eu não quero estragar a nossa trégua, mas gostaria que você pensasse um pouco. Não é vergonha perdoar, esquecer o passado.

–    E quanto aos meus demônios? – perguntou ele com um olhar atormentado.

–    Você tem alguma garantia de que eles ficarão ao longo do caminho que você escolheu?

Ele pensou por alguns minutos.

–   Tem razão. Não vamos estragar a nossa trégua, está bem?

–    Christopher...

–    Chega, anjo. Beba mais  um  pouco de vinho. – Ele sorriu.

E, de repente, ela sentiu o pulso acelerar. Tudo que ele fazia  surtia aquele efeito. Dulce bebeu o vinho, lambeu os lábios e se deixou levar pela leveza do álcool e do homem encantador que estava do outro lado da mesa. Ela precisava parar de beber. Camila se aproximou e lhes ofereceu café. Dulce recusou e viu Christoper observá-la.

–   Acho melhor voltarmos para o iate.

Ela deu uma risada que lhe parecia sair fácil quando estava ao lado dele.

–    Até parece que eu me comportei mal – disse Dulce depois que Camila tirou os pratos da mesa.

–   Se tivesse, eu teria lhe dito.

–   A noite é uma criança e  eu  não estou excluindo nada. – Ela voltou a rir.

Christopher deu um sorriso devastador e pegou dinheiro na carteira.

–   Definitivamente, é hora de levá-la para a cama.

–   Ei, vá devagar, ou você vai cair dos saltos e quebrar uma perna. – Ele a segurou pela cintura.

De repente, o calor do corpo dele foi demais para suportar.

–   Eu estou bem – disse ela com ênfase, passando as mãos no cabelo e tentando segurar as palavras que, afinal, não conseguiu conter. – Supostamente, você é meu inimigo. Mas  você me trouxe a um dos meus lugares preferidos. Está sendo tão gentil e atencioso, que eu não posso evitar... Eu desejo você.

A transformação que ela viu no rosto dele despertou seus sentidos. De companheiro gentil e sedutor, em questão de segundos, Christopher se transformou em predador faminto. Empurrou-a para um vão entre dois edifícios e imprensou-a contra a parede.

–   Você não quer me dizer isso agora, Dulce – murmurou ele.

Ele estava tão próximo, que  ela fechou os olhos para não ceder à vontade de beijá-lo.